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domingo, 30 de setembro de 2012

Sobre Déficit de Atenção e Hiperatividade





Discussões intermináveis sobre a real natureza do chamado Transtorno do Déficit de Atenção (TDAH) são travadas até hoje, sem que os debatedores sequer se aproximem de qualquer consenso, sendo que muitos já se acham tão comprometidos com as suas posições ideológicas – e mercadológicas –que a realidade clínica acaba relegada a um segundo plano. Cada setor direciona o seu discurso e seleciona a sua clínica de acordo com as suas convicções e interesses. Na realidade nunca ocorre entre eles nenhum debate, nenhuma troca, mas uma simples exposição de ideias paralelas, supostamente sobre um mesmo assunto.

A psicopatologia da atenção tem sido pouco valorizada, assim como o fato de que a maior parte dos transtornos psiquiátricos cursa com alterações da atenção. A própria natureza do processo atencional raramente é discutida no nível clínico, e muita gente fala de déficit de atenção sem sequer ter uma idéia clara do que seja, realmente, a atenção. Critérios puramente comportamentais são utilizados para o diagnóstico, sem levar em conta as funções neuropsicológicas essenciais que estão na pauta. Em nossa clínica vimos casos de suposto déficit - diagnosticados pelo comportamento - nos quais havia deficiência de tudo, menos de atenção.

Seria obviamente ridículo, por exemplo, que os indivíduos com suspeita de surdez tivessem que ser avaliados pelo seu comportamento, e não pela deficiência específica que supostamente teriam. Imaginemos que as suas atitudes fossem computadas numa tabelinha, e a audiometria fosse sumariamente deixada de lado. Mas isso é o que acontece rotineiramente no caso do TDAH.

Para fomentar essa discussão, transcrevemos a seguir um estudo clínico, com o objetivo de mostrar, através da descrição de dois casos da nossa prática diária, a essencialidade da adequada avaliação neuropsicológica para o diagnóstico do TDAH.

Considera-se nele que o diagnóstico deve ser essencialmente clínico, o que significa que não poderia ser feito isoladamente por nenhuma escala ou teste. Leva-se em conta que o processo da atenção envolve uma interação complexa de funções e o déficit consiste num quadro sindrômico, e não em uma doença específica.

Além disso, em termos nosológicos a deficiência atencional pode se manifestar como um quadro primário ou como um sintoma secundário a vários distúrbios e circunstâncias.

Por conta dessa diferença essencial entre os sintomas comportamentais e as manifestações essencialmente cognitivas são constatadas freqüentes contradições entre as avaliações realizadas a partir do uso de escalas específicas como a de Benczik ou os critérios do DSM IV (sistema de estabelecimento de diagnósticos em doenças mentais) e aquelas baseadas exclusivamente em critérios neuropsicológicos, como os do WISC-III (bateria de testes neuropsicológicos para crianças).

texto de Claudio Lyra Bastos

sábado, 29 de setembro de 2012

Psicofarmacologia




Tomei a liberdade de "tomar emprestado" o texto de um site, pois achei esclarecedor e simples para entender, de certa forma. Aí vai:

Como é possível que problemas emocionais, refletidos em sintomas como ansiedade ou depressão, possam ser tratados com remédios?

Que estranho poder é esse que faz com que substâncias químicas possam destruir ou mesmo criar alucinações?

Para alguém não iniciado nos caminhos da psicofisiologia, a ação dos psicotrópicos pode parecer algo mágica.

Mas não é. Existe ainda muita coisa para a ciência esclarecer, mas o pouco que sabemos já é de extrema utilidade clinica.

Inicialmente é útil definirmos alguns termos, de uso corrente:

A palavra tropismo se refere à propriedade de uma substância química, ou droga, de atuar em lugares específicos de nosso organismo, (apesar de usar para sua difusão o sistema circulatório, que vai a todos os lugares).

Quando nos referimos a drogas com tropismo pelo Sistema Nervoso Central (SNC) usamos o termo psicotrópico.

Fármacos ou remédios são drogas prescritas por profissionais com objetivos terapêuticos. Quando se trata de problemas psíquicos usamos psicofármacos.

Existem ainda os psicotrópicos que são usados com objetivos não terapêuticos, aos quais podemos chamar de drogas de adicção. Podem ainda receber inúmeros outros nomes conforme seu efeito: narcóticos, psicodislépticos, euforizantes, e tantos outros.

Classificação

1. Sedativos
1.1 Drogas usadas no tratamento de psicoses
1.2 Drogas usadas no tratamento da ansiedade e insônia
1.3 Álcool etílico.
1.4 Derivados do ópio como: heroína, morfina, codeína e outros. Alguns com aplicações em outras áreas da medicina.
1.5 Outros sedativos (cola de sapateiro, "loló" etc).

2. Drogas que aumentam a atividade do SNC
2.1 Drogas usadas no tratamento de depressões
2.2 Drogas despertadoras
Anfetaminas (Moderadores de apetite como o fenproporex, "bolinhas")
Estimulantes presentes em plantas como o café‚ e o guaraná
Cocaína

3. Alucinógenos
3.1 LSD
3.2 Maconha
3.3 Substâncias encontradas em vegetais como o cacto Peiote, cogumelos Psilocibe, Daime, Trombeta e tantos outros.
(Os representantes desse grupo não apresentam uso terapêutico consagrado)

4. Drogas usadas para a estabilização do humor
4.1 Lítio
4.2 Anticonvulsivantes
4.3 Outros

Fundamentos


As nossas células no SNC, os neurônios, estão sempre em uma de duas alternativas. Ou estão em repouso, ou em ação.

A analogia com o computador é imediata. Nesse, as unidades básicas ou bits estão também em uma de duas alternativas: o 0 ou o 1.

É sobre essa absoluta simplicidade que se constrói toda a maravilha tecnológica que nos cerca e todas as sutis e infindáveis variantes das funções psíquicas do homem.

Para que uma única célula saiba se em um dado instante ela deve estar em repouso ou em ação (segundo os propósitos globais do SNC) deve receber uma informação.

A célula que a precede precisa de um mensageiro, de um transmissor, para passar tal ordem.

A essa interação entre as duas células damos o nome de sinapse, e esse transmissor é conhecido como neurotransmissor ou mediador.

Para que esse processo se dê com sucesso são necessários:

1. A síntese adequada do mediador pelo neurônio pré-sináptico.

2. A presença do mediador na fenda sináptica (espaço entre os dois neurônios) por tempo suficiente para que exista interação com o próximo neurônio.

3. Uma combinação perfeita entre esse mediador e os receptores (que são pequenas variações anatômicas na membrana do neurônio pós-sináptico). A melhor analogia é com uma fechadura e a chave respectiva: só a chave certa abre a porta. Uma chave parecida pode até entrar e ocupar o espaço, mas a porta não será aberta enquanto essa não for retirada e a correta, colocada.

4. Que esse mediador seja prontamente eliminado depois de cumprida a sua missão, preparando a célula para uma próxima mensagem. Algumas substâncias têm sua síntese muito cara para o organismo (seja pelo mecanismo da síntese ou pela obtenção de matéria prima) e o neurônio pré-sináptico recolhe tudo o que pode para um próximo uso. A esse mecanismo damos o nome de recaptação.

Outro processo envolvido nessa limpeza da fenda é a quebra do mediador através de uma enzima específica. Tudo o que sobra é levado pela circulação e excretado na urina.
Com isso já estamos aptos a compreender vários mecanismos que podemos usar para interferir na sinapse, sendo os principais os que seguem:

1. Bloqueio - usando uma substância parecida com o mediador, bloqueamos os receptores pós-sinápticos e impedimos a combinação do mediador correto. Estabelece-se uma competição entre o mediador verdadeiro e o falso: se a concentração da droga é alta, obtemos uma redução proporcional do efeito daquela sinapse.

2. Facilitação da sinapse através do uso de uma substância análoga ao mediador ou à sua ação na célula.

3. Diminuição da recaptação levando a uma estadia mais prolongada do mediador na fenda. Aumenta, portanto, as oportunidades de combinação com o receptor e conseqüentemente o efeito dessa sinapse.

4. Inibição da enzima que quebra o mediador, também levando a um aumento na permanência do mediador na fenda. As chances de combinação e a atividade dessa sinapse também aumentam.

Antes de se iniciar o estudo das drogas é importante lembrar um axioma no estudo da farmacologia:

"No drug has a single effect"

O estudo e o conhecimento dos efeitos colaterais de cada fármaco não nos deve assustar. Ao contrário, deve nos instrumentalizar na compreensão do processo pelo qual nosso paciente está passando.

É útil ainda lembrar que os seres humanos temos muitas particularidades e que mesmo cosméticos ou corantes de alimentos podem levar a sérias reações alérgicas ou idiossincráticas (que é o nome dado a reações adversas não alérgicas peculiares a um dado indivíduo).

Para compreendermos muitos dos efeitos "alvo" e dos "colaterais", precisamos conhecer o Sistema Nervoso Autônomo.(SNA)

Como o nome sugere é o sistema responsável pelas ações automáticas no organismo. Possui duas divisões, com efeitos diferentes. A princípio podemos pensar que esses sejam opostos, mas são complementares. É como dizer que o limão e o açúcar, em uma limonada, sejam opostos. Na verdade o equilíbrio é obtido através da combinação de um e outro.

A primeira divisão é o Sistema Nervoso Simpático, responsável pelo preparo do indivíduo em situações de "stress", que requerem defesas. Apresenta uma extensa síndrome que prepara o indivíduo para "fugir ou lutar". Nessa hora ocorre uma liberação maciça de mediadores excitatórios, sendo os principais a adrenalina, a noradrenalina e a dopamina.

A segunda divisão é o Sistema Nervoso Parassimpático, responsável pelo bom funcionamento das atividades rotineiras, básicas, de manutenção da vida. (Como a alimentação, a excreção, o repouso e outras.) O principal mediador é a acetilcolina.

Divisões do SNA Simpática Parassimpática
Íris dilatação constrição
Glândula lacrimal pouca muita secreção
Glândulas salivares pouca muita secreção
Glândulas sudoríparas muita pouca secreção
Coração taquicardia bradicardia
Brônquios dilatação constrição
Atividade digestiva diminui aumenta
Ativ.da bexiga pouca aumenta

Os antidepressivos tem efeitos colaterais anticolinérgicos, que são efeitos simpáticos. E os antipsicóticos tem efeitos colinérgicos, parassimpáticos.

Milene de Mello

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Dieta para Hipertensão





A DASH Diet é baseada na pesquisa Dietary Approches to Stop Hypertension, a qual comprovou que este tipo de alimentação reduz a pressão arterial e o colesterol, além de melhorar a sensibilidade à insulina.

A dieta vai além da redução de sal ou sódio na alimentação. Tem como base a maior ingestão de frutas, vegetais, laticínios desnatados ou semi-desnatados, grãos integrais e pouca carne.

Ela foi desenvolvida para ser flexível o bastante para se encaixar no estilo de vida e preferências alimentares da maioria das pessoas e inclui todos os alimentos saudáveis da dieta mediterrânea.

O planejamento para uma dieta que ajuda a reduzir a pressão arterial inclui principalmente os alimentos da tabela abaixo:

Siga a sequência:

Tipo de alimento
Número de porções para uma dieta de 1600 a 3100 calorias
Número de porções para uma dieta de 2000 calorias

Grãos e produtos integrais (incluindo pelo menos 3 grãos integrais a cada dia)
6 - 12 por dia
7 - 8 por dia

Frutas
4 - 6 por dia
4 - 5 por dia

Vegetais
4 - 6 por dia
4 - 5 por dia

Laticínios desnatados ou semi-desnatados
2 - 4 por dia
2 - 3 por dia

Carne vermelha magra, frango ou peixe
1.5 – 2.5 por dia
2 ou menos por dia

Nozes, sementes e legumes
3 – 6 por semana
4 – 5 por semana

Gorduras e açúcares
2 - 4 por dia (independente do número de calorias) => Limitar a ingestão


Além da redução da pressão arterial, este plano alimentar traz benefícios para a saúde cardiovascular, redução do colesterol e da inflamação. Também ajuda na manutenção do peso corporal, funciona para adultos e crianças, e toda a família pode se beneficiar dos bons hábitos adquiridos.

Estes alimentos fornecem nutrientes importantes como cálcio, potássio e magnésio.

Quando associada à prática regular de atividades físicas, abandono do cigarro e ao consumo moderado de álcool, colabora para a construção de uma vida saudável.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Retardo Mental



Antes de sua leitura, sugiro que se desprenda dos preconceitos com palavras: deficiência mental ou retardo mental que podem ser considerada como sinônimos.

Em outubro de 2003, o total de síndromes genéticas associadas a retardo mental chegou a 1.149. Considerando-se o conjunto das causas genéticas ou ambientais e congênitas ou adquiridas de retardo mental, a avaliação diagnóstica atual é capaz de
esclarecer a etiologia em 50 a 70% dos casos

- Crianças com retardo mental têm habilidades intelectuais abaixo da média;

- O déficit se inicia antes dos 18 anos de idade;

- Causa problemas no funcionamento diário, na comunicação, na interação social, nas habilidades motoras, nos cuidados pessoais e na vida acadêmica;

- Prevalência: 1-2%.

Os tipos de retardo mental são três: leve (podendo chegar a levar uma vida normal quando adultos e exercer um trabalho), moderado (exige mais cuidados, precisarão de auxílio por toda a vida e sua vida acadêmica também é limitada) e grave (problemas intelectuais, funcionais e motores muito sérios).

Fala-se que um indivíduo tem um retardo mental quando a sua capacidade intelectual é significativamente inferior àquela tida como normal, levando a restrições significativas de suas habilidades adaptativas. O transtorno normalmente está presente desde o nascimento, manifestando-se antes dos 18 anos de idade. Esta condição é irreversível, caracterizada pela dificuldade ou incapacidade de desenvolver uma comunicação normal, uma vida doméstica autônoma, dificuldades de relacionamentos interpessoais sociais simples, ausência de autossuficiência mesmo com os cuidados pessoais, habilidades limitadas para aprender e um mínimo de relação e sensibilidade comunitária. O quociente de inteligência (QI) fica abaixo de 70, podendo ser muito menor, na dependência da gravidade do problema.

O retardo mental costuma ser classificado segundo o seu nível de profundidade em:

• Retardo mental leve: QI entre 50 e 69.

• Retardo mental moderado: QI entre 35 e 49.

• Retardo mental severo: QI entre 20 e 40.

• Retardo mental profundo: QI inferior a 20.

Pessoas com um QI entre 70 e 84, embora tenham uma inteligência baixa, não são consideradas retardadas.

O retardo mental pode ser congênito ou adquirido. Entre as condições genéticas, devido a erros cromossomiais, estão a síndrome de Down e a fenilcetonúria, por exemplo. Várias condições da mãe durante a gestação, como o uso de certas drogas (lícitas ou ilícitas), consumo excessivo de álcool, radioterapia, má nutrição e doenças como a toxoplasmose, a infecção por citomegalovírus, a rubéola, a sífilis e a AIDS podem contribuir para o retardo mental da criança. Da mesma forma, o baixo peso ao nascer, as dificuldades durante o trabalho de parto, traumatismos ou baixa concentração de oxigênio durante o parto podem lesar o sistema nervoso e causar retardo mental, que também pode ser causado após o nascimento por enfermidades ou condições que afetem a integridade do cérebro (meningites, encefalites, catapora, sarampo, intoxicações, traumas, etc). A desnutrição e a falta extrema de experiências culturais e ambientais existentes em ambientes muito primitivos também podem causar retardo mental. Em muitas situações, a causa do retardo mental em um caso específico permanecerá desconhecida.

Os sinais e sintomas do retardo mental dependem da profundidade do transtorno e do nível de exigências feito pelo ambiente sobre o indivíduo. Pessoas com retardos mentais leves podem levar uma vida relativamente normal, mostrando apenas, desde crianças, uma maior lentidão em seus aprendizados ou impossibilidade de adquirir aprendizados de alta complexidade. Chegam a ler e escrever e compreender textos e são capazes de uma vida autônoma, embora simplória. As pessoas com retardos mentais profundos não são capazes de aprender e de se adaptarem às situações e nem mesmo conseguem ter cuidados corporais mínimos. Dependem, para tudo, de outra pessoa. Entre esses extremos, existe uma grande variação.

O diagnóstico da existência de um retardo mental pode necessitar de testes cognitivos sofisticados ou ser tão evidente que se capta à primeira impressão. O teste mais conhecido é o de QI (quociente de inteligência), que avalia a relação entre o desempenho intelectual e a idade cronológica da pessoa. O diagnóstico da natureza do retardo mental deve começar por uma detalhada história clínica e exame físico. Tanto devem ser reconhecidas as causas da deficiência, como os déficts e potencialidades da pessoa em causa. No entanto, mais importante que determinar o valor numérico do QI (embora isso também deva ser feito) é determinar as habilidades de comunicação e de relacionamento interpessoal e o nível em que é possível levar uma vida doméstica autossuficiente, bem como as habilidades para o estudo, trabalho e lazer, uma vez que dois deficientes com o mesmo QI podem ser muito diferentes quanto a esses tópicos.

Por outro lado, o médico deve ter em conta que ao examinar uma pessoa com retardo mental encontrará vários sinais e sintomas das enfermidades que a causaram.

O retardo mental em si mesmo é irreversível, no entanto, algumas medidas devem ser adotadas com relação à pessoa retardada, na dependência do grau de profundidade do problema, indo desde um apoio intermitente, reservado só para situações específicas e mais complexas, até um apoio intensivo e constante, em todas as áreas da vida da pessoa com retardo mental. É importante não subestimar as capacidades da pessoa com retardo mental, porque a falta de estímulos pode fazer as deficiências parecerem maiores do que de fato são.

A mãe deve evitar todas as situações que agridam a evolução normal da gestação e causem dificuldades especiais para o parto, o que mostra a importância de acompanhamento médico nesses momentos.

O pediatra deve proceder a testes para diagnosticar enfermidades que levam ao retardo mental, como a fenilcetonúria, por exemplo, porque desde que diagnosticadas e tratadas precocemente, podem evitar esse desfecho.

O retardo mental é estável, desde o seu estabelecimento.

A expectativa de vida das pessoas com retardo mental tende a ser mais curta que a das demais pessoas, seja por motivos biológicos, seja porque elas têm menores capacidades defensivas ante as agressões da vida.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Apnéia do Sono





Apneia é a interrupção da respiração. Apneia do sono é a pausa transitória e involuntária da respiração que ocorre enquanto o indivíduo está dormindo. Normalmente, o centro respiratório nervoso continua ativo durante o sono, comandando a respiração, e a laringe permanece aberta para dar passagem ao ar respirado. Pode acontecer um mau funcionamento do centro nervoso ou a obstrução da laringe por uma deformação da via aérea, de amígdalas e adenoides grandes, do pescoço ou clavícula largos, língua grande que “cai” durante o sono, etc. Isso faz com que a passagem de ar pela garganta seja dificultada.

Em geral, estes episódios de interrupção da respiração ocorrem repetidamente durante o sono e duram cerca de 10 segundos cada um, após o que a respiração normal é retomada. Em uma noite, podem ocorrer 20 a 30 desses episódios. Em cada apneia há um despertar neurofisiológico (e não necessariamente comportamental) ou, no mínimo, a passagem de um estado mais profundo a outro mais superficial do sono, o que acarreta a sensação de “uma noite mal dormida”, com fadiga, sonolência e mau humor no dia seguinte.

A apneia do sono é mais frequente em homens do que em mulheres. O ronco que a precede já indica um fechamento parcial das vias aéreas superiores. Ele é causado pelo turbilhonamento alterado do ar, ao ser forçado a passar por vias alteradas.

Há três tipos de apneia do sono:

• Apneia central (0.4% dos casos), em que a respiração é interrompida pela "falta de esforço respiratório".

• Apneia obstrutiva (84% dos casos), em que a respiração é interrompida por um bloqueio físico ao fluxo aéreo.

• Apneia mista ou complexa (15% dos casos), em que há uma combinação dos dois outros tipos.

Alguns fatores contribuem para que o ronco normal evolua para apneia do sono, tais como:

• Obesidade.

• Envelhecimento.

• Uso de medicações relaxantes ou de álcool.

• Crescimento de tecido linfoide nas vias respiratórias.

• Sexo masculino do paciente, etc.

Por se tratar, em alguns casos, de uma obstrução, pode também ser causada por deformidades dentárias ou maxilares.

Quase sempre o ronco precede ou acompanha a apneia do sono. Fala-se que há apneia do sono se ocorrem cinco ou mais episódios de parada da respiração por hora, apurados por exame neurofisiológico polissonográfico, realizado em clínicas de sono, quando solicitado por um médico. Por vezes, a apneia faz a pessoa acordar, mas quase nunca o indivíduo tem consciência da sua dificuldade de respirar e a apneia do sono geralmente é reconhecida por outras pessoas que assistem o indivíduo dormindo. Os sintomas da apneia do sono podem estar presentes por anos ou décadas, sem identificação. Geralmente, o paciente se queixará de “noite mal dormida”, sonolência diurna, dificuldades de atenção e de concentração, mudanças de humor, cansaço, déficit de memória, irritabilidade, depressão, redução da libido, impotência sexual, cefaleia e de dificuldades para dirigir automóvel ou desempenhar atividades que requeiram maior coordenação motora. A pessoa que assiste o paciente dormir relata roncos de maior ou menor intensidade.

O diagnóstico clínico da apneia do sono depende de uma detalhada história clínica, com observação dos sintomas e de informações do próprio paciente ou de pessoas que assistam o seu sono. O diagnóstico de certeza é feito através da polissonografia, com o indivíduo dormindo uma noite inteira em laboratório especializado, ligado a aparelhos que registram vários de seus parâmetros fisiológicos, como respiração, temperatura, frequência cardíaca, tônus muscular, etc.

O tratamento da apneia do sono vai desde medidas gerais, tais como:

• Emagrecimento.

• Abstinência de álcool ou do cigarro.

• Tratamento de eventuais problemas nasais ou dos seios paranasais.

• Evitar cafeína, realização de exercícios intensos, refeições abundantes e medicamentos sedativos antes de dormir.

Até intervenções cirúrgicas que visam desobstruir as vias aéreas:

• Cirurgias nasais.

• Adenoidectomias.

• Cirurgias do ronco.

• Correção de distúrbios anatômicos, etc.

Alguns tratamentos mecânicos, médicos e odontológicos que facilitem a respiração podem também ser utilizados, mas eles têm apenas efeitos paliativos. O mais conhecido deles talvez seja o CPAP (continuous positive airway pressure) um aparelho que auxilia a respiração durante o sono. Há também aparelhos intraorais, usados nos casos leves ou moderados. Mais recentemente, pesquisadores do Instituto do Coração (Incor), publicaram no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine resultados favoráveis de sua pesquisa sobre exercícios que procuram fortalecer os músculos da garganta e, com isso, melhorar a apneia do sono. Isso não significa, no entanto, curá-la.

Como prevenir a apneia do sono?

• Evite a ingestão de álcool e medicações sedativas antes de dormir.

• Evite refeições fartas antes de dormir.

• Evite dormir em decúbito ventral (de barriga para cima).

• Procure perder peso.

• Faça tratamento para eliminar possíveis fatores obstrutivos.

• Levante a cabeceira da cama em cerca de 15 a 20 centímetros.

• Evite eventuais infecções ou inflamações das vias respiratórias. Caso elas apareçam, trate-as logo no início dos primeiros sintomas.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Melanoma (mais uma vez, para recordar!)





É uma alteração maligna dos melanócitos, células responsáveis pela produção de melanina e, portanto, pela coloração da pele. É o mais grave dos tumores de pele, pela facilidade que tem de gerar metástases, mas felizmente representa apenas 5% deles. Além da pele, o melanoma pode surgir nas membranas mucosas, nos olhos e no sistema nervoso central.

O melanoma obedece a uma suscetibilidade genética ou a estímulos ambientais cancerígenos. Pode começar a partir da pele normal ou de lesões pigmentadas, mais frequentemente em pessoas de pele clara e em regiões expostas ao sol, embora possa aparecer em regiões protegidas. A pele clara, a exposição exagerada ao sol, história anterior de câncer de pele na pessoa ou em algum membro da família e “pintas” congênitas estão entre os principais fatores de risco para a doença. Outros fatores de risco são: parentes próximos com histórico da doença; exposição a produtos químicos cancerígenos, presença de pintas atípicas; sistema imunológico enfraquecido.

Em geral (mas nem sempre), o melanoma surge a partir de uma pinta antiga que passa a assumir características malignas. No início, pode não apresentar outros sinais ou sintomas, mas com a evolução podem ocorrer aparecimento de dor, coceiras, ulcerações, sangramentos e inflamações e, além de manchas, eles podem apresentar-se sob a forma de nódulos.

O sinal ABCD é uma importante ajuda no diagnóstico:

A – assimetria das lesões.

B – bordas irregulares.

C – coloração variada.

D – diâmetro superior a seis milímetros.

Quando a lesão deixa de ser plana e começa a fazer elevação sobre a pele, significa que ela também está se aprofundando, o que é um sinal de gravidade.

O diagnóstico começa por uma detalhada história clínica e pela observação direta das lesões. As lesões inicialmente são restritas à camada superficial da pele e à medida que progridem vão se aprofundando, aumentando de tamanho, apresentando mudança de cores, formação de feridas e crostas, sangramento e coceira. Quanto mais profundo, mais aumentam os riscos de metástases.

As lesões dos melanomas vão aumentando gradativamente, costumam ter formatos irregulares, bordas borradas e colorações que variam do preto ao vermelho. A biópsia direta da lesão ou de um gânglio sentinela é um exame importante para confirmar o diagnóstico.

Qualquer “pinta” na pele, principalmente em pessoas de pele clara, deve ser examinada por um dermatologista.

Dependendo de fatores como o estágio em que se encontra a doença, a idade do paciente e seu estado geral de saúde, o tratamento do melanoma pode ser feito por meio de cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, isoladamente ou em combinação.

Como prevenir o melanoma?

• Examine periodicamente a sua pele, à busca de qualquer alteração. O paciente é a pessoa mais indicada para perceber o que modificou em sua pele. O dermatologista é o médico que deve ser procurado para avaliar tais alterações.

• Evite expor-se ao sol entre as 10 horas e às 16 horas. Quando for necessário expor-se, em qualquer horário, use sempre filtro solar.

• Em situações cotidianas, use blusa de manga comprida, chapéu, guarda-sol e óculos de sol para se proteger.

• Evite utilizar câmaras de ultravioleta para se bronzear.

Se o melanoma não puder ser prevenido, algumas medidas podem evitar o seu agravamento: ficar atento para o aparecimento de sinais novos na pele ou para modificações de sinais antigos, como mudanças de cor ou de tamanho, sangramento, coceira e inflamação.

Quando diagnosticado no início, o melanoma pode ser curado. Lesões de até quatro milímetros apresentam boas chances de cura. Se for descoberto quando já estiver profundo, a doença geralmente já está disseminada.

Quem já apresentou o melanoma uma vez, têm mais riscos de apresentá-lo de novo.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Doença de Ritter - Pele escaldada





A síndrome da pele escaldada estafilocócica é uma doença pouco comum que ocorre, predominantemente em recém-nascidos e crianças pequenas, mas algumas vezes em adultos imuno-suprimidos. A doença tem o aspecto de pele escaldada, com eritema difuso e esfoliação de grandes fitas de epiderme superficial. A apresentação da síndrome da pele escaldada estafilocócica pode ser clinicamente indistinguível da necrólise (morte tecidual) epidérmica tóxica.

Assim como o impetigo bolhosos, a síndrome da pele escaldada estafilocócica é causada por um estafilocócico (fagotipo 2). Na síndrome da pele escaldada estafilocócica, este organismo infecta um foco extracutâneo, tal como a faringe e as conjuntivas. A infecção focal leva à produção de uma toxina estafilocócica, chamada de esfoliatina.

Esta toxina se liga à zona granulosa epidérmica, causando uma clivagem superficial intraepidérmica. Em consequência, diferentemente do caso do impetigo bolhoso, nesta síndrome o organismo não é recuperável das lesões de pele.

A pele sai em fitas, deixando grandes áreas desnudas. Antes de começar a descamação, a pele é vermelha e dolorosa à palpação. As lesões podem surgir em qualquer ponto, mas as grandes áreas de descamação são encontradas no tronco e extremidades. A síndrome da pele escaldada geralmente cura espontaneamente, em um espaço de tempo de 2 ou 3 semanas, uma vez que depende da concentração e atuação da toxina no sangue. Em crianças a mortalidade é baixa, o que não se verifica em adultos, cuja taxa de mortalidade é de acima de 50%. Os sinais e sintomas mais evidentes são febre, sendo a pele afetada extremamente dolorosa à palpação.

Para o diagnóstico é absolutamente necessária distinguir a síndrome da pele escaldada estafilocócica da necrólise epidérmica tóxica, que ocorre geralmente em adultos, mas que pode apresentar um quadro clínico idêntico. Esta diferenciação poderá ser feita pela biópsia de pele.

O tratamento desta doença deve ser feito em ambiente hospitalar e envolve antibióticos, hidratação e cuidados específicos à pele.

O prognóstico em criança é excelente, mas o adulto a síndrome está associada com mais frequência à sepsis (infecção generalizada) estafilocócica e, a não ser que seja instituído imediatamente um tratamento agressivo com antibióticos, a doença pode ser fatal.

sábado, 22 de setembro de 2012

Roncos: que dureza!





O ronco é um barulho característico, geralmente desagradável e incômodo, emitido por uma pessoa enquanto dorme, em virtude de um estreitamento ou obstrução das vias respiratórias superiores. Há desde roncos suaves e eventuais, ligados apenas a fatores ocasionais, até outros mais barulhentos e persistentes, que chegam a impedir o sono das pessoas que durmam em companhia do roncador e muitas vezes chegam inclusive a serem percebidos em outros cômodos da residência. Enquanto os primeiros podem ser normais, os segundos são indícios de patologias, por vezes graves. O ronco geralmente é uma manifestação que acompanha a apneia do sono.

Ele tanto pode ocorrer em virtude de um estreitamento natural da fenda entre as paredes da faringe durante o sono como de uma obstrução patológica devido ao ganho de massa gordurosa ou alterações anatômicas das vias respiratórias e/ou de estruturas adjacentes.

Muitos roncos se devem ao esforço respiratório necessário para reabrir as vias aéreas superiores e restabelecer a respiração normal. Ao passar por essas resistências e ainda pela língua, úvula e amígdalas, essas estruturas vibram e ajudam a ocasionar o barulho característico do ronco.

A obesidade, principalmente no homem, em que o ganho de peso é comum nas partes altas do tórax, é um fator favorecedor do ronco. O ronco, em geral, desperta a pessoa, mesmo que tão brevemente que ela nem chega a perceber. Durante o sono, há um relaxamento da musculatura do tórax que induz uma abertura involuntária da boca e causa incoordenação entre a contração da musculatura diafragmática e dos músculos da faringe.

O ronco pode surgir em virtude de uma deficiência neuromuscular conhecida como garganta flácida. Nela, há diminuição patológica do tônus muscular da faringe que leva ao fechamento (colabamento) das suas paredes.

Ele geralmente está associado com a apneia do sono. Além do incômodo barulho emitido ao dormir, a pessoa que ronca acorda várias vezes todas as noites (pode chegar a acordar centenas de vezes por noite, nos casos mais graves!) e, no dia seguinte, apresenta boca seca, sente-se cansada, sonolenta, com dores de cabeça e tem dificuldades de coordenação motora e de concentrar a atenção. Ao contrário do que pensam algumas pessoas, roncar não é sinal de sono reparador, mas, ao contrário, pode ser um indicador de patologias importantes.

Em primeiro lugar, o ronco precisa ser diferenciado de outros distúrbios respiratórios do sono que produzem ruídos noturnos capazes de serem confundidos com ele. Como a própria pessoa não percebe o seu ronco, o diagnóstico exato da situação tem de levar em conta as informações de uma outra pessoa que presencia o sono do paciente, geralmente seu companheiro de leito, a respeito da frequência e da intensidade do ronco e da sua relação com o decúbito.

Ele é mais comum nos homens que nas mulheres e piora com uso de sedativos, álcool ou fumo. O exame físico, por seu turno, é inespecífico, mas deve-se pesquisar a circunferência do pescoço, o nariz e a cavidade oral em busca de alguma anomalia. A polissonografia noturna pode ajudar na exclusão de outros distúrbios respiratórios do sono.

A endoscopia nasal pode ser utilizada, em casos específicos. Quando a nasoendoscopia é feita durante o sono, pode avaliar o nível de colapso enquanto o paciente está sedado. Outros exames especiais, como cefalometria, tomografia computadorizada e ressonância magnética podem ser utilizados, conforme indicação médica.

As pessoas que roncam podem apresentar crises de sono incontroláveis durante o dia, prejudicando seu desempenho no trabalho e em atividades como dirigir veículos automotores ou operar máquinas perigosas.

O tratamento do ronco compreende medidas conservadoras (perda de peso, correção do decúbito, restrição ao uso de sedativos, álcool ou tabaco), intervenções armadas não cirúrgicas (dispositivo intraoral e CPAP - Continuos positive airway pressure) e cirurgia (nasal, do palato e bariátrica).

O dispositivo intraoral com avanço mandibular reduz a frequência, a duração e a intensidade do ronco. O uso de CPAP é a forma mais eficaz para o tratamento do ronco primário. As diversas formas de cirurgia nasal podem beneficiar alguns pacientes.

As seguintes medidas podem ajudar a diminuir ou evitar os roncos:

• Não ingerir sedativos, álcool ou fazer refeições “pesadas” antes de dormir.

• Não dormir em decúbito dorsal (de barriga para cima).

• Mantenha seu peso dentro do normal.

• Pratique exercícios.

• Não fume.


A presença de roncos está relacionada ao aumento de doenças cardíacas e cerebrovasculares.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Para os hipertensos...




Controle da raiva diminui pressão arterial

Pesquisadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade de Ciências da Saúde da Georgia, nos Estados Unidos, o controle da raiva e a gestão do estresse podem ajudar na diminuição da pressão arterial.

A intenção dos pesquisadores é ensinar aos jovens a lidar com a raiva e o estresse. Para tal, desenvolveram um programa de dez semanas que pode ser inserido no currículo do ensino médio.

O estudo comparou 86 alunos do ensino médio que realizaram as atividades propostas pelo programa com 73 alunos que não receberam a intervenção. Os resultados mostraram que 30% dos jovens que apresentavam pressão arterial mais elevada e que participaram do programa tiveram redução de cerca de dois pontos na pressão. O mesmo não foi observado no grupo que não participou do projeto.

Mononucleose infecciosa





Mononucleose infecciosa ou doença do beijo

A mononucleose infecciosa é uma doença infecciosa, como o próprio nome diz, em que o sangue apresenta um número aumentado de leucócitos de um só núcleo. Incide mais entre jovens de 15 a 25 anos. Como é transmitida principalmente pela saliva, ela é também conhecida como “doença do beijo”.

Seus sintomas são inespecíficos e, por vezes, passam despercebidos. Exames rotineiros de sangue comprovam que cerca de 60% das pessoas adultas têm ou tiveram essa infecção, mas a maioria desconhece esse fato. Geralmente, manifesta-se de forma aguda e benigna e tem uma taxa de mortalidade muito baixa.

Mais comumente a mononucleose infecciosa é causada pela infecção pelo vírus Epstein-Barr (da mesma família do vírus do herpes) ou pelo citomegalovírus. Ela pode ser contraída através da ingestão de alimentos contaminados (carnes mal passadas, sushi, etc) e por frutas, legumes e verduras ou louças mal lavadas, mas geralmente é transmitida pela saliva da pessoa contaminada, penetrando pela orofaringe do receptor.

O vírus causador da mononucleose é pouco resistente às condições ambientais e por isso sua transmissão supõe um contato físico íntimo entre as pessoas. Como os sintomas só começam a aparecer cerca de um mês e meio após o contágio, nem sempre é possível correlacionar as duas coisas.

Os sintomas da mononucleose infecciosa são parecidos com os da gripe, embora não apareçam os componentes respiratórios. Entre seus sintomas mais chamativos estão:

• Febre alta.

• Sono em excesso.

• Falta de apetite e de sede.

• Aumento de volume de gânglios do pescoço e das axilas.

• Dor de garganta.

• Dor ao engolir.

• Comprometimento do fígado, baço e medula óssea.

Pode haver formação de placas brancas e exsudato na garganta e na faringe, lembrando a candidíase ou a difteria. Em alguns casos, a febre alta pode persistir por muito tempo, o que causa muita apreensão aos pacientes e a seus familiares. Nos meses que se seguem à doença pode haver leves tonturas, seguidas de uma alimentação ou uma hidratação deficientes.

Muitas vezes a suspeita de mononucleose é feita a partir de um hemograma comum. O diagnóstico médico de certeza é feito por exame de sangue mais específico. Como os sintomas podem ser leves ou serem confundidos com outras viroses comuns, só quando as pessoas fazem esse exame ficam sabendo que no passado já foram infectadas e tiveram a doença. O dado diagnóstico mais constante da mononucleose é o grande aumento dos linfócitos no sangue e a aparência anormal de muitos deles (“linfócitos atípicos”).




Não existe cura ou vacina para a mononucleose infecciosa; a doença é autorresolutiva.

O tratamento se resume em repouso, reforço das defesas orgânicas e medicações sintomáticas (analgésicos e antipiréticos), além de tratamento de eventuais quadros que ocorram simultaneamente, como infecções respiratórias bacterianas, por conta da baixa imunidade temporária.

Como não há vacina contra a mononucleose infecciosa, não há como prevenir a doença. É aconselhável que as pessoas não tenham vários parceiros de beijos, como costuma acontecer nas “baladas” atuais de jovens.

Geralmente a doença se resolve sozinha em cerca de duas semanas, em alguns casos pode perdurar por meses.

Embora raramente isso aconteça, a mononucleose infecciosa pode evoluir para infecções mais graves, como encefalites, meningites, pericardites, hepatites ou tornar-se uma doença crônica.

Em pessoas com imunodepressão pode haver uma evolução para o câncer linfático.

Mesmo depois do desaparecimento dos sintomas o vírus ainda pode ser transmitido por cerca de um ano a um ano e meio.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Alimentando crianças




Nomes divertidos incentivam crianças a comerem vegetais

Pesquisadores americanos desenvolveram um estudo envolvendo 147 estudantes com idades entre 8 e 11 anos. Durante três dias eles serviram cenouras no almoço da escola. Porém, no segundo dia, elas receberam nomes especiais de “Cenouras de Visão de Raio-X” ou “Comida do Dia”.

Houve uma diferença perceptível na quantidade de cenouras que os alunos colocaram em seus pratos. As crianças comeram 66% das cenouras de “raios-X”, 32% das cenouras chamadas de comida do dia e 35% dos legumes que não receberam nomes diferenciados.

Os resultados encontrados no estudo podem ajudar pais e educadores a incentivarem formas diferentes (e mais divertidas) para o consumo de legumes e verduras em crianças em idade escolar.

O estudo vai ser publicado no periódico Preventive Medicine.

Efeitos dos Ansiolíticos




Aparentemente o efeito ansiolítico dos Benzodiazepínicos está relacionado com um sistema de neurotransmissores chamado gabaminérgico do Sistema Límbico. O ácido gama-aminobutírico (GABA) é um neurotransmissor com função inibitória, capaz de atenuar as reações serotoninérgicas responsáveis pela ansiedade.

Os Benzodiazepínicos seriam, assim, agonistas (simuladores) deste sistema agindo nos receptores gabaminérgicos.

Assim, quando, devido às tensões do dia-a-dia ou por causas mais sérias, determinadas áreas do cérebro funcionam exageradamente, resultando num estado de ansiedade, os benzodiazepínicos exercem um efeito contrário, isto é, inibem os mecanismos que estavam funcionando demais e a pessoa fica mais tranqüila e menos responsiva aos estímulos externos.

Como conseqüência desta ação, os ansiolíticos produzem uma depressão da atividade do nosso cérebro que se caracteriza por:

1) diminuição de ansiedade;
2) indução de sono;
3) relaxamento muscular;
4) redução do estado de alerta.

É importante notar que os efeitos dos benzodiazepínicos podem ser fortemente aumentados pelo álcool, e a mistura álcool + benzodiazepínico pode ser prejudicial.

Efeitos Colaterais
Do ponto de vista orgânico, os benzodiazepínicos são bastante seguros, pois são necessárias altas doses (20 a 40 vezes mais altas que as habituais) para trazer efeitos mais graves. Nessas doses pode haver hipotonia muscular, dificuldade grande para ficar de pé e andar, a hipotensão, perda da consciência (desmaio). Com doses maiores a pessoa pode entrar em coma e morrer.

O principal efeito colateral dos ansiolíticos benzodiazepínicos é a sedação e sonolência, variável de indivíduo para indivíduo e de acordo com a dose do medicamento. Um aumento da pressão intra-ocular teoricamente pode ocorrer mas, na clínica, trata-se de raríssima observação.

Os efeitos teratogênicos (malformações fetais) são ainda objeto de estudo, porém, tendo em vista sua utilização clínica durante décadas, permite-se uma indicação mais flexível do diazepam durante a gravidez.prática clínica tem demonstrado que a dependência aos Benzodiazepínicos pode acontecer, mas não invariavelmente.

A tendência do paciente em aumentar a dose dos Benzodiazepínicos para obter o mesmo efeito, ou seja, a tolerância[2], parece ser rara. Em relação a isso notamos, no mais das vezes, uma má utilização da droga. Isto é, em não sendo tratada a causa básica da ansiedade e esta se tornando mais intensa, haverá maior necessidade da droga.

Essa maior necessidade da droga decorrente do aumento da ansiedade não deve, de forma alguma, ser confundida com o fenômeno da tolerância.aos sintomas de abstinência aos Benzodiazepínicos, embora possa ser possível com alguns deles, o que observamos com mais freqüência é o retorno dos sintomas psíquicos que promoveram sua indicação por ocasião de sua retirada. Isso pode, eventualmente, ser confundido com abstinência na expressiva maioria dos casos.

Ora, se a situação psicoemocional que determinou a procura da droga não foi decididamente resolvida, mas apenas protelada, então, retirando-se o ansiolítico os sintomas voltarão. Isso não pode ser tomado como síndrome de abstinência.

O Transtorno de Ajustamento, uma forma de Ansiedade associada ao Estresse
Na realidade, é no Transtorno de Ajustamento onde a idéia de dificuldade adaptativa emocional à vida tem sido mais bem demonstrada. Aqui a reação emocional da pessoa aos estressores de sua vida é caracterizada por acentuado sofrimento.

Por definição, um Transtorno de Ajustamento deve se resolver dentro de 6 meses após o término da situação considerada estressante ou de suas conseqüências. Mas os sintomas emocionais podem persistir por um período mais prolongado, principalmente quando ocorrem em resposta a uma situação estressante crônica e duradoura, como por exemplo, uma doença debilitante crônica ou em decorrências das grandes dificuldades financeiras, profissionais, conjugais, etc, que se prolongam.

Portanto, esse transtorno ansioso patológico pode ocorrer durante o período de adaptação a uma exigência existencial importante, quando um acontecimento estressante afete a integridade do ambiente social da pessoa, como por exemplo o luto, as experiências de separação, as grandes perdas.

Também pode ocorrer quando a situação estressora compromete o sistema suporte existencial, como por exemplo, a imigração, estado de refugiado, ou mesmo durante os severos esforços de adaptação a alguma etapa da vida ou do desenvolvimento, como é a escolarização, nascimento de um filho, derrota em atingir um objetivo pessoal importante, aposentadoria.

A predisposição e a vulnerabilidade pessoal desempenham um papel importante no desenvolvimento do Transtorno de Adaptação, mas mesmo considerando a predisposição pessoal, admite-se que esse transtorno não teria ocorrido se não houvesse o estresse desencadeante.

Pode ainda, o Transtorno de Ajustamento, apresentar-se com um misto de Ansiedade e Depressão ou com Perturbação da Conduta.

Neste subtipo a manifestação predominante é uma perturbação da conduta, na qual existe violação dos direitos alheios ou de normas e regras sociais importantes, adequadas à idade. Esse tipo pode ser comum em adolescentes, os quais manifestam rebeldia, vandalismo, direção imprudente, lutas corporais, descumprimento de responsabilidades legais.

O estado de sofrimento e de perturbação emocional causado pelo Transtorno de Adaptação, usualmente compromete muito o funcionamento social e ocupacional, havendo severo prejuízo do desempenho no trabalho, na escola e nos relacionamentos sociais e familiares. Atualmente os Transtornos de Ajustamento estão associados com um maior risco de tentativas de suicídio e suicídio completado.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Edema durante a gravidez





Durante a gravidez o corpo produz aproximadamente 50% mais sangue e fluidos corporais para suprir as necessidades do desenvolvimento do bebê. O edema (inchaço) discreto é uma condição normal da gestação causada pelos fluidos e sangue adicionais e ocorre nas mãos, face, tornozelos e pés.

Esta retenção extra de líquidos é necessária para “amolecer” o corpo, preparando-o para uma expansão necessária à medida que o bebê se desenvolve. O fluido extra ajuda a preparar as articulações da pelve e os tecidos vizinhos para permitir o nascimento do bebê quando chega a hora do parto.

O aumento dos líquidos corporais é responsável por 25% do ganho de peso das gestantes.

Ele pode ocorrer a qualquer momento na gestação, mas é mais comum a partir do final do segundo trimestre, ou seja, a partir do final do quinto mês de gestação e aumenta durante o terceiro trimestre.

Alguns fatores podem afetar o desenvolvimento do edema:

• Temperaturas elevadas. Grávidas ficam mais edemaciadas no verão.

• Ficar de pé ou sentada sem mexer os pés e as pernas por longo período de tempo.

• O exagero nas atividades físicas ou a inatividade física pode colaborar para o aparecimento de edemas em gestantes.

• Dietas pobres em potássio.

• Alto consumo de cafeína.

• Excesso de sal (sódio) na dieta.

O edema pode ser evitado ou reduzido com a ingestão de alimentos ricos em potássio como bananas, tomates, laranjas, espinafre, melão e melancia. Reduzir a cafeína e o sal também ajuda bastante.

Outras dicas:

• Evitar ficar de pé por longos períodos.

• Não ficar sentada com os pés no chão por muito tempo, evitar cruzar as pernas. Procure sentar-se elevando os pés e movimentando-os periodicamente ao redor dos tornozelos.

• Calçar sapatos confortáveis, evitando saltos altos se possível.

• Usar meias elásticas quando indicadas por um médico.

• Repousar com os pés elevados (acima do nível do coração) para facilitar o retorno venoso.

• Evitar ambientes muito quentes quando estiver muito calor.

• Dê preferência por deitar do lado esquerdo principalmente no último trimestre da gravidez. Não deitar de costas para não comprimir vasos sanguíneos calibrosos, o que dificultaria o retorno venoso.

• Evitar roupas apertadas, principalmente nos pulsos e tornozelos.

• Descansar em um banho de banheira não muito quente por pelo menos uns vinte minutos ou nadar um pouco em uma piscina.

• Usar compressas frias nas áreas edemaciadas.

• Beber bastante água. Isso ajuda a desintoxicar o organismo e a reduzir a retenção de líquidos.

• Minimize o sódio na dieta (mas não o elimine, pois o iodo presente no sal é importante para o bebê) e evite o acréscimo de sal nas refeições. Uma boa opção é não deixar o saleiro à mesa.

• Evite refrigerantes e outros alimentos ricos em sódio.

• A drenagem linfática pode ajudar na eliminação de líquidos, mas não deve ser feita na barriga.

• Em caso de edema, não use joias como aneis, pulseiras ou tornozeleiras.

• Não tome diuréticos por conta própria, pois eles podem levar à perda de eletrólitos e causar prejuízos ao bebê.

• Um edema discreto é esperado, mas mesmo assim deve ser avaliado por um obstetra.

• Quando o acúmulo de líquidos é excessivo e vem acompanhado de aumento na pressão arterial ou perda de proteínas pela urina, é um sinal de alerta para a gestante. Estes sintomas podem indicar uma pré-eclâmpsia. Outros sinais e sintomas desta condição são dor de cabeça severa, visão borrada e rápido ganho de peso. A gestante deve procurar ajuda médica imediata.

• Edemas repentinos ou severos devem sempre ser avaliados pelo obstetra o mais rápido possível.

• Quando o edema ocorrer em apenas uma perna, especialmente se acompanhado de dor persistente e endurecimento da panturilha (batata da perna) pode significar uma trombose (formação de coágulo dentro da veia). O obstetra deve ser procurado rapidamente.

• A realização de um pré-natal adequado é a melhor opção para evitar complicações na gravidez.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Como evitar o ganho de peso na gravidez?




Grávidas enfrentando problemas de ganho de peso podem controlar a situação evitando alimentos que aumentem o nível de açúcar no sangue.

De acordo com um novo estudo, 48% das mulheres que não alteraram sua alimentação após engravidarem ganharam mais peso do que o recomendado. Dentre mulheres que seguiam dietas com baixo índice glicêmico, apenas 38% engordaram mais do que deviam. De acordo com o Instituto de Medicina dos Estados Unidos, é recomendado que mulheres de peso normal não ganhem mais do que 15 quilos durante gestação.

“O ganho excessivo de peso durante a gravidez está associado com um aumento de necessidade de parto cesáreo, uma probabilidade maior de retenção de peso após a gravidez e maior predisposição à obesidade mais tarde’, explicam os pesquisadores.

O estudo foi publicado no periódico British Medical Journal.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Comportamento violento





Além da natureza tumoral de lesões produtoras de comportamento violento, o tipo mais comum de doença cerebral associada à agressão e violência tem sido a Epilepsia do Lobo Temporal. Mark e Ervin documentaram muito bem o caso de Jennie, uma adolescente considerada como criança modelo.

Um dia, ao ser criticada por ouvir alto demais seus discos, teve um acesso destrutivo e quebrou tudo que estava em seu quarto. Seus estados de ânimo variavam entre o angelical e o demoníaco e, finalmente, depois de estrangular um bebê de meses por não suportar seu choro. Jennie foi institucionalizada. Como seu irmão tinha epilepsia, aventou-se a possibilidade de sua extrema agressividade ser ocasionada por uma doença cerebral orgânica.

Posteriormente constatou-se um foco irritativo temporal esquerdo, o qual entrava em atividade quando a paciente era estimulada a sentir raiva. O eletroencefalograma conseguido durante a estimulação por choro de bebê mostrou claramente a alteração desencadeada pela irritação da paciente.

Exemplo de Lesão ocasionando Comportamento Violento
Em 1966 o mundo ficou estarrecido com o comportamento de Charles Whitman, no Texas, o qual promoveu um assassinato em massa que vitimou 16 pessoas e feriu 24. Muitos outros casos semelhantes tornaram-se manchetes de jornais, às vezes até com maior violência.
Os escritos de Charles Whitman, encontrados depois da tragédia, diziam o seguinte:

"... eu realmente não me compreendo estes dias. Supostamente sou um jovem médio, razoável e inteligente. Contudo ultimamente venho sendo vítima de pensamentos pouco comuns. ...Falei com um médico uma vez durante duas horas, e tentei transmitir-lhe meus medos de que eu me sentia subjugado por impulsos violentos extremamente fortes. ...Venho tendo tremendas dores de cabeça e consumi dois grandes vidros de Excedrin nos últimos três meses".
"Foi depois de muito pensar que decidi matar minha esposa Kathy esta noite, depois que eu a apanhar no trabalho. ...Amo-a muito e ela tem sido boa esposa para mim, tão boa quanto qualquer homem possa desejar. Racionalmente não encontro nenhuma razão para fazer isso. ...Neste momento, porém, a razão predominante em minha mente é que em verdade não considero que valha a pena viver neste mundo, e eu estou preparado para morrer, e não desejo deixá-la sofrer sozinha nele. Pretendo matá-la de forma tão indolor quanto possível..."

Na noite do dia em que escreveu esta carta Whitman matou, não só sua esposa, como também a sua mãe. Na manhã seguinte ele se escondeu atrás de barricadas no topo de uma torre da Universidade do Texas com um rifle de caça equipado de luneta e, durante 90 minutos, atirou em tudo que se movia, quando finalmente mataram-no a tiros. Um exame post-mortem de seu cérebro evidenciou um glioblastoma, tumor altamente maligno, na área do núcleo amigdalóide.

GENÉTICA E AGRESSIVIDADE
Geneticamente podemos dizer da fisiopatologia da agressão que, de fato, não se trata de um traço de personalidade invariavelmente herdado, mas os fatores de influência na agressão podem ser, seguramente, transmitidos geneticamente. Tais fatores incluem o perfil de atividade hormonal, os limiares de ativação das estruturas cerebrais e, evidentemente, as epilepsias geneticamente transmitidas.

Em cães, é bem sabida a potencialidade agressiva de determinadas linhagens, entretanto, nos seres humanos, tendo em vista as inúmeras variáveis ambientais e culturais essa conclusão não tem sido possível.

A citogenética tem permitido uma eficiente identificação dos cromossomos humanos e algumas alterações relacionadas ao comportamento mais agressivo. Somente um, entre os 23 pares de cromossomos, difere os machos das fêmeas: a mulher tem um par igual (XX) enquanto o homem tem um cromossomo igual ao da mulher (X) e um outro diferente (Y), portanto, o XY, característico do sexo masculino, determina a distribuição hormonal e as demais características do homem. No estudo da agressão tem particular interesse uma anomalia cromossômica caracterizada por um Y a mais, ou seja, um genótipo aberrante XYY ao invés do XY normal.

Numa população de prisioneiros violentos, Moyano encontrou uma incidência de 3,5% de homens XYY, enquanto na população geral é estimada uma incidência entre 0,7 e 0,2%. O mesmo autor termina seu trabalho concluindo que a configuração XYY se constitui num fator predisponente à conduta agressiva exagerada, embora não pareça ser um elemento exclusivo como determinante da mesma.

Neste sentido, poderia aventar-se a hipótese de que o cérebro dos sujeitos portadores de um cromossomo Y extra estaria semi-programado para a conduta agressiva e anti-social, mas que esta só se manifestaria, em toda sua amplitude, quando se somasse uma série de elementos ambientais adversos. Ainda que esta anomalia cromossômica possa, de fato, estar associada à agressividade e violência, não se trata aqui de doença mental.

Os opositores da hipótese XYY para a agressividade argumentam que a maior estatura e maior compleição dos portadores dessa anomalia favoreceriam, psicodinamicamente, uma tendência à agressão. Isso se daria em decorrência da maior possibilidade de êxito social através da violência, já que, normalmente, são indivíduos mais fortes. Além disso, tais pessoas são bastante estimuladas ao comportamento violento pelo fato de despertarem, nos demais, a expectativa de atuação agressiva. A sociedade atribui naturalmente aos fortes um papel social de homens mais capazes fisicamente.

HORMÔNIOS E AGRESSIVIDADE
Em relação à relação da agressão com hormônios, a testosterona tem sido o hormônio sexual mais importante. Experimentos têm demonstrado que a agressividade determinada pelo isolamento prolongado pode ser diminuída com tratamento a base de estrogênio e, em menor proporção, com progesterona. As relações entre agressividade e impulso sexual têm merecido especial destaque por parte dos pesquisadores, notadamente em relação à morfologia e função do diencéfalo, área que parece controlar a secreção gonadal dos hormônios sexuais.

Fimose





Fala-se em fimose quando o prepúcio (uma dobra de pele e membrana mucosa retrátil que cobre a extremidade do pênis) não pode ser completamente retraído para expor totalmente a glande (”cabeça” do pênis). O prepúcio normal geralmente recobre a glande quando o pênis está flácido e se retrai quando ele está ereto, deixando a glande à mostra. A dificuldade em expor a glande ocorre quando o prepúcio possui uma abertura muito pequena para a passagem da glande.

No bebê, existe naturalmente uma aderência do prepúcio à glande (fimose fisiológica), a qual desaparece na grande maioria dos meninos até os 3 anos de idade.

Incidentalmente, chama-se parafimose à situação em que a glande é exposta apesar da dificuldade, mas não consegue novamente ser recolhida, causando um estrangulamento da glande (impedindo o fluxo venoso e linfático) ou impedindo a higiene adequada.

Deve lembrar-se que a circuncisão (remoção cirúrgica da prega de pele que envolve a glande), prática usada para corrigir a fimose, tem implicações culturais e religiosas importantes e existe há mais de cinco mil anos, tendo um aspecto ritual entre egípcios, gregos e hebreus.

O problema pode ser de origem congênita ou adquirida, acontecendo na criança e no adulto. As causas principais da fimose adquirida são cicatrizes devido a inflamações ou infecções (ou simplesmente assaduras intensas e persistentes) que retraem a pele, deixando o anel do prepúcio mais estreito.

A fimose pode causar dor ao urinar, ardência, acúmulo de secreções, inchaço, dor e desconforto durante as relações sexuais. Quando ocorre a parafimose (condição na qual o prepúcio se retrai com dificuldade, mas não consegue voltar à sua posição normal) pode-se ter inchaço e aumento da glande, podendo ocorrer necrose da glande (devido a uma grande diminuição do suprimento sanguíneo para esta região do corpo).

O diagnóstico da fimose é feito basicamente pela inspeção local. A fimose deve ser diferençada de outras enfermidades do pênis que possam se confundir com ela. Um médico pediatra, cirugião pediátrico ou urologista pediátrico, no caso de crianças, deve ser consultado. Em adultos, esta condição pode ser avaliada pelo urologista.

Geralmente a fimose deve ser removida por meio de cirurgia de circuncisão ou pela prepucioplastia (tratamento da fimose sem a retirada do prepúcio), conduzida por um urologista. Estas intervenções podem ser feitas no próprio consultório ou em day clinic, usando anestesia local.

A prepucioplastia é mais conservadora do que a circuncisão e permite o tratamento da fimose sem a retirada do prepúcio. Se a fimose existe desde pequeno, a cirurgia deve ocorrer entre os sete e dez anos e terá por objetivo melhorar a higienização, prevenir infecções e tornar as relações sexuais mais cômodas na vida adulta. A idade ideal para a cirurgia ainda é motivo de discussão entre os especialistas.

A parafimose, uma complicação da fimose, constitui um quadro que deve ser atendido prontamente, pelo risco de necrose da glande. Pode ser tentada a redução manual, após a aplicação de anestesia local e, se isso não produzir resultado, o paciente deve ser encaminhado para a cirurgia.

Deve-se fazer uma adequada higiene local, para evitar assim as infecções ou inflamações do prepúcio.

Não devem ser praticados (principalmente em crianças) exercícios que visem foçar a retração do prepúcio, porque isso pode causar pequenos traumatismos ou ferimentos, cujas cicatrizes pioram o problema, ao invés de solucioná-lo.

Uma complicação possível da fimose é a parafimose.

A parafimose acontece quando um prepúcio apertado é retraído (atrás da cabeça do pênis) e então fica aderido, não permitindo que ele volte à condição anterior. Isto pode causar inchaço, dor e perda do fluxo de sangue à extremidade do pênis. Se o prepúcio não pode ser empurrado para trás em sua posição natural, uma lesão séria pode acontecer.

sábado, 15 de setembro de 2012

Difteria





A difteria (ou crupe) é uma doença infectocontagiosa causada pela toxina do bacilo Corynebacterium diphiteriae, que provoca inflamação da mucosa da garganta, do nariz e, às vezes, da traqueia e dos brônquios. Ela cria uma pseudomembrana brancoacinzentada no fundo da boca, que recobre as amígdalas e dificulta ou até mesmo impede a respiração.

O bacilo Corynebacterium diphteriae geralmente limita sua infecção à faringe, mas pode estender-se às fossas nasais, laringe, traqueia e brônquios. Tem efeitos sistêmicos danosos ou mortais, graças à disseminação de sua poderosa toxina. Entre outros, ela provoca um edema das mucosas orofaríngeas que pode causar obstrução respiratória e levar à asfixia. A enfermidade é mais comum na infância.

O Corynebacterium diphiteriae é transmitida de pessoa a pessoa através de gotículas de secreção eliminadas por tosse, espirro ou pela fala. A transmissão também pode se dar através do consumo de leite cru. A transmissão através de objetos contaminados é rara. O período de incubação da doença é de cerca de um a seis dias, podendo ser mais longo.

O sintoma mais típico da difteria é o aparecimento de placas pseudomembranosas branco acinzentadas, aderidas às amígdalas e órgãos adjacentes. A faringite produzida pelo Corynebacterium diphiteriae causa sintomas gerais, como mal-estar, febre, dor de garganta, coriza nasal, tosse, fadiga, dificuldades de deglutir, manchas avermelhadas na pele, cianose e náuseas. Os gânglios linfáticos do pescoço tornam-se muito inchados e aumentam as dificuldades de deglutir e respirar. A elevação da frequência dos batimentos do coração pode causar parada cardíaca. Pode haver paralisia dos olhos, pescoço, garganta ou músculos do aparelho respiratório e agravamento da infecção, com toxemia, prostração e asfixia mecânica.

Antes das vacinas, a difteria era considerada uma epidemia mortífera. A toxina liberada causa danos à distância no fígado, rins, coração e nervos.

Quase sempre o diagnóstico da difteria é clínico e pode ser confirmado pela cultura e observação microscópica do agente patogênico e pela identificação bioquímica da toxina ou do teste imunológico específico.

Uma vez que seja suspeitado o diagnóstico, o tratamento deve começar imediatamente, mesmo antes que os exames laboratoriais o confirmem. O paciente deve ser afastado do convívio com outras pessoas e receber logo o soro antidiftérico. No controle da doença ou de suas eventuais complicações, podem ser utilizados antibióticos. Se houver obstrução do canal respiratório, pode ser necessária uma traqueostomia de emergência.

Hoje em dia, a principal prevenção é feita através da vacina. Em geral, ela é dada como vacina tríplice, associada às vacinas contra a coqueluche e o tétano.

O contato com indivíduos contaminados deve ser evitado.

A difteria é uma doença de notificação obrigatória.

A incidência da difteria é mais comum nos meses frios.

A difteria é uma doença grave, que requer atendimento médico imediato.

O prognóstico piora com:

• O passar do tempo da doença.

• A ocorrência de edema periganglionar (inchaço perto dos gânglios).

• Manifestações hemorrágicas.

• Placas extensas na orofaringe.

• Miocardite precoce e presença de insuficiência renal.

Atualmente, a doença é rara no Brasil, devido à vacinação maciça das crianças.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Quem, eu me preocupar?




Envelhecimento de apenas um neurônio pode afetar todo o cérebro

De acordo com um novo estudo desenvolvido na Inglaterra, uma célula do cérebro que envelhece pode afetar diversas das suas vizinhas. Os pesquisadores descobriram que neurônios envelhecendo em cérebros de ratos produzem substâncias que podem promover inflamação e alterações de DNA, prejudicando outras células da região.

Esse fenômeno também ocorre entre células da pele, mas antes se pensava que os neurônios envelheciam de forma diferente. “Esse estudo fornece um novo conceito de como dano pode se espalhar desde a primeira área afetada do cérebro até o cérebro inteiro”, explica o pesquisador Thomas von Zglinicki. “Nós agora precisamos descobrir se os mesmos mecanismos que nós detectamos nos cérebros de ratos também estão associados ao envelhecimento cerebral e a perda cognitiva em humanos”, completa o pesquisador.

A pesquisa foi desenvolvida na Newcastle University, no Reino Unido.

Hepatite C




Uma pesquisa norte-americana descobriu como o vírus da hepatite C sobrevive no corpo humano e mostrou como um novo medicamento pode funcionar no combate à doença.

Os médicos estimam que a maior parte dos pacientes passe meses ou até anos com a enfermidade sem que os sintomas se manifestem. Muitos não sabem que estão infectados. A longo prazo, a hepatite C provoca doença crônica do fígado e aumenta o risco de câncer.

O vírus usa material das células humanas para garantir sua sobrevivência. Ele liga uma molécula de suas células, chamada de "microRNA", a outra parecida das células do fígado humano. Com essa ligação, o vírus se estabiliza, se redroduz no fígado e mantém seu ciclo de vida.

“É um exemplo clássico de como os vírus subvertem funções normalmente benéficas da célula para seus próprios propósitos execráveis”, comentou o pesquisador Stanley Lemon, da Universidade da Carolina do Norte, em material de divulgação.

Para quebrar o ciclo de vida do vírus, o estudo publicado numa edição deste ano da revista científica da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, a “PNAS”, sugere o bloqueio da molécula do fígado "usurpada" pelo vírus.

Transmissível de várias formas, o vírus da Hepatite C vive até 15 dias dentro do vidro de esmalte!!!!!

A hepatite C é causada por um vírus transmitido principalmente pelo sangue contaminado, mas a infecção também pode passar através das vias sexual e vertical (da mãe para filho). O portador do vírus da hepatite VHC pode desenvolver uma forma crônica da doença que leva a lesões no fígado (cirrose) e câncer hepático.

No Brasil, há cerca de 3 milhões de pessoas infectadas pelo vírus da hepatite C. Não há vacina contra a doença.

A hepatite C é assintomática na maioria dos casos, ou seja, o portador não sente nada após a infecção pelo vírus. Em algumas situações, pode ocorrer uma forma aguda da enfermidade que antecede a forma crônica. Nesses casos, o paciente pode apresentar mal-estar, vômitos, náuseas, pele amarelada (icterícia), dores musculares. No entanto, a maioria dos portadores só percebe que está doente anos após a infecção, quando apresenta um caso grave de hepatite crônica com risco de cirrose e câncer no fígado.

O exame de escolha para diagnóstico da hepatire C é a pesquisa de anticorpos contra o vírus da hepatite C, o anti-VHC. Entretanto, muitas vezes, a enfermidade é diagnosticada durante exames de rotina ou durante a investigação de outras doenças.
Pessoas que receberam transfusões de sangue antes de 1993 devem fazer o teste anti-VHC porque, antes dessa data, o sangue das transfusões não era testado nem se conhecia o vírus.

O tratamento consiste na combinação de interferon (substância antiviral produzida por nosso organismo e que combate o vírus da hepatite C) injetável três vezes por semana associado a uma droga (ribaveriva) administrada por via oral por um tempo que varia entre seis meses e um ano. Esses medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo SUS.

Quando não há cirrose instalada, as chances de eliminação total do vírus do organismo variam entre 30% e 70%, dependendo do tipo de vírus, que pode pertencer a dois genótipos: 1 ou não-1.

No início do tratamento, os sintomas são semelhantes aos de uma gripe forte: dores no corpo, náuseas, febre. Perda de cabelo, depressão, vômitos, emagrecimento são outros sintomas possíveis. Ascite (barriga d’água), cansaço extremo, confusão mental podem ser sintomas do estado avançado da doença.

A cura (isso: TEM CURA!) é definida pela ausência de vírus no sangue seis meses depois do terminado o tratamento. As chances variam entre 40% a 60%, dependendo do tipo de vírus.

Recomendações

* Fique longe das bebidas alcoólicas, se é ou foi portador do VHC;

* Não utilize drogas injetáveis;

* Certifique-se de que todo o material utilizado para coleta de sangue seja descartável;

* Verifique se agulhas ou qualquer outro objeto que entre em contato com sangue é descartável ou está devidamente esterilizado;

* Leve seu próprio material quando for à manicure;

* Se quiser engravidar ou estiver grávida, faça o teste para saber se é portadora do vírus da hepatite C;

* Só faça sexo com preservativo;

* Tome as vacinas contra as hepatites A e B, a vacina contra gripe todos os anos e a vacina contra pneumonia, se é portador do VHC.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Farinha de coco pode ajudar a emagrecer e controlar o diabetes






O coco vem sendo assunto em todas as revistas e sites de dietas nos últimos meses. Depois do sucesso do óleo de coco, agora é a vez da farinha. Também conhecido como farelo de coco, a substância aparece na alimentação voltada para a perda de peso e controle do diabetes.

A farinha tem baixos níveis de gordura e possui propriedades que podem ajudar na perda de peso e controle de níveis de açúcar no sangue. Estudo publicado na revista especializada Innovative Food Science and Emerging Technlologies mostrou que a farinha de coco diminui o índice glicêmico dos alimentos e controla os níveis de colesterol das pessoas que a comem sem impedir a absorção de outros nutrientes. O produto pode ser consumido com frutas, iogurte, vitaminas ou substituindo farinha de trigo em receitas.

Se os pesquisadores conseguirem comprovar as propriedades benéficas da farinha de coco, ela pode se tornar a mais nova aliada na luta contra o diabetes.

Descolamento... de retina!






“Descolamento de retina” é o descolamento e a separação entre as camadas superficiais da retina, sensíveis à luz, e as camadas mais internas, de suporte e nutrição da retina. A retina é a parte do olho que contém as células que transformam os estímulos luminosos em impulsos nervosos.

A doença é mais comum após os 40 anos, em pessoas que possuam história familiar de deslocamento de retina, naquelas que sofram de miopia, glaucoma ou que tenham se submetido à cirurgia de catarata.

Usualmente ele é causado por traumas, movimentos muito bruscos, tumores, inflamações graves ou complicações do diabetes mellitus. A doença pode advir do processo de envelhecimento, quando a retração do humor vítreo danifica a retina e passa pelos rasgos ocasionados nela, provocando seu deslocamento.

Os principais sinais e sintomas do descolamento de retina são flashes de luzes, manchas escuras (roxas) se movendo (conhecidas como moscas volantes) e perda parcial da visão. Normalmente, essas sensações são muito desagradáveis, embora não doam.

A história médica e o exame clínico são essenciais. A queixa de estar “vendo” flashes de luz costuma ser o primeiro indício de descolamento de retina. O exame com um oftalmoscópio permite ver a parte de trás do olho e diagnosticar o descolamento de retina. A ultrassonografia do olho ajuda na análise da retina, sob vários ângulos. A angiografia também pode ajudar a visualizar a retina e detectar o descolamento. A acuidade visual deve ser analisada, juntamente com um exame de campo visual.

O descolamento de retina deve ser tratado com urgência, sob o risco de levar à perda total e irreversível da visão, por morte e degeneração da retina.

Em casos iniciais, a aplicação do laser “cola” as bordas da lesão e bloqueia o descolamento, fazendo com que os tecidos adjacentes adiram uns aos outros. Contudo, a cirurgia constitui técnica comum de tratar o descolamento da retina. As cirurgias costumam ser associadas à aplicação do laser, para “soldar” o descolamento. Em todos os casos, o tratamento deve ser conduzido por um oftalmologista experiente.

Como prevenir o descolamento de retina?

• Proteja os olhos de modo a prevenir um trauma ocular.

• Procure não fazer movimentos bruscos com a cabeça, como nos esportes radicais, por exemplo.

• Controle sempre a sua glicose, se você tem diabetes.

• Consulte regularmente um oftalmologista, se você se inclui entre as pessoas que têm fatores de risco.

O tratamento do descolamento de retina raramente apresenta resultado excelente, mas muitas vezes a sequela que fica é tão mínima que nem chega a ser percebida.

O repouso e a manutenção das posições de cabeça indicados pelo médico são essenciais.

Em alguns casos podem ser necessárias várias cirurgias, em outros não é possível restabelecer os prejuízos causados à visão. Mesmo com o tratamento e o retorno da retina à sua posição normal, costuma haver uma perda parcial da visão.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Colite ulcerativa





A colite ulcerativa é uma doença inflamatória que atinge a mucosa do intestino grosso e que se acompanha de úlceras do cólon. É uma doença de curso irregular, que tem períodos de acalmia e exacerbação dos sintomas. Devido ao seu nome, geralmente é confundida com a síndrome do colon irritável.

Ela possui também similaridades sintomáticas com a doença de Crohn, que também é uma doença inflamatória intestinal, mas se diferencia dela porque a doença de Crohn pode acometer qualquer ponto do trato digestivo e se caracteriza por uma inflamação em todas as camadas da parede do intestino, enquanto que a colite ulcerativa ataca somente o cólon e o reto.

Esta condição afeta os dois sexos, entre os 15 e 30 anos ou depois dos 60 anos.

Acomete mais as pessoas de raça branca que as de raça negra ou os orientais e incide mais em judeus que em não judeus. Em um terço dos casos todo o cólon está afetado e nos restantes ele só está comprometido parcialmente. A doença geralmente começa nas proximidades do reto e pode se estender pelo intestino grosso em sua totalidade. A colite ulcerativa tem etiologia sistêmica e leva a muitos outros sintomas fora do intestino.

As causas da colite ulcerativa não são inteiramente conhecidas, embora se presuma haver componentes causais genéticos e autoimunes predominantes. Os fatores tidos como de risco incluem um histórico familiar da doença. Sabe-se que os sintomas da doença podem ser agravados por fatores ambientais (alimentos que contenham fibras insolúveis, condimentos picantes, leite e derivados, bebidas fermentadas), mas não existem alimentos que possam melhorar o quadro clínico.

A colite ulcerativa tem um curso variável e irregularmente oscilante, alternando períodos sintomáticos intensos com períodos sem quaisquer sintomas. Nas fases ativas, os sintomas dependem da intensidade das lesões, mas o principal deles é uma diarreia sanguinolenta de má absorção, de surgimento gradual, acompanhada de dores abdominais do tipo cólica, febre, náuseas e vômitos. O tenesmo costuma também estar presente (vontade de evacuar, mesmo após a evacuação, com a sensação de que o reto ainda contém fezes, principalmente logo após as refeições). Pode ainda existir fissuras anais (em cerca de 15% dos casos) ou abscessos retais.

Ao longo do tempo de evolução da doença, pode surgir desnutrição, perda de peso, megacólon tóxico, perfuração do cólon e peritonite. O risco de câncer do cólon fica muito aumentado quando todo o cólon está acometido, condição conhecida como pancolite. Muitas pessoas apenas apresentam lesões mínimas e têm uma progressão lenta da doença. Em outras, ela progride rapidamente ou até mesmo pode ser fulminante. A colite ulcerativa pode ter manifestações extraintestinais: dores articulares, complicações de pele (eritema nodoso, pioderma gangrenoso) e, mais raramente, alterações oculares (uveítes, esclerites) e hepáticas.

Em princípio, o diagnóstico da colite ulcerativa é feito pela história médica e exame clínico do paciente e complementado por estudos de imagem (retossigmoidoscopia, colonoscopia, exames radiológicos contrastados). Outros exames podem ainda ser de ajuda, tais como, hemograma completo, proteína C-reativa (PCR), velocidade de hemossedimentação (VHS), marcador sorológico ANCA. O diagnóstico deve ainda estabelecer a distinção nem sempre fácil entre a colite ulcerativa e a doença de Crohn.

Além de outras diferenças, a colite ulcerativa compromete apenas a mucosa do cólon, enquanto a doença de Crohn afeta toda a espessura da parede intestinal. É importante eliminar outras condições que podem ser confundidas com a colite ulcerativa, como parasitoses intestinais (amebíase) ou gastroenterites. A biópsia do cólon pode ser útil para o estabelecimento do diagnóstico definitivo. A colonoscopia é importante para detectar um possível câncer intestinal.

Não há cura definitiva para a colite ulcerativa, mas os tratamentos possíveis podem aliviar os sintomas e evitar as complicações. Os tratamentos disponíveis incluem derivados da sulfa como a messalazina ou ácido 5-aminossalicílico, corticoides ou agentes imunossupressores. A remoção cirúrgica parcial ou total do intestino grosso às vezes chega a ser necessária em casos graves e pode possibilitar a cura da doença.

Não há como prevenir-se a colite ulcerativa, mas sim aliviar os seus sintomas:

• Manter uma dieta pobre em lipídios, fibras longas e substâncias irritantes do cólon.

• Evitar a ingestão de condimentos picantes.

• Evitar leite e derivados porque esses alimentos podem aumentar a fermentação intestinal.

• Não tomar bebidas fermentadas, como vinho, cerveja e champanhe. Os destilados são permitidos.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Obesidade e pedras nos rins




O aumento da obesidade e da má nutrição pode ter gerado um aumento nos casos de pedras nos rins na população adulta. Segundo estudo realizado na Universidade da Califórnia, em parceria com a Rand Corporation, ambas nos Estados Unidos, mostrou que o número de adultos com pedras nos rins quase dobrou desde 1994.

Os especialistas explicam que a baixa ingestão de fluidos e o consumo elevado de sódio, bem como de gorduras de origem animal e proteínas, pode contribuir para o surgimento de peras nos rins. Controlar a alimentação, evitando alimentos gordurosos e se hidratar muito, assim como consumir água com suco de limão, ajuda na prevenção. O sumo do limão aumenta o nível de citratona urina, o que pode evitar a formação de peras nos rins. Alimentos como grãos, uvas, aipo, pimentão verde, framboesas vermelhas, morangos, marmelada e fígado são aliados na prevenção desse problema.

Equoterapia






Sempre queremos o melhor para nosso paciente e uma das melhores formas de tratamento é a Equoterapia, o que não dispensa outras.

A Equoterapia ou Equitação terapêutica faz o uso do cavalo para beneficiar nosso paciente ou como os equoterapeutas preferem chamar, nosso praticante. Este é um nome que por ele próprio traduz um dos fatores mais importantes da Equoterapia pois a pessoa interage, participa de seu tratamento e não apenas recebe-o passivamente.

Equoterapia é uma forma de tratamento não ligada apenas à fisioterapia mas sim a uma equipe interdisciplinar, composta por fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, fonoaudiologista, psicólogo, médico, educador físico, pedagogo, veterinário, professor de equitação, zoologista, enfim, todos os profissionais ligados à saúde, educação e equitação, que visa o tratamento biopsicosocial de forma global e não segmentada como é a maioria dos tratamentos.

Existe uma explicação no porquê do uso do cavalo e é claro um animal adequado a ser utilizado. O mais indicado é um animal acima de cinco anos de idade, que tenha entre 1,40 e 1,50 metros de altura, dócil, bem aprumado, com uma andadura ritmada, cadenciada, simétrica e macia, pois assim sendo o cavalo ao andar promove ao cavaleiro um movimento tridimencional, para frente e trás, para os lados, para cima e para baixo e também um componente rotacional.

Todos estes movimentos por si só são de extrema importância, são estímulos que geram de 1 à 1,25 ajustes tônicos por segundo (somando um total de 1800 à 2250 ajustes tônicos durante uma sessão que tem duração de trinta minutos) e muito se assemelham aos movimentos que ocorrem no corpo humano durante a marcha. Além disso o cavalo possui cheiro, cor, som, e diferentes texturas o que também serve como estímulos ao nosso praticante. É certo então que o passo do cavalo já traz benefícios mas não basta apenas montar o nosso praticante e fazer o animal andar, podemos fazer muito mais.

Como fisioterapeutas podemos lançar mão de técnicas específicas e materiais diversos com fins terapêuticos durante a sessão de Equoterapia, vale da criatividade de cada profissional. Se realizarmos nosso trabalho de maneira correta, eficaz, podemos ter diversos ganhos como: melhora do tônus, do equilíbrio, da postura, da coordenação, da conscientização corporal, fortalecimento e alongamento muscular, inibição de reflexos anormais, inibição de padrões patológicos, entre outros. Além do trabalho no picadeiro, cabe ainda ao fisioterapeuta dentro de uma equipe de equoterapia, avaliar e reavaliar os praticantes, interpretar diagnósticos, analisar quadros clínicos, orientar a equipe nos estudos de caso, orientar os pais, traçar planos de sessão com objetivos específicos para cada praticante e demonstrar técnicas de manuseio aplicáveis durante o tratamento.

Algumas indicações para o tratamento de equoterapia são:

- Traumatismo crânio-encefálico;
- Traumatismo raqui-medular;
- Síndrome de down;
- Atraso na fala e cognição;
- Acidente vascular cerebral;
- Atraso no desenvolvimento;
- Encefalopatia crônica não-progressiva;
- Autismo infantil;
- Depressão;
- Patologias ortopédicas congênitas ou adquiridas;
- Disfunção sensório motora;
- Outras...