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quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Retardo Mental



Antes de sua leitura, sugiro que se desprenda dos preconceitos com palavras: deficiência mental ou retardo mental que podem ser considerada como sinônimos.

Em outubro de 2003, o total de síndromes genéticas associadas a retardo mental chegou a 1.149. Considerando-se o conjunto das causas genéticas ou ambientais e congênitas ou adquiridas de retardo mental, a avaliação diagnóstica atual é capaz de
esclarecer a etiologia em 50 a 70% dos casos

- Crianças com retardo mental têm habilidades intelectuais abaixo da média;

- O déficit se inicia antes dos 18 anos de idade;

- Causa problemas no funcionamento diário, na comunicação, na interação social, nas habilidades motoras, nos cuidados pessoais e na vida acadêmica;

- Prevalência: 1-2%.

Os tipos de retardo mental são três: leve (podendo chegar a levar uma vida normal quando adultos e exercer um trabalho), moderado (exige mais cuidados, precisarão de auxílio por toda a vida e sua vida acadêmica também é limitada) e grave (problemas intelectuais, funcionais e motores muito sérios).

Fala-se que um indivíduo tem um retardo mental quando a sua capacidade intelectual é significativamente inferior àquela tida como normal, levando a restrições significativas de suas habilidades adaptativas. O transtorno normalmente está presente desde o nascimento, manifestando-se antes dos 18 anos de idade. Esta condição é irreversível, caracterizada pela dificuldade ou incapacidade de desenvolver uma comunicação normal, uma vida doméstica autônoma, dificuldades de relacionamentos interpessoais sociais simples, ausência de autossuficiência mesmo com os cuidados pessoais, habilidades limitadas para aprender e um mínimo de relação e sensibilidade comunitária. O quociente de inteligência (QI) fica abaixo de 70, podendo ser muito menor, na dependência da gravidade do problema.

O retardo mental costuma ser classificado segundo o seu nível de profundidade em:

• Retardo mental leve: QI entre 50 e 69.

• Retardo mental moderado: QI entre 35 e 49.

• Retardo mental severo: QI entre 20 e 40.

• Retardo mental profundo: QI inferior a 20.

Pessoas com um QI entre 70 e 84, embora tenham uma inteligência baixa, não são consideradas retardadas.

O retardo mental pode ser congênito ou adquirido. Entre as condições genéticas, devido a erros cromossomiais, estão a síndrome de Down e a fenilcetonúria, por exemplo. Várias condições da mãe durante a gestação, como o uso de certas drogas (lícitas ou ilícitas), consumo excessivo de álcool, radioterapia, má nutrição e doenças como a toxoplasmose, a infecção por citomegalovírus, a rubéola, a sífilis e a AIDS podem contribuir para o retardo mental da criança. Da mesma forma, o baixo peso ao nascer, as dificuldades durante o trabalho de parto, traumatismos ou baixa concentração de oxigênio durante o parto podem lesar o sistema nervoso e causar retardo mental, que também pode ser causado após o nascimento por enfermidades ou condições que afetem a integridade do cérebro (meningites, encefalites, catapora, sarampo, intoxicações, traumas, etc). A desnutrição e a falta extrema de experiências culturais e ambientais existentes em ambientes muito primitivos também podem causar retardo mental. Em muitas situações, a causa do retardo mental em um caso específico permanecerá desconhecida.

Os sinais e sintomas do retardo mental dependem da profundidade do transtorno e do nível de exigências feito pelo ambiente sobre o indivíduo. Pessoas com retardos mentais leves podem levar uma vida relativamente normal, mostrando apenas, desde crianças, uma maior lentidão em seus aprendizados ou impossibilidade de adquirir aprendizados de alta complexidade. Chegam a ler e escrever e compreender textos e são capazes de uma vida autônoma, embora simplória. As pessoas com retardos mentais profundos não são capazes de aprender e de se adaptarem às situações e nem mesmo conseguem ter cuidados corporais mínimos. Dependem, para tudo, de outra pessoa. Entre esses extremos, existe uma grande variação.

O diagnóstico da existência de um retardo mental pode necessitar de testes cognitivos sofisticados ou ser tão evidente que se capta à primeira impressão. O teste mais conhecido é o de QI (quociente de inteligência), que avalia a relação entre o desempenho intelectual e a idade cronológica da pessoa. O diagnóstico da natureza do retardo mental deve começar por uma detalhada história clínica e exame físico. Tanto devem ser reconhecidas as causas da deficiência, como os déficts e potencialidades da pessoa em causa. No entanto, mais importante que determinar o valor numérico do QI (embora isso também deva ser feito) é determinar as habilidades de comunicação e de relacionamento interpessoal e o nível em que é possível levar uma vida doméstica autossuficiente, bem como as habilidades para o estudo, trabalho e lazer, uma vez que dois deficientes com o mesmo QI podem ser muito diferentes quanto a esses tópicos.

Por outro lado, o médico deve ter em conta que ao examinar uma pessoa com retardo mental encontrará vários sinais e sintomas das enfermidades que a causaram.

O retardo mental em si mesmo é irreversível, no entanto, algumas medidas devem ser adotadas com relação à pessoa retardada, na dependência do grau de profundidade do problema, indo desde um apoio intermitente, reservado só para situações específicas e mais complexas, até um apoio intensivo e constante, em todas as áreas da vida da pessoa com retardo mental. É importante não subestimar as capacidades da pessoa com retardo mental, porque a falta de estímulos pode fazer as deficiências parecerem maiores do que de fato são.

A mãe deve evitar todas as situações que agridam a evolução normal da gestação e causem dificuldades especiais para o parto, o que mostra a importância de acompanhamento médico nesses momentos.

O pediatra deve proceder a testes para diagnosticar enfermidades que levam ao retardo mental, como a fenilcetonúria, por exemplo, porque desde que diagnosticadas e tratadas precocemente, podem evitar esse desfecho.

O retardo mental é estável, desde o seu estabelecimento.

A expectativa de vida das pessoas com retardo mental tende a ser mais curta que a das demais pessoas, seja por motivos biológicos, seja porque elas têm menores capacidades defensivas ante as agressões da vida.

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