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quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Colite ulcerativa
A colite ulcerativa é uma doença inflamatória que atinge a mucosa do intestino grosso e que se acompanha de úlceras do cólon. É uma doença de curso irregular, que tem períodos de acalmia e exacerbação dos sintomas. Devido ao seu nome, geralmente é confundida com a síndrome do colon irritável.
Ela possui também similaridades sintomáticas com a doença de Crohn, que também é uma doença inflamatória intestinal, mas se diferencia dela porque a doença de Crohn pode acometer qualquer ponto do trato digestivo e se caracteriza por uma inflamação em todas as camadas da parede do intestino, enquanto que a colite ulcerativa ataca somente o cólon e o reto.
Esta condição afeta os dois sexos, entre os 15 e 30 anos ou depois dos 60 anos.
Acomete mais as pessoas de raça branca que as de raça negra ou os orientais e incide mais em judeus que em não judeus. Em um terço dos casos todo o cólon está afetado e nos restantes ele só está comprometido parcialmente. A doença geralmente começa nas proximidades do reto e pode se estender pelo intestino grosso em sua totalidade. A colite ulcerativa tem etiologia sistêmica e leva a muitos outros sintomas fora do intestino.
As causas da colite ulcerativa não são inteiramente conhecidas, embora se presuma haver componentes causais genéticos e autoimunes predominantes. Os fatores tidos como de risco incluem um histórico familiar da doença. Sabe-se que os sintomas da doença podem ser agravados por fatores ambientais (alimentos que contenham fibras insolúveis, condimentos picantes, leite e derivados, bebidas fermentadas), mas não existem alimentos que possam melhorar o quadro clínico.
A colite ulcerativa tem um curso variável e irregularmente oscilante, alternando períodos sintomáticos intensos com períodos sem quaisquer sintomas. Nas fases ativas, os sintomas dependem da intensidade das lesões, mas o principal deles é uma diarreia sanguinolenta de má absorção, de surgimento gradual, acompanhada de dores abdominais do tipo cólica, febre, náuseas e vômitos. O tenesmo costuma também estar presente (vontade de evacuar, mesmo após a evacuação, com a sensação de que o reto ainda contém fezes, principalmente logo após as refeições). Pode ainda existir fissuras anais (em cerca de 15% dos casos) ou abscessos retais.
Ao longo do tempo de evolução da doença, pode surgir desnutrição, perda de peso, megacólon tóxico, perfuração do cólon e peritonite. O risco de câncer do cólon fica muito aumentado quando todo o cólon está acometido, condição conhecida como pancolite. Muitas pessoas apenas apresentam lesões mínimas e têm uma progressão lenta da doença. Em outras, ela progride rapidamente ou até mesmo pode ser fulminante. A colite ulcerativa pode ter manifestações extraintestinais: dores articulares, complicações de pele (eritema nodoso, pioderma gangrenoso) e, mais raramente, alterações oculares (uveítes, esclerites) e hepáticas.
Em princípio, o diagnóstico da colite ulcerativa é feito pela história médica e exame clínico do paciente e complementado por estudos de imagem (retossigmoidoscopia, colonoscopia, exames radiológicos contrastados). Outros exames podem ainda ser de ajuda, tais como, hemograma completo, proteína C-reativa (PCR), velocidade de hemossedimentação (VHS), marcador sorológico ANCA. O diagnóstico deve ainda estabelecer a distinção nem sempre fácil entre a colite ulcerativa e a doença de Crohn.
Além de outras diferenças, a colite ulcerativa compromete apenas a mucosa do cólon, enquanto a doença de Crohn afeta toda a espessura da parede intestinal. É importante eliminar outras condições que podem ser confundidas com a colite ulcerativa, como parasitoses intestinais (amebíase) ou gastroenterites. A biópsia do cólon pode ser útil para o estabelecimento do diagnóstico definitivo. A colonoscopia é importante para detectar um possível câncer intestinal.
Não há cura definitiva para a colite ulcerativa, mas os tratamentos possíveis podem aliviar os sintomas e evitar as complicações. Os tratamentos disponíveis incluem derivados da sulfa como a messalazina ou ácido 5-aminossalicílico, corticoides ou agentes imunossupressores. A remoção cirúrgica parcial ou total do intestino grosso às vezes chega a ser necessária em casos graves e pode possibilitar a cura da doença.
Não há como prevenir-se a colite ulcerativa, mas sim aliviar os seus sintomas:
• Manter uma dieta pobre em lipídios, fibras longas e substâncias irritantes do cólon.
• Evitar a ingestão de condimentos picantes.
• Evitar leite e derivados porque esses alimentos podem aumentar a fermentação intestinal.
• Não tomar bebidas fermentadas, como vinho, cerveja e champanhe. Os destilados são permitidos.
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