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sábado, 30 de agosto de 2014

RX simples e RX contrastado


Uma radiografia simples baseia-se no fato de que um feixe de raios catódicos emitidos por uma ampola de raios X (por isso a radiografia é também chamada de Raios X) atravessa de modo diferente os diversos tecidos orgânicos até atingir uma película (“filme”) coberta com sais de prata, anteposta a eles, gerando imagens. Como esses raios atravessam com mais facilidade as partes aeradas e os tecidos moles do corpo (de menor densidade), chegam ao filme com maior intensidade e o impressionam mais fortemente na projeção desses órgãos, gerando registros mais escuros.

Os tecidos mais densos, como os ossos, por exemplo, os retém mais e eles chegam ao filme com menor intensidade e geram, na projeção desses órgãos, imagens mais claras. Depois de revelados, esses filmes mostram imagens dos órgãos em diferentes tons de cinza. Na verdade, as imagens projetadas correspondem a áreas de sombra dos raios X emitidos e os registros de órgãos com densidades muito próximas não geram imagens muito nítidas. Hoje em dia, embora ainda continue a ser usada, em muitos casos a radiografia simples é superada em qualidade como método de obtenção de imagens do interior do corpo pela tomografia computadorizada e pela ressonância magnética.

Em virtude de não ter uma densidade que o diferencie muito dos tecidos ao redor, nem sempre um determinado órgão ou estrutura se torna visível numa radiografia simples. No entanto, quando se precisa estudar esse órgão ou estrutura seus contornos podem se tornar visíveis pela introdução neles de substâncias (contrastes) que não se deixam atravessar pelos raios X.

A radiografia contrastada é indicada quando há necessidade de se investigar órgãos e estruturas que não sejam bem visualizados por meio das radiografias simples. Em geral as substâncias que funcionam como contraste preenchem cavidades ocas do organismo e assim permitem estudar a forma e as paredes delas. Dessa maneira, podem mostrar ulcerações, tumores, estreitamentos, dilatações, obstruções, morfologias, etc.

Elementos químicos pesados (de alta densidade), como o iodo ou o bário são introduzidos nos órgãos que se deseja visualizar, por meio de ingestão, injeção venosa ou outras vias. Esses contrastes são chamados baritados ou iodados, conforme o sal usado. Quando essas substâncias são ingeridas, elas preenchem as cavidades digestivas e as radiografias tomadas de imediato podem revelar eventuais anormalidades delas e de suas paredes. É o que acontece, por exemplo, com as radiografias do esôfago. Quando injetadas por via venosa essas substâncias só funcionam como contraste quando começam a serem excretadas e só então as radiografias devem ser tomadas. É o que acontece, por exemplo, com radiografias do aparelho urinário. Mas as substâncias podem ser introduzidas no organismo pela via anal (ânus), vaginal (vagina) ou uretral (uretra) para fornecer radiografias de órgãos relativos a essas vias, como cólons, útero ou bexiga, por exemplo.

As radiografias contrastadas mais solicitadas são: esôfago, estômago, duodeno, cólon, vesícula biliar, rins, árvore urinária, bexiga, útero. Algumas vezes se fazem também radiografias contrastadas especiais como, por exemplo, arteriografia cerebral, radiografia de medula espinhal ou das trompas uterinas.

A maioria das radiografias contrastadas não envolve riscos. Em algumas radiografias mais complexas, como a arteriografia cerebral, por exemplo, os riscos advêm mais do processo de preparação para tomar as imagens que das radiografias propriamente. Pode haver alguma reação rapidamente passageira ao contraste, como sensação de calor corporal, gosto metálico na boca, zonzeira, náuseas e vômitos. Pessoas hipersensíveis podem ter reações mais sérias, imediatas ou tardias, pelo que devem comunicar ao médico se já sofreram essas reações anteriormente ou se são alérgicas a alguma medicação. Reações graves, como insuficiências ou arritmias cardíacas são extremamente raras.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Mais zumbidos..


Uma publicação científica recente do "Journal of Otorhinolaryngology" dá conta de que há um crescimento progressivo dos casos de zumbido no decorrer dos últimos anos, inclusive em crianças e adolescentes.

Se, em 1995, a condição afetava 15% da população, em 2010 a prevalência (índice de casos, de uma forma mais popular) subiu para 25%, mostrando um futuro com perdas auditivas cada vez mais precoce.

Esse aumento pode estar associado com a exposição a ruídos e ondas eletromagnéticas, altamente vinculadas à explosão do número de usuários de smartphones e players digitais que ocorreu nas duas últimas décadas.

De qualquer modo, a condição também guarda relação com estresse e erros alimentares, que, do mesmo modo, se avolumaram nesse mesmo intervalo.

A publicação chama atenção de que em cerca de 90% das vezes, quando um adulto se queixa desse sintoma, já existe alteração de limiar tonal em, ao menos, uma das frequências sonoras na audiometria.

Os jovens, por sua vez, costumam perceber o incômodo antes que qualquer perda auditiva seja notada, o que dá espaço para alguma intervenção.

Na prática, portanto, o artigo deixa claro que a investigação precoce deve ser estimulada para "evitar problemas futuros", particularmente entre crianças e adolescentes.

Apesar de não haver uma cura definitiva bem estabelecida, o diagnóstico permite um melhor controle dos sintomas e, por que não dizer, dos fatores de risco, como o excessivo volume dos aparelhos eletrônicos dentro do ouvido dos jovens!

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Síndrome Metabólica


Chama-se síndrome metabólica a um conjunto de fatores individuais que aumentam muito o risco de desenvolver doenças cardiovasculares ou diabetes tipo 2.

Ela foi primeiramente aventada na década de 80, por um pesquisador chamado Reaven, o qual observou que doenças cardiovasculares frequentes estavam muitas vezes associadas à obesidade.

A síndrome metabólica parece se dever sobretudo a uma dieta desequilibrada associada a um estilo sedentário de vida e a fatores constitucionais do indivíduo.

Caracteriza-se pela observação de que condições como a obesidade, a hipertensão arterial, as alterações na glicose, nos triglicerídeos e no colesterol estão unidas por um elo comum, chamado resistência insulínica e relacionadas com doenças cardiovasculares.

Essa resistência corresponde à dificuldade que tem esse hormônio de exercer suas ações.

A insulina é responsável por passar a glicose do sangue às células, participando também do metabolismo das gorduras, além de ter outras funções.

As dificuldades de ação da insulina correspondem a um conjunto de doenças que têm como base comum a resistência insulínica.

O conjunto de sintomas da síndrome metabólica está intimamente correlacionado e uns levam aos outros, formando um ciclo complexo e difícil de ser interrompido.

Do mesmo modo, a melhoria de um deles implica em melhoria dos outros.

Os dados constituintes da síndrome, que em si já são patológicos (obesidade, hipertensão, alterações dos níveis da glicose sanguínea, dos triglicerídeos, do colesterol e a presença de albuminúria), podem ainda desencadear infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2, insuficiência renal, cataratas, etc.

Além disso, aumenta a coagulação sanguínea e as consequências decorrentes dela.

Não há um critério unanimemente aceito em todas as partes do mundo para definir a síndrome.

No Brasil existe o Consenso Brasileiro sobre Síndrome Metabólica, documento referendado por diversas entidades médicas e que a define mediante a presença de pelo menos três de cinco pontos:

•Obesidade central: circunferência da cintura superior a 88 centímetros na mulher e 102 centímetros no homem.
•Hipertensão arterial: pressão arterial sistólica maior que 130 mmHg e pressão diastólica maior que 85 mmHg.
•Glicemia: acima de 110 mg/dl ou diagnóstico de diabetes mellitus.
•Triglicerídeos: maior que 150 mg/dl, dosados no sangue.
•HDL colesterol (“colesterol bom”): abaixo de 40 mg/dl em homens e de 50 mg/dl em mulheres, dosado no sangue.

Alguns pesquisadores acrescentam, ainda, a albuminúria, que é a perda de albumina na urina.

Cada componente da síndrome deve ser tratado individualmente, para diminuir os riscos de eventos cardiovasculares.

É fundamental uma mudança do estilo de vida para um modo mais saudável, mesmo que menos prazeroso. Deve-se promover a perda de peso, evitar o fumo e realizar atividades físicas orientadas.

Em alguns casos pode ser feito uso de medicações, sob orientação médica, para controlar a hipertensão, os níveis de colesterol, de açúcar e outros sinais ou sintomas.

Os indivíduos acometidos pela síndrome metabólica estão mais sujeitos às doenças cardiovasculares e ao diabetes tipo 2 e têm uma menor expectativa de vida.

É importante formar hábitos alimentares saudáveis desde a infância, controlar o peso, fazer exercícios físicos, não fumar e manter controle laboratorial sobre os níveis de colesterol, glicose e triglicerídeos.

As pessoas acometidas pela síndrome metabólica estão sob o risco de morte por problemas cardiovasculares duas a três vezes maior que a população geral.

A síndrome metabólica também aumenta o risco de diabetes tipo 2 e das complicações decorrentes desta patologia.

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Anosmia


Anosmia é o termo técnico que se usa para referir-se à perda total do olfato.

A simples diminuição dele é chamada de hiposmia, a olfação ultrassensível é dita hiperosmia e as sensações alteradas do olfato são nomeadas disosmias.

Geralmente consideramos nossa olfação como coisa garantida e nem nos damos conta do papel que ela tem nas nossas vidas. Contudo, basta que ela nos falte para percebermos sua importância.

A anosmia (ou a hiposmia) pode ser transitória ou permanente.

A anosmia transitória perdura apenas por certo tempo, podendo ser tratada e tem cura.

A outra, não.

Para que se perceba os odores das coisas é necessário que elas desprendam partículas que penetrem pelas narinas e atinjam as células olfativas, gerando estímulos que são transmitidos ao cérebro.

Lá, eles são decodificados e reconhecidos como odores.

Qualquer distúrbio que interfira nesse mecanismo leva a alterações na olfação.

A anosmia transitória pode ser causada por obstrução nas fossas nasais ou por uma inflamação na língua.

Às vezes também pode ocorrer por uma lesão passageira do nervo olfativo ou de outras doenças.

Uma causa frequente e comum de anosmia transitória é a gripe.

Alguns medicamentos, como anfetaminas, estrogênio, nafazolina, fenotiazinas, reserpina e o uso prolongado de descongestionantes nasais podem causar esse efeito.

A anosmia permanente, por seu turno, geralmente é causada por lesão grave e irreversível dos nervos olfativos, em função de traumas, infecções, tumores, radioterapia, intoxicação por chumbo, cirurgia nasal ou nos seios da face, envelhecimento, traqueostomia, pólipos e deformidades do septo nasal, mas pode também ser congênita ou genética.

As doenças de Alzheimer e Parkinson cursam com uma diminuição significativa do olfato, que pode ser o primeiro sintoma dessas doenças.

A anosmia é um sintoma e não uma doença, sendo uma consequência de alguma doença ou de alguma condição que levou a este sintoma.

O sintoma definidor da anosmia é a incapacidade de sentir odores, mas a anosmia também prejudica o paladar, pois 80% do sabor depende do olfato.

Sem o olfato, a pessoa anósmica não pode diferenciar, por exemplo, um café sem açúcar de um purgante, já que os dois são amargos e são percebidos igualmente pelo paladar.

Esse distúrbio do paladar pode levar a um desinteresse por comer, com consequente perda de peso.

O médico começa a diagnosticar a anosmia a partir das queixas de perda de olfato e das alterações do paladar, mas pode proceder a exames endoscópicos das fossas nasais e a exames de imagens que ajudam a esclarecer as causas dessa condição.

Existem também kits com múltiplos odores que ajudam o doente a perceber e a qualificar seu tipo de perda olfativa.

O tratamento da anosmia depende de sua causa. As congestões nasais podem ser tratadas de maneira simples com spray de vasoconstritores nasais.

No caso de haver infeções virais ou alergias, essas situações devem ser tratadas.

Os pólipos nasais podem requerer tratamento cirúrgico.

Grande parte das anosmias ou hiposmias é transitória e depende da evolução das doenças que as causa.

Em casos de lesões definitivas do mecanismo olfativo as anosmias ou hiposmia podem ser irreversíveis.

A anosmia pode ter consequências graves e até fatais para seus portadores ao não lhes permitir reconhecer os odores de substâncias estragadas, como um leite azedo, ou do vazamento do gás de cozinha, por exemplo.

Por isso, essas pessoas devem ter atenção redobrada para evitar situações de risco.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Glossite


Glossite é uma inflamação ou infecção aguda ou crônica da língua.

A glossite pode ocorrer como um distúrbio primário da língua ou por infecções bacterianas ou virais, irritação mecânica, ferimentos, salivação escassa e exposição a substâncias irritativas ou, ainda, por doenças sistêmicas como anemias, aftas, sífilis, deficiência de vitamina B, entre outros fatores.

A glossite se caracteriza clinicamente por alterações da língua como inchaço, dolorimento, mudança da coloração (pálida nas anemias, vermelho nas deficiências de vitamina B), perda das papilas gustativas e dificuldade de mastigar, engolir e falar.

O diagnóstico de glossite é eminentemente clínico, feito por meio de uma cuidadosa história clínica e exame físico. Esse exame mostrará uma língua inchada, inflamada e lisa. Pode também ser feito um exame de sangue para esclarecer as causas ou intercorrências clínicas.

O tratamento da glossite visa reduzir o processo inflamatório e pede a realização de uma boa higiene bucal, o uso de corticoides tópicos, orais ou injetáveis e, quando a causa for infecciosa, de medicamentos antifúngicos ou antibióticos.

Nos casos em que houver enfermidades sistêmicas, elas devem ser tratadas pelos meios próprios. Devem ser evitados o uso de tabaco, bebidas alcoólicas e alimentos quentes ou apimentados.

A glossite geralmente responde bem ao tratamento, se a causa da inflamação for eliminada.

Em alguns casos, a língua pode assumir proporções gigantescas quando há um inchaço severo da língua e a glossite pode se tornar uma emergência médica porque a língua pode bloquear as vias aéreas.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Estado Vegetativo


O estado vegetativo é uma desordem quantitativa da consciência em que os pacientes permanecem num estado rebaixado de consciência, em vez de consciência plena, podendo conservar, no entanto, algumas funções autônomas e cerebrais como a respiração, a deglutição e a excreção.

O paciente fica em um estado de vigília, mas não está propriamente consciente e não tem a capacidade de percepção, apreensão, crítica e interação, não sendo capaz de usar a linguagem ou a memória.

Ele é fruto de um dano grave ao córtex cerebral que controla o pensamento e a personalidade.

Os danos ao córtex cerebral que levam ao estado vegetativo podem ser causados por traumas, privação de oxigênio ou por doenças que afetam gravemente o cérebro.

Pode também estar presente em casos de anencefalia ou de agravamento de processos neurológicos degenerativos.

Muitas vezes o estado vegetativo é uma evolução do estado de coma.

Geralmente a pessoa em estado vegetativo parece acordada e tem reflexos, mas não tem consciência do ambiente que a cerca e é incapaz de sentir dor.

Se esses pacientes emergem do estado de coma, parecem ter acordado, mas, no entanto, não dão qualquer sinal de haver recuperado a consciência e nem há nenhum comportamento intencional em resposta a estímulos externos.

Uma pessoa em estado vegetativo conserva algumas funções autônomas e cerebrais como a respiração e a deglutição espontânea e até mesmo apresenta reações a ruídos muito altos, rigidez e espasmos dos membros superiores e inferiores.

O paciente pode manter os olhos abertos, mas não dirige o olhar a nenhum estímulo específico e geralmente conserva intactos os ciclos sono-vigília (ainda que muito irregulares).

Ocasionalmente, pode até fazer caretas, chorar ou rir, mas não falam e são incapazes de responder a comandos.

O diagnóstico correto do estado vegetativo depende de uma observação clínica atenta e prolongada.

O esclarecimento das causas do estado vegetativo deve ser feito por meio de exames laboratoriais e técnicas de imagens, os quais podem variar em cada caso, mas em geral incluem exames de sangue e urina, radiografias, tomografia computadorizada, ressonância magnética, eletroencefalograma e punção lombar.

O estado vegetativo requer um controle dos sinais vitais da pessoa.

É importante determinar tão cedo quanto possível a causa desta condição para que ela seja tratada, sempre que possível.

Quando o estado vegetativo se estabiliza, o tratamento passa a consistir em assegurar nutrição adequada, prevenir infecções e escaras.

Durante o estado vegetativo deve-se cuidar da prevenção de escaras, pneumonias e outras infecções e manter uma nutrição bem balanceada.

Uma assistência fisioterápica deve ser instituída desde o início para prevenir contraturas e deformidades osteoarticulares.

O estado vegetativo pode durar vários anos e não há como prever em cada caso específico se o paciente se restabelecerá ou não.

Em parte, se o paciente vai se recuperar ou não, depende da causa do problema e do local e extensão dos danos causados ao cérebro.

domingo, 24 de agosto de 2014

Expectativas...


Expectativa da compra pode ser mais prazerosa que a própria compra!

Você já desejou muito alguma coisa e, no quando finalmente a conseguiu, aquilo pareceu não ter mais a mesma graça? Pois saiba que isso é mais comum do que você imagina.

Segundo pesquisadores da Universidade de Missouri, nos Estados Unidos, pensar sobre as compras aumenta a felicidade momentânea nas pessoas materialistas, e como elas tendem a pensar um bocado sobre comprar, esses pensamentos fornecem injeções de ânimo frequentes.

Contudo, essas injeções de ânimo e melhoria de humor são momentâneas. Isso ocorre porque a ilusão de felicidade criada pela expectativa da compra se esvai logo que essa é realizada. Os pesquisadores ressaltam que as pessoas ainda sentem emoções positivas após fazerem as compras, mas essas são, geralmente, menos intensas do que no momento do desejo.

O estudo mostrou, também, que quanto mais materialista a pessoa for, maior será sua satisfação na expectativa pela compra. Além disso, essas pessoas são mais propensas a se endividarem.

sábado, 23 de agosto de 2014

Transtorno do Comer Compulsivo ou Trans. Compulsivo Alimentar (TCA)


Conhece-se pouco sobre o curso do Transtorno de Comer Compulsivo (TCC), caracterizado pelo consumo de grandes quantidades de alimento e perda do controle, sem o comportamento compensador como a indução de vômitos ou abuso de laxantes.

É um problema mais comum em mulheres, atingindo a prevalência de 1,8 a 2% da população. Freqüentemente está associado a outros transtornos principalmente de ansiedade.

Os tratamentos até agora empregados são feitos com os antidepressivos tricíclicos, inibidores da recaptação da serotonina, terapia comportamental-cognitiva, terapia interpessoal, programas para reduzir o peso corporal.

O presente trabalho acompanhou durante 3 a 6 anos 68 mulheres com TCC.

A média de idade encontrada foi de 29,3 anos. A duração média do TCC até o estudo foi de 11,6 anos e tempo médio de tratamento na pesquisa foi de 76,7 dias.

Mais da metade das pacientes já havia sido internada pelo menos uma vez para tratamento psiquiátrico.

Nos anos que se seguiram ao tratamento encontrou-se as seguintes respostas: melhora significativa durante o tratamento, pequeno declínio não substancial nos 3 anos seguintes.

A maioria das pacientes não apresentava diagnósticos de transtornos alimentares, 6% voltaram a ter TCC, 7,4% passaram a ter bulimia nervosa, outros 7,4% apresentavam transtornos alimentares não especificados. 57,4% tiveram evolução favorável.

Como essa patologia não está completamente definida outros grupos de estudo classificam-na com outras denominações como binge.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Nutrição


Os alimentos estão divididos em três grupos

Alimentos Energéticos: são os que fornecem energia para a realização de todos os trabalhos do nosso corpo, desde a manutenção de nossos batimentos cardíacos, até a realização de atividades física intensas. Carboidratos e Lipídeos fazem parte deste grupo de alimentos.

Alimentos Construtores: atuam na produção dos tecidos que estão em constante renovação como o cabelo, a pele, as unhas e os músculos. Os construtores também produzem anticorpos, transportam oxigênio e nutrientes para o sangue, além de regularem o equilíbrio da água. Os principais são as proteínas encontradas nas carnes, aves, peixes, ovos, leite e derivados, nozes, feijão, soja e lentilha.

Alimentos Reguladores: são os que ajudam a metabolizar as proteínas, os carboidratos e as gorduras. Entram aqui os minerais (cálcio e ferro, por exemplo) e as vitaminas que são divididas em dois grupos:

- Vitaminas solúveis em água: vitamina C e as vitaminas do complexo B, que precisam ser consumidas diariamente, uma vez que o corpo não consegue estocá-las;
- Vitaminas solúveis em gorduras: vitaminas A, D, E, e K, possíveis de serem armazenadas.

Cada uma destas vitaminas é encontrada num grupo específico de alimentos, que em uma dieta equilibrada tem suas necessidades facilmente supridas.

Como deve ser composta uma dieta bem equilibrada?

Em uma dieta normal, para pessoas que não apresentem problemas de saúde que exijam a restrição de alguns alimentos, a composição dos nutrientes para uma dieta equilibrada deve ser:

50-60% de carboidratos (massas, arroz, feijão, pães...), o que corresponde à mais da metade das calorias diárias. Dar preferência aos carboidratos integrais;
12-20% de proteínas (carnes, leite, queijos e ovos);
20-25% de lipídeos/gordura (óleos, manteiga, margarina...) deve-se atentar para a qualidade das gorduras e dar preferência às de origem vegetal.
Os pilares de uma alimentação saudável

Quer uma alimentação saudável sem muito mistério? Procure seguir os três conceitos abaixo:

Moderação: qualquer alimento pode estar presente na alimentação diária. Não existem alimentos bons ou ruins. Tudo depende da quantidade e freqüência com que são consumidos. Aqueles com maior teor de açúcar e gordura devem estar presentes em quantidades menores e poucas vezes na semana.
Variedade: significa comer diariamente diferentes tipos de alimentos, com representantes de todos os grupos, para que sejam garantidos os nutrientes necessários ao adequado funcionamento e desenvolvimento do organismo, sem carências ou excessos alimentares.
Equilíbrio: refere-se à quantidade balanceada dos diferentes alimentos, para que aquilo que é consumido diariamente forneça a proporção correta de nutrientes necessários à saúde.

fonte: Patrícia Barbosa Lima - Nutricionista

Cleptomania


A Cleptomania caracteriza-se pela recorrência de impulsos para roubar objetos que são desnecessários para o uso pessoal ou sem valor monetário. Esses impulsos são mais fortes do que a capacidade de controle da pessoa, quando a idéia de roubar não é acompanhada do ato de roubar não se pode fazer o diagnóstico. Devemos estar alerta para ladrões querendo passar-se por cleptomaníacos. Dinheiro, jóias e outros objetos de valor dificilmente são levados por cleptomaníacos, ainda menos se os impulsos são em sua maioria para objetos de valor, se alguma vez a pessoa leva um objeto valioso, sendo na maioria coisas inúteis, pode-se admitir o diagnóstico, caso contrário, não. Acompanhando o forte impulso e a realização do roubo, vem um enorme prazer em ter furtado o objeto cobiçado. Numa ação de roubo, o ladrão não experimenta nenhum prazer, mas tensão apenas e posterirmente satisfação, não faz isso por prazer.

Aparentemente o cleptomaníaco é completamente normal não há um traço identificável fora do descontrole em si mesmo, ou seja, não é possível identificar o cleptomaníaco antes dele adquirir objetos. Após o roubo o paciente reconhece o erro de seu gesto, não consegue entender porque fez nem porque não conseguiu evitar, fica envergonhado e esconde isso de todos. Essas características se assemelham muito ao transtorno obsessivo compulsivo, por isso está sendo estudada como uma possível variante desse transtorno, assim como quanto à bulimia também, por se tratar de um impulso (por definição incontrolável) que leva o paciente a sentir-se culpado e envegonhado depois de ter comido demais.

A cleptomania geralmente começa no fim da adolescência e continua por vários anos, é considerada atualmente uma doença crônica e seu curso ao longo da vida é desconhecido, ou seja, não se sabe se ocorre remissão espontânea. Geralmente a cleptomania é identificada nas mulheres em torno dos 35 anos e nos homens em torno dos 50.

Encontra-se mais casos de cleptomania em mulheres do que em homens, mas sabse-se também que as mulheres procuram mais os médicos do que os homens. Estima-se a incidência em aproximadamente 6 casos em 1000. É provável que esse número esteja subestimado porque apesar de ser um problema médico envolve também uma quebra da lei, reforçando o desejo do paciente em se esconder, fazendo-nos pensar que é um transtorno raro. Quando um objeto some de casa sabe-se que alguém o roubou mas não sabemos se foi um ladrão ou um cleptomaníaco, o roubo em si é indêntico em ambos os casos. Estudos em lojas mostrou que em menos de 5% dos roubos estavam envolvidos cleptomaníacos.

Nâo há tratamento eficaz até o momento aceito, tentativas estão sendo feitas com terapia orientada ao insight nos EUA, terapia cognitivo comportamental e medicações, apenas com resultados parciais, algumas pessoas melhoram outras não. Também não se tem certeza se a melhora observada foi devido à atenção dada ou se foi pelo tratamento especificamente.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Bronquite


A bronquite é uma inflamação dos brônquios causada, geralmente, por uma infecção.

A doença é, geralmente, ligeira e costuma curar-se totalmente. No entanto, a bronquite pode ser grave em pessoas com doenças crónicas que sofrem de afecções cardíacas ou pulmonares e também em pessoas de idade avançada.

Causas

A bronquite infecciosa manifesta-se com maior frequência durante o Inverno. Pode ser causada por vírus, bactérias e, especialmente, por gérmens semelhantes às bactérias, como Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia. Podem sofrer de ataques repetidos os fumadores e as pessoas que sofrem de doenças crónicas pulmonares ou das vias aéreas inferiores, que dificultam a eliminação de partículas aspiradas nos brônquios. (Ver secção 4, capítulo 37) As infecções recorrentes podem ser consequência de uma sinusite crónica, de bronquiectasias, de alergias e, nas crianças, de amígdalas e de adenóides inflamados.

A bronquite irritativa pode ser causada por várias espécies de poeiras, vapores de ácidos fortes, amoníaco, alguns solventes orgânicos, cloro, sulfureto de hidrogénio, dióxido de enxofre e brometo, substâncias irritantes da poluição, como o ozônio e o peróxido de azoto, o tabaco e outros fumos.

Sintomas e diagnóstico

Muitas vezes, a bronquite infecciosa começa com os sintomas de um resfriado comum: nariz que pinga, cansaço, calafrios, dores nas costas e nos músculos, febre ligeira e inflamação da garganta. O sintoma da tosse assinala, geralmente, o começo da bronquite.

No início, a tosse é seca e pode continuar assim, mas, com frequência, ao fim de um ou dois dias a pessoa expectora pequenas quantidades de expectoração branca ou amarelada. Mais tarde, pode expulsar muito mais expectoração, que pode ser de cor amarela ou verde. Em pessoas com bronquite grave pode aparecer febre elevada durante 4 ou 5 dias, ao fim dos quais os sintomas melhoram. No entanto, a tosse pode persistir durante várias semanas. Quando as vias aéreas inferiores estão obstruídas, a pessoa pode sentir falta de ar. Também são frequentes os sibilos, especialmente depois de tossir. Pode desenvolver-se uma pneumonia.

Habitualmente, o diagnóstico de bronquite baseia-se nos sintomas, especialmente no aspecto da expectoração. Se os sintomas persistirem, é necessário efetuar uma radiografia do tórax para se ter a certeza de que a pessoa não evoluiu para uma pneumonia.

Tratamento

Os adultos podem tomar antitérmicos para baixar a febre e aliviar o mal-estar, mas as crianças ser medicadas com cuidados específicos. Recomenda-se o repouso e a ingestão abundante de líquidos.

Os antibióticos administram-se a doentes com sintomas de bronquite produzidos por uma infecção bacteriana (no caso de uma expectoração com expectoração de cor amarela ou verde e febre alta) e a doentes que já sofrem de uma doença pulmonar. Os adultos podem tomar trimetoprim/sulfametoxazol, tetraciclina ou ampicilina.

Administra-se, com frequência, eritromicina quando se considera a possibilidade de uma pneumonia por Mycoplasma.

Nas crianças, a amoxicilina é o fármaco preferido habitualmente. Os antibióticos não são úteis em infecções víricas. Uma cultura da expectoração pode indicar a necessidade de outro tipo de antibiótico quando os sintomas forem persistentes ou recorrentes ou quando a bronquite for muito grave.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Medicamentos que precisam ser administrados com cuidado em pacientes idosos


Analgésicos

O propoxifeno não muito mais potente que o paracetamol e tem efeitos secundários sedativos. Pode causar obstipação, sonolência, confusão e em muitas ocasiões respiração lenta. Entre todos os anti-inflamatórios não esteróides a indometacina é a substância que mais afeta o cérebro. Às vezes causa confusão ou vertigens.

A meperidina (Dolantina) injetada actua como um analgésico muito potente; no entanto, não é muito eficaz sobre a dor por via oral e, muitas vezes, causa confusão.

Anticoagulantes

O dipiridamol pode causar leves enjoos nas pessoas com mais idade quanto estas estão de pé (hipotensão ortostática). Geralmente são poucas as vantagens que oferece em relação à aspirina na prevenção da formação de coágulos.

Geralmente, a ticlopidina não é mais eficaz que a aspirina para a prevenção de embolias e é consideravelmente mais tóxica. Pode ser útil em doentes que não podem tomar aspirina.

Antiulcerosos

As doses correntes de alguns bloqueadores da histamina podem causar reações adversas, especialmente confusão. Importa destacar a cimetidina, mas também em menor grau a ranitidina, a nizatidina e a famotidina.

Antidepressivos

Devido às duas potentes propriedades anticolinérgicas e sedativas, a amitriptilina, em geral, não é o melhor antidepressivo para as pessoas com mais idade.

Anti-histamínicos

Todos os anti-histamínicos de venda sem receita, e muitos dos que se administram com prescrição médica, têm efeitos anticolinérgicos poderosos. Entre eles figuram remédios combinados para a constipação como os fármacos clorfeniramina, difenidramina, hidroxizina, ciproheptadina, prometazina, tripelenamina, dexclorfeniramina.

Embora, às vezes, sejam úteis para as reações alérgicas e as alergias sazonais, em geral os anti-histamínicos não o são quando há coriza e quando existem outros sintomas de infecção viral. Quando for necessário administrar anti-histamínicos, são preferíveis os que não tenham efeitos anticoligérnicos (terfenadina, loratadina e astemizol). Para as pessoas mais velhas são mais seguros, de modo geral, os remédios para a tosse e para o resfriado que não contenham anti-histamínicos.

Anti-hipertensivos

A metildopa, só ou em combinação com outros fármacos, pode diminuir o ritmo cardíaco e piorar a depressão. A administração de reserpina é perigosa porque pode provocar depressão, impotência, sedação e vertigem quando se está de pé. Vale lembrar que ambos estão sendo muito pouco prescritos atualmente.

Antipsicóticos

Embora os antipsicóticos como a clorpromazina, o haloperidol, a tioridacina e o tiotixena sejam eficazes no tratamento dos estados psicóticos, não se estabeleceu a sua eficácia no tratamento das perturbações do comportamento associadas à demência (como a agitação, o delírio, a repetição de perguntas, o lançar coisas e dar pancadas). Muitas vezes estes fármacos são tóxicos, produzindo sedação, movimentos anormais e efeitos secundários anticoligérnicos.

As pessoas mais velhas, em caso de necessidade absoluta, devem utilizar antipsicóticos somente em doses baixas. O tratamento deve ser controlado com frequência e interrompido o mais cedo possível.

Antiespasmódicos gastrointestinais

Os antiespasmódicos gastrointestinais como a diciclomina, a hiosciamina, a propantelina, os alcalóides da beladona e o clidinio-clordiazepóxido são usados para tratar cãibras e dores de estômago. São altamente anticolinérgicos e a sua utilidade é duvidosa, em particular em doses baixas toleradas pelas pessoas mais velhas.

Antidiabéticos (hipoglicemiantes)

A clorpropamida tem efeitos de acção prolongada, que são exagerados nas pessoas mais velhas e podem diminuir os valores do açúcar no sangue (hipoglicemia) durante um longo período. Dado que a clorpropamida causa retenção de líquidos, pode também diminuir a concentração de sódio no sangue.

Suplementos de ferro

Uma dose de sulfato ferroso que exceda os 325 miligramas diários não melhora a absorção de ferro de forma considerável e pode provavelmente causar obstipação.

Relaxantes musculares e antiespasmódicos

A maioria dos relaxantes musculares e antiespamódicos como o metacarbamol,o carisoprodol, a oxibutinina, a clorozoxazona, a metaxalona e a ciclobenzaprina têm efeitos secundários de tipo anticolinérgico e produzem sedação e perda de forças. É duvidosa a utilidade que possam ter todos os relaxantes musculares e antiespasmódicos quando administrados nas doses baixas toleradas pelas pessoas mais velhas.

Sedativos, ansiolíticos e hipnóticos

O meprobamato não oferece mais vantagens que as benzodiazepinas e, pelo contrário, comporta muitas desvantagens.

As benzodiazepinas utilizadas para tratar a ansiedade e a insónia (clordiazepóxido, diazepam e flurazepam) têm efeitos de duração muito longa nas pessoas mais velhas (muitas vezes, mais de 96 horas).

Estes fármacos, sós ou em combinação com outros, podem causar sonolência prolongada e aumentar os riscos de queda e de fracturas.

A difenidramina, um anti-histamínico, é o princípio activo de muitos sedativos de venda livre (sem receita médica). No entanto, a difenidramina tem efeitos anticolinérgicos poderosos.

Os barbitúricos como o secobarbital e o fenobarbital causam mais efeitos secundários que outros fármacos utilizados para tratar a ansiedade e a insónia. Também têm interacções com muitos outros fármacos. As pessoas mais velhas devem, em geral, evitar os barbitúricos, excepto para o tratamento de perturbações de tipo convulsivo.

Observação:

Anticolinérgicos podem ser substâncias extraídas de plantas ou ser sinteticamente produzidas. Sua característica é inibir a produção de acetilcolina. Os anticolinérgicos são classificados como diretos e indiretos. Os anticolinérgicos diretos também chamados de anti-muscarínicos, que são drogas que antagonizam, nos receptores muscarínicos e anti-nicotínicos por antagonizar a ação da acetilcolina nos receptores nicotínicos. Os anticolinérgicos indiretos agem interferindo na síntese, armazenagem e liberação da acetilcolina, a exemplo da toxina botulínica.

A nicotina e seus antagonistas, diferem anti-muscarínicos porque a ação parasimpaticolítica destes é devida à sua atuação nas sinapses neuroefetoras do parasimpático enquanto que a classe das drogas nicotínicas (similares ou derivadas das extraídas da Nicotiana tabacum) agem na sinapse ganglionar inibindo a ação da acetilcolina. Por essa característica são estudados separadamente e denominados ganglioplégicos ou bloqueadores ganglionares, muito uteis no processo da anestesia cirúrgica.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Hemifumarato de Quetiapina e problemas que podem ser causados...


Hemifumarato de quetiapina deve ser utilizado com cuidado nas seguintes situações:

- Em pacientes com sinais e/ou sintomas de infecção.

- Em pacientes diabéticos ou que apresentam risco de desenvolver diabetes.

- Em pacientes que apresentem alterações nos níveis de substâncias gordurosas no sangue (triglicérides e colesterol).

- Como em alguns pacientes foi observado o agravamento em mais de um dos fatores metabólicos de peso, glicemia e lipídeos, alterações nesses parâmetros devem ser clinicamente

- Em pacientes com doença cardíaca conhecida, doença vascular cerebral ou outras condições que os predisponham à queda da pressão arterial. Hemifumarato de quetiapina pode induzir a queda de pressão arterial em pé, especialmente durante o período inicial do tratamento.

- Em pacientes com risco de pneumonia por aspiração.

- Em pacientes com história de convulsões.

- Em pacientes com sinais e/ou sintomas de alterações de movimento conhecidas por discinesia tardia. Caso isso ocorra, converse com seu médico para reduzir a dose ou descontinuar o tratamento com hemifumarato de quetiapina.

- Em pacientes com síndrome neuroléptica maligna (que apresentem sintomas como aumento da temperatura corporal (hipertermia), confusão mental, rigidez muscular, instabilidade da frequência respiratória, da função cardíaca e de outros sistemas involuntários (instabilidade autônoma) e alteração da função renal). Caso isso ocorra, procure seu médico imediatamente.

- Em pacientes com distúrbios cardiovasculares ou história familiar de prolongamento do intervalo QT.

- Com medicamentos conhecidos por aumentar o intervalo QT e em concomitância com neurolépticos, especialmente para pacientes com risco aumentado de prolongamento do intervalo QT, como pacientes idosos, pacientes com síndrome congênita de intervalo QT longo, insuficiência cardíaca congestiva, hipertrofia cardíaca, hipocalemia ou hipomagnesemia.
Hemifumarato de quetiapina pode provocar algum aumento de peso, especialmente no início do tratamento, portanto, procure comer moderadamente neste período.

Cardiomiopatia (enfraquecimento do músculo do coração) e miocardite (inflamação do coração) foram relatadas em alguns pacientes, no entanto, não se sabe se o tratamento com hemifumarato de quetiapina está relacionado com estes problemas.

Informe seu médico o mais rápido possível se você tiver:

- Febre, sintomas semelhantes à gripe, dor de garganta, ou de qualquer outra infecção, uma vez que pode ser resultado da contagem de células brancas do sangue muito baixa, podendo exigir a interrupção do tratamento.

- Prisão de ventre, juntamente com dor abdominal persistente ou constipação que não respondeu ao tratamento. Pode ocorrer um bloqueio mais grave do intestino.

É aconselhada a descontinuação gradual do tratamento com hemifumarato de quetiapina por um período de pelo menos uma a duas semanas, pois foram descritos sintomas de descontinuação aguda (repentina) como insônia, náusea e vômitos após a interrupção abrupta do tratamento.

Hemifumarato de quetiapina não está aprovado para o tratamento de pacientes idosos com psicose relacionada à demência.

A depressão bipolar e certos transtornos psiquiátricos são associados a aumento do risco de ideação suicida e comportamento suicida. Pacientes de todas as idades que são tratados com medicamentos para transtornos psiquiátricos devem ser monitorados e observados de perto quanto à piora clínica, tendência suicida ou alterações não usuais no comportamento. Familiares e cuidadores devem ser alertados sobre a necessidade de observação do paciente e comunicação com o médico.

Devido ao seu efeito primário no Sistema Nervoso Central (SNC), a quetiapina pode interferir com atividades que requeiram um maior alerta mental.

Podem ocorrer as seguintes reações adversas:

-Reação muito comum (ocorre em 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): boca seca, sintomas de descontinuação (isto é, que surgem após a retirada abrupta do medicamento, como por exemplo: insônia, náusea, cefaleia, diarreia, vômito, tontura e irritabilidade), elevações dos níveis de triglicérides séricos, elevações do colesterol total, diminuição de HDL colesterol, ganho de peso, tontura, sonolência, diminuição da contagem de uma proteína do sangue chamada hemoglobina e sintomas extrapiramidais.

-Reação comum (ocorre entre 1% e 10% dos pacientes que utilizam este medicamento): leucopenia e neutropenia (redução do nível dos glóbulos brancos), taquicardia (batimento rápido do coração), palpitações, visão borrada, constipação (prisão de ventre), dispepsia (má digestão), vômito, astenia leve (fraqueza), edema periférico (inchaço nas extremidades), irritabilidade, pirexia (febre), elevações das alanina aminotransaminases séricas, aumento dos níveis de gama GT, aumento de eosinófilos (tipo de glóbulo branco), aumento da quantidade de açúcar (glicose), elevação da prolactina sérica, diminuição do hormônio tireoidiano T4 total, T4 livre e T3 total, aumento do hormônio tireoidiano TSH, disartria (dificuldade na fala), aumento do apetite, dispneia (falta de ar), hipotensão ortostática (queda da pressão arterial em pé), sonhos anormais e pesadelos.

-Reação incomum (ocorre entre 0,1% e 1% dos pacientes que utilizam este medicamento): bradicardia (frequência cardíaca diminuída), disfagia (dificuldade de deglutição), reações alérgicas, aumento dos níveis da aspartato aminotransferase sérica (AST) no sangue, diminuição da contagem de plaquetas, diminuição do hormônio tireoidiano T3 livre, convulsão, síndrome das pernas inquietas, discinesia tardia, síncope (desmaio), rinite e retenção urinária.

-Reação rara (ocorre entre 0,01% e 0,1% dos pacientes que utilizam este medicamento): síndrome neuroléptica maligna (hipertermia [aumento da temperatura corporal], confusão mental, rigidez muscular, instabilidade autônoma [instabilidade da frequência respiratória, da função cardíaca e de outros sistemas involuntários] e alteração da função renal), hipotermia (diminuição da temperatura do corpo), elevação dos níveis de creatino fosfoquinase no sangue, agranulocitose (ausência ou número insuficiente de glóbulos brancos, granulócitos, no sangue), sonambulismo e outros eventos relacionados, priapismo (ereção dolorosa e de longa duração); galactorreia (eliminação de leite pelas mamas) e obstrução intestinal.
-Reação muito rara (ocorre em menos de 0,01% dos pacientes que utilizam este medicamento): reações anafiláticas (reações alérgicas graves incluindo muita dificuldade para respirar e queda abrupta e significativa da pressão arterial).

domingo, 17 de agosto de 2014

Transtorno Dissociativo Sensitivo


É equivalente ao transtorno motor sendo a função neurológica afetada, mais freqüentemente a sensorial, o tato, a audição e a visão.

Podem manifestar-se com perda parcial ou completa das sensações táteis de determinada área do corpo, principalmente as extremidades (pés e mãos).

Nestes casos todas as funções táteis costumam estar acometidas para o toque, para a dor e para a temperatura.

Assim o paciente queixa-se de anestesia num lado inteiro do corpo ou nas mãos ou pés. Os órgãos dos sentidos especiais como audição, visão podem ser afetados provocando surdez, visão turva, cegueira, visão em túnel.

Tanto ambos os lados podem ser acometidos simultaneamente como de um lado só.

Novamente esses pacientes não se ferem por causa de seu transtorno, mas se isso acontecer como fato isolado não se poderá excluir o diagnóstico.

Tanto as alterações motoras como as sensoriais costumam ser limitadas a um período de tempo com completa recuperação posterior, mas o mesmo quadro ou outro semelhante pode surgir após a recuperação.

sábado, 16 de agosto de 2014

Melatonina


A melatonina é uma pequena molécula com íntima afinidade química pela serotonina e pela auxina, um hormônio vegetal.

A melatonina é encontrada em diversos seres vivos, mas tem sido estudada apenas nos vertebrados.

Ela é quase exclusivamente sintetizada por estruturas fotossensíveis, principalmente a noite, como a glândula pineal.

Especula-se que a as estruturas fotoreceptivas (retina, pineal) geram melatonina modificando a via de síntese da serotonina pela serotonina-N-acetiltransferase, regulando os produtos da fototransdução e provocando uma aguda síntese de melatonina.

A melatonina circulante atuaria nos diversos sistemas do organismo preparando e induzindo o sono.

Este aparato de produção da melatonina está presente nos vertebrados em geral.

Acredita-se também que a melatonina materna possa ajudar no controle do ciclo do sono do lactente.

Pesquisas feitas mostraram que os bebês apresentavam sincronia com a mãe.

Como a melatonina está presente no leite materno e sua concentração é maior à noite, os bebês dormem mais com o leite oferecido à noite.

Outras funções como a de termorregulação e do comportamento sexual exercidas pela melatonina estão sendo estudadas.

Artrite Reumatoide


O curso da artrite reumatoide (AR) varia entre os pacientes, mas os períodos de crises e remissões são típicos da doença. A inflamação dos tecidos indica que a AR está ativa, ao passo que a sua diminuição caracteriza a remissão, podendo ficar inativa – de forma espontânea ou pelo tratamento – durante semanas, meses ou até anos.

Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, o diagnóstico da artrite reumatoide depende da associação de uma série de sintomas e sinais característicos, além da realização de exames laboratoriais e por imagens que ajudam a confirmar a doença e fazer o monitoramento nos pacientes.

O reumatologista é o especialista indicado para avaliar e estabelecer o melhor plano de tratamento para cada caso. Já os profissionais de fisioterapia e terapia ocupacional ajudam o paciente a continuar a exercer as atividades diárias. Além disso, grupos de apoio podem auxiliá-lo a conviver com a doença e a enfrentar as suas limitações.

Dependendo do grau, os sintomas da artrite reumatoide podem ir e vir ou até desaparecerem, e, em geral, as pessoas se sentem bem durante as remissões.

Quando a doença se torna ativa novamente, os sintomas voltam. O curso da artrite reumatoide varia entre os pacientes, mas os períodos de crises e remissões são típicos da doença.

Quando a artrite reumatoide está ativa, os sintomas podem incluir fadiga, perda de energia, falta de apetite e dores, além de rigidez muscular e articular prolongada, que são mais comuns na parte da manhã e após os períodos de inatividade.

Durante as crises, as articulações também ficam vermelhas com frequência, inchadas, doloridas e sensíveis. Isso ocorre porque o tecido de revestimento da articulação (membrana sinovial) fica inflamado (sinovite), resultando na produção de líquido articular excessivo.

Em geral, a artrite reumatoide inflama várias articulações em um padrão simétrico, ou seja, ambos os lados do corpo são afetados. Os primeiros sintomas podem ser sutis. As pequenas articulações de ambas as mãos e os punhos estão frequentemente envolvidos.

Os sintomas nas mãos afetadas pela artrite reumatoide incluem dificuldades em tarefas simples do dia a dia, como virar maçanetas e abrir frascos. As pequenas articulações dos pés também são acometidas, o que pode causar dor ao andar, sobretudo após se levantar de manhã.

Ocasionalmente, apenas uma articulação está inflamada, podendo ser causada por outras formas de artrite, como a gota ou uma infecção bacteriana. Em casos raros, a artrite reumatoide pode até mesmo mudar a voz e causar rouquidão, pois a articulação que permite o retesamento das cordas vocais é afetada.

A inflamação crônica pode causar danos aos tecidos do corpo, incluindo cartilagens e ossos. Isso leva a uma perda de cartilagem, erosão e fraqueza dos ossos, bem como dos músculos, o que resulta na deformação da articulação, sua destruição e perda da função.

Nas crianças, em geral, os sintomas da artrite reumatoide incluem dor, alguma dificuldade na movimentação ao acordar, fraqueza ou incapacidade na mobilização das articulações, além de febre alta diária (mais de 39º C) por períodos maiores do que duas semanas. Entretanto, há casos em que a dor é mínima ou quase inexistente.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Morte Súbita


A morte súbita é a que ocorre sem ser esperada, tanto em pessoas doentes como sadias. A morte se dá durante à primeira hora, entre o início dos sintomas até ser constatado o óbito. Note-se bem: é considerada morte súbita se não forem encontrados sinais de violência ou trauma.

Se a pessoa é encontrada morta dentro das primeiras 24 horas depois da última vez em que foi vista com vida, isto também é considerado como sendo morte súbita.

A morte súbita ocorre tanto em crianças recém nascidas como em adultos. Em crianças é mais freqüente nas primeiros três meses e é rara depois do sexto mês de vida. Está provavelmente relacionada a fatores genéticos hereditários, sendo mais freqüente em filhos de mães fumantes.

Nos jovens e adultos, sedentários ou atletas, a grande maioria dos caso de morte súbita acontece por doenças do coração. Sejam elas conhecidas ou não pelos portadores ou pessoas de suas relações, podem ser congênitas, degenerativas, inflamatórias, infeciosas, provocadas por reflexos nervosos, tóxicas ou por excesso de atividades físicas. Em alguns casos podemos encontrar a soma destes fatores causando a morte. No passado, as mortes súbitas eram consideradas as que aconteciam de surpresa em pessoas tidas como normais. Seriam as mortes inexplicáveis.

Com a ampliação dos conhecimentos médicos, a melhora dos recursos de diagnóstico, como a realização de exames nos corpos de pessoas que morreram repentinamente, o leque de diagnósticos que esclarecem estas mortes vai se ampliando. Setenta e cinco porcento das vítimas de morte súbita têm doença isquêmica, por arteriosclerose, do coração. Não se sabe porquê, a grande maioria destas pessoas morrem nas primeiras horas da manhã.

Se tivermos a oportunidade de assistir a morte súbita de alguém, podemos observar que a vítima se estiver de pé, se inclina para a frente, dobra levemente os joelhos, antes de desabar flácida ao chão. Isto é útil saber para que os assistentes corram a fim de socorrer a vítima, pois os minutos inicias são os que ainda oferecem a possibilidade de salvamento. Este é um detalhe a observar, importante a quem assiste à atividades esportivas, onde as quedas dos atletas são freqüentes e que vão desde as simuladas, as justificáveis até as fatais.

As mortes súbitas, na grande maioria dos casos, são provocadas por arritmias do ciclo cardíaco. Em primeiro lugar, está a fibrilação ventricular que costuma ser precedida de taquicardia ventricular. Outras arritmias que podem provocar a morte súbita são os bloqueios aurículo ventriculares e paradas sinusais. Todas estas arritmias levam a uma queda do rendimento cardíaco, faltando sangue no cérebro, o órgão mais sensível à falta de oxigênio e que em poucos segundos faz com que a pessoa perca a consciência. Quando acontecer uma parada cardíaca ou uma arritmia severa e a pessoa perder a consciência, já com morte aparente, nos primeiros minutos a vítima ainda pode ser recuperada, ser chamada de volta à vida, SE ATENDIDA PRONTAMENTE..

Este atendimento deve seguir certas regras essenciais. O atendimento deve ser rápido e eficaz, para o quê se exige treinamento, contar com o recurso de medicamentos e aparelhos à disposição, e de pessoas capacitadas para usá-los.

As arritmias cardíacas, e as conseqüentes mortes súbitas, podem resultar da soma de fatores que as provocam. Assim, um coração previamente doente poderá apresentar uma arritmia fatal se exposto a esforços desproporcionais ou a certos medicamentos ou drogas.

São cada vez mais freqüentes as mortes súbitas em pessoas tidas como sadias quando estão sob o efeito da cocaína ou Ecstasy.

Nestes casos, a morte súbita pode ser explicada pelo efeito tóxico destas drogas sobre o coração, pelo efeito vaso-constritor sobre as coronárias, mais o esforço da dança ou outra atividade física. Outras mortes súbita podem ser provocadas por reflexos vagais.

Exemplos são as mortes causadas por traumatismos nos testículos, ou os famosos socos no chamado plexo solar, que pode provocar a morte em praticantes do boxe. Um traumatismo no tórax, na altura do precórdio, pode causar a morte. O exemplo seria o do jogador de futebol quando a bola lhe bate no peito justamente naquele momento em que o coração terminou a sístole - o sangue refluindo e distendendo a válvula aórtica. Se, justamente neste momento, acontecer o impacto violento da bola no peito, isto pode causar a laceração desta válvula. Por este motivo, recomenda-se aos goleiros que usem a camisa forrada.

Medicamentos, mesmo os tidos como inocentes - os descongestionantes nasais ou os usados para emagrecer -, ou os que atuam no sistema nervoso - os estimulantes ou antidepressivos-, ou ainda, certos medicamentos para tratar doenças cardíacas, podem provocar arritmias graves e que podem ser fatais.

A prática de esforços extremos pode estar relacionada com a morte súbita. O termo extremo não tem o mesmo significado para todas as pessoas. Tudo depende do condicionamento de quem pratica o esforço, ou se houver ou não uma doença conhecida. Uma pessoa doente do coração, ao se submeter a um esforço exagerado, para ela, pode vir a morrer. Um exemplo seria o daquela pessoa acometida de doença isquêmica do coração, conhecida ou não, que morre durante o ato sexual.

Lembremo-nos do herói grego, o soldado Filipides, patrono da maratona que, em 490 antes de Cristo, depois de correr os 42 quilômetros para participar ao seu chefe, Milciades, a notícia da vitória dos gregos sobre os persas, na batalha de Maraton, deu a notícia e caiu morto.

Foi uma morte súbita que, na época, emocionou os guerreiros gregos, e que até hoje a humanidade lembra.


Leia Mais: Morte Súbita | ABC da Saúde

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Calázio


O calázio é um cisto formado por glândulas da pálpebra inferior ou superior, localizadas logo atrás dos cílios.

Muitas vezes, o calázio pode ser confundido com o hordéolo (terçol).

Ele é causado pela obstrução e posterior inflamação de uma das glândulas localizadas nas pálpebras, que produzem material sebáceo.

No calázio, a pálpebra geralmente fica avermelhada, sensível, inchada e quente (sinais de inflamação).

Esses sintomas podem regredir espontaneamente em dois ou três dias, como ocorre com o terçol comum, ou esta área pode vir a ser infectada por bactérias.

Há casos em que aparece um granuloma, visível ou não, no local onde ele se formou.

Muitas vezes o calázio é confundido com o hordéolo (terçol), que também se manifesta como uma tumefação na pálpebra ou se desenvolve após um calázio.

Ele, na maioria das vezes, se apresenta como um nódulo arredondado, duro, liso e indolor, sem que a pálpebra apresente-se tumefacta.

Pode ocasionar compressão do globo ocular, causando diversos problemas visuais.

É uma enfermidade diagnosticada clinicamente.

Uma inspeção direta da pálpebra pode ser suficiente para confirmar o diagnóstico. Trata-se de uma lesão na borda da pálpebra, que “aponta” para dentro.

Em alguns casos, toda a pálpebra se encontra inflamada.

Muitas vezes o calázio desaparece sem tratamento, mas a solução pode ser apressada pela aplicação de compressas quentes por dez a quinze minutos, quatro vezes ao dia, o que pode desbloquear o canal obstruído.

Massagens, anti-inflamatórios tópicos e injeção de esteroide também podem ser usados, mas se apesar de tudo o calázio continuar aumentando, precisará ser removido com cirurgia.

Nos casos de infecção por bactérias, poderá ser necessária a aplicação de colírios ou pomadas contendo antibióticos.

Em idosos debilitados pode ser necessário antibiótico injetável.

Nunca pressione ou esprema o calázio.

É comum que haja cura espontânea do calázio.

Contudo, depois de gerado o nódulo, este persiste por tempo indeterminado.

Algumas vezes a evolução do calázio pode ser marcada por avanços e retrocessos: quando parece estar curado, volta a inflamar.

O calázio pode alterar de tamanho ao longo do tempo, todavia, o mais comum é que ele cresça durante um período, estabilizando em seguida.

Às vezes, a glândula bloqueada não drena e pode crescer, mesmo que a vermelhidão e o inchaço tenham desaparecido.

Mesmo tratado, o calázio deixa na pálpebra um granuloma que altera seu tamanho quando não há a expulsão da secreção sintetizada pela glândula.

Um calázio grande pode causar um astigmatismo reversível com a cura do calázio, devido à pressão que faz sobre a córnea.

O calázio pode deixar uma cicatriz na pálpebra. O paciente pode perder alguns cílios ou ter um entalhe na borda da pálpebra.

A complicação mais comum é a sua recorrência.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

TPM - Tensão Pré Menstrual


A Organização Mundial de Saúde ainda não reconheceu a tensão pré-menstrual como uma entidade patológica; enquanto isso a classificação norte americana já diferencia Síndrome pré-menstrual (Premenstrual Syndrome) da Desordem Disfórica Pré-Menstrual (Premenstrual Dysphoric Disorder).

Esta deficiência, contudo, deverá ser corrigida na 11ª edição do Código Internacional das Doenças.

Não restam muitas dúvidas que existe um transtorno relacionado às fases do ciclo ovariano; quanto a serem dois distúrbios não se tem tanta certeza.

Está sendo discutido e estudado se a Síndrome P-M e a Desordem Disfórica P-M são a mesma coisa, provavelmente sim.

Qual a diferença entre elas?

A Síndrome P-M refere-se às variações físicas e do humor nas mulheres. Surge uma a duas semanas antes da menstruação e desaparece no fim do fluxo menstrual.

Este transtorno é tratado pelos ginecologistas.

A Desordem Disfórica P-M não apresenta necessariamente a sintomatologia física enquanto a alteração do humor é grave o suficiente para interferir nas atividades rotineiras ou trabalhistas.

Trataremos aqui como uma só doença pelo nome mais comum em nosso meio: Tensão Pré-Menstrual (TPM).

Aproximadamente 80% das mulheres em fase reprodutiva apresentam sintomas na fase pré-menstrual, sendo que apenas 3 a 5% de forma grave a ponto de impedir a rotina ou o trabalho.

Seu início ocorre em média aos 26 anos de idade e tende a piorar com o tempo.

As mulheres mais sujeitas a este problema são aquelas que sofrem de algum problema depressivo ou possuem algum parente com problemas de humor.

As mulheres que tiveram depressão pós-parto (uma condição considerada benigna) também estão mais sujeitas.

Principais Sintomas

Psicológicos

Irritabilidade, nervosismo, descontrole das ações ou emoções, agitação, raiva, insônia, dificuldade de concentração, letargia (lentificação para fazer as coisas), depressão, sensação de cansaço, ansiedade, confusão, esquecimento freqüente, baixa auto-estima, paranóia, hipersensibilidade emocional, ataques de choro.

Gastrintestinais

Dores abdominais, inchaço, constipação, náusea, vômitos, sensação de peso ou pressão na pelve.

Dermatológicos

Acne, inflamações na pele com coceira, agravamento de problemas dermatológicos preexistentes.

Neurológicos

Dores de cabeça, tonteira, desmaios, entorpecimento, irritabilidade, sensação de zumbido, machucar-se facilmente, contrações musculares, palpitações, descoordenação dos movimentos

Outros

Aumento da retenção de líquido causando sudorese fácil, intumescimento das mamas, e ganho de peso periódico, diminuição do volume da urina (o que contribui para a retenção de líquido). Aumento da predisposição a alergias e gripes, alterações visuais (talvez devido a retenção de líquidos), conjuntivites (não necessariamente infecciosa), palpitações do coração, dores menstruais, diminuição da libido (desejo sexual), mudanças no apetite (para mais ou para menos), ondas de calor.

Causas psiquiátricas

Depressão, Distimia, Ansiedade Generalizada, Transtorno do Pânico, Transtorno Bipolar.

Causas clínicas

Anemia, Distúrbios autoimune, hipotireoidismo, diabetes, epilepsia, endometriose, síndrome da fadiga crônica, doenças do colágeno.

Quais são as causas da TPM?

A causa não é conhecida, mas pelas características está relacionada à elevação do estrogênio na fase pré-menstrual ou a queda da progesterona. Contudo, esses dois fatores não são os únicos envolvidos: esses hormônios podem afetar as neurotransmissões e aí então causar os sintomas psiquiátricos. Pode também afetar os receptores fora do Sistema Nervoso Central provocando os diversos outros sintomas.

Como se identifica a TPM?

Durante o intervalo de 12 meses a mulher deverá ter apresentado na maioria dos ciclos pelo menos cinco dos sintomas abaixo:

Humor deprimido
Raiva ou irritabilidade
Dificuldade de concentração
Falta de interesse pelo que se costuma gostar
Aumento do apetite
Insônia ou hipersonia
Sensação de falta de controle sobre si mesmo
Algum sintoma corporal

Como se Trata a TPM?

Com modificação na dieta, aumentando-se a quantidade de proteínas e diminuindo o açúcar, o sal, o café e o álcool.

Fazendo exercícios regularmente, evitando o estresse, suplementando a dieta com vitamina B6, cálcio e magnésio.

As alternativas medicamentosas são com contraceptivos orais e com antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina. Recentemente a FDA (Food and Drug Administration) autorizou o uso da fluoxetina para o tratamento da TPM nos EUA.

sábado, 9 de agosto de 2014

Infecção pelo vírus Ebola


A febre hemorrágica Ebola é a doença humana provocada por um vírus do gênero ebolavirus, popularmente conhecido como vírus Ebola.

Trata-se de doença altamente contagiosa, que exige medidas especiais de proteção porque é uma das doenças mais mortais que existem.

O vírus surgiu pela primeira vez em 1976, em uma região situada próximo ao Rio Ebola, no oeste da África, de onde vem o nome da doença.

Geralmente uma pessoa se infecta quando entra em contato com sangue ou fluidos corporais de outra pessoa ou animal infectado (macaco, porco, algumas espécies de morcegos, antílopes e porcos-espinhos).

Mesmo pessoas já mortas em decorrência do vírus podem transmiti-lo. As pessoas que sobrevivem à doença continuam a transmiti-la por dois meses, por via sexual.

No entanto, a doença não é transmitida por via aérea de forma natural, mas por partículas ou secreções eventualmente expelidas por ela.

Por isso, os agentes de saúde frequentemente são infectados enquanto tratam pacientes com Ebola.

Em geral, a incubação é de oito a dez dias, mas esse período pode ser de até vinte e um dias e então os sintomas principais começam abruptamente.

São eles: febre, fadiga, dores musculares e articulares, dores abdominais, de garganta e de cabeça. Em seguida vêm náuseas, vômitos, diarreia e rápida insuficiência hepática e renal.

Durante esta fase, algumas pessoas começam a sofrer hemorragias. Menos comumente, podem ocorrer exantemas, dor no peito, falta de ar, soluços e dificuldades de engolir.

Todas as pessoas infetadas sofrem uma coagulopatia que leva a uma fase hemorrágica grave, com seus sintomas próprios: olhos avermelhados; presença de sangue na tosse, vômitos e fezes; hemorragias na pele, mucosas, nariz, vagina, gengivas etc.

No início, os sintomas não são específicos, dificultando o reconhecimento da enfermidade.

Além dos sintomas, o diagnóstico depende de uma análise de sangue para detectar a presença de anticorpos, de DNA do vírus ou o próprio vírus.

O diagnóstico também deve levar em conta a história médica da pessoa, em particular se ela vive ou viajou para regiões onde a doença se manifesta, muitas vezes em surtos, como na África subsaariana.

Ainda não existe tratamento específico para o vírus Ebola.

O tratamento de suporte envolve principalmente a reidratação venosa, o controle da dor, da febre e dos outros sintomas e a possível prevenção de complicações.

O tratamento deve visar especialmente manter os níveis de oxigenação e pressão sanguínea dos pacientes e tratar quaisquer infecções intercorrentes.

Os sintomas iniciais podem se assemelhar aos de outras doenças tropicais, como a malária ou dengue, por exemplo, mas a infecção pelo vírus Ebola tem uma taxa de mortalidade muito alta, de cerca de 90%.

As hemorragias intensas são um indicador de agravamento da doença e do prognóstico e podem provocar a morte.

Os vírus são capazes de persistir no sêmen dos sobreviventes por até sete ou oito semanas depois do desaparecimento da doença.

Novos tratamentos estão em experimentação, mas ainda não são de uso extensivo.

A prevenção deve ser feita por medidas que diminuam o risco de propagação da doença, pela eliminação dos animais eventualmente contaminados, pelo cozimento da carne de animais antes de ser ingerida e pelo uso de vestuário adequado de proteção.

Em caso de pessoas doentes, é necessário usar-se vestuário e medidas de proteção ao aproximar-se delas.

Algumas vacinas têm sido tentadas e se mostrado eficazes na proteção de primatas, mas a imunização demora seis meses, o que não permite que elas sejam usadas no controle de epidemias.

No entanto, elas ainda não são seguras para uso em humanos.

A doença apresenta uma taxa de mortalidade muito elevada (90%), mas no caso de a pessoa sobreviver, a recuperação é geralmente rápida e completa, embora muitas vezes ocorram várias complicações no longo prazo, como inflamação dos testículos, dores articulares, esfoliação da pele, queda de cabelos e sintomas oculares.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Ceratose folicular ou pilar


Manifestação frequente devido a uma alteração da última camada da pele que forma "rolhas" nas aberturas dos folículos pilosos.

Geralmente surge na infância e há uma tendência familiar.

A causa é genética, mas hábitos como os de usar roupas justas podem agravar o quadro.

As áreas mais frequentemente acometidas são a parte externa dos braços (principalmente) e das coxas.

A doença se manifesta pela formação de "bolinhas" endurecidas nas aberturas dos poros, que deixam a pele áspera.

As "rolhas" causam a retenção da secreção sebácea podendo formar lesões semelhantes a espinhas que, algumas vezes, podem inflamar e deixar manchas escuras residuais.

Não existe uma forma de se acabar definitivamente com a doença, mas medicações de uso local, sob a forma de loção, creme ou gel, controlam bem o quadro e devem ser usadas continuamente, mesmo quando se obtiver melhora, para manutenção do resultado.

Deve-se evitar o uso de roupas apertadas, tecidos sintéticos e de produtos gordurosos nos locais afetados.

As manchas escuras tendem a diminuir com o controle da doença e podem melhorar mais rápido com o uso de despigmentantes indicados pelo dermatologista.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Cannabis


O uso da maconha não pode ser comparado ao uso do cigarro ou álcool em pequenas quantidades.

O cigarro nunca é saudável, mas não possui o efeito psicotrópico da maconha, e é justamente sob este aspecto que fica a diferença.

Uma pessoa que use maconha tem como finalidade alcançar um estado diferente do normal; uma pessoa que fume cigarro procura status ou prazer.

O objetivo de alcançar um estado diferente de percepção sentir-se como num sonho ou para relaxar-se, indica que existe uma deficiência psicológica: os problemas externos são muito fortes sendo necessária uma forma de compensação dessa tensão, ou o indivíduo que fuma maconha está fraco o suficiente para não enfrentar seus problemas naturais.

O uso da maconha para ambas as situações é equivocado e levará a problemas maiores. Nesse caso o problema não está na maconha, mas no comportamento de fuga.

A adolescência é a preparação para a vida adulta que por natureza é mais difícil devido à maturidade que será alcançada com o tempo e paciência.

Quando um adolescente foge de seus problemas está plantando o hábito da fuga para a vida adulta. Talvez, através da própria maconha quando for adulto.

A maconha dificilmente é usada com a mesma intensidade do cigarro.

É comum encontrar uma pessoa que fume vinte ou trinta cigarros por dia, mas mesmo para o mais pesado usuário de maconha dificilmente chegaria a tanto.

Como os efeitos maléficos do cigarro são diretamente proporcionais a intensidade do uso, dificilmente um usuário de maconha terá os mesmos problemas do usuário do cigarro como câncer ou enfisema.

Contudo os efeitos maléficos da maconha são outros, atingem com certeza o comportamento e a personalidade dos usuários, além da síndrome amotivacional atribuída ao uso pesado e prolongada da maconha.

A maconha talvez não encurte a vida de uma pessoa como faz o cigarro, mas certamente compromete a qualidade dos anos vividos.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Fobia Específica


Anteriormente denominada fobia simples a fobia específica é o medo persistente e recorrente a um determinado objeto ou circunstância que desencadeia uma forte reação de ansiedade, sempre que apresentado ao paciente fóbico.

Os critérios para realização do diagnóstico exigem as seguintes condições:

Um objeto claramente identificável (nos demais transtornos fóbicos e ansiosos nem sempre o objeto é claramente identificável). Este objeto sempre que apresentado desencadeia uma forte reação de medo, ansiedade ou mal estar no paciente, podendo chegar a uma crise semelhante a crise de pânico. Os adultos e adolescentes reconhecem que esse medo é exagerado, mas as crianças não necessariamente. Pelo critério norte americano o diagnóstico só pode ser dado quando o objeto fóbico interfere na rotina do indivíduo. Essa posição é passível de crítica não representando a opinião desde site.

As fobias, em geral, caracterizam-se pela ausência de motivo para despertar o medo constatado, ou por ser o medo exagerado diante do objeto fóbico.

As pessoas com fobia específica não apresentam uma história de traumas, injúrias ou ameaças decorrentes da exposição aos objetos mais comuns da fobia específica. Se isso acontecesse seria necessário diferenciar a fobia específica do estresse pós-traumático.

Na maioria das vezes as pessoas com uma fobia específica não são afetadas em sua rotina porque o objeto fóbico não faz parte dela.

Quando faz parte torna-se indicado o tratamento.

Há situações nas quais o objeto fóbico é o mesmo da agorafobia. A diferença entre essas duas formas de fobia baseia-se no que o paciente pensa.

Na fobia há uma forte reação contrária ao objeto, sendo o objeto afastado, a ansiedade some.

Na agorafobia o medo é da dificuldade de sair de onde esteja caso passe mal, o que não acontece na fobia específica.

Essa diferenciação é importante porque a fobia específica é um problema isolado, já a agorafobia dificilmente vem sozinha, geralmente antecede, vem junto ou depois de um quadro depressivo ou de pânico.

Esse transtorno geralmente é identificado na infância ou mesmo na idade adulta.

É um problema um pouco mais freqüente nas mulheres e apesar de eventualmente levar a desmaios isso não significa nada especialmente grave.

A fobia específica é um transtorno pouco estudado pelo baixo comprometimento que geralmente representa.

Os objetos fóbicos mais comumente encontrados são fobia a animais como cães, aranhas, lesmas.

Medo de animais altamente perigosos como cobras venenosas, jacarés, tigres não podem ser considerados patológicos.

Outras fobias comuns são de sangue, de águas rasas ou profundas, trovões e tempestades, alturas, elevadores, aviões.

A lista de objetos fóbicos, contudo, não é restrita: qualquer objeto desde que suscite uma resposta fóbica típica pode enquadrar os critérios de fobia específica.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Bulimia


É o transtorno alimentar caracterizado por episódios recorrentes de "orgias alimentares", no qual o paciente come num curto espaço de tempo grande quantidade de alimento como se estivesse com muita fome.

O paciente perde o controle sobre si mesmo e depois tenta vomitar e/ou evacuar o que comeu, através de artifícios como medicações, com a finalidade de não ganhar peso.

Existe uma tendência popular em achar que a bulimia é o contrário da anorexia.

A rigor o contrário da anorexia seria o paciente achar que está muito magro e precisa engordar, vai ganhando peso, tornando-se obeso e continua a julgar-se magro e continua comendo.

Isso seria o oposto da anorexia, mas tal quadro psiquiátrico não existe.

Na bulimia o paciente não quer engordar, mas não consegue conter o impulso para comer por mais do que alguns dias.

O paciente com bulimia tipicamente não é obeso porque usa recursos extremos para eliminar o excesso ingerido.

Enquanto a comunidade psiquiátrica mundial não reconhecer o binge como uma patologia à parte seremos obrigados a admitir que há 2 tipos de pacientes com bulimia: os que tentam eliminar o excesso ingerido por vômitos ou laxantes e os pacientes bulímicos que não fazem isso e acabam engordando, esse segundo tipo pode vir a constituir num outro transtorno alimentar, o Binge.

Os pacientes com bulimia geralmente apresentam 2 a 3 episódios por semana, o que não significa que no resto do tempo esteja bem. Na verdade esses episódios só não são diários ou mesmo mais de uma vez ao dia porque o paciente está constantemente lutando contra eles.

Esses pacientes pensam em comer o tempo todo.

A média de fracassos na tentativa de conter o impulso são duas vezes por semana.

Basicamente é um paciente com vergonha de seu problema, com sentimento de inferioridade e auto-estima baixa.

O paciente reconhece o absurdo de seu comportamento, mas por não conseguir controlá-lo sente-se inferiorizado, incapaz de conter a si mesmo, por isso vê a si como uma pessoa desprezível.

Procura esconder dos outros seus problemas para não o desprezarem também.

Quando existe um bom motivo como ganhar muito dinheiro o paciente pode até sujeitar-se a expor seu problema, como vimos no programa Big Brother primeira edição de 2002 na TV Globo.

Os pacientes bulímicos geralmente estão dentro do seu peso ou um pouco acima.

Tentativas de dieta estão sempre sendo realizadas.

Tentativas de adaptar os afazeres e compromissos rotineiros com os episódios de ingestão e auto-indução de vômito tornam seu estilo de vida bizarro, pois os episódios devem ser feitos às escondidas, mesmo das pessoas íntimas.

Uma alternativa para a manutenção de seu problema escondido é a opção pelo isolamento e distanciamento social, que por sua vez gera outros problemas.

Assim como a anorexia a Bumilia geralmente ocorre no adolescente, predominantemente nas mulheres. Os assuntos das conversas preferidos são relacionados a técnicas de emagrecimento.

É comum o comportamento de esconder alimentos para futuros episódios.

É interessante notar que a bulimia não constitui uma completa perda do controle. O paciente consegue planejar seus episódios, esperar para ficar sozinho e guardar alimentos, por exemplo.

Essa incapacidade parcial é intrigante para os leigos.

Muitas vezes os maridos das pacientes julgam que a paciente faz tudo porque quer e critica a esposa aumentando sua culpa.

Essa atitude deve ser evitada, pois além de não ajudar, atrapalha diminuindo ainda mais a auto-estima da paciente que sucumbe aos esforços por tratar-se.

A bulimia muitas vezes sucede aos episódios de anorexia.

Os antidepressivos tricíclicos já foram testados e apresentaram respostas parciais, ou seja, os pacientes melhoram, mas não se recuperam completamente.

Carbamazepina e lítio também foram testados com uma resposta ainda mais fraca.

Os antidepressivos IMAO também apresentam uma melhora similar a dos tricíclicos, porém melhor tolerado pelos pacientes por terem menos efeitos colaterais.

Mais recentemente os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina vêem sendo estudados com boas respostas, mas não muito superiores às dos tricíclicos.

Os estimulantes por inibirem o apetite também apresentaram bons resultados, mas há poucos estudos a respeito para se embasar uma conduta terapêutica.
Muitos pacientes só com psicoterapias apresentam remissão completa.

Não há uma abordagem especialmente recomendada.

Pode-se indicar a psicanálise, a terapia cognitivo-comportamental, terapias de grupo, grupos de auto-ajuda, psicoterapias individuais.

Os repetidos episódios de auto-indução do vômito geram problemas noutros sistemas do corpo.

Ao se vomitar não se perde apenas o que se comeu, mas os sucos digestivos também.

Isso pode acarretar desequilíbrio no balanço dos eletrólitos no sangue, afetando o coração, por exemplo, que precisa de um nível adequando dessas substâncias para ter seu sistema de condução elétrica funcionante.

As repetidas passagem do conteúdo gástrico (que é muito ácido) pelo esôfago acabam por ferí-lo podendo provocar sangramentos.

Casos extremos de rompimento do estômago devido ao excesso ingerido com muita rapidez já foram descritos várias vezes.

O intestino grosso pode sofrer conseqüências pelo uso repetido de laxantes como constipação crônica, hemorróidas, mal estar abdominal ou dores.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Criança com ansiedade


As crianças com transtorno de ansiedade generalizado apresentam medo excessivo, preocupações exageradas ou irracionais a respeito de várias situações.

Estão constantemente tensas e dão a impressão de que qualquer coisa pode deixá-las apreensiva.

Estas crianças estão sempre preocupadas com o julgamento dos outros em relação ao seu próprio desempenho e precisam que estejam constantemente reforçando a confiança nelas.

Têm dificuldade de relaxar, apresentam queixas somáticas sem causas definidas e sintomas corporais como palidez, sudorese, aceleração da respiração, tensão muscular e estão sempre atentas a tudo em redor sempre vigiando o que pode vir a representar uma ameaça ou perigo.

Crianças com esse problema podem, por exemplo, pedir constantemente para que seus responsáveis verifiquem com uma freqüência acima da necessária se o que fizeram está certo, mostram-se muito sensíveis aos comentários negativos, encontram-se o tempo todo apreensivas com a possibilidade de algo não estar bem.

Essas crianças acabam gerando problemas porque criam tensão no ambiente, irritam quem está próximo e acabam perdendo a paciência. O começo desse problema é gradual, sendo difícil localizá-lo na maioria das vezes.

A terapia mais recomendável é a cognitivo comportamental.

Dentre as alternativas de terapia essa parece ser a mais eficaz.

Quanto ao uso de medicação a fluoxetina e a buspirona foram as mais estudas tendo apresentado respostas favoráveis, mas os tranqüilizantes benzodiazepínicos também são eficazes.

Este transtorno é dos problemas psíquicos mais frequentes na atualidade, mas nem sempre reconhecido pelos cuidadores das crianças.

sábado, 2 de agosto de 2014

Parto na água



O parto na água é um parto por via vaginal, feito com a mãe imersa em uma banheira com água.

No Brasil esse tipo de parto é muito pouco realizado, mas em algumas cidades podem-se encontrar médicos e enfermeiras especializadas que fazem esse parto em casa.

O primeiro parto na água relatado na literatura médica foi realizado num vilarejo na França em 1805.

A água em que a mãe é imersa deve estar entre 36°C e 38ºC, cobrindo toda a barriga, de modo a manter o conforto materno e evitar desidratação ou superaquecimento.

Assim, ela proporciona relaxamento muscular profundo à mãe e alívio das dores que a gestante sente na fase final do trabalho de parto, ao ficar imersa em água morna.

A parturiente só deve entrar na água quando o trabalho de parto já está adiantado, porque se ela entrar muito no início dele, ele poderá demorar mais ou até ser inibido.

Um indicativo desse momento pode ser uma dilatação do colo do útero acima de cinco centímetros e mais de duas contrações uterinas a cada dez minutos. A retirada da placenta deve ser realizada fora da água.

Devem ser fartamente oferecidos água, sucos ou chás para a gestante, mesmo ainda dentro da água.

O ambiente do parto deve ficar à meia luz e o pai ou acompanhante pode estar presente, apoiando a parturiente.

Vantagens:

Para a mulher, a maior vantagem do parto na água é o relaxamento muscular profundo e o alívio da dor do trabalho de parto. Ocorre também aumento da irrigação sanguínea, diminuição da pressão arterial, sensação de bem-estar, relaxamento mental e diminuição da ansiedade, permitindo a ela uma participação ativa no parto.

Outra grande vantagem do parto na água é dispensar, na maioria das vezes, o uso de anestesias. Entretanto, nada impede que a gestante receba anestesia peridural se necessário.

Quando a gestante está imersa na água, ela fica num estado quase agravitacional e isso permite não haver alterações na circulação do sangue para a placenta e na oxigenação do bebê com as mudanças de posição materna.

Para o bebê, a experiência do nascimento é menos traumática, proporcionando menor choque térmico e uma adaptação mais fácil à vida extra-uterina. Ele chega ao mundo envolvido pela água que está aquecida, assim como estava dentro do útero.

Como os partos na água geralmente são mais rápidos e menos laboriosos que os partos normais, a mulher tem uma recuperação mais rápida.

Desvantagens:

O parto na água, como o parto normal, envolve o risco de infecção para mãe e para o recém-nascido, o risco de hemorragia materna pós-parto, de asfixia e de afogamento do bebê, mas existem muito poucos relatos de ocorrência dessas complicações, parecendo que os riscos de complicações com o parto na água não são maiores que com o parto normal.

Em relação à possibilidade de afogamento do bebê, deve-se ter em conta que existem mecanismos inibitórios da respiração até o contato com o ar externo e que ainda durante cerca de vinte segundos ele respira através do cordão umbilical, até que seus pulmões se expandam, não correndo, pois, o risco de se afogar. No entanto, em raros casos seus mecanismos inibitórios podem ser suprimidos, causando aspiração da água, o que é um problema grave.

O parto na água dificulta manobras de urgência que podem ser requeridas no momento do nascimento e por isso deve ser evitado com todas aquelas gestantes em que se preveja ser necessário qualquer tipo de manobra excepcional. Assim, ele não é aconselhável nos partos prematuros, naqueles em que haja sofrimento fetal, em mães diabéticas ou que apresentaram sangramentos durante a gestação, em mulheres com doenças infectocontagiosas ou nos casos em que a mãe e o bebê precisam ser monitorados, etc.