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sábado, 30 de agosto de 2014

RX simples e RX contrastado


Uma radiografia simples baseia-se no fato de que um feixe de raios catódicos emitidos por uma ampola de raios X (por isso a radiografia é também chamada de Raios X) atravessa de modo diferente os diversos tecidos orgânicos até atingir uma película (“filme”) coberta com sais de prata, anteposta a eles, gerando imagens. Como esses raios atravessam com mais facilidade as partes aeradas e os tecidos moles do corpo (de menor densidade), chegam ao filme com maior intensidade e o impressionam mais fortemente na projeção desses órgãos, gerando registros mais escuros.

Os tecidos mais densos, como os ossos, por exemplo, os retém mais e eles chegam ao filme com menor intensidade e geram, na projeção desses órgãos, imagens mais claras. Depois de revelados, esses filmes mostram imagens dos órgãos em diferentes tons de cinza. Na verdade, as imagens projetadas correspondem a áreas de sombra dos raios X emitidos e os registros de órgãos com densidades muito próximas não geram imagens muito nítidas. Hoje em dia, embora ainda continue a ser usada, em muitos casos a radiografia simples é superada em qualidade como método de obtenção de imagens do interior do corpo pela tomografia computadorizada e pela ressonância magnética.

Em virtude de não ter uma densidade que o diferencie muito dos tecidos ao redor, nem sempre um determinado órgão ou estrutura se torna visível numa radiografia simples. No entanto, quando se precisa estudar esse órgão ou estrutura seus contornos podem se tornar visíveis pela introdução neles de substâncias (contrastes) que não se deixam atravessar pelos raios X.

A radiografia contrastada é indicada quando há necessidade de se investigar órgãos e estruturas que não sejam bem visualizados por meio das radiografias simples. Em geral as substâncias que funcionam como contraste preenchem cavidades ocas do organismo e assim permitem estudar a forma e as paredes delas. Dessa maneira, podem mostrar ulcerações, tumores, estreitamentos, dilatações, obstruções, morfologias, etc.

Elementos químicos pesados (de alta densidade), como o iodo ou o bário são introduzidos nos órgãos que se deseja visualizar, por meio de ingestão, injeção venosa ou outras vias. Esses contrastes são chamados baritados ou iodados, conforme o sal usado. Quando essas substâncias são ingeridas, elas preenchem as cavidades digestivas e as radiografias tomadas de imediato podem revelar eventuais anormalidades delas e de suas paredes. É o que acontece, por exemplo, com as radiografias do esôfago. Quando injetadas por via venosa essas substâncias só funcionam como contraste quando começam a serem excretadas e só então as radiografias devem ser tomadas. É o que acontece, por exemplo, com radiografias do aparelho urinário. Mas as substâncias podem ser introduzidas no organismo pela via anal (ânus), vaginal (vagina) ou uretral (uretra) para fornecer radiografias de órgãos relativos a essas vias, como cólons, útero ou bexiga, por exemplo.

As radiografias contrastadas mais solicitadas são: esôfago, estômago, duodeno, cólon, vesícula biliar, rins, árvore urinária, bexiga, útero. Algumas vezes se fazem também radiografias contrastadas especiais como, por exemplo, arteriografia cerebral, radiografia de medula espinhal ou das trompas uterinas.

A maioria das radiografias contrastadas não envolve riscos. Em algumas radiografias mais complexas, como a arteriografia cerebral, por exemplo, os riscos advêm mais do processo de preparação para tomar as imagens que das radiografias propriamente. Pode haver alguma reação rapidamente passageira ao contraste, como sensação de calor corporal, gosto metálico na boca, zonzeira, náuseas e vômitos. Pessoas hipersensíveis podem ter reações mais sérias, imediatas ou tardias, pelo que devem comunicar ao médico se já sofreram essas reações anteriormente ou se são alérgicas a alguma medicação. Reações graves, como insuficiências ou arritmias cardíacas são extremamente raras.

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