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quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Síndrome Metabólica
Chama-se síndrome metabólica a um conjunto de fatores individuais que aumentam muito o risco de desenvolver doenças cardiovasculares ou diabetes tipo 2.
Ela foi primeiramente aventada na década de 80, por um pesquisador chamado Reaven, o qual observou que doenças cardiovasculares frequentes estavam muitas vezes associadas à obesidade.
A síndrome metabólica parece se dever sobretudo a uma dieta desequilibrada associada a um estilo sedentário de vida e a fatores constitucionais do indivíduo.
Caracteriza-se pela observação de que condições como a obesidade, a hipertensão arterial, as alterações na glicose, nos triglicerídeos e no colesterol estão unidas por um elo comum, chamado resistência insulínica e relacionadas com doenças cardiovasculares.
Essa resistência corresponde à dificuldade que tem esse hormônio de exercer suas ações.
A insulina é responsável por passar a glicose do sangue às células, participando também do metabolismo das gorduras, além de ter outras funções.
As dificuldades de ação da insulina correspondem a um conjunto de doenças que têm como base comum a resistência insulínica.
O conjunto de sintomas da síndrome metabólica está intimamente correlacionado e uns levam aos outros, formando um ciclo complexo e difícil de ser interrompido.
Do mesmo modo, a melhoria de um deles implica em melhoria dos outros.
Os dados constituintes da síndrome, que em si já são patológicos (obesidade, hipertensão, alterações dos níveis da glicose sanguínea, dos triglicerídeos, do colesterol e a presença de albuminúria), podem ainda desencadear infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, diabetes tipo 2, insuficiência renal, cataratas, etc.
Além disso, aumenta a coagulação sanguínea e as consequências decorrentes dela.
Não há um critério unanimemente aceito em todas as partes do mundo para definir a síndrome.
No Brasil existe o Consenso Brasileiro sobre Síndrome Metabólica, documento referendado por diversas entidades médicas e que a define mediante a presença de pelo menos três de cinco pontos:
•Obesidade central: circunferência da cintura superior a 88 centímetros na mulher e 102 centímetros no homem.
•Hipertensão arterial: pressão arterial sistólica maior que 130 mmHg e pressão diastólica maior que 85 mmHg.
•Glicemia: acima de 110 mg/dl ou diagnóstico de diabetes mellitus.
•Triglicerídeos: maior que 150 mg/dl, dosados no sangue.
•HDL colesterol (“colesterol bom”): abaixo de 40 mg/dl em homens e de 50 mg/dl em mulheres, dosado no sangue.
Alguns pesquisadores acrescentam, ainda, a albuminúria, que é a perda de albumina na urina.
Cada componente da síndrome deve ser tratado individualmente, para diminuir os riscos de eventos cardiovasculares.
É fundamental uma mudança do estilo de vida para um modo mais saudável, mesmo que menos prazeroso. Deve-se promover a perda de peso, evitar o fumo e realizar atividades físicas orientadas.
Em alguns casos pode ser feito uso de medicações, sob orientação médica, para controlar a hipertensão, os níveis de colesterol, de açúcar e outros sinais ou sintomas.
Os indivíduos acometidos pela síndrome metabólica estão mais sujeitos às doenças cardiovasculares e ao diabetes tipo 2 e têm uma menor expectativa de vida.
É importante formar hábitos alimentares saudáveis desde a infância, controlar o peso, fazer exercícios físicos, não fumar e manter controle laboratorial sobre os níveis de colesterol, glicose e triglicerídeos.
As pessoas acometidas pela síndrome metabólica estão sob o risco de morte por problemas cardiovasculares duas a três vezes maior que a população geral.
A síndrome metabólica também aumenta o risco de diabetes tipo 2 e das complicações decorrentes desta patologia.
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