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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Dialética

Do grego, diá, advérbio e preposição que significa separação (dualidade), e lektikós, apto à palavra, capaz de falar, conveniente ao diálogo. A raiz da palavra é a mesma de diálogo, querendo dizer dualidade de razões, posições ou teses. Dialética, porém, sempre significou, além de dualidade, oposição de razões, atitudes ou argumentos. A ideia de oposição, antítese ou contradição, por sua vez, embora essencial à noção de dialética, não esgota seu significado, pois, desde os primórdios da filosofia grega, foi diversamente interpretada, atribuindo-lhe alguns sentido apenas lógico e outros alcance também ontológico. Para apreender a plenitude de seu conteúdo não poderemos nem limitá-la ao sentido etimológico nem defini-la dogmaticamente, mas deveremos recorrer à história, ao longo da qual a palavra dialética não só adquiriu sentidos e inflexões diferentes, mas enriqueceu extraordinariamente seu significado, tornando-se "a pedra filosofal do nosso tempo".

Segundo Aristóteles, o inventor da dialética teria sido Zenão de Elea, autor dos célebres argumentos contra a pluralidade e a mobilidade do ser. Todavia, os historiadores do pensamento grego reconhecem em Heráclito de Éfeso o mais remoto ancestral da dialética. Em vários de seus fragmentos, esse filósofo afirma a estrutura movediça e contraditória da realidade e do logos, "de acordo com o qual todas as coisas se produzem" (frag. 1). Para o efesiano, "não nos podemos banhar duas vezes no mesmo rio" (frag. 91) e "a guerra é mãe e rainha de todas as coisas" (frag. 53). A contradição é reconhecida como essência do vir-a-ser, do devenir, pois "é uma mesma coisa ser vivo e ser morto, desperto ou adormecido, jovem e velho, essas coisas se transformam umas nas outras e (são) de novo transformadas" (frag. 88).

O logos heraclítico é não só a razão das coisas, mas o fogo que as ilumina e nos permite vê-las, não apenas o "sentido" do real, mas o pensamento e, mais ainda, a sabedoria, pois "ser sábio consiste em saber que o pensamento governa todas as coisas por meio de todas as coisas" (frag. 40). Compreendendo a natureza como processo, o Absoluto como vir-a-ser e unidade ou unificação dos opostos, Heráclito, no comentário de Hegel, formulou, pela primeira vez, "a ideia filosófica em sua forma especulativa".

Zenão de Elea, para justificar as teses da escola, unidade e imobilidade do ser, formulou os famosos argumentos com os quais se propõe mostrar as contradições em que incorrem os que aceitam a tese da pluralidade e da mobilidade do ser. Pressupondo que só o racional é real, e que o princípio de identidade (formalmente entendido) é o princípio fundamental da razão, procura mostrar que o movimento e a pluralidade, envolvendo contradição, são irracionais e, portanto, irreais, meras ilusões dos sentidos. O movimento é contraditório porque implica em estar e não estar, ao mesmo tempo, no mesmo lugar, e a transformação, substancial porque consiste em ser e não ser, ao mesmo tempo, a mesma coisa. A pluralidade, ou multiplicidade, também é contraditória porque as coisas só podem estar separadas umas das outras ou pelo ser ou pelo não-ser. Ora, pelo ser se confundem e pelo não-ser não se podem distinguir porque o não-ser não é.

Procurando atender às exigências políticas da democracia ateniense, os sofistas se apresentam não como filósofos, nem mesmo como pedagogos no sentido grego, mas como professores. Na agora, nas assembleias, nos tribunais, o cidadão ateniense precisa, para defender seus interesses e direitos, dominar uma técnica, a da palavra. Professores de retórica, de saber enciclopédico, os sofistas ensinam a falar e a discutir, a utilizar praticamente o logos. A antilogia, ou controvérsia, essência de seu método, consiste em aplicar "a concepção heracliteana do contraste dinâmico entre os juízos sucessivos e a argumentação de Zenão, que fazia surgir a oposição estática dos juízos simultâneos sobre as noções fundamentais da experiência". Para os sofistas, a dialética é arte puramente verbal, útil ao discurso e à discussão.

Condenando a erudição e o enciclopedismo dos sofistas, Sócrates partia do pressuposto da própria inciência ou ignorância, atribuindo ao método (diálogo), não um conteúdo eventual, mas permanente, o conhecimento de si mesmo, e das essências das coisas, do inteligível, do universal. A dialética socrática inclui três momentos: a hipótese, a ironia e a maiêutica. A hipótese é a definição prévia e provisória do que se pretende conhecer. A ironia, o interrogatório que leva o interlocutor a reconhecer a ignorância do que pretendia saber. A maiêutica, parto das almas, é a arte de dar à luz as ideias, adormecidas no espírito do interlocutor ou discípulo. A dialética socrática é, pois, o método que nos permite, pelo diálogo, proposição da tese, crítica da tese, antítese, chegar à síntese, à essência descoberta em comum, ao termo da controvérsia.

Platão, discípulo de Sócrates, enfrenta a dificuldade que o Mestre, no Menon, chama de "proposição polêmica (ou belicosa)": é impossível procurar tanto o que se sabe quanto o que não se sabe. O que se sabe porque, sabendo-o, não há que procurá-lo; o que não se sabe porque, ignorando-o, não se sabe o que procurar. Platão resolve a dificuldade com a teoria da reminiscência, transposição filosófica da metempsicose, ou metensomatose, crença pitagórica na transmigração das almas. Conhecer é reconhecer, aprender é lembrar-se e ignorar é esquecer.

Quanto ao conhecimento, cabe distinguir a doxa, opinião, da episteme, ciência, fundada em princípios e capaz de justificar-se, dar razão de si mesma. O objeto da ciência, como ensinava Sócrates, é o necessário e o universal. Ora, os sentidos só nos revelam o particular e o contingente, motivo pelo qual o mundo sensível não pode ser objeto de conhecimento epistemológico. A essência das coisas consiste nas "ideias", necessárias e universais, imutáveis e eternas, que, hipostasiadas, quer dizer, dotadas de existência real, constituem o topos manos, mundo platônico das ideias. A ciência consistirá, pois, em ascender ao mundo das ideias, ou da realidade não aparente, mas verdadeira.

Esse acesso, ou ascensão, requer um caminho, método, que é a dialética. Conversão, não só da inteligência, mas do homem todo, que deve "voltar-se" das aparências para a realidade, a dialética platônica, além de disciplina da razão, processo de "redução" do múltiplo ao uno, do contingente ao necessário, do particular ao universal, é também educação da vontade, disciplina ascética de purificação que, libertando o espírito do corpo, o torna capaz de contemplar as ideias. A dialética é o método de tal conversão, propiciando a visão sinótica, ou sintética, que nos permite ascender aos princípios "anhipotéticos" dos quais podemos deduzir, com rigor, o conhecimento epistemológico das relações que constituem o mundo do ser, do qual o mundo sensível é apenas uma imagem ou aparência.

Para Aristóteles que, na Metafísica,, critica a teoria platônica das ideias, os universais não são transcendentes, mas imanentes à realidade sensível, na qual os apreendemos pela "abstração". A indução, método da ciência, permite aprender o universal pelo particular, e deduzir, do universal, o particular que nele se contém. Na obra de Aristóteles, a dialética é tratada na Lógica (Organon), na Ética e na Retórica, tornando-se um método subsidiário, de importância menor, em confronto com os métodos da ciência. No Organon (Tópicos), o silogismo dialético é aquele cujas premissas são apenas prováveis. Sem ter valor científico, seu estudo apresenta estas vantagens: é um exercício mental; habilita a discutir com qualquer interlocutor; ensinando a defender a tese e a antítese, permite distinguir a verdade do erro e aproximar-se dos primeiros princípios quando tais princípios não podem ser conhecidos cientificamente.

Na Ética, que não pode ser demonstrativa, a tal ponto seus princípios se acham diluídos na complexidade e na casuística do comportamento humano, a dialética é utilizada para chegar aos primeiros princípios, a partir da doxa (opinião) da maioria e dos sábios. Na Retórica, Aristóteles escreve que essa disciplina "não deixa de ter analogias com a dialética. Ambas, com efeito, tratam de questões que, de certo modo, são da competência comum de todos os homens, sem ser do domínio de nenhuma ciência em particular. Assim, todos, de certo modo, participam de ambas e tentam submeter a exame ou sustentar uma tese, apresentar sua defesa ou contestação".

Pedro Abelardo (1077-1142), na obra intitulada Sic et Non, emprega o método dialético, opondo umas às outras as teses (teológicas) dos padres da Igreja e procurando conduzir o leitor, através de suas contradições, a um ponto de vista positivo.

Alberto o Grande (1206-1280), embora aristotélico, salienta o princípio das oposições (razão e autoridade) admitindo a dupla verdade, a natural ou filosófica, e a sobrenatural ou teológica. A oposição se resolve dialeticamente, em Deus, que é a síntese das duas verdades, e, no homem, pela subordinação da razão à fé, pois o objeto da fé não é anti-racional, mas supra-racional.

Mestre Eckhart (1260-1327), dizendo de Deus que é "um puro nada", prenuncia de certo modo Hegel, pois concebe a divindade como processo dialético que deve emergir do infinito, ou do indeterminado, e tornar-se Deus real e vivo, síntese do infinito e do finito. Essa concepção trinitaria de Deus, e do homem, feito à sua imagem e semelhança, implica uma tensão dialética, embora, em Eckhart, seu desfecho seja místico e não especulativo.

Nicolau Cusano (De Cusa) (1401-1464) revela, também, clara consciência da tensão dialética entre o infinito (Deus) e o finito (homem). Enquanto a razão permanece prisioneira dos contrários, das antinomias, o intellectus nos dá a intuição da unidade de Deus, que é o Absolutn, unidade dos contrários, coincidentia oppusitorum. Em Nicolau de Cusa, escreve Julián Marias, "encontra-se em gérmen toda a filosofia que deveria desenvolver-se na Europa, desde Giordano Bruno, de modo impreciso e confuso, até a esplêndida maturidade hegeliana".

Jacob Boehme (1575-1624), pensador cristão, místico, é várias vezes citado por Hegel, que o considera um "poderoso espírito", ao qual se deu, com razão, o título de philosophus teutonicus. O autor da Fenomenologia salienta o "conteúdo especulativo" do pensamento de Boehme, cuja "ideia fundamental consiste em tudo manter na unidade absoluta, a absoluta unidade divina, e a reunião de todos os opostos em Deus... seu pensamento único é a santa triplicidade, que tudo apreende na unidade divina e todas as coisas como seu desenvolvimento e sua exposição... tudo o que é é como essa tríade, essa tríade é tudo".

O breve retrospecto da pré-história da dialética permite verificar que essa ideia trabalha o pensamento humano desde Heráclito e, refletindo as peripécias do processo social e histórico, germina surdamente, até tornar-se, com Hegel e Marx, uma das categorias mais importantes do conhecimento científico e do pensamento filosófico.

Immanuel Kant (1724-1804) que contribui para realizar no domínio do pensamento aquilo que os franceses realizaram praticamente, com a Revolução, transfere para o plano do transcendental a eficácia da dialética. Na Critica da Razão Pura, nos diz que "a lógica geral, considerada como organon, é sempre uma lógica da aparência, quer dizer, dialética (porque) nada nes ensina sobre o conteúdo do conhecimento mas se limita a expor as condições formais do acordo do conhecimento com o entendimento". Embora a "razão pura" esteja limitada ao conhecimento dos "fenômenos", ou aparências das coisas, subsiste no homem a exigência do absoluto, do incondicionado, que procura, realizar-se nas ideias puras da razão, puras porque não oriundas nem dos sentidos nem do entendimento.

A "aparência transcendental", como diz Kant, "influindo nos princípios cuja aplicação não se refere à experiência, nos leva além do uso empírico das categorias e nos engana com a ilusão de uma extensão do entendimento puro". A função da "dialética transcendental" será, pois, a de revelar essa aparência transcendental, demonstrando a incognoscibilidade da transcendência. Às ideias da razão, psicológica, cosmológica e teológica, correspondem as antinomias da razão pura, nas quais Kant procura mostrar que, desvinculada da experiência e entregue a si mesma, a razão pura demonstra tanto a tese quanto a antítese, a liberdade e o determinismo, a finitude e a infinitude do mundo, a existência e a inexistência de Deus.

No plano da razão prática, a dialética se revela na contradição entre o eu normativo, portador de um ideal, e o eu empírico que, finito e mortal, não logra realizar esse ideal. Tal antinomia se resolve no plano da fé, em Deus e na imortalidade da alma. No domínio da estética, finalmente, a contradição se apresenta no juízo referente ao gosto que, embora seja puramente subjetivo, pretende valer para todos os sujeitos. Kant tenta superar essa contradição "elevando o olhar além do sensível e procurando no supra-sensível o traço de união de todas nossas faculdades a priori". O resultado a que chegam as "críticas" é, pois, puramente negativo, a contradição não é superada em uma síntese racional e a função da dialética consiste em "suprimir o saber para substituí-lo pela crença".

Johann Gottlieb Fichte (1762-1814) leva às últimas consequências o idealismo subjetivo de Kant, tentando superar o dualismo entre "coisa em si" e fenômeno, aparência e realidade, sujeito e objeto, etc. Eliminada a "coisa em si", a objetividade se torna uma criação do sujeito, e o sujeito o absoluto. Deve-se explicar, porém, como o Eu se limita a si mesmo. O Eu fichteano é atividade, ato puro; sua afirmação implica a resistência, o "choque", a negação de si mesmo. Ora, se nada há além do Eu, sua negação deverá ser deduzida do próprio Eu. A afirmação do Eu implica pois a negação de si mesmo e a negação da negação. O momento decisivo dessa dialética é o da antítese, negação do Eu, pois o momento seguinte, negação da negação, supõe o primeiro, ou o anterior, momento da negação. Na síntese, o sujeito deve reconhecer no objeto "seu próprio produto". Mas como poderá a passividade resultar da atividade? Ou, com outras palavras, se o sujeito não inclui, a priori, o objeto, e se só existe o sujeito, como deduzir o objeto do sujeito? O essencial do movimento ou processo dialético, no entanto, já se encontra, como vemos, na primeira filosofia de Fichte, embora a natureza, "produto inconsciente do Eu", de que o Eu precisa para agir e afirmar-se, permaneça uma simples exigência moral.

Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831), em suas Lições sobre a História da Filosofia, nos diz que não há uma só proposição de Heráclito que não tenha sido adotada em sua Lógica. Se o ser e o não-ser não passam de abstrações "sem verdade", e se a verdade é o vir-a-ser, o princípio fundamental do pensamento deixará de ser o de identidade (o ser é o ser), como pretendiam os eleatas, para tornar-se o de contradição, o ser é o não-ser, como pensava Heráclito. Segundo Hegel, as determinações opostas estão ligadas na unidade, em que se encontram tanto o ser quanto o não-ser. O entendimento separa e fixa essas determinações, mas a razão não pensa uma sem a outra, porque uma está contida na outra; o Todo, ou a Totalidade, o Absoluto, deve, pois, ser compreendido como vir-a-ser, devenir.

Compreender a natureza, diz Hegel, é representá-la como processo e, se Heráclito considera o fogo o primeiro princípio, é porque o fogo é um processo. Totalidade, contradição, movimento, tais são as categorias fundamentais da dialética. A lógica formal, que separa a forma do conteúdo, é uma "teoria geral das estabilidades", ao passo que a dialética, que não separa a forma do conteúdo, é a lógica da contradição e do movimento. "Chamamos dialética, escreve Hegel, o movimento racional superior, graças ao qual os termos, na aparência separados, passam uns nos outros, espontaneamente, em virtude daquilo que são, a hipótese de sua separação achando-se assim eliminada. É em virtude da natureza dialética que lhes é imanente, que o ser e o nada manifestam sua unidade e sua verdade no vir-a-ser (devenir)". A dialética, tal como Hegel a entende, não é, pois, uma "arte exterior", ou um "método" a ser utilizado no estudo de uma realidade que, em si mesma, não seria dialética, porque o método, escreve Hegel, "não é senão a estrutura do todo exposta em sua pura essencialidade". Em tal perspectiva, a lógica formal passa a ser a lógica da aparência (a imobilidade é aparente e o movimento real) e a dialética, a lógica da realidade. O problema da dialética não será, portanto, o de enunciar tautologicamente a identidade, o ser é o ser, mas o de pensar a contradição e o movimento entendidos como estrutura mesma do real.

Se toda determinação é uma negação, como dizia Spinoza, todo ser finito é contraditório na medida em que implica, em si mesmo, sua própria negação. Ora, como diz Hegel, "a contradição é a raiz de todo movimento e de toda manifestação vital; é apenas enquanto encerra uma contradição que uma coisa é capaz de movimento, de atividade, de manifestar tendências e impulsos... a contradição não tem origem apenas na reflexão exterior mas reside nas coisas e nas instituições elas próprias..., é o princípio de todo movimento espontâneo, que não passa da manifestação da contradição".

A dialética é, pois, a estrutura do real que, entendido como processo, envolve três "momentos": o da identidade, da tese, do ser em-si, do dado (natureza); o da contradição, ou negação, antítese, ser para-si (ação, trabalho); o da positividade, negação da negação, ser em-si e para-si totalidade, síntese (obra, história). O momento propriamente dialético do processo é o da negação, implícito no anterior, na

finitude do dado. Não seria, porém, dialético, no sentido hegeliano, se contivesse apenas os dois primeiros momentos, da imediatidade e da negação. O processo é dialético porque não se detém na negação, que o imobilizaria, mas, pela negação da negação, alcança nova posição, ou positividade, que contém os momentos anteriores e os supera, na totalização ou na síntese. Com Hegel e a Ciência da Lógica, a contradição se torna, como diz o filósofo, "a determinação mais profunda e essencial" da realidade e do pensamento humano, embora não tenha produzido, na obra hegeliana, todas as consequências que potencialmente continha.

Caberia a Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) dar um conteúdo concreto à dialética hegeliana. Embora compreenda que o concreto é a totalidade, Hegel, por ser idealista, estabelece a prioridade da consciência em relação ao ser, ou do pensamento em relação ao real. Na carta ao pai, de 10 de novembro de 1837, Marx diz que "pouco a pouco abandonou o idealismo e passou a procurar a ideia na própria realidade", afirmação que deixa clara, no jovem Marx, sua divergência com Hegel. A crítica do idealismo, todavia, não impede Marx e Engels de reconhecerem seu débito com a filosofia alemã em geral e a hegeliana em particular.

Marx elogia a Filosofia do Direito de Hegel, na qual diz ter encontrado, na filosofia política alemã, "a fórmula mais lógica, mais rica, mais absoluta". A propósito da Fenomenologia, diz, nos Manuscritos de 1844, que "a grandeza (dessa obra) e de seu resultado final — a dialética da negatividade como princípio motor e criador — consiste em que Hegel apreende a produção do homem por si mesmo como um processo, a objetivação como desobjetivação, alienação e supressão da alienação... e concebe a essência do trabalho e o homem objetivo, verdadeiro porque real, como resultado de seu próprio trabalho". Engels, por sua vez, nos diz que "se não tivesse havido a filosofia alemã, notadamente a de Hegel, o socialismo científico jamais teria existido".

Em texto famoso, ao dizer que seu método é distinto do de Hegel, do qual seria mesmo a antítese, Marx escreve que, "para (o filósofo) o pensamento, com o nome de ideia, é o demiurgo do real, e o real a simples forma externa em que toma corpo. Para mim, ao contrário, o ideal é o material traduzido e transposto na cabeça do homem". Embora tivesse mistificado a dialética, Hegel foi o primeiro a expor, "com amplitude e consciência, as formas gerais do movimento. Nele (a dialética) está de cabeça para baixo. Trata-se de pô-la de pé, para descobrir na ganga mística o núcleo racional".

Desmistificada, posta de cabeça para cima, racionalizada, a dialética, porque "na inteligência do real incluía a inteligência de sua negação necessária", revela-se "essencialmente crítica e revolucionária". Se o real é contraditório, se inclui em sua estrutura a própria negação, nenhuma de suas formas pode ser eterna e definitiva. Tanto a natureza quanto a cultura se constitui de realidades efêmeras e perecíveis, sujeitas à mudança, à contínua transformação. É o que nos diz Engels, ao salientar "o caráter revolucionário da filosofia hegeliana"... "que dissolve todas as noções de verdade absoluta e definitiva e de estados da humanidade que lhes seriam correspondentes" e em face da qual nada subsiste de definitivo, absoluto e sagrado", pois nos revela "a caducidade de todas as coisas"... "nada subsistindo diante dela senão o processo ininterrupto do vir-a-ser e do perecer", pois "o caráter revolucionário dessa maneira de ver é absoluto". A dialética revolucionária que estaria, assim, aprisionada na ganga do sistema conservador, no "idealismo" da concepção hegeliana da dialética, é liberada, tornando-se o instrumento não só de conhecimento mas de transformação do real. Se a matéria é anterior ao espírito, o real à ideia, e se a estrutura do real é a contradição e o movimento, o materialismo dialético será a concepção ou visão do mundo natural e humano, correspondente a essa estrutura.

Dando um conteúdo concreto à formulação abstrata da Fenomenologia de Hegel, à dialética do senhor e do escravo e à teoria da praxis, Marx compreende a história como luta de classes, como contradição entre a estrutura das forças produtivas e as relações de produção. A contradição é, pois, a mola do processo histórico, a tensão que a propulsiona e a faz mover-se, a ser constante mudança e transição. Posição da tese, negação da tese pela antítese, e negação da negação na síntese, a dialética leva Marx a prever que "em lugar da antiga sociedade burguesa, com suas classes e seus antagonismos de classe, surgirá uma associação na qual o livre desenvolvimento de cada um será a condição do livre desenvolvimento de todos"

Morre o escritor Moacyr Scliar

Morreu neste domingo (27) o escritor e colunista da Folha Moacyr Sclyar, 73. A morte ocorreu à 1h. Segundo o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, onde ele estava internado, Scliar teve falência múltipla dos órgãos. O velório acontece hoje na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, a partir das 14h.

O escritor sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) isquêmico no dia 17 de janeiro. Ele já estava internado para a retirada de pólipos (tumores benignos) no intestino.

Nascido em Porto Alegre e formado em medicina, o escritor e colunista da Folha publicou mais de 70 livros entre diversos gêneros literários: romance, crônica, conto, literatura infantil e ensaio.

Sua obra tem forte influência da literatura fantástica e da tradição judaica.

Integrante da Academia Brasileira de Letras desde 2003, Scliar já recebeu prêmios Jabuti, uma das mais prestigiadas premiações literárias do país, em 1988, 1993, 2000 e 2009.

Entre suas obras mais importantes destacam-se os livros 'A Guerra no Bom Fim', 'O Centauro no Jardim', 'O Exército de um Homem Só' e 'Max e os Felinos'.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Poluição do ar causa mais infarto que cocaína





Respirar ar poluído causa mais ataques cardíacos que usar cocaína, segundo revisão de estudos envolvendo 700 mil pessoas, publicada ontem no "Lancet".

O trabalho, feito pela Hasselt University, na Bélgica, cruzou fatores de risco para infarto e a exposição da população a esses fatores.

É por isso que a poluição ficou em primeiro lugar. Individualmente, aumenta apenas 2,9 vezes o risco de infarto, em comparação com a cocaína (23 vezes).

Mas, como a população toda é exposta à poluição, e apenas uma fração pequena usa a droga (0,04%), a poluição desencadeia muito mais infartos do que a cocaína.

O estudo também coloca em patamares semelhantes os riscos da poluição e de outros fatores mais conhecidos, como esforço físico e consumo de álcool e de café.

O estudo pode fazer com que os clínicos finalmente olhem para a poluição como fator de risco relevante para infarto. Não se pode mais menosprezar um risco de 7%, similar ao do álcool.

Os gatilhos fazem a doença preexistente piorar ou se manifestar. No caso da poluição, a piora da qualidade do ar pode causar um infarto poucas horas depois da exposição em quem tem hipertensão ou problemas cardiovasculares.

Mas mesmo pessoas saudáveis podem sofrer dano e ter o risco de infarto aumentado ao longo do tempo, principalmente se morarem em cidades como São Paulo.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Violência no Trânsito





A violência no trânsito é a soma do estresse físico, psicológico e social, além da direção agressiva, distúrbio de comportamento e características pessoais, como educação familiar e outros fatores.

Todos esses componentes estão presentes nos conflitos de trânsito e na mídia, como algo de cunho "policial".

A violência é, de alguma forma a perda de capacidade de se adaptar e, na defensiva, a pessoa parte para o ataque, com gestos obscenos, palavrões, luta corporal, ou agressões com instrumentos ou armas de fogo. As conseqüências são desanimadoras.

Muitas vítimas todos os anos. Na cidade de São Paulo há cerca de 30 chamadas por dia referentes a problemas desse tipo.

Estudos mostram que cerca de 15 a 20% dos motoristas têm algum tipo de distúrbio psicológico e não deveriam ser habilitados. Cerca de 18% não conseguem se adaptar ao estresse provocado pelo trânsito e 12% mostram comportamento agressivo ao volante, dando "fechadas", invadindo farol vermelho, desrespeitando as sinalizações, colando na traseira, jogando farol alto, buzinando excessivamente e outras atitudes descontroladas.

O veículo nessas circunstâncias transforma-se em uma arma muito perigosa.

Deveria haver um REAL método de seleção rígida para habilitar os motoristas e o teste psicológico eventualmente aplicado não mostra ser o suficiente para isso.

Seria importante avaliar impulsividade, compulsão, agressividade, distúrbios comportamentais e doenças mentais.

Mas aí eu me pergunto: se todos nos passássemos por uma avaliação CORRETA, qual de nós poderia ser habilitado?

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Cefaléia pós coito





Quem nunca ouviu que a parceira está com dor de cabeça como desculpa para evitar relações sexuais? Pois é, este tradicional pretexto pode ocorrer realmente, mas durante o ato sexual em si. A doença é denominada cefaléia benigna do sexo, cefaléia sexual, cefaléia orgástica, cefaléia sexual vascular benigna ou cefaléia coital, o nome mais usado.

O problema, que é pouco comum, em geral atinge homens após os 30 anos de idade, sempre precipitada pela atividade sexual.

Estudos indicam que a proporção seja de seis homens para cada mulher e pode aparecer de uma maneira regular ou imprevisível, desaparecendo por algum tempo. Em metade dos pacientes afetados, a dor ocorre apenas uma vez ou em um único surto. Ainda não se sabe exatamente as causas, mas acredita-se que os principais fatores desencadeantes sejam o estresse emocional e o cansaço.

Estudos também sugerem que a origem esteja na contração excessiva dos músculos do pescoço e da mandíbula, estado circulatório hiperdinâmico ou por aumento rápido da pressão arterial durante o ato sexual.

Cerca de metade das pessoas com cefaléia coital pode apresentar também enxaquecas e dor de cabeça desencadeada por outros exercícios físicos. Pela ocorrência em parentes, a doença pode ainda estar relacionada à predisposição genética, tal como se vê nos casos de enxaqueca. O relato dos pacientes indica uma dor difusa, bilateral, predominando na região da nuca, que vai aumentando com a excitação sexual e rapidamente se torna muito intensa e explosiva, atingindo o ápice no orgasmo.

Às vezes ocorrem náuseas e vômitos. Após o término da relação sexual a dor pode melhorar logo ou persistir por várias horas, variando de 1 minuto a 3 horas. Curiosamente pode ocorrer também com a masturbação.

Normalmente não há problemas cerebrais ou cranianos evidentes nestes casos, mas como algumas pessoas podem sofrer sangramento de aneurismas cerebrais, ou rompimento arterial durante o coito, é conveniente a realização de exames neurológicos pelo menos após um primeiro episódio.

Muitos pacientes ficam assustados após a primeira vez que sentem uma dor de cabeça destas e se sentem culpados. Nada que após uma consulta e a realização de exames acalme o paciente. Vale lembrar que a cefaléia coital é benigna. As cefaléias orgásticas podem ser abolidas ou aliviadas pela interrupção da atividade sexual, o que não é muito animador. Há alternativas que permitem que a atividade sexual continue. Pacientes relatam que a dor pode ser evitada se o pescoço ficar mais baixo que o resto do corpo durante a relação sexual. A prevenção com medicamentos pode ser a solução. As drogas devem ser ingeridas poucas horas antes do ato sexual.

fonte: Dr. Antonio Cezar Galvão, neurologista.

Sinusites de repetição



A nasofaringovideofibroscopia (NF) estuda as cavidades nasais, a faringe e a laringe e contribui para a decisão terapêutica nos casos crônicos e recidivantes de sinusiopatias, já que avalia diretamente possíveis alterações anatômicas que possam manter quadros inflamatórios, como, por exemplo, desvio de septo nasal.

Pode também identificar lesões das cavidades nasais, como pólipos e tumores, que podem ter como manifestação uma inflamação sinusal recidivante ou crônica, por obstruir as vias respiratórias superiores.

O exame pode, ainda, identificar a presença de secreções patológicas (anormais) existentes nas cavidades nasais e as prováveis drenagens.

Tem a capacidade, ainda, de avaliar o aspecto da mucosa, como hiperemia, palidez, edema (inchaço) e alterações polipóides, indicando a necessidade de uma cirurgia para reparar os problemas.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Terapia Celular

Calma, pode não ser o que você está pensando...

Há alguns tipos de células para a terapia celular, isto é, células capazes de se transformar em outras células, para cumprir variadas funções.

Um bom exemplo são as células-tronco da medula óssea, que há décadas são capazes de se transformar e regenerar qualquer célula do sangue.

As promessas são as células tronco pluripotentes induzidas, isto é, células adultas revertidas à capacidade embrionária.

Outro "mundo" é o das células-tronco de embriões aproveitados de técnicas de fertilização. Essas, por definição, são capazes de se transformar em qualquer tecido. Elas ainda não são usadas para regenerar o fígado ou o pâncreas por serem conhecida há menos tempo.

Há uma série de controvérsias éticas a respeito das células-tronco. Há, também, a Lei da Biossegurança, questão controvertida, como se vê abaixo:

Em 24 de março de 2005, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, aprovou a lei de nº 11.105, ou Lei da Biossegurança, que revoga a lei anterior sobre o tema, de 1995. Estabelece também as normas de segurança e os mecanismos de fiscalização que envolvam os organismos geneticamente modificados (OGMs) e a utilização de células-tronco para fins de pesquisa e terapia.

Ao mesmo tempo, a lei criou também o Conselho Nacional de Biossegurança, formado por alguns ministros de Estado, como o da Justiça, o da Saúde e o do Meio Ambiente, bem como estabeleceu uma Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, composta por cientistas, e ainda apresentou algumas disposições sobre a Política Nacional de Biossegurança.

Polêmica é o que não falta em torno dessa lei e por muitos motivos. Em primeiro lugar, sob o ponto de vista jurídico, questiona-se a diversidade dos temas a que ela se refere, todos tão abrangentes e abertos à discussão, que talvez merecessem leis específicas para a regulamentação de cada um deles.

Em segundo lugar, por seu próprio conteúdo, uma vez que Biossegurança é um termo de significado amplo, discutível e ainda não totalmente estabelecido. Vale até lembrar que ele ainda não consta de alguns importantes dicionários da língua portuguesa...

O que é biossegurança? Alguns estudiosos relacionam o conceito a questões sobre os organismos geneticamente modificados, radiações e substâncias tóxicas que provoquem alterações genéticas nos seres humanos, capazes de gerar doenças ou mal-formações em fetos. Outros entendem o termo de modo mais restrito, que se refere apenas aos organismos geneticamente modificados. Nesse sentido, consideram que a questão da utilização das células-tronco embrionárias não deveriam ser tratadas nessa lei.

Independentemente do que seja a biossegurança, é importante ressaltar que as principais discussões travadas em torno do projeto da lei - enquanto ele ainda era debatida no Congresso nacional - tinham em vista os OGMs. Estes, também conhecidos como transgênicos, são principalmente produtos alimentícios - como a soja, por exemplo - que têm seus genes manipulados pela tecnologia, de modo a se tornarem mais resistentes a pragas ou variações climáticas e, ao mesmo tempo, mais lucrativos para aqueles que os produzem.

O problema é que não se sabe ao certo se a manipulação genética não produzirá também efeitos indesejáveis e nocivos para os animais ou seres humanos que consumirem os transgênicos. Grande parte dos cientistas, no Brasil e no mundo, garante que os OGMs são seguros para o consumo, enquanto as entidades ambientalistas questionam a validade dos estudos realizados, pois os seus prazos foram relativamente curtos.

A favor dos transgênicos, todavia, contou sobretudo o poder econômico, das grandes empresas multinacionais que detêm as patentes dos produtos e dos grandes agricultores que os plantam. Eles forçaram o governo a abrandar restrições e favorecer a sua comercialização, apesar dos esforços da própria ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que é - ou era - radicalmente contrária aos OGMs.

Mas os transgênicos dominaram os debates devido aos grandes interesses econômicos que eles envolvem de imediato. Por isso, uma outra questão igualmente polêmica - a da pesquisa com as células-tronco - acabou ficando em segundo plano. Isso não significa que o tema seja menos importante. Muito pelo contrário, ele diz respeito a questões fundamentais de medicina e saúde.

As células-tronco são uma espécie de curinga, ou células neutras, que ainda não têm características definidas, para diferenciá-las como uma célula da pele, ou de um músculo ou de um órgão, por exemplo. Nos últimos dez anos, as pesquisas científicas têm mostrado que a utilização terapêutica de células-tronco podem recompor tecidos danificados do corpo humano.

Assim, teoricamente, elas serviriam para tratar um enorme número de problemas, como alguns tipos de câncer, o mal de Parkinson e de Alzheimer, doenças cardíacas e degenerativas ou até mesmo permitir que pessoas que sofreram lesão na coluna voltem a andar.

Basicamente, existem dois tipos de células-tronco: 1) as extraídas de tecidos maduros de adultos e crianças, como a medula óssea e o cordão umbilical; e 2) as dos embriões, organismos imaturos que ainda não deixaram o ovo ou o útero materno. As células-tronco embrionárias são as que têm revelado maiores possibilidades de utilização medicinal, pois se mostram capazes de formar ou recompor qualquer tecido corporal.

Como se pode ver, há muito terreno para debates... E o assunto vai longe...

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vitamina A

A vitamina A é encotrada na natureza nos alimentos de origem animal (fígado, leite, ovos, óleo de peixe) na forma de retinol e nos alimentos de origem vegetal (vegetais folhosos verde-escuros, legumes e frutas amareladas e/ou verde-escuros) na forma de carotenóides.

Ambos são absorvidos pelos intestino delgado e dependem da ingestão de gorduras e da ação de sais biliares e esterases pancreáticas para essa absorção.

Após absorvida, é transportada pelo sistema linfático até o fígado, onde é estocada.

No sangue circula ligada à proteína carreadora de retinol e à transtirretina.

Seu déficit pode ocorrer pela baixa ingestão de gorduras, por doenças hepáticas, pacreáticas ou intestinais.

Os sinais e sintomas clínicos dessa deficiência são: cegueira noturna, xeroftalmia (ressecamento ocular), alterações de crescimento e queda de imunidade, além de outros.

O uso excessivo de vitamina A pode ser prejudicial, levando à náusea, icterícia, irritabilidade, anorexia (perda de apetite), vômitos, visão turva, dores de cabeça, perda de cabelo, dor muscular e abdominal, fraqueza, sonolência e alterações de estado mental.

Curiosidade: na época pré-antibiótico a vitamina A chegou a ser considerada como um agente anti-infeccioso por conta de suas essenciais funções imunológicas.

Mais recentemente um estudo demonstrou que há possibilidade de que havendo a adequada suplementação de vitamina A, ocorre redução do risco de transmissão de gestantes infectadas pelo HIV para os neonatos.

A vitamina A é essencial para o adequado funcionamento do organismo humano e sua única fonte é a alimentação.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Fumantes e Gordinhos que se cuidem!

A gestão de custos nas empresas se tornou uma obsessão. Executivos passaram a examinar as despesas de saúde com maior rigor. Gordinhos e fumantes entraram no radar deles.

Há uma estatística com a qual as seguradoras de saúde e previdência trabalham que mostra que 20% dos empregados de uma companhia consomem 80% do orçamento para a saúde.

Nesse grupo dos gastões estão justamente os que fumam e os obesos. Ambos estão mais propensos a desenvolver doenças crônicas, cardíacas e pulmonares.

Por isso, há quem acredite que as empresas vão ficar mais criteriosas no processo de seleção quando depararem com candidatos acima do peso ou fumantes contumazes.

Calcula-se que o Brasil possa chegar aos níveis americanos de obesidade em dez anos e isso trará impactos enormes na produtividade e nos custos com saúde das organizações.

Em 2009, três em cada dez americanos adultos eram considerados obesos. No Brasil, atualmente, um em cada dez adultos está acima do peso. Algumas empresas já sentem no caixa o alívio trazido pelos investimentos feitos na redução da obesidade e do tabagismo.

Não se fala em preconceito, mas em trabalho de prevenção.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Gordura no Fígado ou Esteatose Hepática ou NASH.

Condição assintomática (sem sintomas)com potencial para levar à cirrose e ao câncer hepático, a Esteatose Hepática (NASH - nonalcoholic steatohepatitis) ocorre em pessoas não etilistas, mas as células do fígado apresentam padrão semelhante ao padrão da esteato-hepatite alcoólica, com acúmulo de gordura nas células hepáticas (do fígado) sem sinais inflamatórios até um quadro celular com componente necroinflamatório (esteato-hepatite com inflamação e sinais de morte celular), associado ou não à fibrose (cicatrização do tecido do fígado).

Há maior número de casos em países industrializados ocidentais, onde atinge entre 20 a 40% da população; predomínio entre 40 e sessenta anos de idade, mais os homens do que as mulheres e tem melhor evolução do que o quadro semelhante, devido ao álcool.

Está ligada a diabete tipo 2, dislipidemia (elevação de colesterol e triglicérides - "de nascença" ou não), perda rápida de peso, hipotireoidismo, uso de algumas drogas (amiodarona, tamoxifeno, cortisona, estrogênio sintético, antirretrovirais, tetraciclinas e outras drogas).

Existe, em concomitância, um quadro conhecido pelos médicos por resitência à insulina, que também está presente na Síndrome Metabólica, que já estudamos aqui.

A pessoa portadora de NASH pode apresentar fadiga, mal-estar e desconforto abdominal, além de elevação das enzimas do fígado nos exames de rotina.

No ultrassom há presença de gordura infiltrada no meio do tecido hepático. Essas imagens foram estudadas e são classificadas em graus de gravidade, por questões de avaliação e de método de estudo, isto é, para melhor compreensão do estado de saúde do paciente.

Uma vez feito o diagnóstico do quadro, o principal objetivo, atualmente, é o controle dos fatores de risco associados a ele. Por isso é recomendado o controle da obesidade, das alterações de colesterol e triglicérides, além dos cuidados para com o diabete.

A perda de peso deve ser gradual e sempre acompanhada de atividade física adequada para a situação.

O médico clínico tem condições de orientar e conduzir facilmente esses casos, mas eventualmente ele mesmo poderá encaminhar a um especialista, sendo necessário e o melhor para o paciente.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Zinco pode ser usado para tratar resfriados, diz estudo

Tomar zinco em forma de xarope ou comprimidos pode diminuir a gravidade e a duração dos resfriados comuns, afirma um estudo científico.

Um estudo publicado no site Cochrane Reviews afirma que a administração de zinco até um dia depois do início dos sintomas do resfriado acelera a recuperação.

A substância também pode ajudar na prevenção dos resfriados, afirmam os autores do estudo, que inclui informações de 15 testes feitos com 1.360 pessoas.

Os autores do estudo afirmam que o zinco pode encobrir os vírus do resfriado e impedi-los de entrar no organismo por meio da mucosa do nariz.

O zinco também aparentemente impede o vírus de se duplicar, pelo menos nos testes de laboratório, além de auxiliar o sistema imunológico e reduzir as reações desagradáveis do corpo à infecção.

Em um período de sete dias, a maioria dos pacientes que tomaram zinco a cada duas horas ficaram livres dos sintomas, se comparados com aqueles que tomaram placebos.


Já as crianças que tomaram 15 mg de zinco em forma de xarope ou comprimidos por cinco meses ou mais pegaram menos resfriados e ficaram menos tempo fora da escola.

No entanto, os 15 testes realizados no estudo usaram diferentes dosagens e períodos de medicação, impossibilitando um consenso sobre o uso do zinco contra resfriados.

Além disto, o artigo afirma que o zinco não pode ser usado no longo prazo, devido ao risco de intoxicação. Grandes quantidades da substancia podem causar náusea, vômitos, dores abdominais e diarreia.

Durante os testes, as pessoas que usaram zinco tiveram mais efeitos colaterais, tais como um gosto desagradável ou náuseas, do que o grupo que tomou placebo.

Os especialistas afirmam que é necessário pesquisar mais para determinar a dose exata requerida no tratamento.

Atividades recreativas com netos beneficiam avós

Pesquisadores canadenses das universidades Concórdia e Wilfrid Laurier fizeram um estudo que afirma que atividades recreativas desempenham um papel importante no estabelecimento de laços entre as diferentes gerações de uma família.

Participaram da pesquisa 16 avós e aposentados (ou semi-aposentados) de 65 a 89 anos de idade e 14 netos de 18 a 24 anos. Os pesquisadores dizem que o estudo tem base em pesquisas feitas anteriormente que afirmam que laços saudáveis entre gerações fazem com que os avós envelheçam melhor e se sintam mais otimistas e positivos.

O lazer é vital para a formação de laços que durem de geração para geração. O lazer compartilhado permite que os netos e os avós estabeleçam interesses em comum.

Eles dividem histórias de família, experiências pessoais e lições de vida. Eles passam valores de família, tradições e dão ênfase à importância da coesão familiar

Algumas das atividades que tipicamente aproximam familiares são passar férias juntos, cozinhar, trabalhar no jardim, fazer compras e celebrar datas comemorativas.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Síndrome Metebólica

A cada cinco paulistanos, um apresenta sinais de obesidade.

Síndrome Metabólica, Síndrome X ou Sídrome de Resistência à Insulina são as denominações de um quadro de anormalidades metabólicas provocadas pela resistência dos tecidos do corpo aos efeitos da insulina.

Isso significa que as células não respondem aos níveis habituais de insulina sempre que carboigratos são ingeridos. Para compensar essa situação, o pâncreas precisa excretar quantidades cada vez maiores de insulina na tentativa de reduzir os níveis de açúcar sangüíneo.

Esta Síndrome pode acelerar o envelhecimento e predispõe o indivíduo a uma série de doenças, como doença coronariana, câncer e Alzheimer, assim como diabete, pressão arterial elevada, artrite e problemas neurológicos.

Cansaço, desânimo, problemas de memória, falta de concentração, irritabilidade e dificuldade de perder peso também fazem parte do quadro.

Esta Síndrome foi reconhecida como doença no ano de 2001 e indica que a gordura abdominal está relacionada a diversas outras alterações no funcionamento do organismo humano.

Então temos os seguintes fatores fazendo parte dela:

- obesidade intra-abdominal
- resistência à insulina
- elevação do colesterol e/ou triglicérides
- colesterol HDL reduzido
- aumento da capacidade de coagulação do sangue
- elevação do ácido úrico
- alteração da glicemia
- hipertensão arterial

É necessário mudar o estilo de vida para lutar contra essa Síndrome: atividade física regular, correção alimentar, afastar-se da ingestão desnecessária das bebidas alcoólicas e do tabagismo são fundamentais para melhorar de vida.

No Brasil, estima-se que 60% das mulheres tenha a Síndrome Metabólica. Pior que isso é que estimaticas apontam que uma mulher obesa, com cerca de 30% a mais do que o peso adequado reduz em até 20 anos sua perspectiva de vida.

De acordo com outras pesquisas, ganhar peso em idade mais avançada tem impacto menor, ainda que importante, na expectativa de vida.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dispepsia

Ela é definida como um distúrbio da digestão caracterizada por um conjunto de sintomas relacionados com o aparelho gastro-intestinal superior, como dor, queimação ou desconforto na região superior do abdòmen, que pode estar associado à saciedade precoce, empachamento pós alimentar, náuseas, vômitos, sensação de distensão abdominal, cujo aparecimento piora e pode ou não estar relacionado com a alimentação ou estresse.

Pode estar ligado a fatores como úlcera péptica (gástrica), doença do refluo gastro-esofágico, gastrites, neoplasias do trato gastro-intestinal superior ou do trato biliar.

É uma desordem heterogênea caracterizada por períodos de abrandamento e de piora e seu diagnóstico é em gera empregado não consegue identificar exatamente a causa dos sintomas.

É um problema muito comum na clínica diária e causa de vários tratamentos, vários exames de laboratório e, inclusive, de internação hospitalar.

O tratamento é reduzir os sintomas. Enquanto isso, pesquisa-se as causas efetivamente as causas do problema.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Doença Inflamatória Pélvica

A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) é causada pela infecção polimicrobiana do trato genital superior, originária de foco uterino, vaginal ou cervical.

Dependendo da virulência ("força") do germe, pode haver progressão: endometrite, salpingite, pelviperitonite, ooforite, peri-hepatite (Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis), abscesso tubo-ovariano ou de Fundo de Saco de Douglas.

Os micróbios são sexualmente transmissíveis (clamídia, gonococo, micoplasmas, tricoma e vírus) ou endógenos (Haemophilus influenzae, Pseudomonas aeruginosa, Enterococcus faecalis, etc).

A freqüência do quadro é subestimado, pois a maioria dos quadros tem evolução subclínica, mas atinge mais mulheres de 15 a 24 anos de idade.

A cura é demorada, podendo se arrastar por 4 a 6 semanas, prejudicando a capacidade produtiva da mulher.

Após um episódio, há aumento da possibilidade de gravidez ectópica em 15%.

Cerca de 12% das adolescentes sexualmente ativas têm pelo menos um episódio até completar 20 anos de idade.

Parceiros múltiplos e sexo inseguro aumentam os riscos da doença.

Duchas terapêuticas contribuem para a continuidade do quadro.

São queixas comuns: dor em baixo ventre ou região lombo-sacral, sintomas genitourinários, corrimento, sangramento vaginal, dores à relação sexual (dispareunia) e dor para urinar (disúria), febre, náuseas, vômitos (nesse caso há preocupação com peri-hepatite).

Há casos nos quais é necessário internar a paciente para o tratamento.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Diabete: complicações crônicas.

O diabete ataca os vasos sangüíneos, sejam os de pequeno calibre (capilares) ou de grande calibre (vascular). Em conseqüência disso, o diabete mal controlado em apenas cinco anos já mostra sinais de problemas, só que eles ainda não aparecem, pois são "de dentro para fora". Caso o descuido persista, estes sinais se exteriorizam e aparecem as complicações crônicas.

Olhos: geralmente são as primeiras a se manifestar, com perda parcial ou total da visão. A mais conhecida é a retinopatia diabética - com lesão retiniana, claro.

Rins: como são totalmente irrigáveis por capilares, os rins sofrem muito com o diabete, e desenvolvem um quadro conhecido por nefropatia diabética, com lesões dos pequenos vasos renais, perda de proteínas pela urina, elevação da pressão arterial e infecções urinárias recorrentes.

Nervos: os nervos são nutridos por capilares e acabam sendo danificados, gerando problemas com a inervação, com perda de sensibilidade periférica, dores, queimação particularmente à noite, principalmente em membros inferiores.

Vasos sanfüíneos: os vasos mais calibrosos ficam sujeitos a obstruções, o que pode levar a aterosclerose, acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, disfunção erétil e outras doenças.

Infecções: o diabete provoca deficiência do sistema imunológico, favorecendo o surgimento dos mais variados tipos de infecções.

Pé diabético: diabético precisa fazer auto-exame dos pés diariamente, pois a falta de sensibilidade associada à queda de imunidade, provoca maiores chances de surgimento de úlceras, feridas, micoses, fissuras que podem se alastrar e causar infecções mais profundas, como uma infecção óssea que tem mais difícil controle (osteomielite). Por conta disso, lavar diariamente os pés com água morna, secar entre os dedos com cuidado, usar calçados confortáveis, verificar se há algum pequeno objeto dentro dos sapatos antes de calcá-los, usar meias folgadas, evitar andar descalço e cortar adequadamente as unhas.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Diabetes: complicações.

Complicações Agudas

1. Descompensação diabética: quando os níveis de glicose no sangue permanecem elevados, o paciente começa a sentir sede, tem a boca seca e necessidade de urinar muito. Esses sintomas indicam que a glicemia está acima de 300 mg%. Geralmente acometem diabéticos do tipo I, que têm como característica grande instabilidade dos níveis de glicemia. Esses sintomas podem acontecer no início da doença (quando do seu diagnóstico) ou ocorres por conta de estresse, infecções (dentárias, por exemplo), alimentação inadequada, medicação insuficiente ou mesmo falta de medicação. Quando não diagnosticada a tempo, pode evoluir para uma cetoacidose diabética e mesmo coma diabético.

2. Cetoacidosse diabética: acentuada elevação da glicemia, com produção de substâncias químicas no organismo que levam a uma queda do pH sangüíneo (acidose). Comum em diabéticos tipo I.

3. Coma hiperosmolar: mais comum em pacientes tipo II, com elevação acentuada da glicemia e hiperconcentração do sangue (hemoconcentração).

4. Hipoglicemia: queda da glicemia abaixo de 45 mg%, mais comum em diabéticos tipo I que fazem uso da insulina, mas pode acontecer com pacientes que usam medicamentos por via oral (hipoglicemiantes orais). A correção pode ser feita dando-se uma colher de sopa de açúcar branco ou outro alimento que tenha carboidrato de absorção rápida, como, por exemplo, refrigerante comum. Às vezes os sintomas se confundem com os da hiperglicemia, então é fundamental fazer o teste para verificar qual dos dois está acontecendo. Na dúvida, corrige-se como sendo hipoglicemia.

Sintomas da hipoglicemia: taquicardia (aceleração do coração), palpitação, palidez, fome, sonolência, irritabilidade, confusão mental, fraqueza, tontura, visão embaçada, sudorese excessiva, convulsão, desmaio, coma...

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Mais sobre Diabetes

Outros tipos de Diabetes

Diabete pancreático: causado por pancreatite crônica ou algum processo cirúrgico que tenha extraído parte do pâncreas (principalmente as regiões compostas pelas ilhotas - corpo e cauda). Como conseqüência, prejudica a produção de insulina.

Diabete medicamentoso: ocorre em decorrência do uso de alguns medicamentos que provocam o aumento da concentração de açúcar no sangue, durante um período prolongado. Geralmente após o uso os níveis de glicose voltam ao normal. Esses medicamentos têm ação hepática (no fígado), induzindo-o a produzir muito açúcar.

LADA (Latent Autoimmine Diabetes in Adults): é a forma tardia do DM1, em pessoas entre 35 e 60 anos, magras e com cetose (situação bioquímica anormal causada pela presença de corpos cetónicos ou cetônicos no sangue). Atinge entre 2 a 12% das pessoas, atualmente algo em torno de 1,4 milhões de pessoas no Brasil. Também conhecido como Diabete tipo 1,5 (Type one-and-a-half), costuma ser confundido com o DM2. A principal diferença com relação ao DM1 é a progressã lenta (latente) para a necessidade de usar insulina sub-cutânea. Entretanto, o LADA possui maior risco de desenvolver complicações cardio-vasculares.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Pré-Diabete

Quando se realiza um exame de glicemia de jejum de 8 horas e o resultado é igual ou superior a 100 mg% até 125 mg%, há indicação de que a pessoa é pré-diabética ou possui intolerância à glicose.

Nesta situação é necessária a mudança do estilo de vida, para evitar que exista uma evolução do quadro para o diabetes tipo II.

Nem sempre o pré-diabético desenvolve a doença.

O recomendado é emagrecer, se estiver acima do peso e praticar atividades físicas coordenadas e planejadas.

Uma dieta com controle de ingestão de açúcar e prática de exercícios físicos podem ser o bastante neste momento.

O curioso é que a maioria das pessoas envolvidas com esta situação têm mais de 45 anos e possuem características de hereditariedade.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Será que sou diabético?

Algumas observações para ficar alerta sobre o diabetes:

1. urinar muitas vezes, inclusive à noite, em grande quantidade

2. beber muita água e sentir a boca seca

3. sentir fome além do normal

4. perder peso, sem explicação

5. cansaço, fadiga ou sonolência fora do comum

6. sentir a visão turva com freqüência

7. surgimento freqüente de furúnculos

8. disfunção erétil ou perda de libido

9. cicatrização difícil das pequenas feridas

Há, também, de levar em conta:

Hereditariedade

Obesidade

Sedentarismo

Jogos virtuais melhoram a atenção e a memória?

Seja pelo excesso de informação ou pelo ritmo de vida alucinante, você já deve ter parado um instante e esquecido o que estava procurando ou o que ia falar. A memória é infinita, mas precisa ser treinada para ter rápido acesso às informações escondidas no seu cérebro.

Com esta necessidade crescente para não perder tempo no seu dia a dia (lembrando onde deixou os óculos, por exemplo) ou no trabalho, surgiram diversos jogos especializados na tarefa. As “academias virtuais” prometem exercitar as funções do cérebro e deixá-lo melhor do que nunca. Mas estes jogos para a mente realmente funcionam?

As pesquisas científicas divergem, algumas afirmam que há melhoras, especialmente em pacientes com problemas de memória como o Alzheimer, outras não indicam ganhos significativos.

Existem muitas pesquisas sobre o desenvolvimento do cérebro e jogos computadorizados, mas ainda não há provas científicas que possam esclarecer se eles são eficientes.

Os jogos são eficientes porque foram desenvolvidos para exercitar adequadamente áreas específicas do cérebro. O jogo pode ser um caça-palavras ou uma batalha naval, que estimula em níveis diferentes as funções cognitivas memória, atenção, linguagem, raciocínio lógico e visão espacial.

Exercitamos regularmente áreas específicas do cérebro como memória e atenção, e temos programas interativos, em que existem níveis de dificuldade, então é possível ser desafiado constantemente e, assim, não desistir e melhorar suas funções cognitivas.

Jogos computadorizados funcionam como efeito estimulador no desenvolvimento intelectual, permitem maior flexibilidade de raciocínio, desafiam nosso funcionamento executivo, ajudam a treinar e estimular o pensamento lógico, o planejamento estratégico, a solução de problemas, a tomada de decisões, o reconhecimento de erros, a enfrentar situações novas, a inibir reações habituais quando se mostram inadequadas para o momento e o raciocínio dedutivo.

Todas essas funções estão localizadas no lobo frontal, especialmente no córtex pré-frontal, que é responsável por essas manifestações cognitivas e comportamentais.

No entanto, essas habilidades são menos produtivas em algumas funções cognitivas muito importantes como linguagem, incluindo compreensão e expressão verbal, leitura, escrita e alguns aspectos comportamentais, como interagir com o mundo real, com as pessoas, tanto no âmbito afetivo como social.

Sabe-se que várias atividades podem estimular e treinar o cérebro, como jogos de baralho, palavras-cruzadas, xadrez e a leitura. Em uma pesquisa realizada com mais de 5.000 chineses idosos, comparou-se grupos com diferentes atividades de lazer, como assistir à TV, ler e jogar Mahjong (considerado um jogo das 100 inteligências). Os idosos que tinham o hábito do jogo e da leitura apresentaram risco menor de prejuízos cognitivos.

A pessoa quer ter uma memória melhor para lembrar o que tem q comprar no supermercado, para coisas do dia a dia. Jogando muito sudoku o máximo que você vai conseguir é ser um expert em sudoku.

Os games ensinam como focar sua atenção e melhorar a concentração e ainda desenvolvem técnicas de memorização que você já usa naturalmente.

Uma das principais pesquisas sobre a eficiência dos jogos para mente foi realizada pela BBC. A "Lab UK" Bang Goes the Theory testou cerca de 11 mil pessoas. Elas tinham que fazer determinadas atividades, no mínimo 10 minutos ao dia, três vezes na semana, por seis semanas. No final, as pessoas que realizaram treino cerebral e as que simplesmente usaram a internet durante mesmo tempo tiveram ganhos cognitivos semelhantes.

Eles observaram melhoras progressivas no desempenho no jogo, mas os ganhos cognitivos não acompanharam essa 'performance'. Não identificaram melhoras no raciocínio geral, nas funções de memória, planejamento e nem nas habilidades visuais e espaciais.

A resposta dos especialistas em jogos para a mente não diverge da conclusão da própria pesquisa: é necessário mais tempo de atividade para verificar benefícios no funcionamento cognitivo.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Epidemia de Obesidade

Pesquisadores da Imperial College (Inglaterra) e de Harvard (EUA) estudaram dados mundiais de índice de massa corporal (IMC), colesterol e pressão alta de 1980 a 2008. O IMC é obtido ao dividir o peso de uma pessoa pela altura ao quadrado. Os resultados mostraram que enquanto as taxas de colesterol e de pressão alta diminuíram ao redor do mundo, a obesidade aumentou de forma geral. Em 2008, 9,8% dos homens e 13,8% das mulheres no mundo eram obesos, sendo que em 1980 os números eram 4,8% para mulheres e 7,9% para homens.

As nações das Ilhas do Pacífico tem, de acordo com o estudo, o maior IMC do mundo, de 34-35kg/m2. Esse número é 70% mais alto que o de alguns países no sudeste da Ásia e na África subsaariana. Isso está de acordo com outro cenário apontado pelo estudo: o IMC aumentou mais em países desenvolvidos e ricos. Mas alguns países do leste europeu conseguiram manter um índice saudável de massa corporal. Praticamente não houve aumento na Bélgica, Finlândia, França, Itália e Suíça. Os níveis de pressão alta foram mais altos nos Bálcãs e em países do leste e oeste da África.

O Dr. Mike Knapton, diretor da Associação Britânica do Coração (British Heart Foundation) vê os resultados do estudo como positivos. “Nós vimos progresso marcante em reduções de pressão sanguínea e colesterol no mundo desenvolvido, provando que intervenções no estilo de vida e médicas podem funcionar”.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Exercícios evitariam 25% dos casos de câncer de mama e cólon...

Cerca de 25% dos casos de câncer de mama e de cólon poderiam ser evitados se os pacientes praticassem exercícios físicos por pelo menos 150 minutos por semana, advertem as novas Recomendações Mundiais sobre Atividade Física apresentadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

As novas recomendações foram apresentadas no marco do Dia Mundial do Câncer, celebrado nesta sexta-feira, 4.

Segundo os últimos dados disponíveis, de 2008, 7,6 milhões de pessoas morreram de câncer, 460 mil das quais foram mulheres vítimas do câncer de mama e 610 mil pessoas que sofreram câncer de cólon.

Recentes pesquisas mostraram que dessas 7,6 milhões de mortes, 3,2 milhões estão relacionadas à ausência de atividade física.

De fato, calcula-se que 31% da população mundial não pratiquem nenhuma atividade física, o que torna a falta de exercício o quarto maior fator de risco para contrair câncer.

O primeiro fator é a pressão alta, seguido do tabaco e do excesso de glicose no sangue.

O câncer pode ser prevenido e evitado porque muitos dos fatores que o provocam são conhecidos, mas são feitos muito poucos esforços para controlá-los.

Dos novos casos, 30% têm origem viral e somente 10% têm origem genética.

Diante deste panorama, a OMS decidiu estabelecer as Recomendações Mundiais para que se transformem em políticas públicas adaptadas a cada país.

Doenças cardiovasculares, câncer, doenças respiratórias crônicas e diabetes, nesta ordem, causam 60% do total de mortes no mundo, o que equivale a mais de 35 milhões de mortes anualmente.

Já os tipos de câncer que mais matam são: de pulmão, de mama, de estômago, de fígado e de cólon.

Não é importante falar apenas de prevenção, mas também de tratamento. Avançamos muito em diagnóstico e em tratamento, o problema é que só 10% da população mundial têm acesso a ele.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Drogas contra hipertensão e diabetes serão oferecidas de graça

A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciaram nesta quinta-feira (3), em Brasília, a gratuidade dos medicamentos contra hipertensão e diabetes disponíveis no Programa Aqui Tem Farmácia Popular. A iniciativa ganha o slogan “Saúde não tem preço”.

As medidas devem ser implementadas pelos estabelecimentos conveniados até o próximo dia 14, período concedido para adaptação dos sistemas de vendas das farmácias conveniadas. As farmácias e drogarias que se adequarem antes desse prazo já podem oferecer gratuitamente medicamentos contra hipertensão e diabetes aos usuários do programa.

Durante o anúncio, Padilha assinou portaria normatizando a oferta gratuita desses medicamentos. “O nosso objetivo é ampliar o atendimento à população como também estimular o uso adequado de medicamentos”, explica Padilha. “Com isso, será possível melhorar a qualidade de vida e aumentar a longevidade dos brasileiros acometidos por hipertensão e diabetes, independentemente de eles serem usuários ou não do Sistema Único de Saúde”, acrescenta.

A relação dos produtos que passam a ser oferecidos gratuitamente à população será informada nos pontos de venda.

Padilha também anuncia hoje a inclusão de mais uma drogaria no programa, a de número 15 mil. O Aqui Tem Farmácia Popular atualmente beneficia cerca de 1,3 milhão de brasileiros por mês. Destes, aproximadamente 660 mil são hipertensos e 300 mil, diabéticos.

O programa inclui 24 tipos de medicamentos para hipertensão, diabetes e mais cinco doenças (asma, rinite, mal de Parkinson, osteoporose e glaucoma), além de fraldas geriátricas. Para ter acesso aos produtos é necessário que o usuário apresente CPF, documento com foto e receita médica.

Essa atitude do Governo Brasileiro é importantíssima, pois o número de pessoas beneficiadas será imenso, lembrando que não é necessário comprovar "baixa renda" para poder ser beneficiado com esse mecanismo: qualquer pessoa poderá se tratar com medicamentos que habitualmente mexem no bolso, particularmente do aposentado, que costuma precisar mais de medicamentos para doenças degenerativas, como o diabetes e a hipertensão.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Bruxismo (ranger os dentes à noite) e má qualidade do sono...

O bruxismo, disfunção caracterizada pelo ranger de dentes durante o sono que afeta cerca de 30% dos brasileiros, está associado a dificuldades respiratórias ao dormir. É o que aponta uma pesquisa ainda inédita no Brasil divulgada recentemente, durante o Congresso Internacional de Odontologia, em São Paulo.

O trabalho, resultando de dez anos de estudos de um grupo de pesquisadores em dor orofacial, bruxismo e desordens do sono da PUC – Rio Grande do Sul, em parceria com o Hospital das Clínicas de Porto Alegre, foi publicado pelo The International Journal of Prosthodontics, órgão oficial do Colégio Internacional de Protesistas.

O estudo usou placas de avanço mandibular (popularmente chamadas de placas para ronco, por serem usadas para combatê-lo) em pacientes com bruxismo. Os resultados foram mais satisfatórios do que quando a placa específica contra o bruxismo foi usada.

A placa para ronco é um dispositivo que traciona a musculatura da garganta, facilitando a respiração. Ela amenizou o bruxismo em 27 das 28 pessoas avaliadas. Já os aparelhos específicos contra o distúrbio têm sucesso em apenas 40% dos casos.

O bruxismo aparece durante micro-despertares do sono. A pessoa que tem dificuldades para respirar ou tem outros distúrbios do sono tende a ter despertares mais frequentes.

Todo mundo tem um pouco de bruxismo. É algo que acontece naturalmente. Mas o fenômeno passa a ser um problema quando há ranger de dentes e pressão sobre as mandíbulas.

Se não for tratado, o problema pode levar ao desgaste e à perda dos dentes, além de provocar dores de cabeça e lesões nas articulações da mandíbula, com prejuízos para a mastigação. Tudo isso ocorre porque a região não está preparada para ser usada com tanta intensidade: quem tem bruxismo chega a apertar os dentes 12 mil vezes por noite, enquanto um indivíduo normal o faz cerca de 280 vezes. Estalidos ao abrir a boca no despertar podem ser uma pista do problema.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Há como evitar doenças degenerativas!

Em um estudo transversal no qual foi aplicado um questionário de frequência alimentar (QFCA) em 150 adultos residentes em área rural da cidade de Ibatiba (ES).

O QFCA classificou o consumo alimentar como: habitual (> 4 vezes na semana), não habitual (<4 vezes na semana) e raramente (uma vez ao mês), com o fim de correlacionar o consumo alimentar encontrado com o fato de risco ou não para a ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis diretamente relacionadas à alimentação que afetam a população brasileira hoje.

Os resultados evidenciaram consumo habitual de arroz, pães, folhosos, feijão, leite de vaca, gordura animal, margarina, açúcar e café, e um consumo não habitual de bolo, batata, biscoitos, aipim, batata-doce, chuchu, cenoura, beterraba, abóbora, suco de frutas, banana, laranja, goiaba, manga e tangerina.

Conclui-se que o hábito alimentar da população estudada pode vir a incrementar a médio ou longo prazo a prevalência e/ou ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis, sobretudo as relacionadas à alimentação, como hipertensão, diabetes, obesidade e doenças coronárias.

O consumo alimentar dessa população requer preocupação, pois se comparado aos padrões nacionais, observam-se algumas inadequações, e sabe-se que este quadro vem a cada dia ocasionando danos à saúde pública.

Por uma pequena população como esta, pode-se ver que a dieta é fundamental para tratar e prevenir o diabetes. Alimentação saudável, com "prato colorido" é fundamental para a saúde de qualquer pessoa.

Todos os estudos comprovam que é preocupante a alimentação equivocada dos dias atuais, por conta de "fast food" e comida rica em carboidratos.

Pense em sua dieta e tente fazer dela uma fonte de VIDA!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Técnica com transplante de tumor a camundongo ‘cura’ paciente de câncer de pâncreas.

Pesquisadores espanhois conseguiram eliminar um tumor maligno de um paciente com câncer de pâncreas em estado avançado graças a uma técnica que envolveu o transplante do tumor para camundongos.

O paciente, o americano Mark Gregoire, havia recebido em maio de 2006 o prognóstico de uma sobrevida de poucas semanas. Três de seus sete irmãos morreram em consequência do mesmo tipo de câncer de pâncreas, que mata 95% dos pacientes.

Mais de quatro anos depois, Gregoire, de 65 anos, não apresenta mais sinais do tumor em seu corpo, apesar de os médicos ainda advertirem que é cedo para dizer que ele foi totalmente curado.

Os pesquisadores, da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, e do Centro Nacional de Pesquisas Oncológicas (CNIO, na sigla em espanhol), de Madri, desenvolveram as células do tumor que acometia Gregoire em camundongos de laboratório, para que pudessem testar simultaneamente a reação do tumor a dezenas de possibilidades de remédios sem expor o paciente aos possíveis efeitos colaterais.

Com isso, eles descobriram que o câncer de Gregoire podia ser tratado com a droga mitomicina-C, uma droga que inibe a divisão das células tumorais. O paciente vinha recebendo doses de quimioterapia padrão para câncer de pâncreas, sem resultados, mas se recuperou rapidamente com o novo tratamento.

Todos os tumores têm um ponto vulnerável, mas a dificuldade é identificar isso, por conta da diversidade genômica dos tumores.

A probabilidade de que outro paciente com câncer de pâncreas tenha o mesmo tipo de tumor que Gregoire é de 1% a 3%”, diz ele. As variações possíveis de tratamentos chegam a quase cem, segundo ele.

Paralelamente ao estudo do efeito dos remédios com a ajuda dos camundongos, os médicos sequenciaram o DNA das células cancerígenas do paciente para identificar a mutação genética responsável pelo desenvolvimento do câncer.

Assim, será possível no futuro identificar se outro paciente tem um tumor com a mesma variação genética que a de Gregoire, eliminando a necessidade do procedimento com os camundongos.
O estudo do caso de Mark Gregoire foi relatado em um artigo publicado na última edição da revista especializada Molecular Cancer Therapeutics. Segundo Hidalgo, a técnica com o transplante do tumor a camundongos vem sendo ainda testada com outros 15 pacientes, com nível de sucesso semelhante.