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terça-feira, 31 de março de 2015

Eletroestimulação para o tratamento de osteoartrite de joelho


Osteoartrite do joelho (OA) é uma das formas mais comuns de OA.

Ela afeta mais de 9.000.000 milhões em os EUA, e sua prevalência é só aumentar conforme a população envelhece.

A substituição total do joelho (prótese de joelho) oferece uma boa opção para as formas mais graves da OA, também conhecido como estágio final da OA, no entanto, isso não pode ser uma escolha apropriada para pacientes mais jovens ou aqueles com ligeira a moderada OA.

Além disso, as próteses têm uma vida útil limitada, e substituições revisão joelho realizadas em um joelho que já foi substituído anteriormente têm uma taxa muito maior de complicações e os resultados ainda mais desfavorável.

Isso cria um incentivo significativo para explorar opções fora da cirurgia, a fim de atrasar a substituição total do joelho, tanto quanto possível.

Uma forma de tratamento conservador que tem sido utilizado para o tratamento de dor relacionada com OA do joelho é a terapia de estimulação elétrica (ES).

ES envolve a colocação de eletrodos em torno da parte do corpo doloroso, que transmitem sinais elétricos (ou monofásico ou bifásico) ao redor da área dolorosa.

A teoria subjacente a este método é que os nervos é que a corrente elétrica pode conduzir mensagens para o cérebro, e a electricidade externa pode interromper a função de nervos da dor impedindo desse modo o sinal de dor relacionada chegue a entrar no cérebro.

Se isso funciona realmente ou não, ainda não se sabe!

ES vem em um número de diferentes formas, incluindo Estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS), estimulação elétrica neuromuscular (EENM), corrente interferencial (IFC), a estimulação elétrica pulsada (PES), neuroestimulação interativo não-invasiva (NIN), e muitos outros.

Esta modalidade tem sido tentado dor aliviada em um número de áreas além do joelho incluindo dor lombar e dor de garganta.

Os estudos sobre a utilização de ES em ambos dor no pescoço e costas ES mostrou que não é mais eficaz do que o placebo para o tratamento destas condições.

A evidência, no caso de uso ES para dor no joelho é um pouco mais confusa.

Uma meta-análise (que combina dados de vários estudos) e dois comentários foram feitos sobre o tema.

A meta-análise recente pelo Dr. Zeng em colegas publicados na revista Osteoartrose e cartilagem descobriu que corrente interferencial (IFC) foi eficaz no alívio da dor associada à OA do joelho.

Este foi apoiado por uma revisão Cochrane publicado em 2009, a fundação Cochrane sendo uma das fontes mais respeitados de avaliações clínicas. No entanto, uma revisão em 2013 descobriu que IFC não forneceu nenhum benefício ao longo de um placebo (sham).

A prova encontrado no uso de máquinas de TENS é inconclusica!

Estudos concluiram que não há nenhum benefício para a utilização desses dispositivos de dor associada à OA, no entanto outros dois estudos observaram que algum auxílio pode existir.

É fácil ver o dilema que enfrentam os médicos quando se trata do uso de ES.

A American Academy of Orthopaedic Surgeons (AAOS) não pôde chegar a uma conclusão sobre o uso do ES na OA do joelho, e afirmou que não existem dados suficientes para determinar se ES é útil ou não.

Da mesma forma a osteoartrite Research Society International (OARSI) deixou ES fora de sua lista de terapias eficazes.

Embora os benefícios do ES sejam incertas, é importante notar que os riscos são relativamente baixos.

ES é considerada uma modalidade de tratamento bastante seguro, e as queixas mais comuns são as questões relacionadas com a pele.

É difícil fazer afirmações conclusivas dada a falta de provas de que ES proporciona alívio da dor em pacientes com OA do joelho.

Por outro lado, pode ser uma modalidade de tratamento ineficaz, proporcionar qualquer benefício adicional, no caso em que o custo relacionado com a ES não é justificada.

Infelizmente nós simplesmente não temos provas suficientes para dizer qualquer coisa neste momento.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Orelhas de abano


Chama-se orelhas em abano a uma conformação cosmética em que as orelhas são mais projetadas para frente que o normal, conferindo à face e à cabeça aparência especial. Estima-se que essa condição atinja cerca de 2% a 5% da população. Como pode haver uma gradação nesse defeito, é impossível dizer com exatidão a partir de que ponto ele se torna anormal. Assim, a sua correção depende mais da vontade da pessoa que da avaliação médica, porque se trata somente de um problema estético, sem nenhum prejuízo funcional. No entanto, pode ter um efeito psicológico e social severo, sobretudo em crianças e adolescentes.

Chama-se otoplastia à cirurgia que visa dar à orelha uma aparência mais natural e anatômica.

As orelhas em abano não são malformações, mas uma condição que afeta 5% dos indivíduos de raça branca. Orelhas em abano, no entanto, parecem ter uma incidência familiar, embora não se tenha identificado nenhum gene que as cause e nem todos os irmãos, por exemplo, vão necessariamente ter o problema. Cerca de 60% das pessoas afetadas tem uma história familiar do problema.

As orelhas em abano podem apresentar várias outras deformidades, tanto das próprias orelhas quanto de outros órgãos, especialmente do trato genitourinário. Muitos pacientes procuram camuflar as deformações cobrindo as orelhas com o cabelo comprido.

Do ponto de vista médico, a otoplastia é indicada para corrigir orelhas que formam um ângulo maior de 30-35° em relação à cabeça. Isto se dá graças ao aumento e lateralização da concha da orelha e à falta de dobradura adequada da anti-hélix, podendo esses problemas estarem ou não associados entre si ou acompanhados ou não da lateralização do lóbulo da orelha.

Uma cirurgia chamada otoplastia visa corrigir a posição e outras anomalias das orelhas, deixando-as com aparência natural e harmoniosa. É um procedimento muito simples, com duração de uma hora e risco muito baixo. Ambas as orelhas podem ser operadas no mesmo ato. Antes da cirurgia, várias fotografias das orelhas devem ser tomadas. A manipulação adequada das imagens de computador permite prever o resultado final, mesmo antes da cirurgia. Esta cirurgia procura dar equilíbrio e proporção às orelhas e à face.

A posição das orelhas pode ser corrigida ainda quando criança, na adolescência ou na fase adulta: os pais ou o próprio paciente devem fazer a escolha do momento de operar. A cirurgia deve, no entanto, esperar até os cinco a sete anos de idade, porque até aí a orelha ainda está crescendo, chegando ao seu formato e tamanho definitivos. A anestesia dessa cirurgia pode ser local ou geral, dependendo da colaboração do paciente. O paciente deverá usar uma faixa elástica cobrindo a orelha durante aproximadamente trinta dias para a cicatrização ocorrer adequadamente. Deve também evitar dormir sobre a orelha operada, por 45 dias, em média.

Os pontos podem ser retirados de modo indolor e rápido após duas semanas. A cicatriz é muito pequena e com o tempo fica quase imperceptível. Além disso, fica na dobra detrás da orelha, local normalmente invisível. A otoplastia deve ser contraindicada em todo paciente que tenha uma expectativa irrealística da cirurgia e também naqueles incapazes de cooperar com os cuidados pós-operatórios. Nessa fase, podem acontecer ligeiros sangramentos e hematomas e o paciente será orientado a tomar anti-inflamatórios e analgésicos, se necessário.

Um pequeno inchaço pode durar por três semanas, período no qual deve haver também algum desconforto, facilmente controlado com analgésicos e anti-inflamatórios comuns. Durante dez dias, deve-se evitar sol, frio, vento e traumatismos locais. Às vezes, ocorre uma diminuição da sensibilidade local por alguns meses. Os pacientes que antes da cirurgia escondiam suas orelhas com o cabelo comprido passam a se sentir mais confortáveis depois da cirurgia para usar cabelo curto ou preso para trás, melhorando sua autoestima.

As complicações são raras, podendo ocorrer: infecção, abertura de pontos e queloide (determinado geneticamente).

sábado, 28 de março de 2015

Aconselhamento genético


Em geral, quem consulta o geneticista para fazer um aconselhamento genético é um casal que está planejando ter um filho, em que há, em membros da família ou num filho anterior a presença de uma enfermidade genética. Mas não só ele como mais à frente se verá. As doenças hereditárias podem ser transmitidas dos pais aos filhos, mesmo se não presentes nos genitores. O conhecimento dos mecanismos genéticos de transmissão ajuda a levantar as probabilidades de que um filho venha ou não a ter uma doença. Nos casos possíveis, o aconselhamento genético incluirá também informações sobre medidas de prevenção. Apesar da denominação já consagrada de aconselhamento genético, o geneticista não dará conselhos, mas fornecerá informações para que o casal tome as suas decisões de maneira mais embasada. O casal deve estar ciente de todos os riscos e consequências de suas decisões e cabe a ele a decisão final a respeito do que fará.

O geneticista precisa dispor de uma detalhada história das doenças eventualmente presentes nos próprios membros do casal, nos familiares de cada um deles e em filhos anteriores, se houver, e irá contrapor esses dados com o que conhece a respeito da transmissibilidade genética das enfermidades. Com isso, elaborará um heredograma (gráfico que representa a herança genética de determinada característica dos indivíduos representados) que mostra qual a probabilidade de um casal ter um filho com determinada doença e, a partir daí, fará um aconselhamento genético, que consiste em apontar a probabilidade de uma doença genética ocorrer em um futuro filho, ajudando o casal nas suas decisões.

Em seguida, serão realizados exames físicos do casal, alguns exames complementares e o de cariótipo, que visa analisar a quantidade e a estrutura dos cromossomos existentes nos núcleos das células do corpo. Os exames que permitem verificar a presença ou não de um gene defeituoso podem ser feitos ainda durante a gestação e nos países onde o aborto é permitido, a possível interrupção da gravidez se torna uma questão bastante complicada. Como os problemas clínicos com que lida um geneticista envolvem grande carga emocional para os pacientes, o aconselhamento genético deve sempre ser acompanhado por um psicólogo. Vale lembrar que algumas doenças de transmissão genética, quando precocemente diagnosticadas, oferecem a chance de serem controladas, permitido ao seu portador uma vida normal ou próxima disso.

O aconselhamento genético é indicado para pessoas com histórico de câncer ou doenças degenerativas em parentes próximos, para casais de idade avançada que pretendam ter filhos, para portadores de alguma doença genética ou com alguma malformação e/ou anomalias genéticas, casais que apresentam laços familiares, como primos, por exemplo, em casos de abortos repetidos ou infertilidade, em que se suponha uma causa genética ou para avaliar as consequências dessas condições.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Surdez


Minha paciente GTM acaba de fazer 97 anos. Há 5 anos diagnosticamos a sua perda auditiva e frente a minha indicação de aparelhos auditivos, ela não questionou. Faz uso deles o dia inteiro, todos os dias, desde então. Sua preocupação maior é a troca de pilhas e o bom funcionamento dos aparelhos. Nunca se referiu a eles como sendo algo negativo. Eles a fazem escutar melhor e ela agradece. Mas nem sempre é assim…

É bem sabido que a incidência de perda auditiva aumenta bastante com a idade. Cerca de um terço dos pacientes acima de 65 anos têm algum grau de perda auditiva. A partir dos 75 anos, pelo menos metade das pessoas sofre com a surdez.

Conhecida também da maioria das famílias é a figura do(a) pai/mãe ou avô/avó que não ouve bem, não aceita que não escuta e acha que “está bem assim”, “que as pessoas falam pra dentro” ou que “prefere não escutar”. A surdez na terceira idade é algo de difícil reconhecimento e aceitação para grande parte dos pacientes.

Outro dado bastante propagado se refere ao envelhecimento da população brasileira, decorrente do notável aumento da expectativa de vida média dos brasileiros nas últimas décadas, como vemos no quadro abaixo, baseado em dados do Banco Mundial. Isso resultou num grande aumento de casos de surdez em idosos sem a devida adequação na estrutura e no número de profissionais dedicados à reabilitação auditiva, seja no SUS ou na medicina privada.

Entretanto, as maiores novidades no que se refere à surdez em idosos vêm da ciência. É crescente o número de estudos que relacionam a presença de perda auditiva a um maior risco de problemas cognitivos, maior atrofia cerebral (Ref. 1) e risco aumentado de demência (Ref. 2) ou depressão. Segundo tais estudos, além da tendência ao maior isolamento, que prejudica o contato familiar e social, a diminuição dos estímulos cerebrais causados pela surdez seria mais um “golpe” no cérebro desses pacientes. A diminuição dos estímulos auditivos afetaria enormemente não só as áreas responsáveis pelo processamento sonoro e de linguagem – os giros superior, médio e inferior do lobo temporal (esses dois últimos também implicados no aparecimento do mal de Alzheimer) – mas o cérebro como um todo. A privação sonora poderia acelerar a perda de massa encefálica em mais de um centímetro cúbico por ano, em comparação com os idosos com audição normal.

Para nós, médicos e fonoaudiólogos envolvidos na reabilitação auditiva, esses dados são importantes demais. Não podemos mais considerar apenas “uma opção” o uso de aparelhos auditivos ou implantes cocleares em pacientes idosos com perda de audição. Para familiares e amigos de pacientes nessa situação, a postura deve ser de colaboração, informação e estímulo para que procurem ajuda especializada. Mais do que fazê-los ouvir mais e melhor, tal cenário nos coloca diante da chance de praticar a melhor medicina: a preventiva. Tudo indica que tratar a surdez em idosos – com aparelhos auditivos, implantes cocleares e as terapias fonoaudiológicas adaptadas a cada caso – pode ajudar a manter o cérebro em dia por muito mais tempo.

Luciano Moreira – Otorrinolaringologista

quinta-feira, 26 de março de 2015

Acromegalia


A acromegalia (do grego: akros = extremo ou extremidades; megalos = grande) é uma desordem hormonal em que a glândula pituitária (ou hipófise) produz em excesso o hormônio do crescimento na infância e continua a produzi-lo na vida adulta, fazendo os ossos e outros tecidos crescerem além dos limites normais. Nas crianças que ainda estão em crescimento, esse excesso causa uma condição chamada gigantismo, em que a pessoa adquire uma estatura anormalmente alta.

A acromegalia é causada pela produção excessiva de hormônio do crescimento pela parte anterior da pituitária, uma pequena glândula situada na base do cérebro. A maioria dos casos é causada por um tumor benigno dessa glândula, chamado de adenoma da hipófise.

A glândula pituitária produz vários hormônios, entre eles o hormônio responsável pelo crescimento. Quando lançado na corrente sanguínea ele induz o fígado a produzir outro hormônio que estimula o crescimento do esqueleto e outros órgãos e tecidos, gerando os sinais e sintomas característicos da acromegalia ou gigantismo. Nos adultos, um tumor benigno é a causa mais comum da produção de hormônio do crescimento. Alguns dos sintomas da acromegalia, como dores de cabeça e prejuízos da visão são devidos a compressões das massas tumorais sobre as estruturas vizinhas. Tumores de outras partes do corpo, como os do pulmão, pâncreas e glândulas adrenais ou secretam, eles mesmos, o hormônio do crescimento ou um hormônio que estimula a pituitária a liberar mais hormônio do crescimento.

A acromegalia usualmente se desenvolve lentamente e pode ser que nenhum sinal dela seja notado inicialmente. Um dos sinais mais comuns da acromegalia é o crescimento exagerado das mãos e dos pés. Ocorrem também mudanças graduais na conformação da face, como protrusão da mandíbula e das sobrancelhas, nariz alargado, lábios grossos e espaçamento exagerado entre os dentes. Além desses, a acromegalia exibe os seguintes sinais e sintomas: feições faciais grosseiras e alargadas, pele espessa e oleosa, suor e odor corporais excessivos, fadiga, fraqueza muscular, voz alta e rouca, roncos, visão prejudicada, dores de cabeça, língua grande, limitação da mobilidade das juntas, irregularidades menstruais nas mulheres, disfunção erétil nos homens, aumento do tamanho das vísceras, como fígado, coração, rins, baço etc. Há, também, aumento do tamanho do tórax, causando o que se chama “tórax em barril”.

Como a acromegalia é uma condição rara e as alterações físicas ocorrem muito gradativamente, ela pode não ser reconhecida de imediato e, às vezes, durante anos. Contudo, o diagnóstico precoce é importante, porque a acromegalia não tratada pode levar a complicações sérias. O diagnóstico pode ser feito por meio de uma minuciosa história médica e um cuidadoso exame físico e por meio de exames de laboratório que incluem medida do hormônio do crescimento e teste de supressão desse hormônio, que é o método definitivo de verificar a existência da acromegalia. Os exames de imagens, tais como a ressonância magnética, podem ajudar a demonstrar a existência e dimensões de um tumor da pituitária ou de outra localização, se houver.

O tratamento da acromegalia visa diminuir a produção do hormônio do crescimento e reduzir os efeitos negativos dos tumores, se for o caso. Algumas vezes uma cirurgia através do nariz, pode ser necessária para extrair o tumor na glândula pituitária. Após a cirurgia, pode ser necessário fazer radioterapia ou continuar com medicação, se o tumor não foi totalmente retirado. As drogas são usadas para bloquear ou diminuir a produção do hormônio do crescimento. A irradiação visa eliminar as células que possam ter restado depois da cirurgia.

Se não for tratada prontamente a acromegalia pode levar a complicações sérias e se tornar mesmo uma ameaça à vida, mas tratamentos corretos podem reduzir o risco de complicações e melhorar os sintomas.

As complicações podem incluir hipertensão arterial, doença cardiovascular, artrite, diabetes mellitus, pólipos no cólon, apneia do sono, síndrome do túnel do carpo, fibrose uterina, tumores benignos do útero, compressão da medula e perda da visão.

quarta-feira, 25 de março de 2015

Doenças da artérias coronárias


A doença das artérias coronárias caracteriza-se pela acumulação de depósitos de gordura nas células que revestem a parede de uma artéria coronária e, em consequência, obstruem a passagem do sangue.

Os depósitos de gordura (chamados ateromas ou placas) formam-se gradualmente e desenvolvem-se irregularmente nos grandes troncos das duas artérias coronárias principais, as que rodeiam o coração e lhe fornecem o sangue. Este processo gradual é conhecido como aterosclorose. (Ver secção 3, capítulo 26) Os ateromas provocam um espessamento que estreita as artérias. Quando os ateromas aumentam, alguns rebentam e ficam fragmentos livres na circulação sanguínea ou então formam pequenos coágulos sanguíneos sobre a sua superfície.

Para que o coração se contraia e bombeie o sangue normalmente, o músculo cardíaco (miocárdio) requer uma provisão contínua de sangue rico em oxigénio que as artérias coronárias lhe proporcionam. Porém, quando a obstrução de uma artéria coronária vai aumentando, pode desenvolver-se uma isquemia (fornecimento de sangue inadequado) do músculo cardíaco que causa lesões graves. A causa mais frequente de isquemia do miocárdio é a doença das artérias coronárias. As complicações principais desta doença são a angina de peito e o ataque cardíaco (enfarte de miocárdio).

A doença das artérias coronárias afecta pessoas de todas as etnias, mas a sua incidência é particularmente elevada entre os Brancos. No entanto, a etnia em si mesma não parece ser um factor tão importante como o hábito de vida de cada indivíduo. Uma dieta com um alto conteúdo em gordura, o hábito de fumar e uma vida sedentária aumentam o risco de doença das artérias coronárias.

Nos países desenvolvidos, as doenças cardiovasculares são a causa principal de morte entre as pessoas de ambos os sexos, sendo a doença das artérias coronárias a causa principal das doenças cardiovasculares. O índice de mortalidade é influenciado tanto pelo sexo, como pelo grupo étnico; é mais elevado nos homens do que nas mulheres, sobretudo nos de idade compreendida entre os 35 e os 55 anos. Depois dos 55 anos, o índice de mortalidade no sexo masculino diminui, enquanto nas mulheres continua numa tendência ascendente. Em comparação com os Brancos, os índices de mortalidade entre os Pretos são mais elevados até aos 60 anos e os das mulheres negras são mais elevados até à idade de 75 anos.

terça-feira, 24 de março de 2015

Arterosclerose


Aterosclerose é um termo geral que designa várias doenças nas quais se verifica espessamento e perda de elasticidade da parede arterial. A mais importante e a mais frequente destas doenças é a aterosclerose, na qual a substância gorda se acumula por baixo do revestimento interno da parede arterial.

A aterosclerose afecta as artérias do cérebro, do coração, dos rins, de outros órgãos vitais e dos braços e das pernas. Quando a aterosclerose se desenvolve nas artérias que alimentam o cérebro (artérias carótidas), pode produzir-se um icto; quando se desenvolve nas artérias que alimentam o coração (artérias coronárias), pode produzir-se um enfarte do miocárdio.

Na maioria dos países ocidentais, a aterosclerose é a doença mais frequente e a causa principal de morte, representando o dobro das mortes por cancro e 10 vezes mais do que por acidentes. Apesar dos avanços médicos significativos, a doença das artérias coronárias (que é causada pela aterosclerose e que provoca os enfartes) e o icto aterosclerótico são responsáveis por mais mortes do que todas as outras causas juntas.

Causas

A aterosclerose inicia-se quando alguns glóbulos brancos, chamados monócitos, migram da corrente sanguínea para o interior da parede da artéria e transformam-se em células que acumulam substâncias gordas. Com o tempo, estes monócitos carregados de gordura acumulam-se e produzem espessamentos, distribuídos irregularmente pelo revestimento interno da artéria. Cada zona de espessamento (chamada placa aterosclerótica ou de ateroma) enche-se de uma substância mole parecida com o queijo, formada por diversas substâncias gordas, principalmente colesterol, células musculares lisas e células de tecido conjuntivo. Os ateromas podem localizar-se em qualquer artéria de tamanho grande e médio, mas geralmente formam-se onde as artérias se ramificam (presumivelmente porque a turbulência constante destas zonas, que lesa a parede arterial, favorece a formação do ateroma).

As artérias afectadas pela aterosclerose perdem a sua elasticidade e, à medida que os ateromas crescem, tornam-se mais estreitas. Além disso, com o tempo, as artérias acumulam depósitos de cálcio que podem tornar-se frágeis e rebentar. Então, o sangue pode entrar num ateroma rebentado, aumentando o seu tamanho e diminuindo ainda mais o lume arterial. Um ateroma rebentado também pode derramar o seu conteúdo gordo e desencadear a formação de um coágulo sanguíneo (trombo). O coágulo estreita ainda mais a artéria e inclusive pode provocar a sua oclusão ou então desprende-se e passa ao sangue até chegar a uma artéria mais pequena, onde causará uma oclusão (embolia).

Sintomas

Geralmente, a aterosclerose não produz sintomas até estreitar gravemente a artéria ou causar uma obstrução súbita. Os sintomas dependem do local onde se desenvolve a aterosclerose: o coração, o cérebro, as pernas ou quase em qualquer parte do organismo.

Uma vez que a aterosclerose diminui de modo considerável o lume de uma artéria, as zonas do organismo que esta alimenta podem não receber sangue suficiente e, como consequência, o oxigénio necessário. O primeiro sintoma do estreitamento de uma artéria pode ser uma dor ou uma cãibra nos momentos em que o fluxo de sangue é insuficiente para satisfazer as necessidades de oxigénio. Por exemplo, durante um exercício, uma pessoa pode sentir dor no peito (angina), devido à falta de oxigénio no coração; ou, enquanto caminha, podem aparecer cãibras nas pernas (claudicação intermitente) devido à falta de oxigénio nas extremidades. Estes sintomas desenvolvem-se gradualmente à medida que o ateroma aperta a artéria. No entanto, quando se verifica uma obstrução súbita, os sintomas aparecem imediatamente (por exemplo, quando um coágulo sanguíneo se encrava numa artéria).

Factores de risco

O risco de desenvolver aterosclerose aumenta com a hipertensão arterial, os altos valores de colesterol, o tabagismo, a diabetes, a obesidade, a falta de exercício e a idade avançada. Ter um familiar próximo que tenha desenvolvido aterosclerose numa idade ainda jovem também aumenta o risco. Os homens têm um maior risco de sofrer desta doença do que as mulheres, embora depois da menopausa o risco aumente nas mulheres e finalmente iguala-se ao dos homens.

As pessoas com homocistinúria, uma doença hereditária, desenvolvem ateromas com grande facilidade, sobretudo na idade juvenil.

A doença afecta muitas artérias, mas não as artérias coronárias que alimentam o coração. Pelo contrário, na hipercolesterolemia familiar hereditária, os valores extremamente elevados de colesterol no sangue provocam a formação de ateromas nas artérias coronárias muito mais do que nas outras artérias.

Prevenção e tratamento

Para prevenir a aterosclerose, devem eliminar-se os factores de risco controláveis, como os valores elevados de colesterol no sangue, a pressão arterial alta, o consumo de tabaco, a obesidade e a falta de exercício. Assim, dependendo dos factores de risco específicos de cada pessoa, a prevenção consistirá em diminuir os valores de colesterol (Ver secção 12, capítulo 139), diminuir a pressão arterial (Ver secção 3, capítulo 25), deixar de fumar, perder peso e fazer exercício. (Ver secção 5, capítulo 58) Felizmente, tomar medidas para levar a cabo alguns destes objectivos ajuda a levar a cabo outros. Por exemplo, fazer exercício ajuda a perder peso, o que, por sua vez, ajuda a diminuir os valores do colesterol e da pressão arterial, do mesmo modo que deixar de fumar ajuda a baixar os valores do colesterol e da pressão arterial.

O hábito de fumar é particularmente perigoso para as pessoas que já têm um risco elevado de sofrer doenças cardíacas. Fumar cigarros diminui a concentração do colesterol bom, ou colesterol com lipoproteínas de alta densidade (HDL), e aumenta a concentração do colesterol mau, ou colesterol com lipoproteínas de baixa densidade (LDL). O colesterol também aumenta o valor do monóxido de carbono no sangue, o que pode aumentar o risco de lesões do revestimento da parede arterial e, além disso, contrai as artérias já estreitadas pela aterosclerose e, portanto, diminui a quantidade de sangue que chega aos tecidos. Por outro lado, fumar aumenta a tendência do sangue a coagular, o que aumenta o risco de doença arterial periférica, doença das artérias coronárias, icto e obstrução de um enxerto arterial depois de uma intervenção cirúrgica.

O risco que um fumador corre de desenvolver uma doença das artérias coronárias está directamente relacionado com a quantidade de cigarros que fuma diariamente. As pessoas que deixam de fumar correm metade dos riscos das que continuam a fumar (independentemente de quanto tenham fumado antes de abandonar o hábito). Deixar de fumar também diminui o risco de morte após uma cirurgia de revascularização coronária (bypass) ou de um enfarte. Também diminui a incidência de doenças em geral e o risco de morte em doentes com aterosclerose em artérias diferentes das que alimentam o coração e o cérebro.

Definitivamente, o melhor tratamento para a aterosclerose é a prevenção. Quando a aterosclerose se torna suficientemente grave para causar complicações, devem tratar-se as próprias complicações (angina de peito, enfarte, arritmias, insuficiência cardíaca, insuficiência renal, icto ou obstrução das artérias periféricas).

segunda-feira, 23 de março de 2015

Hipertensão Arterial 2


Sintomas

Habitualmente, a hipertensão arterial é assintomática, apesar da coincidência no aparecimento de certos sintomas que muita gente considera (erradamente) associados à mesma: cefaleias, hemorragias nasais, vertigem, ruborização facial e cansaço.
Embora as pessoas com uma pressão arterial elevada possam ter estes sintomas, eles também podem aparecer com a mesma frequência em indivíduos com uma pressão arterial normal.

No caso de uma hipertensão arterial grave ou de longa duração que não receba tratamento, os sintomas como cefaleias, fadiga, náuseas, vómitos, dispneia, desassossego e visão esfumada verificam-se devido a lesões no cérebro, nos olhos, no coração e nos rins. Às vezes, as pessoas com hipertensão arterial grave desenvolvem sonolência e inclusive coma por edema cerebral (acumulação anormal de líquido no cérebro). Este quadro, chamado encefalopatia hipertensiva, requer um tratamento urgente.

Diagnóstico

A pressão arterial determina-se depois de a pessoa ter estado sentada ou deitada durante 5 minutos. Uma leitura de 140/90 mmHg ou mais é considerada alta, mas o diagnóstico não pode basear-se numa só medição. Às vezes, inclusive várias determinações elevadas não são suficientes para efectuar o diagnóstico. Quando se regista uma medição inicial elevada, deve determinar-se de novo e depois mais duas vezes em dias diferentes, para se assegurar de que a hipertensão persiste. As leituras não só indicam a presença de hipertensão arterial, como também permitem classificar a sua gravidade.

Quando se tiver estabelecido o diagnóstico de hipertensão arterial, habitualmente avaliam-se os seus efeitos sobre os órgãos principais, sobretudo os vasos sanguíneos, o coração, o cérebro e os rins. A retina (a membrana sensível à luz que reveste a superfície interna da parte posterior do olho) é o único lugar onde se podem observar directamente os efeitos da hipertensão arterial sobre as arteríolas. Julga-se que as alterações na retina são semelhantes às dos vasos sanguíneos de qualquer outra parte do organismo, como os rins. Para examinar a retina, utiliza-se um oftalmoscópio (um instrumento que permite visualizar o interior do olho). O grau de deterioração da retina (retinopatia) permite classificar a gravidade da hipertensão arterial.

As alterações no coração (particularmente uma dilatação devido ao aumento de trabalho requerido para bombear sangue a uma pressão elevada) detectam-se com um electrocardiograma (Ver secção 2, capítulo 15) e uma radiografia do tórax. Nas fases iniciais, é mais útil o ecocardiograma (um exame que utiliza ulta-sons para obter uma imagem do coração). Um ruído anómalo, denominado o quarto ruído cardíaco, que se ausculta com um fonendoscópio, é uma das primeiras alterações cardíacas causadas pela hipertensão.

As lesões iniciais do rim detectam-se através de uma análise da urina. A presença de células sanguíneas e albumina (um tipo de proteína) na urina, por exemplo, pode indicar a presença de tal afecção.

É, igualmente, necessário procurar a causa da pressão arterial elevada, sobretudo se o doente é jovem, mesmo quando a causa é identificada em menos de 10 % dos casos. Quanto mais elevada for a pressão arterial e mais jovem for o doente, mais aprofundada deve ser a pesquisa da causa. A avaliação inclui radiografias e estudos dos rins com isótopos radioactivos, uma radiografia do tórax e determinações de certas hormonas no sangue e na urina.

Para detectar um problema real, toma-se como ponto de partida a história clínica, insistindo em problemas renais prévios. Durante o exame físico, explora-se a zona do abdómen por cima dos rins para detectar a presença de dor. Com um fonendoscópio sobre o abdómen, tenta-se localizar a presença de um ruído anormal (som que o sangue produz ao atravessar um estreitamento da artéria que alimenta o rim). Por último, envia-se uma amostra de urina para o laboratório para a sua análise e, se for necessário, efectuam-se radiografias ou ecografias com o fim de conhecer o grau de fornecimento de sangue ao rim, assim como outras provas renais.

Quando a causa é um feocromocitoma, aparecem na urina os produtos de decomposição das hormonas adrenalina e noradrenalina. Habitualmente, estas hormonas também produzem várias combinações de sintomas, como cefaleias intensas, ansiedade, sensação de batimentos rápidos e irregulares (palpitações), suor excessivo, tremor e palidez.

Podem detectar-se outras causas raras de hipertensão arterial com certos exames sistemáticos. Por exemplo, a medição da concentração de potássio no sangue facilita a detecção do hiperaldosteronismo (Ver secção 13, capítulo 146) e a determinação da pressão arterial em ambos os braços e pernas ajuda a detectar uma coarctação da aorta.

Prognóstico

Quando a pressão arterial elevada não é tratada, aumenta o risco de se desenvolver uma doença cardíaca (como a insuficiência cardíaca ou um enfarte de miocárdio), uma insuficiência renal e um AVC (acidente vascular cerebral) numa idade jovem. A hipertensão arterial é o factor de risco mais importante de AVC e é também um dos três factores principais de risco de enfarte do miocárdio, juntamente com o hábito de fumar e os valores de colesterol elevados. Os tratamentos que fazem descer a pressão arterial elevada diminuem o risco de AVC e de insuficiência cardíaca. Também diminui o risco de enfarte, embora não de forma tão clara. Menos de 5 % dos doentes com hipertensão maligna sem tratamento sobrevivem mais de um ano.

Tratamento

A hipertensão essencial não tem cura, mas o tratamento previne as complicações. Devido ao facto de a pressão arterial em si mesma não produzir sintomas, o médico procura evitar tratamentos incómodos, trabalhosos ou que interfiram com os hábitos de vida. Antes de prescrever a administração de fármacos, é recomendável aplicar medidas alternativas.

No caso de excesso de peso e de pressão arterial elevada, aconselha-se reduzir o peso até ao seu nível ideal. Deste modo, são importantes as alterações na dieta em pessoas com diabetes, que são obesas ou que têm valores de colesterol altos, para manter um bom estado de saúde cardiovascular em geral. Se se reduzir o consumo de sódio para menos de 2,3 g ou de cloreto de sódio para menos de 6 g por dia (mantendo um consumo adequado de cálcio, de magnésio e de potássio) e se se reduzir o consumo diário de álcool para menos de 750 ml de cerveja, 250 ml de vinho ou 65 ml de whisky, pode não ser necessário o tratamento farmacológico. É também muito útil fazer exercícios aeróbicos moderados. As pessoas com hipertensão essencial não têm de restringir as suas actividades se têm a sua pressão arterial controlada. Por último, os fumadores deveriam deixar de fumar.

É aconselhável que as pessoas com pressão arterial elevada controlem a sua pressão no seu próprio domicílio. Essas pessoas provavelmente estarão mais dispostas a seguir as recomendações do médico em relação ao tratamento.

Tratamento farmacológico

Em teoria, qualquer pessoa com hipertensão arterial pode conseguir controlar-se dado que se dispõe de uma ampla variedade de fármacos, mas o tratamento tem de ser individualizado. Além disso, é mais eficaz quando ambos, doente e médico, têm uma boa comunicação e colaboram com o programa de tratamento.

Os especialistas não se puseram de acordo sobre quanto se deve diminuir a pressão arterial durante o tratamento ou sobre quando e quanto se deve tratar a hipertensão no estádio 1 (ligeira). Mas há, na verdade, um acordo geral sobre o facto de que, quanto mais elevada for a pressão arterial, maiores serão os riscos (inclusive quando os níveis se encontram dentro da escala normal). Por isso, alguns especialistas sublinham que qualquer aumento, mesmo pequeno, deve ser tratado e que quanto mais se conseguir fazer descer a pressão, melhor. Em contrapartida, outros sustentam que o tratamento da pressão arterial abaixo de um certo nível pode fazer aumentar os riscos de enfarte e de morte súbita em vez de reduzi-los, sobretudo no caso de doença das artérias coronárias.

Diversos tipos de fármacos reduzem a pressão arterial através de mecanismos diferentes. Por isso, alguns médicos costumam utilizar um tratamento escalonado. Inicia-se com um fármaco ao qual se juntam outros quando for necessário. Também se pode efectuar uma aproximação sequencial: prescreve-se um fármaco e, se não for eficaz, interrompe-se e administra-se outro. Ao escolher um fármaco, consideram-se factores como: a idade, o sexo e a etnia do doente, o grau de gravidade da hipertensão, a presença de outras perturbações, como diabetes ou valores elevados de colesterol, os efeitos secundários prováveis (que variam de um fármaco para outro) e os custos dos fármacos e das análises necessárias para controlar a sua segurança.

Habitualmente, os doentes toleram bem os fármacos anti-hipertensivos que se lhes prescrevem. Mas qualquer fármaco anti-hipertensivo pode provocar efeitos secundários. Deste modo, se estes aparecerem, dever-se-á informar disso o médico para que ajuste a dose ou mude o fármaco.

Os diuréticos tiazídicos são, com frequência, o primeiro fármaco que se administra para tratar a hipertensão. Os diuréticos ajudam os rins a eliminar sal e água e diminuem o volume de líquidos em todo o organismo, reduzindo desse modo a pressão arterial. Os diuréticos também dilatam os vasos sanguíneos. Devido ao facto de provocarem uma perda de potássio pela urina, às vezes devem ser administrados conjuntamente suplementos de potássio ou fármacos que retenham potássio. Estes fármacos são particularmente úteis em pessoas de etnia negra, de idade avançada, em obesos e em pessoas que sofram de insuficiência cardíaca ou renal crónica.

Os bloqueadores adrenérgicos (um grupo de fármacos que incluem os bloqueadores alfa, os betabloqueadores e o bloqueador alfa-beta labetalol) bloqueiam os efeitos do sistema nervoso simpático, o sistema que responde rapidamente ao stress aumentando a pressão arterial.

Os bloqueadores adrenérgicos mais utilizados, os betabloqueadores, são especialmente úteis nos indivíduos de etnia branca, nas pessoas jovens e nas que sofreram um enfarte de miocárdio ou que têm ritmos cardíacos acelerados, angina de peito ou enxaqueca.

Os inibidores do enzima conversor da angiotensina diminuem a pressão arterial dilatando as artérias. São particularmente úteis nos indivíduos brancos, nas pessoas jovens e nas que sofrem de insuficiência cardíaca, nas que apresentam proteínas na urina devido a uma doença renal crónica ou a uma doença renal pela diabetes e nos jovens que manifestam impotência como resultado de um efeito secundário produzido pela ingestão de outro fármaco.

Os bloqueadores da angiotensina II diminuem a pressão arterial através de um mecanismo semelhante (mas mais directo) ao dos inibidores do enzima conversor da angiotensina. Devido ao modo como actuam, os bloqueadores da angiotensina II parecem causar menos efeitos secundários.

Os antagonistas do cálcio provocam a dilatação dos vasos sanguíneos por um mecanismo completamente diferente. São particularmente úteis nas pessoas de etnia negra, de idade avançada e nas que sofrem de angina de peito (dor no peito), de certos tipos de arritmias ou de enxaqueca. Relatórios recentes sugerem que a administração de antagonistas do cálcio de acção curta aumenta o risco de morte por enfarte, mas não há estudos que sugiram esse efeito para os antagonistas do cálcio de acção prolongada.

Os vasodilatadores directos dilatam os vasos sanguíneos através de outro mecanismo. Um fármaco deste tipo quase nunca se utiliza isolado; costuma utilizar-se como um segundo fármaco quando o outro sozinho não diminui suficientemente a pressão arterial.

As urgências hipertensivas, como, por exemplo, a hipertensão maligna, requerem uma diminuição rápida da pressão arterial. Existem diversos fármacos que diminuem a pressão arterial com rapidez; a maioria administra-se por via endovenosa. Estes fármacos compreendem o diazóxido, o nitroprussiato, a nitroglicerina e o labetalol. A nifedipina, um antagonista do cálcio, é de acção muito rápida e administra-se por via oral; no entanto, pode causar hipertensão, de modo que é necessário controlar rigorosamente os seus efeitos.

Tratamento da hipertensão secundária

O tratamento da hipertensão secundária depende da causa do aumento da pressão arterial. O tratamento de uma doença renal pode, por vezes, normalizar a pressão arterial ou ao menos reduzi-la, de modo que neste último caso o tratamento farmacológico seja mais eficaz. Uma artéria obstruída que chega ao rim pode dilatar-se através da inserção de um cateter com um balão que depois se enche. Também pode solucionar-se através de uma cirurgia derivativa do segmento estreitado; este tipo de cirurgia cura, com frequência, a hipertensão. Os tumores que provocam a hipertensão arterial, como os feocromocitomas, geralmente podem extirpar-se cirurgicamente.

sábado, 21 de março de 2015

Hipertensão Arterial


A hipertensão arterial é, geralmente, uma afecção sem sintomas na qual a elevação anormal da pressão dentro das artérias aumenta o risco de perturbações como o AVC, a ruptura de um aneurisma, uma insuficiência cardíaca, um enfarte do miocárdio e lesões do rim.

A palavra «hipertensão» sugere uma tensão excessiva, nervosismo ou stress. No entanto, em termos médicos, a hipertensão refere-se a um quadro de pressão arterial elevada, independentemente da causa. Chama-se-lhe «o assassino silencioso» porque, geralmente não causa sintomas durante muitos anos (até que lesiona um órgão vital).

Ela afeta muitos milhões de pessoas com uma diferença notória conforme a origem étnica.

Por exemplo, nos Estados Unidos, onde afecta mais de 50 milhões de pessoas, 38 % dos adultos negros sofrem de hipertensão, em comparação com 29 % de brancos.

Perante um nível determinado de pressão arterial, as consequências da hipertensão são mais graves nas pessoas de raça negra.

Nos países desenvolvidos, calcula-se que só se diagnostica esta perturbação em dois de cada três indivíduos que dela sofrem, e só 75 % deles recebem tratamento farmacológico, e este só é adequado em 45 % dos casos.

Quando se mede a pressão arterial, registam-se dois valores.

O mais elevado produz-se quando o coração se contrai (sístole); o mais baixo corresponde à relaxação entre um batimento e outro (diástole).

A pressão arterial transcreve-se como a pressão sistólica seguida de uma barra e, em seguida, a pressão diastólica [por exemplo, 120/80 mmHg (milímetros de mercúrio)]. Esta medição seria lida como «cento e vinte, oitenta».

A pressão arterial elevada define-se como uma pressão sistólica em repouso superior ou igual a 140 mm Hg, uma pressão diastólica em repouso superior ou igual a 90 mmHg, ou a combinação de ambas.

Na hipertensão, geralmente, tanto a pressão sistólica como a diastólica estão elevadas.

Na hipertensão sistólica isolada, a pressão sistólica é superior ou igual a 140 mmHg, mas a diastólica é menor que 90 mmHg (isto é, esta última mantém-se normal).

A hipertensão sistólica isolada é sempre mais frequente na idade avançada.

Quase em todas as pessoas a pressão arterial aumenta com a idade, com uma pressão sistólica que aumenta até os 80 anos pelo menos e uma pressão diastólica que aumenta até aos 55 a 60 anos, para depois estabilizar-se e inclusive descer.

A hipertensão maligna é uma pressão arterial muito elevada que, se não for tratada, costuma provocar a morte num período de 3 a 6 meses.

É bastante rara e produz-se somente em cerca de uma em cada 200 pessoas com hipertensão arterial, embora os índices de frequência mostrem variações em função de diferenças étnicas (maior frequência em doentes de raça negra), de sexo (sendo mais frequente nos homens) e de condição socioeconómica (com maior incidência em doentes de classe baixa).

A hipertensão maligna é uma urgência médica.

Controle da pressão arterial

A elevação da pressão nas artérias pode dever-se a vários mecanismos.

Por exemplo, o coração pode bombear com mais força e aumentar o volume de sangue que expulsa em cada batimento.

Outra possibilidade é que as grandes artérias percam a sua flexibilidade normal e se tornem rígidas, de modo a não poderem expandir-se quando o coração bombeia sangue através delas.

Por esta razão, o sangue proveniente de cada batimento vê-se forçado a passar por um espaço menor do que o normal e a pressão aumenta.

Isto é o que acontece aos idosos cujas paredes arteriais se tornaram grossas e rígidas devido à arteriosclerose.

A pressão arterial aumenta de forma similar na vasoconstrição [quando as artérias minúsculas (arteríolas) se contraem temporariamente pela estimulação dos nervos ou das hormonas circulantes].

Por último, a pressão arterial pode aumentar se se incrementar o afluxo de líquido ao sistema circulatório.

Esta situação verifica-se quando os rins funcionam mal e não são capazes de eliminar sal e água em quantidade suficiente.

O resultado é que o volume de sangue aumenta e, como consequência, aumenta a pressão arterial.

Pelo contrário, se a função de bombeamento do coração diminui, se as artérias estão dilatadas ou se se perde líquido do sistema, a pressão desce.

As modificações destes fatores são regidas por alterações no funcionamento renal e no sistema nervoso autónomo (a parte do sistema nervoso que regula várias funções do organismo de forma automática).

O sistema nervoso simpático, que faz parte do sistema nervoso autónomo, é responsável pelo aumento temporário da pressão arterial quando o organismo reage diante de uma ameaça.

O sistema nervoso simpático incrementa a frequência e a força dos batimentos cardíacos.

Produz também uma contração da maioria das arteríolas, mas, em contrapartida, dilata as de certas zonas, como as dos músculos, onde é necessário um maior fornecimento de sangue.

Além disso, o sistema nervoso simpático diminui a eliminação de sal e de água pelo rim e, como consequência, aumenta o volume de sangue.

Deste modo, produz a libertação das hormonas adrenalina (epinefrina) e noradrenalina (norepinefrina), que estimulam o coração e os vasos sanguíneos.

Por outro lado, os rins controlam a pressão arterial de vários modos.

Se a pressão arterial se eleva, aumenta a eliminação de sal e de água, o que faz descer o volume de sangue e normaliza a pressão arterial.

Ao contrário, se a pressão arterial diminui, os rins reduzem a eliminação de sal e de água; em consequência, o volume sanguíneo aumenta e a pressão arterial volta aos seus valores normais.

Os rins também podem aumentar a pressão arterial, segregando um enzima denominado renina, que estimula a secreção de uma hormona chamada angiotensina, a qual, por sua vez, desencadeia a libertação de aldosterona.

Dado que os rins são importantes para controlar a pressão arterial, muitas doenças e anomalias renais elevam a pressão arterial.

Por exemplo, um estreitamento da artéria que alimenta um dos rins (estenose da artéria renal) pode causar hipertensão. De igual modo, inflamações renais de vários tipos e a lesão de um ou de ambos os rins também causam efeitos similares.

Sempre que, por qualquer causa, se verifique um aumento da pressão arterial, desencadeia-se um mecanismo de compensação que neutraliza e mantém a pressão a níveis normais.

Portanto, um aumento do volume de sangue bombeado pelo coração que tende a aumentar a pressão arterial faz com que os vasos sanguíneos se dilatem e que os rins aumentem a eliminação de sal e de água, o que tende a reduzir a pressão arterial.

No entanto, em caso de arteriosclerose, as artérias tornam-se rígidas e não podem dilatar-se, e por isso a pressão arterial não desce aos seus níveis normais.

As alterações arterioscleróticas nos rins podem alterar a sua capacidade para eliminar sal e água, o que tende a aumentar a pressão arterial.

Causas

Para cerca de 90 % das pessoas com pressão arterial elevada, a causa é desconhecida.

Essa situação denomina-se hipertensão essencial ou primária.

A hipertensão essencial pode ter mais de uma causa.

Provavelmente, uma combinação de diversas alterações no coração e nos vasos sanguíneos produz a subida da pressão arterial.

Quando a causa é conhecida, a afecção denomina-se hipertensão secundária.

Entre 5 % e 10 % dos casos de hipertensão arterial têm como causa uma doença renal.

Entre 1 % e 2 % têm a sua origem numa perturbação hormonal ou no uso de certos fármacos, como os anticoncepcionais orais (pílulas para o controlo da natalidade).

Uma causa pouco frequente de hipertensão arterial é o feocromocitoma, um tumor das glândulas supra-renais que segrega as hormonas adrenalina e noradrenalina.

A obesidade, um hábito de vida sedentária, o estresse e o consumo excessivo de álcool ou de sal são, provavelmente, factores de risco no aparecimento da hipertensão arterial em pessoas que possuem uma sensibilidade hereditária.

O stress tende a fazer com que a pressão arterial aumente temporariamente, mas, de um modo geral, regressa à normalidade uma vez que ele tenha desaparecido.

Isto explica a «hipertensão da bata branca», na qual o stress causado por uma ida ao consultório do médico faz com que a pressão arterial suba o suficiente para que se faça o diagnóstico da hipertensão em alguém que, noutros momentos, teria uma pressão arterial normal.

Julga-se que, nas pessoas com esta tendência, estes breves aumentos da pressão causam lesões que, finalmente, provocam uma hipertensão arterial permanente, inclusive quando o stress desaparece.

No entanto, esta teoria segundo a qual os aumentos transitórios da pressão arterial podem dar lugar a uma pressão elevada de forma permanente não foi demonstrada.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Origens do narciisismo em crianças


Indivíduos narcisistas se sentem superiores aos outros, fantasiam sobre sucessos pessoais e acreditam que merecem um tratamento especial. Quando se sentem humilhados, muitas vezes atacam de forma agressiva ou até mesmo violenta. Infelizmente, pouco se sabe sobre as origens do narcisismo. Tal conhecimento é importante para a concepção1 de intervenções para reduzir o desenvolvimento de pessoas narcisistas.

Artigo publicado pelo periódico Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America (PNAS) demonstrou que o narcisismo em crianças é cultivado pela supervalorização dos pais: os pais acreditam que seus filhos são mais especiais e melhores do que outros. Em contraste, a auto-estima elevada em crianças é cultivada pelo amor dos pais, por pais que expressam afeto e apreço por seus filhos. Estes resultados mostram que o narcisismo é parcialmente enraizado por experiências de socialização precoce e sugerem que as intervenções de formação dos pais podem ajudar a reduzir o desenvolvimento narcisista e os seus custos para a sociedade.

O narcisismo tem aumentado entre os jovens no mundo ocidental e isso contribui para problemas sociais, como a agressão e a violência. As origens do narcisismo, no entanto, não são bem compreendidas. No presente trabalho foi relatado o conhecimento sobre as origens do narcisismo em crianças com a primeira evidência longitudinal prospectiva. Foram comparadas duas teorias sobre o narcisismo: teoria da aprendizagem social (postulando que o narcisismo é cultivado pela supervalorização parental) e teoria psicanalítica (postulando que o narcisismo é cultivado pela falta de amor parental). Crianças com idades entre 7 e 12 anos e seus pais participaram da pesquisa.

Em quatro ondas de seis meses, 565 crianças e seus pais fizeram relatos sobre o narcisismo infantil, a auto-estima da criança, a supervalorização dos pais e o amor/afeto dos pais. Os resultados da pesquisa confirmam a teoria da aprendizagem social e contradizem a teoria psicanalítica: o narcisismo foi relacionado à supervalorização dos pais. Assim, as crianças parecem adquirir o narcisismo, em parte, ao internalizar o excesso de elogios e a supervalorização que recebem de seus pais (por exemplo, quando ouvem comentários frequentes como "Eu sou superior aos outros" e "Eu tenho direito a privilégios"). Atestando a especificidade desta constatação, a auto-estima foi relacionada à demonstração de afetividade dos pais, não à supervalorização dos pais. Esses achados mostram que experiências de socialização precoce que cultivam o narcisismo podem informar sobre intervenções para reduzir o desenvolvimento narcisista em idade precoce.



Fonte: Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, publicação online, de fevereiro de 2015

quinta-feira, 19 de março de 2015

Dor crônica


A dor crônica é definida como “aquela que se estende além do período esperado".

Não há consenso sobre qual seja esse período.

Alguns chamam de aguda a dor que dura menos de um mês, subaguda a dor que dura de um a seis meses e de crônica aquela dor que dura mais de seis meses; outros só consideram como crônica aquela dor que dure mais de doze meses.

A dor crônica tanto pode ser devido a desordens do sistema de percepção quanto por desarranjo dos mecanismos de inibição da dor.

É um erro considerar-se a dor crônica como um mero prolongamento da dor aguda, porque ela tem uma natureza diferente.

Os circuitos nervosos responsáveis pela dor crônica são diferentes daqueles associados à dor aguda.

Ela pode surgir como dor de cabeça, dor nas juntas, dor devido a lesões e dores nas costas.

Outras espécies de dores incluem tendinites, dores da síndrome do túnel do carpo ou dores que afetam partes específicas do corpo como, por exemplo, ombros, pelve ou cabeça.

Dores musculares ou nervosas também podem se tornar dores crônicas.

Em alguns casos, a dor crônica pode ser causada por fatores genéticos que levem a uma redução no limiar para dor.

Os dois traços psicológicos mais associados à dor crônica, conforme apurados pelos testes de personalidade, são a conversão e os traços neuróticos.

Para alguns investigadores são esses traços que tornam as dores crônicas, mas outros acham, ao contrário, que é a dor que causa esse neuroticismo.

Na dor crônica há uma persistente ativação da transmissão nociceptiva (dor que aparece em consequência da aplicação de estímulos que produzem danos aos órgãos somáticos ou viscerais) para a coluna dorsal da medula, que assim tem o seu limiar para a dor rebaixado.

Esse processo, uma vez instalado, é difícil de ser revertido.

Ela pode ter entre suas causas um fator genético, mas as dores de outras etiologias são consequentes a doenças que afetam a estrutura cerebral.

As imagens de ressonância magnética mostram uma conectividade anatômica e funcional anormal e uma perda de matéria cinza reversível uma vez que a dor seja resolvida.

Nos casos de dores crônicas, a representação neurológica do corpo está desorganizada e essa alteração resulta na experiência de hiperalgesia.

Também o eletroencefalograma mostra uma atividade alterada nos indivíduos com dor crônica, sugerindo alterações neuroplásticas.

Essa “memória dolorosa” está ligada a mediadores químicos muito semelhantes aos envolvidos no processo intelectual de memorização.

A dor crônica pode se originar de um trauma ou lesão inicial que a cause ou pode haver uma causa continuada.

Algumas pessoas podem sofrer de dor crônica mesmo na ausência de qualquer dano.

A ansiedade, o estresse, a depressão, a raiva e a fadiga interagem de uma maneira complexa com a dor e podem piorar o quadro.

Por outro lado, esses sentimentos negativos podem amplificar as sensações de dor, ocasionando assim um círculo vicioso. Há evidências de que uma dor que não cessa pode afetar negativamente o sistema autoimune de defesa.

Em resumo, a dor crônica geralmente é uma dor leve ou severa que não cessa e que causa intenso sentimento de desconforto, fadiga, incapacidade de conciliar o sono, dificuldades de executar qualquer atividade, aumento da necessidade de repouso e alterações do humor.

Uma completa e definitiva remissão das dores crônicas é rara, mas muito pode ser feito no sentido de melhorar a qualidade de vida das pessoas acometidas.

Em virtude das ligações corpo-mente, um tratamento efetivo requer a participação do psicólogo e outros profissionais, juntamente com o médico e, muitas vezes, de outros profissionais das áreas da saúde.

A dor aguda geralmente pode ser resolvida por um só profissional, mas a dor crônica geralmente demanda uma equipe multiprofissional.

A dor pode ser tratada com analgésicos e anti-inflamatórios, mas eles têm ação passageira e nem sempre eficaz.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Alimentos bons para a saúde 4




Malaguetas / Chili Peppers


As malaguetas estimulam o metabolismo, tornando o sangue menos espesso e ajudando a libertar endorfinas. Para além disso são uma excelente maneira de adicionar sabor à comida sem acréscimo de calorias. As chili peppers são também ricas em beta-carotina, que se transforma em vitamina A no sangue, combatendo infecções, assim como em capsaicina que inibe neuropeptídeos, produtos químicos causadores de inflamações. Um estudo recente revelou que as malaguetas têm ainda propriedades anti cancro da próstata. Tudo o isto apenas com metade de um chili pepper por dia.

Gengibre


Contrariamente às crenças populares o gengibre, tão utilizado na comida asiática, não é uma raiz, mas sim um tronco o que significa que contem componentes vivos que melhoram sua saúde. O componente mais importante é gingerol, um supressor do cancro que estudos demonstram ser particularmente eficaz contra o do colon. Sempre que possa, corte o gengibre em fatias ou moa-o fresco e adicione-o a peixe ou frango marinando em soja. Quanto mais aguentar, melhor.

Canela


Conhecida por tornar doces as sobremesas e complexa a comida Indiana, a canela é rica em antioxidantes que inibem a coagulação de sangue e o desenvolvimento bacteriano (que inclui o mau hálito). Estudos também sugerem que a canela ajuda a estabilizar o açúcar do sangue, reduzindo o risco de diabetes tipo 2. Mais ainda: ajuda a reduzir o mau colesterol Tente metade de um colher de chá por dia num iogurte ou com cereais.

Ovos


Aqueles que comem ovos no café da manhã perdem 65% mais peso do que aqueles que não comem. Coma a gema também. Estudos recentes mostram que a gordura da parte amarela do ovo é importante para o manter satisfeito e que os benefícios de seus minerais e nutrientes compensam o efeito no colesterol.

Figos


Cheia de potássio, manganês e antioxidantes, esta fruta também ajuda a manter controlados os níveis de pH no corpo, dificultando a invasão de agentes patogénicos. A fibra nos figos pode baixar níveis de insulina e de açúcar no sangue, reduzindo o risco de diabetes e de síndrome metabólica. Escolha figos com pele escura (contêm mais nutrientes) e coma-os sozinhos ou com frutos secos.

Carne de bovina não confinada ( a que como pastagem)


Nada se compara à proteína pura quando se pretende reforçar o sistema muscular. O problema é que a maior parte da carne que se vende em lojas vem de gado alimentado a grão, provocando um ratio relativamente elevado de omega-6 comparando com os ácidos gordos omega-3, contribuindo para inflamações. Os ácidos gordos em carne de vaca de pastagem tendem para a variedade omega-3. Esta carne também contem o ácido linoleico (CLA), que estudos mostraram que ajuda a reduzir a gordura da barriga e favorece o músculo magro.

Cogumelos


Deliciosos quando adicionados ao arroz integral, os cogumelos reishi, shiitake e maitake são ricos em antioxidante ergotionina que protegem as células de crescimento e réplica anormais. Em suma, reduzem o risco de cancro. Tente comer o equivalente a meia chávena uma ou duas vezes por semana. Cozinhá-los em vinho tinto, que contem resveratrol, amplifica o seu efeito fortalecedor do sistema imunológico.

Ananás e abacaxi


Com seu mix poderoso de vitaminas, antioxidantes e enzimas, em particular, a bromelina, o ananás ou o abacaxi é um cocktail anti-inflamatório para todo o corpo. Igualmente protege do cancro do cólon, da artrite e da degeneração macular. (Era bom que a parte “colada” da equação fosse tão saudável) Tome o equivalente a meia chávena duas ou três vezes por semana.

Sumo de fruta ou de vegetais


Erga um copo de algo bom. Pessoas que tomaram três ou mais copos de 100 ml de sumo de fruta ou de vegetais por semana tem 76 por cento menos chances de desenvolver a doença de Alzheimer do que as que beberam menos. Os altos níveis dos polifenóis e antioxidantes que existem nos frutos e vegetais podem proteger as células do cérebro dos danos causados pela doença.

Cerejas


Comer cerca de 35 cerejas por dia pode baixar o risco de tendinite, de bursite, de artrite, e de gota. As cerejas reduzem também o risco de doenças crónicas e de síndrome metabólica.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Alimentos bons para a saúde 2



Atum


O seu sanduíche preferido tem um pequeno segredo: Selenium. Este nutriente ajuda a conservar a elastina, uma proteína que mantém a sua pele lisa e firme. O antioxidante é também um protetor contra o sol. Evita que os radicais livres criados pela exposição aos raios UV danifiquem as células. O atum é também uma grande fonte de proteínas, não contém gordura trans e uma porção de 10 gramas contém 11 mg de niacina que tem provado ajudar a diminuir o colesterol e o processo de gordura corporal. A niacina aumenta o colesterol HDL (o bom) e diminui triglicéridos mais eficazmente do que a maior parte das estatinas.

Cenouras


Pense na cenoura como uma varinha mágica boa para os olhos e para limpar o organismo. Nada de magia, porém, apenas muita vitamina A que impede a produção de células na camada exterior da pele. Isto significa menos células mortas que combinam com sebosidade na pele e obstrução de poros. A cenoura é também enriquecida com carotenóides, compostos solúveis em gordura, que estão associados à redução de vários tipos de cancros, bem como à diminuição do risco e gravidade de inflamações como a asma e a artrite reumatóide.

Ameixas secas


As ameixas são ricas em cobre e em boro, substancias que podem ajudar a prevenir a osteoporose. Contêm também uma fibra chamada inulina, a qual, quando processada pelas bactérias intestinais, contribui para um ambiente mais ácido no trato digestivo que, por sua vez, facilita a absorção do cálcio.

Cereais Integrais


Cereais Integrais, tais como farinha de aveia, de trigo, cevada e arroz integral são ricos em fibras, as quais acalmam os tecidos quando inflamados, mantendo o coração forte, o cólon saudável e o cérebro irrigado. Cereais integrais estão cheios de hidratos de carbono, contudo a libertação destes açúcares é desacelerada pela fibra, bem como, dadas as proteínas, oferecem energia boa para o sistema muscular. Atenção que nem todos os pães e biscoitos anunciados como " integral" são verdadeiros. Leia os rótulos. Os que não são integrais podem ser ricos em gordura, o que aumenta o risco de inflamações.

Vinho Tinto


Nadando em resveratrol, um composto natural que diminui o LDL, aumenta o HDL, prevenindo os coágulos de sangue, o vinho tinto pode realmente ser um salva-vidas. Resveratrol pode prevenir ou retardar o aparecimento de doenças crónicas. Mas não devemos consumir mais de duas doses por dia, uma vez que você têm 97 por cento chances de chegar aos 85 anos se mantiver o consumo de álcool a menos de três bebidas por dia. Vin rouge é também uma excelente fonte de flavonóides, antioxidantes que ajudam a proteger o revestimento dos vasos sanguíneos no coração e, como tal, ajudam a diminuir drasticamente a possibilidade de morrer de doenças cardiovasculares.

Iogurte


Várias culturas reivindicam a invenção do iogurte, no entanto os benefícios deste alimento com 2 mil anos são consensuais. A fermentação gera centenas de milhões de organismos probióticos, que reforçam os batalhões de bactérias benéficas no seu corpo, mantendo o aparelho digestivo saudável, o sistema imunológico em boa forma e fornecem proteção contra o cancro. Nem todos os iogurtes são probióticos por isso certifique-se que o rótulo diz "culturas vivas e ativas".

Abacate


Fruto cheio de gorduras monoinsaturadas, o abacate consegue combater o colesterol LDL (tipo mau)..O abacate é também rico em ácido fólico, uma vitamina B solúvel em água que ajuda a diminuir os níveis de homocisteína, um aminoácido que pode dificultar o fluxo de sangue nos vasos sanguíneos. Coma apenas ¼ de uma chávena 2 vezes por semana.

Nozes


Mais ricas em ômega-3 que o salmão, com mais polifenóides anti-inflamatórios que o vinho tinto e contendo cerca de metade da proteína do frango. No entanto, nem todos os tipos de frutos secos da família das nozes combinam todas estas características, apenas parte. Cerca de 30 gramas, ou sete nozes, é benéfico a qualquer hora mas especialmente como snack para recuperação após exercício físico.

Açafrão


Curcumina, o polifenol que dá a tonalidade amarela ao açafrão, tem propriedades anticancerígenas e efeitos anti-inflamatórios. O açafrão ajuda a deter a acumulação de placas amilóides no cérebro, bloqueios minúsculos que podem causar a doença de Alzheimer. A prevalência do açafrão da Índia pode ajudar a explicar porque tão poucos idosos na India sofrem da doença de Alzheimer, enquanto que as estatísticas apontam para 13% de incidência nos Estados Unidos, de acordo com a Alzheimer’s Association.
Uma dica: Combine o açafrão com pimenta quando fizer pratos de caril. Combinado com pimenta, o açafrão da India aumenta em 1000 vezes a biodisponibilidade da curcumina, devido à propriedade quente da pimenta preta chamada piperina

Feijão Preto


Pessoas que comem diariamente uma dose de 100 gramas de feijão preto reduzem o risco de ataque cardíaco em 38 por cento. Enquanto outros feijões também são bons para o coração, nenhum pode aumentar a capacidade cerebral do ser humano como o feijão preto. Isto porque estão cheios de antocianinas, compostos antioxidantes que contribuem para melhorar a função cerebral. O feijão preto é também composto por nutrientes “topo de gama” tais como proteínas, gorduras saudáveis, folato, magnésio, vitaminas B, potássio e fibras.

sábado, 14 de março de 2015

Alimentos bons para sua saúde 1



Amêndoas


As amêndoas, ricas em energia, diminuem o colesterol, graças a esteróides vegetais e ajudam os diabéticos, diminuindo o açúcar no sangue. As amêndoas são ricas em aminoácidos reforçando os níveis de testosterona e o crescimento muscular. São também ricas em vitamina E, que reforça as defesas dos raios solares. Em um estudo os voluntários que consumiram 14 miligramas da vitamina E (cerca de 20 amêndoas) por dia e, em seguida, foram expostos à luz UV ficaram menos queimados que aqueles que não tomaram. A vitamina E é um antioxidante que mantém as artérias livres de radicais perigosos. Baixos níveis de vitamina E também estão associados com fraco desempenho da memória e declínio cognitivo.

Sementes de linhaça


Ricas em proteínas e fibras, estas pequenas sementes oferecem uma carga de omega-3, que ajuda a apagar manchas na pele. Voluntários que participaram num estudo e tomaram meia colher de chá de ômega-3 todos os dias durante seis semanas notaram menor irritação e vermelhidão na pele, assim como uma melhor hidratação. Outro estudo com pessoas de colesterol alto (maior do que 240 mg / dL) em comparação com o tratamento com estatina, comeram 20 gramas de linhaça por dia. Após 60 dias, os que ingeriram sementes linhaça tiveram resultados tão bons como aqueles que usaram estatinas. Experimente sementes de linhaça moída em farinha de aveia, iogurte ou em saladas.

Tomate


Há duas coisas que precisa saber sobre tomate: os vermelhos são os melhores, porque contem mais licopeno antioxidante e tomates processados são tão bons quanto os frescos, porque é mais fácil para o corpo absorver o licopeno. Uma dieta rica em licopeno pode diminuir o risco de cancro na bexiga, nos pulmões, na próstata, na pele e no estômago, bem como reduzir o risco de doença arterial coronária e ajudar a eliminar a pele dos radicais livres e do envelhecimento causado pelos raios ultravioleta. Tomate cozido e pasta de tomate dão melhores resultados.

Batata-doce


A batata doce é um dos alimentos mais saudáveis do planeta. Além de combater os efeitos do tabaco e ajudar a prevenção da diabetes, a batata-doce contém glutationa, um antioxidante que pode aumentar o nível de nutrientes no metabolismo, reforçar o sistema imunológico, bem como proteger da Alzheimer, Parkinson, doença hepática, fibrose cística, HIV, cancro e ataque cardíaco. Mais: a batata doce está carregada de vitamina C que suaviza as rugas estimulando a produção de colagénio. Voluntários que que consumiram 4 miligramas de vitamina C (meia batata doce) diariamente durante 3 anos, diminuíram as rugas em 11%.

Espinafres


Pode ser verde e com folhas, mas o espinafre é um renomado construtor muscular e também é o alimento do homem por excelência. O espinafre está repleto de minerais essenciais como potássio e magnésio e é uma das principais fontes de luteína, um antioxidante que pode ajudar a prevenir a obstrução das artérias. Além do mais as suas vitaminas e nutrientes podem reforçar a densidade mineral óssea, as células que atacam a próstata, reduzir o risco de tumores de pele, lutar contra o cancro do cólon, e, por último mas não menos importante, aumentar o fluxo sanguíneo para o pênis.

Alecrim


O ácido carnosic encontrado nesta especiaria demonstrou reduzir o risco de acidente vascular cerebral até 40 por cento. O ácido Carnosic parece desencadear um processo que protege as células do cérebro de danos dos radicais livres, que podem piorar os efeitos de um derrame. O alecrim também pode proteger de doenças degenerativas como Alzheimer e dos efeitos gerais do envelhecimento.

Salmão


Cada 100 gramas de salmão tem cerca de 2.000 miligramas de ácido docosahexaenóico (DHA) e ácido eicosapentaenóico (EPA) e omega-3, ácidos gordos que servem como lubrificante para o hardware do cérebro, ajudando as células nervosas a comunicar entre elas. 35% do cérebro é composto por ácidos gordos como estes, que podem enfraquecer com o passar do tempo. O tecido cerebral de pessoas entre os 65 e 80 anos contem menos 22 por cento de DHA do que as pessoas entre os 29 e os 35 anos. Se quer manter a sua idade, comece a consumir ômega-3 agora. Por que é que o facto de o salmão ser selvagem é tão importante? Porque os peixes de viveiro, que são engordados com soja, podem conter tantas gorduras inflamatórias como um cheeseburger. Em caso de dúvida, opte por salmão sockeye, que não pode ser criado em viveiro, mantendo-se sempre selvagem. Tente comer pelo menos duas vezes por semana.

Mirtilos


Este pequeno fruto pode ajudar a prevenir uma série de doenças, desde o cancro a doenças cardíacas. Pense nos mirtilos como anti-ferrugem para a sua massa cinzenta. Além de serem ricos em fibras e vitaminas A e C, também contem antioxidantes. Coma o equivalente a uma chávena por dia e opte por mirtilos silvestres, sempre que possível, pois contêm 26 por cento mais antioxidantes do que as variedades cultivadas.

Chá verde


O chá verde liberta catequina, um antioxidante com propriedades anti-inflamatórias e anti-cancerígenas. Beber 2 a 6 chávenas por dia não só ajuda a prevenir o cancro de pele, como também pode reverter os efeitos dos danos do sol, neutralizando as mudanças que aparecem na pele exposta. O chá verde também contem outro antioxidante chamado epigalocatequina galato (EGCG), que pode aumentar a sua saúde cardiovascular e reduzir o risco de aparecimento da maior parte dos tipos de cancro.

Chocolate preto (AMARGO E MUITO AMARGO - MÍNIMO 70% CACAU)


Flavonóides, um nutriente natural do cacau, melhora o fluxo sanguíneo no cérebro, ajudando a aumentar a função cognitiva. Para além disso, o chocolate preto contém um tanino chamado procianidina, que também se encontra no vinho tinto, que ajuda a manter as artérias flexíveis e a pressão arterial baixa. O chocolate preto também ajuda o aspecto exterior. Mulheres que beberam cacau enriquecido com uma barra de chocolate rica em flavonóides obtiveram melhor textura da pele e maior resistência aos raios UV do que as que bebiam flavonóides em menor quantidade. Ofereça-se 25 gramas de chocolate preto por dia para obter todos os benefícios.