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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Deficiência de vitamina D pode aumentar risco de cáries.




Pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, revisaram estudos realizados em vários países que relacionavam os níveis de vitamina D com o surgimento de cáries dentárias. Os resultados mostraram que quanto maior o nível de vitamina D, menores os índices de cáries.

A meta-análise considerou estudos realizados nos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Áustria, Nova Zelândia e Suécia, que envolveram crianças com idades entre dois e 16 anos. Eles foram realizados em ambientes institucionais, escolas, consultórios médicos e odontológicos ou hospitais.

No final, os pesquisadores concluíram que, apesar de historicamente os benefícios da vitamina D para saúde bucal gerarem discordâncias no que diz respeito ao seu uso na prevenção de cáries, ela é eficaz na prevenção da doença desde que associada a uma boa higiene bucal.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Psicoterapias




Psicoterapias são métodos de tratamentos para problemas psíquicos e emocionais, visando corrigir ecentuais sintomas existentes e corrigir padrões disfuncionais de comportamento e de relações interpessoais.

Na maioria das vezes o terapeuta vale-se da palavra e estabelece um diálogo com a finalidade de corrigir comportamentos e/ou sentimentos anômalos, mas pode se valer também de expressão corporal, representações teatrais, etc.

Contudo, o verdadeiro diálogo terapêutico não deve ser um simples bate-papo, ainda que reconfortante, mas obedecer a princípios técnicos que envolvem uma técnica rigorosa.

Por isso, a formação do terapeuta é, necessariamente, longa e minuciosa. O terapeuta tem a dupla tarefa de, por um lado, não deixar que a relação com os pacientes perca o necessário calor humano e, por outro, não deixar que ela seja uma simples conversação informal.

As técnicas utilizadas variam em função das teorias psicológicas em que se baseiam, dos objetivos que tenham, da frequência e da duração das sessões.

Uma boa relação profissional-paciente (médico-paciente, psicólogo-paciente, etc.) deve ser distinguida das psicoterapias.

Enquanto aquela deve existir em toda atividade profissional, qualquer que seja seu objetivo e pode basear-se apenas no bom senso, as psicoterapias têm como objetivos específicos tratar problemas psicológicos mediante técnicas especiais e só devem ser conduzidas por especialistas

A literatura especializada faz menção a mais de 400 tipos diferentes de psicoterapias. Daí se vê, então, as dificuldades que enfrenta o profissional que tem que escolher o tipo de psicoterapia mais adequado para um determinado paciente.

Fatores de diversas naturezas devem ser levados em conta: tipo de problema psíquico do paciente, sua motivação, maior ou menor exigência de privacidade, disponibilidade de tempo e dinheiro, constituição da personalidade do paciente, capacidade de estabelecer uma boa relação interpessoal, existência ou não de profissionais especializados no local onde o paciente reside, etc. Aqui serão mencionados apenas os tipos mais comuns:

Psicanálise

O termo “psicanálise” refere-se a:

1. Uma teoria psicológica.

2. Um método de investigação do inconsciente.

3. Uma técnica terapêutica.

Nesse último sentido, a psicanálise é a forma mais sofisticada de psicoterapia e exige do profissional uma preparação longa e custosa.

A psicanálise foi iniciada por Sigmund Freud em princípios do século XX, destinada a tratar as neuroses, e visa promover uma reformulação profunda e radical da personalidade.

Em geral, ela é um processo muito longo (alguns anos) que se desenvolve em 3 a 5 sessões por semana. O paciente deve ficar recostado num divã, com o psicanalista assentado à sua cabeceira.

Este se comporta de uma maneira neutra, sem expressar opiniões, fazer perguntas ou dirigir as entrevistas em qualquer sentido, concedendo ao paciente liberdade para escolher o rumo de sua conversação.

Intervém em alguns momentos apenas para apontar certas conexões ou incoerências da fala ou do comportamento dos pacientes, não notadas por eles (inconscientes), visando com isso produzir insights no paciente.

A grande frequência de sessões e a conduta passiva permitem que se desenvolva uma regressão e uma relação transferencial em que o paciente desloca sentimentos originariamente dirigidos a pessoas do seu passado para a figura do analista, os quais devem ser tecnicamente manejados em benefício do paciente.

Nos últimos anos, sob a influência de Jacques Lacan, a psicanálise vem passando por grandes modificações teóricas e técnicas e fica difícil atribuir a ela parâmetros estáveis.

Psicoterapias de orientação psicanalítica

São psicoterapias baseadas na teoria psicanalítica da mente (freudianas, basicamente), mas destinadas a tratar problemas emocionais limitados e remover defesas patológicas, sem visar uma reformulação profunda da personalidade.

Em geral o divã, um instrumento destinado a promover ou facilitar a transferência, não é utilizado. O terapeuta deve observar alguns dos princípios terapêuticos da psicanálise, podendo, no entanto, comportar-se de forma mais interveniente, dirigindo as associações do paciente para aspectos patológicos mais específicos.

Psicoterapias breves e focais

São psicoterapias que se valem de recursos dinâmicos (psicanalíticos) ou outros (reforço do ego, experiência emocional corretiva, aprendizagem, etc.).

Caracteriza-se pelo estabelecimento de sintomas-foco, pela eleição de uma hipótese psicodinâmica e pela limitação do número de sessões (em torno de 20 sessões). Ao contrário das terapias precedentes, interessa-se mais pelo futuro que pelo passado.

O terapeuta age de maneira ativa, dirigindo as associações e mantendo o foco eleito e podendo mesmo ter atitudes de aconselhamento e apoio.

Psicoterapias de apoio

São terapias em que o terapeuta oferece suporte a um ego enfraquecido, sob a forma de encorajamentos, conselhos, exortações, ensinamentos, sugestões, direcionamentos, etc.

Em geral são terapias de duração breve, direcionadas a crises, mas também podem ser terapias longas que procuram manter suportes para pessoas de ego constitutivamente frágil.

Geralmente o terapeuta adotará um papel ativo e transparente e aparecerá para o paciente como um modelo ao qual ele deve se identificar. Elas são utilizadas em crises e não pretendem fazer modificação na personalidade, mas recompor o equilíbrio existente previamente.

Psicoterapias comportamentais

São terapias que se baseiam em alguns princípios da teoria da aprendizagem (condicionamento clássico, condicionamento operante, aprendizagem social, inibição recíproca, dessensibilização, etc.), segundo os quais os comportamentos anormais são resultantes de aprendizagem e podem ser reaprendidos.

As terapias comportamentais procuram detalhar ao máximo os sintomas do paciente: o que determina o aparecimento deles, o que os agrava ou desencadeia, quais seus antecedentes, em que situações se manifestam e quais situações os mantêm, que pensamentos os acompanham, quais as táticas utilizadas pelos pacientes para evitá-los, etc., e se vale das suas diferentes técnicas para fazer face a eles.

Cada vez mais os terapeutas comportamentais dão valor também a aspectos interiores da pessoa, como sentimentos e pensamentos disfuncionais. A denominação de “cognitivo-comportamentais” que essas psicoterapias vêm assumindo, denotam a tendência a conceder importância também a fatores subjetivos dos comportamentos.

Psicoterapias de grupo

Trabalho com grupos reunidos em função de problemas comuns (grupos de gestantes, grupos de diabéticos, grupos de dependentes químicos, etc.) ou gerais.

Nos grupos podem ser mais bem observados e tratados os padrões anômalos de interação interpessoal. Os terapeutas de grupo podem ter diversas orientações teóricas, mas visam sempre resolver problemas pessoais ou grupais, por meio de diferentes modos de intervenção (interpretações psicanalíticas, role playing, exercícios estruturados, etc.).

Além disso, o simples fato de participar de um grupo aumenta o sentimento de pertinência e solidariedade, facilita a sociabilização, permite constatar que muitos problemas são comuns a muitas pessoas e como pessoas diferentes os solucionam, além de permitir a catarse, através da ventilação dos problemas e emoções.

Psicodramas

O psicodrama é uma variante das psicoterapias de grupo que as associa com técnicas de representação dramática oriundas do teatro. Nela o terapeuta procura que o cliente atue, diante de um grupo de pessoas, aspectos especiais dos conflitos que verbaliza e se vale dessa atuação para fazer suas análises, levando em conta, também, as observações e comentários feitos pelo próprio grupo.

Na encenação, o paciente escolherá um cenário e outros membros do grupo como coadjuvantes para representar as pessoas de seu mundo real envolvidas em seus conflitos.

Assim, acrescenta ao relato aspectos novos que podem ser assinalados pelo grupo e percebidos por ele próprio. Além disso, o paciente pode ser auxiliado a expressar suas dificuldades por outros membros do grupo que atuam como egos auxiliares.

Do ponto de vista do seu desenvolvimento, o psicodrama compreende três fases bem demarcadas: a do aquecimento, em que o grupo, através de conversações, chega ao problema a ser enfocado; a da representação propriamente dita, em que o paciente comanda a encenação dramática de seu problema e a da análise do representado, em que o grupo e o terapeuta fazem comentários sobre o representado.

Cada uma dessas fases compreende técnicas específicas, que devem ser introduzidas pelo terapeuta, conforme a conveniência.

Há mais tipos de tratamento psicoterapêutico, mas não cabe nesse blog. Por isso, eu me restringi a esses, mais comuns.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Mamografia




A mamografia é um tipo especial de radiografia, realizada com aparelhos específicos e constitui a melhor maneira de detectar o início de qualquer alteração nas mamas, antes que o paciente ou o médico possam notá-las.

Levando-se em conta a grande frequência do câncer de mama, a mamografia deve tornar-se um exame preventivo de rotina para todas as mulheres, especialmente para aquelas que estejam incluídas no grupo de risco.

A mamografia digital é um exame ainda melhor que a mamografia convencional, porque permite um escrutínio melhor da mama em um tempo menor de exposição à radiação. Nela, um computador permite aumentar, diminuir, clarear ou escurecer a imagem da mama, tornando possível a detecção mais fácil de nódulos difíceis de serem visualizados pela técnica comum.

Ao mesmo tempo, ela permite que se faça uma punção por agulha e que se retire material para biópsia. Toda mulher acima dos 40 anos deve submeter-se à mamografia preventiva pelo menos uma vez por ano.

A mamografia é capaz de identificar precocemente lesões mamárias de tamanho mínimo, possibilitando um tratamento menos agressivo e um melhor prognóstico quanto à cura. Acredita-se que a mamografia possa detectar uma tumoração mamária até dois anos antes que ela se torne palpável.

Mesmo assim, numa pequena percentagem de casos, os sinais precoces de câncer podem ser escamoteados por um tecido mamário excepcionalmente denso. Mulheres com mamas muito firmes ou muito volumosas devem dar preferência à mamografia digital ou à ultrassonografia, pois tecidos muito densos ou espessos podem esconder nódulos iniciais.

O aparelho que faz o exame é chamado de mamógrafo. Ele é uma variante do aparelho comum de raios X. O exame de mamografia convencional dura poucos minutos e o de mamografia digital dura ainda menos.

O exame pode provocar alguma dor ou desconforto, em virtude da compressão das mamas, incômodo que fica maior no período menstrual, quando as mamas ficam mais túrgidas e sensíveis.

Pacientes que tenham colocado próteses de silicone podem realizar a mamografia, mas o técnico deve ser avisado, para adotar as providências necessárias. Nesses casos, outros exames como a ultrassonografia ou a ressonância magnética podem ser mais convenientes.

Para fazer a mamografia, a paciente deve estar sem roupa da cintura para cima e ficar de pé diante do aparelho, porque suas mamas serão comprimidas pelo mamógrafo, tanto no sentido horizontal, quanto no vertical, uma de cada vez. A paciente não deve usar creme, desodorante, perfume ou talco, os quais podem deixar resíduos que prejudicam a captação das imagens.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Psicocirurgia




O que essa expressão acima faz você pensar? Faz pensar em algum procedimento psíquico para tratar alguma doença?

Mas, está errado!

O termo 'psicocirurgia' é devido à, talvez, forma mais antiga de cirurgia de cérebro conhecida: é a chamada trepanação (de trupanon grego, broca).

E uma das razões para realizar este horripilante procedimento era talvez o mesmo que motivou cirurgiões modernos, como o Dr. Egas Moniz, a realizar lobotomias para aliviar sintomas mentais.

Foram achados crânios com sinais de trepanação praticamente em todas as partes do mundo onde o homem viveu. Ela é provavelmente a operação cirúrgica mais antiga de todas: existem evidências que ela já era feita há mais de 40.000 anos atrás, no tempo dos Cro-Magnons.

A trepanação foi realizada ao longo de todas as eras, provavelmente por razões diferentes.

Foi praticada na Idade de Pedra, no Egito Antigo, na Grécia e nos tempos pre-históricos e clássicos romanos, no Oriente Médio e Distante, entre as tribos célticas, na China (antiga e recente), na Índia, entre o maias, astecas e Incas, entre os índios brasileiros (karaya e eugano), nos Mares de Sul, e na África do Norte e Equatorial (onde eles ainda são realizadas, inacreditavelmente).

A trepanação podia sere feita de duas maneiras: por abrasão de osso (usando uma pedra afiada ou uma faca de vidro vulcânico) ou serrando (usando trépanos semicirculares que cortavam por meio de um movimento circular constante, como era feito pelas civilizações de América Central e do Sul).

Os egípcios inventaram o trépano circular, constituído por um tubo com bordas dentadas, que corta muito mais fácil por meio de rotação, e que foi usado extensivamente na Grécia e Roma, dando origem ao "trépano de coroa", usado na Europa entre o séculos 1 e 19.

Uma das invenções principais em tecnologia de trepanação foi a espiga central, que era usada para centrar o movimento de rotação sobre o mesmo ponto do osso, de forma que uma precisão melhor fosse alcançada.

Quanto tempo levava uma trepanação cirúrgica?

Quando é feita em uma única sessão (sim, em algumas culturas a trepanação é feita em várias sessões, que podem levar até 12 dias!), ocupa de 30 a 60 minutos de serrar contínuo ou perfurar. Paul Broca, o onipresente neurocirurgião francês e antropólogo, determinou este fato experimentalmente em animais e cadáveres, em 1867.

As primeiras descobertas históricas e médicas sobre a trepanação na Antigüidade foram feitas em 1867, por E.G. Squier, na América do Norte, e por Paul Broca, na Europa.

Nós nunca saberemos como e quando o homem primitivo chegou à descoberta de trepanação, e só podemos especular sobre as razões pelas quais ela era realizada. Os especialistas pensam que, de acordo com a cultura e com a época, elas poderiam estar estas entre as seguintes:

Rituais mágicos e religiosos, para trazer sorte e oferecer sacrifício, etc. Em muitas culturas (principalmente as que eram conhecidas como "adoradores de cabeças", porque atribuíam significado especial à cabeça e cérebro em sua religião), a trepanação era muito comum, e a placa redonda de osso tirada de um crânio era usada como um amuleto.

Há a possibilidade que o número grande de crânios trepanados achados em postos militares fosse de inimigos, que eram usados como "provedores" destes amuletos.

Terapias feitas por curandeiros, principalmente devido à convicção que, abrindo o crânio, eles "liberariam" espíritos ruins ou demônios que habitariam o corpo do paciente. Estas trepanações podem então ser consideradas antecessoras das psicocirurgias, pois provavelmente as indicações mais comuns eram doenças mentais, epilepsia, cegueira, etc.

Para o tratamento de condições médicas legitimas, tais como enxaquecas fortes, fraturas e feridas do crânio, osteomielite, encefalite, pressão intracranial elevada a hematomas, hidrocefalia e tumores de cérebro, etc. De fato, para algumas destas condições, a trepanação pode ter um efeito terapêutico real, e ainda é usada para isso pelos neurocirurgiões.

Nos Mares de Sul e em tribos africanas do norte (rifkabyla e hausa) e na Quênia (kisi), a trepanação é ainda usada, particularmente para aliviar feridas de guerra infligidas à cabeça. O Pai da Medicina, Hipócrates, escreveu instruções detalhadas sobre como fazer trepanações do crânio para uma variedade de condições médicas,

Até o Século 18, na Europa, bem como na Idade Média, a trepanação era muito comum como procedimento médico, tais como as sangrias, ou seja; não tinha nenhuma utilidade médica real.

A trepanação repetida era comum; por exemplo sabe-se que Príncipe Philip de Orange foi trepanado 17 vezes pelo seu médico. De La Touche, um médico francês, trepanou um paciente 52 vezes em um período de dois meses ! Desde os tempos romanos, também, muitos médicos acreditavam que as placas de osso (chamadas rondelles) tiradas de crânios trepanados tinham valor terapêutico quando pulverizadas e misturadas com outras beberagens dadas aos pacientes para várias doenças.

Seria possível os pacientes sobreviverem a uma operação tão drástica, sem antibióticos, assepsia ou anestésicos?

É difícil de acreditar, mas julgando-se a partir do número de crânios que mostravam cura e regeneração do osso nas bordas, a proporção de pacientes que sobreviviam à provação de um trepanação era bastante alta, de 65 a 70%. Em 400 crânios examinados por um pesquisador, 250 mostravam recuperação.

Em tempos modernos (séculos 14 a 18) esta proporção era muito mais baixa e às vezes aproximava-se de zero. Birner (1996) cita que um trepanador "profissional" chamado Mery, perdeu todos seus pacientes em 60 anos de atividade. A causa mais comum de morte era infecção do meninges ou do cérebro, ou hemorragia.

Se estes fatores são cuidadosamente controlados (por exemplo, interrompendo a ação do trépano antes de tocar as meninges de cérebro), é uma operação relativamente segura. Em 1962, um neurocirurgião peruano executou um trepanação em um paciente com trauma craniano, usando os instrumentos cirúrgicos de Peru antigo. O paciente sobreviveu.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Triglicérides




Se o seu médico disse que seus níveis de triglicérides estão muito altos, você pode tomar decisões e atitudes que reduzem estes níveis em algumas semanas.

A maioria das pessoas com hipertrigliceridemia (elevação dos triglicérides no sangue) tem outros fatores de risco para doenças cardíacas associados ao aumento dos triglicérides, como obesidade, colesterol alto e pressão alta (hipertensão arterial).

Elas também geralmente já têm conhecimento a respeito de uma dieta saudável para o coração, então basta acrescentar alguns itens a esta dieta, como a redução da ingestão de carboidratos, para customizar um plano alimentar que reduza os triglicérides.

O que mudar na alimentação para reduzir os triglicérides?

• Coma menos açúcar e menos alimentos com acréscimo de açúcar. Somente este passo isoladamente pode fazer diferença em um período de apenas 2 ou 3 semanas.

• Diminuir também os outros carboidratos como farinhas e massas em geral.

• Elimine as gorduras saturadas e as gorduras trans da dieta e limite os outros tipos de gordura para menos de 30% da ingestão calórica diária.

• Coma alimentos ricos em ômega-3, como salmão e truta, duas a três vezes por semana, ou use uma colher de sopa de semente de linhaça ou de outros grãos todos os dias.

• Faça pequenas refeições ou lanches a cada três horas ao invés de apenas três refeições ao longo do dia.

• Evite o consumo excessivo de álcool, ele eleva os níveis de triglicérides.

• Não tome refrigerantes.

• Dê preferência para sucos de frutas naturais, legumes, verduras e grãos integrais.

• Use adoçante no lugar de açúcar.

A redução dos triglicérides envolve mudanças no estilo de vida:

• Alcance e mantenha um peso corporal saudável. Isto depende do quanto você precisa perder, mas fazer uma dieta durante um mês pode reduzir os níveis de triglicérides, mesmo que a perda de peso seja mais lenta e exija mais dedicação da sua parte.

• Exercite-se durante 30 minutos todos os dias para evitar doenças cardíacas e durante 60 a 90 minutos para também perder peso. Isto é o ideal, mas qualquer atividade física é melhor do que ficar parado.

• Abandone o cigarro, se você é fumante, e não comece a fumar se você não tem este vício. Se você não consegue abandonar o cigarro sozinho, procure ajuda de grupos especializados no apoio de pessoas que querem parar de fumar.

• Controle sua glicemia (níveis de açúcar no sangue).

• Pode ser necessário suspender o uso de alguns medicamentos como contraceptivos, esteróides, antipsicóticos e diuréticos. Procure ajuda médica para receber uma orientação mais detalhada.

Nos casos em que os níveis de triglicérides estejam muito elevados (geralmente acima de 500 mg/dL), o uso de medicamentos é fundamental para evitar complicações no pâncreas, como a pancreatite.

Quando os níveis estão no limite superior da normalidade (150 a 200 mg/dL) e não há outras condições sérias associadas, é possível reduzir os triglicérides sem o uso de medicações. Mas a maioria costuma precisar de medicamentos para reduzir os triglicérides.

Medicamentos:

• Fibratos: incluem o gemfibrozil e o fenofibrato. Os fibratos reduzem com sucesso os triglicérides, mas podem interagir de maneira perigosa com outras medicações para reduzir o colesterol. Devem ser usados com prescrição médica, assim como qualquer outra medicação.

• Niacina: não use niacina por conta própria. Suplementos vitamínicos com niacina podem conter quantidades excessivas ou muito baixas desta vitamina e podem causar efeitos colaterais sérios. Discuta o uso de niacina com um clínico geral, endocrinologista ou cardiologista.

• Estatinas: as estatinas são boas para reduzir o colesterol, mas apenas ajudam na redução de triglicérides quando há uma discreta elevação dos seus níveis.

• Sequestradores dos ácidos biliares: reduzem o colesterol, mas podem aumentar os níveis de triglicérides.

sábado, 24 de novembro de 2012

Densitometria óssea




A densitometria óssea é um exame moderno e inócuo para se medir a densidade mineral dos ossos e compará-la com padrões da idade e do sexo do paciente. Ela é muito importante para diagnosticar e tratar a osteoporose e outras doenças que atingem os ossos.

É o único método seguro para avaliação da massa óssea e predição de fratura óssea. A técnica radiológica conhecida como DEXA (DualEnergy X-ray Absorptiometry ou absorciometria de raios X de dupla energia) é utilizada atualmente para medir a densidade mineral óssea.

Não é necessário nenhum preparo especial, nem jejum, apenas você deve evitar remédios que contenham cálcio. O exame dura cerca de 15 a 30 minutos. O paciente deve estar deitado sobre uma mesa, do modo orientado pelo técnico, e permanecer imóvel durante o exame.

O paciente deve usar roupas leves, sem zíper, botões ou outros metais, bem como deve desfazer-se de qualquer objeto metálico. Quase todo serviço fornecerá uma bata para substituir a roupa que o paciente esteja usando. O tubo de raios X passará lentamente sobre o corpo, fazendo medições.

Deve ser mantido um intervalo de pelo menos duas semanas entre a densitometria óssea e exames radiológicos contrastados. Apesar de se basear numa dupla emissão de raios X, a exposição à radiação é muito baixa, mas mesmo assim as mulheres grávidas não podem se expor a ela.

Em geral, o objetivo principal é avaliar e auxiliar no tratamento da osteoporose (doença caracterizada por baixa massa óssea e desarranjo da arquitetura do tecido ósseo), indicando a probabilidade de fraturas.

Os ossos mais afetados pela osteoporose são o fêmur, a coluna, a pelve e o punho e, por isso, essas são as partes mais visadas na obtenção das imagens para diagnóstico. Contudo, a densitometria óssea é também utilizada no diagnóstico e acompanhamento de casos de osteopenia e de outras enfermidades ósseas.

A densitometria óssea deve ser periodicamente realizada (pelo menos a cada ano) por todas as mulheres acima de 65 anos e por todos os homens acima de 70 anos. Os indivíduos com maiores fatores de risco para a osteoporose devem ter maior atenção, como:

• Mulheres na pós-menopausa.

• Pacientes com doenças da tireoide.

• Pessoas com história familiar de fratura ou de osteoporose.

• Fumantes, sedentários ou etilistas.

• Pacientes com doenças reumáticas, cálculo renal ou doença gastrointestinal, bem como aqueles em uso constante de corticosteroides.

O exame serve também para monitorização da perda óssea em diversas condições clínicas.

Pessoas com deformidades da coluna ou pacientes que tenham sido submetidos à cirurgia da coluna ou artroplastia dos quadris têm limitações para fazer o exame. Fraturas ou osteoartrite podem interferir no exame.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O que é 'Doppler'?




O doppler é uma das modalidades da ultrassonografia. A ultrassonografia é um método de produzir, em tempo real, imagens em movimento das estruturas e órgãos do corpo, graças ao efeito Doppler, descoberto em 1852 pelo físico austríaco Johann Christian Andreas Doppler (foto acima).

Segundo ele, há uma alteração da frequência nas ondas (sonoras ou outras) percebidas pelo observador em virtude da aproximação ou afastamento entre ele e a fonte sonora.

A ciência conseguiu transformar essa descoberta em imagens e utilizá-la na Medicina. Hoje pode-se obter imagens que permitem determinar o sentido e a velocidade de circulação do sangue nos vasos sanguíneos e nas cavidades cardíacas. O sentido do fluxo sanguíneo é mapeado nas cores azul e vermelha, conforme o sentido de circulação do sangue.

O exame chamado doppler passou então a ser um inestimável auxílio no estudo da circulação, sendo empregado não só no diagnóstico e acompanhamento de doenças, mas também na área da obstetrícia para seguimento e avaliação da gestante e do bebê. O procedimento pode ser empregado em qualquer porção circulatória, mas seu uso tem sido mais frequente na análise da circulação nas carótidas.

O paciente deve estar deitado em uma maca. O exame é feito por meio de um aparelho semelhante a uma lanterna, deslizado manualmente sobre a pele, o qual emite ondas sonoras inaudíveis pelo ouvido humano que são captadas de volta como ecos emitidos pelas hemácias e transformadas em imagens.

Um gel é aplicado sobre a região a ser examinada para permitir melhor contato e deslizamento do aparelho. O exame dura de 30 a 60 minutos, tem grande precisão diagnóstica, é indolor e pode ser repetido inúmeras vezes, permitindo um acompanhamento minucioso da evolução ou dos resultados terapêuticos de muitos quadros patológicos.

O exame geralmente é feito por um médico especialista em ultrassonografia e, em geral, não exige nenhum preparo prévio ou, no máximo, um jejum de algumas horas, conforme o tipo de exame.

O doppler fornece imagens dinâmicas, em tempo real, da rede vascular e do fluxo sanguíneo de diversas partes do corpo, sem usar nenhuma radiação e sem apresentar efeitos colaterais, possibilitando e contribuindo para o diagnóstico de várias patologias. Na gestação, o exame ajuda a determinar se os principais órgãos do feto estão sendo bem irrigados e com oxigenação normal, além de avaliar a circulação do cordão umbilical e do coração.

Alguns exemplos de exames com o Doppler

• Ultrassonografia com Doppler de abdome

• Ultrassonografia com Doppler de carótidas e vertebrais

• Ultrassonografia com Doppler de outras artérias e veias

• Ultrassonografia com Doppler da bolsa escrotal

• Ultrassonografia com Doppler de globos oculares

• Ultrassonografia com Doppler de mamas

• Ultrassonografia com Doppler da região pélvica, masculina ou feminina

• Ultrassonografia com Doppler transretal ou transvaginal

• Ultrassonografia com Doppler das vias urinárias

• Ultrassonografia com Doppler do sistema porta

• Ultrassonografia com Doppler da tireoide

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Colonoscopia




Colonoscopia é um exame que permite a visualização direta do interior do reto, cólon e parte do íleo terminal através de um tubo flexível introduzido pelo ânus, contendo em sua extremidade uma minicâmera de TV que transmite imagens coloridas, podendo ser fotografadas ou gravadas em vídeo.

O paciente é posicionado em uma maca, deitado sobre o seu lado esquerdo. Depois de leve sedação, às vezes procedida por um anestesista, o interior do cólon é acessado através do tubo flexível introduzido pelo ânus.

Para isso, o cólon deve estar limpo de fezes e resíduos alimentares, o que exige um preparo prévio que consiste em uma dieta líquida nas 24 horas que antecedem o exame, bem como no uso de laxativos e de um produto chamado Manitol, conforme orientação médica.

Em raros casos, esse preparo envolve uma lavagem intestinal. O aparelho é introduzido lenta, suavemente e de maneira progressiva no interior do cólon, permitindo o exame cuidadoso da mucosa. Durante o procedimento, pequenas quantidades de ar são injetadas dentro do intestino para melhorar a visualização, o que pode causar cólicas após o procedimento.

Alguns medicamentos que o paciente esteja tomando podem ser continuados normalmente, enquanto outros devem ser suspensos 48 a 72 horas antes do início do exame. Quaisquer condições especiais de saúde devem ser informadas ao médico.

Geralmente o exame é realizado em regime ambulatorial, sem necessidade de internação, durando de 20 a 30 minutos.

Além de seu potencial diagnóstico direto, a colonoscopia também permite realizar biópsias da mucosa, corrigir pequenos sangramentos e retirar eventuais pólipos intestinais.

O exame é inócuo e não ocasiona dor. Geralmente é aplicada uma sedação ligeira para deixar o paciente mais calmo e colaborativo. Em crianças muito pequenas (geralmente abaixo de quatro anos), pode ser necessária uma anestesia geral superficial.

O paciente deve ir ao exame acompanhado pois os sedativos que tomará podem deixá-lo sonolento mesmo após o exame. Ele não deve dirigir ou voltar a trabalhar logo após o exame.

A colonoscopia devia se constituir num exame preventivo a ser realizado periodicamente (mas não muito frequentemente) por todas as pessoas acima dos 50 anos, idade em que estão mais sujeitas ao câncer e aos pólipos intestinais. Ela permite a avaliação da mucosa do intestino grosso (onde em geral o câncer intestinal começa) e do calibre da luz dessa porção intestinal.

Permite também a coleta de material para biópsia, a realização de retirada de pólipos, a descompressão de volvo intestinal e a hemostasia de sangramentos. Pode ainda ser realizada para diagnóstico e acompanhamento de tumores, para o diagnóstico de doença inflamatória e esclarecimento de outras patologias intestinais.

Em geral, o exame é indicado em casos de:

• Dor abdominal de origem desconhecida

• Sangramentos retais não precisados

• Diarreia ou constipação crônica não esclarecida

• Suspeita de neoplasias, de diverticulose ou de hemorragia digestiva baixa

• Rastreamento de cânceres, de pólipos e de doenças inflamatórias intestinais

• Além de outras condições menos comuns, a juízo médico

Quase todo procedimento médico envolve riscos. A colonoscopia realizada por um profissional experiente torna rara a possibilidade de riscos. A combinação da experiência do profissional com a modernização dos equipamentos faz da colonoscopia um procedimento simples e seguro. As raras complicações se referem à possibilidade de sangramentos ou perfurações intestinais devido mais às condições das paredes intestinais do paciente do que ao exame em si.

As contraindicações absolutas da colonoscopia são:

• Suspeita de abdome agudo

• Suspeita de diverticulite aguda

• Suspeita de megacólon tóxico

As contraindicações relativas mais importantes são:

• Infarto recente do miocárdio

• Embolia pulmonar recente

• Neutropenia significativa

• Terceiro trimestre da gravidez

• Aneurisma da aorta

• Esplenomegalia

O exame deve ser adiado para uma ocasião mais propícia em pacientes que estejam sofrendo algum tipo de coagulopatia ou que estejam tomando anticoagulantes.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Psoríase numular


Psoríase = Pustulose Palmoplantar; Psoríase Pustular de Palmas e Plantas dos Pés; Pustulose de Palmas e Plantas dos Pés...


Doença cutânea inflamatória, crônica, comum, determinada geneticamente, caracterizada por placas escamosas arredondadas, eritematosas, secas. As lesões têm predileção por unhas, couro cabeludo, genitália, superfícies extensoras e a região lombosacral. A epidermopoiese acelerada é considerada como a característica patológica fundamental na psoríase.

Ao contrário das manchas em forma de gota da psoríase gutata, a psoríase numular caracteriza-se por placas redondas que têm apenas alguns centímetros de diâmetro. O seu tamanho é mais ou menos o de uma moeda.

Psoríase (do grego psoríasis = erupção sarnenta) já era conhecida desde os tempos mais remotos, existindo sua descrição e tratamento no Papiro de Ebers datado de 1550 a.C., foi descrita modernamente por Willan em 1801. Esta doença é uma afecção típica da espécie humana, não podendo ser reproduzida experimentalmente. Como a acne e o eczema, a psoríase é uma das dermatoses mais freqüentes e de distribuição universal, sendo possível que ela ocupe o segundo lugar, por ordem de freqüência, depois dos eczemas. Nas grandes estatísticas dermatológicas, a psoríase figura entre 5 a 7% dos casos. É uma doença muito comum, crônica e recorrente, caracterizada por placas e pápulas descamativas, bem delimitadas, de vários tamanhos e de cor prateada.

A gravidade da psoríase pode variar desde 1 ou 2 lesões praticamente assintomáticas, até doença generalizada com esfoliação e artrite debilitantes. A causa da doença é desconhecida, mas sabe-se que a descamação espessa deve-se a um aumento na velocidade de proliferação das células epidérmicas. Cerca de 2 a 4% da população branca é acometida. Entre os negros esta porcentagem é bem menor. O aparecimento da doença em geral se dá entre a 1ª e a 4ª décadas de vida, mas nenhum grupo etário está livre do risco. É comum haver história familiar de psoríase. O estado geral do paciente não é afetado, exceto pelo estígma psicológico de uma doença "feia", a menos que haja artrite grave ou esfoliação resistente ao tratamento.

A psoríase é mais freqüente no sexo feminino antes da puberdade, enquanto que no homem, a doença costuma iniciar-se mais tarde, entre os 15 e 30 anos de idade. Em apenas 2% dos pacientes, a psoríase se instala após os 60 anos de idade. O aparecimento da doença em geral é gradual. A evolução típica do quadro se dá com remissões e recidivas crônicas (às vezes com exacerbações agudas), que variam tanto na freqüência quanto na duração. Há diversos fatores relacionados com o aparecimento das erupções psoriásicas. Entre eles temos traumatismo local (fenômeno de Koebner, que se constitui no aparecimento de lesões sobre o local onde ocorreu um trauma), queimadura solar intensa, estado emocional, medicamentos tópicos, suspenção de tratamento com corticóides, pós infecção das vias aéreas superiores (principalmente em crianças).

As lesões, eritemático-escamosas ou descamativas, têm limites nítidos, tamanhos e formas diversas, podendo surgir em qualquer parte da pele, ainda que sejam mais habituais em certos locais (couro cabeludo, cotovelos, joelhos, o dorso e as nádegas). Com efeito, as lesões podem ser muito pequenas, em pontos (psoríase pontuada), de tamanho lenticular (psoríase em gotas ou psoríase lenticular), ou do tamanho de moedas (psoríase numular), porventura em forma de anéis (psoríase anular) ou em figuras serpiginosas (psoríase serpiginosa), às vezes muito extensas (psoríase geográfica). É óbvio, porém, ser possível aparecerem no mesmo doente diversas modalidades morfológicas. As lesões podem ser muito discretas em qualquer região do corpo, surgir em locais dispersos e até em toda a superfície cutânea.

Sendo habitualmente fácil o diagnóstico da psoríase, em alguns casos pode ser necessário comprová-lo. Para isso, tem importância a curetagem metódica de Brocq, que consiste em rapar a lesão psoriática com uma cureta ou simplesmente com a unha, destacando sucessivas camadas de escamas (sinal da vela). Aparecerá uma última fina camada epidérmica, a qual, arrancada, evidencia uma superfície brilhante e momentos depois hão de surgir algumas gotículas de sangue (sinal do orvalho hemorrágico ou sangramento de Auspitz). Em volta das lesões observa-se, freqüentemente, uma área pálida, decorrente de provável constricção vascular (anel ou halo de Woronoff).

Podemos distinguir três modalidades clínicas da psoríase, a psoríase vulgar, a psoríase pustulosa e a psoríase artropática. A psoríase vulgar responde por cerca de 90% dos casos que, por sua vez, apresenta as formas "pontuada", "em gotas", "numular", "geográfica", etc. A psoríase pustulosa caracteriza-se por pústulas estéreis, que acometem as palmas e as plantas ou são generalizadas, nem sempre apresentando lesões típicas da psoríase. A psoríase artropática lembra muito a artrite reumatóide e pode ser tão debilitante quanto ela, não se encontra, no entanto, o fator reumatóide no soro do paciente.

A doença evolui por surtos de intensidade variável durante toda a vida. Pode, porém, desaparecer durante um tempo mais ou menos longo, de meses ou anos, espontaneamente ou após terapêutica.

O prognóstico depende da gravidade e da extensão do acometimento inicial. Em geral, observa-se que quanto mais cedo ocorrer a doença, pior o prognóstico. As crises agudas em geral melhoram logo, mas a remissão total do quadro é rara. Nenhum dos métodos terapêuticos conhecidos até hoje garantem a cura, mas é possível controlar a doença na maioria dos casos. O tratamento deve ser sempre acompanhado por um médico.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Ultrassonografia: algumas informações para entendê-la um pouquinho.




A ultrassonografia (ou ecografia) é um método inócuo e relativamente barato de produzir em tempo real imagens em movimento das estruturas e órgãos do interior do corpo.

Em virtude de ser um exame de realização muito simples, costuma ser usado para fins preventivos, diagnósticos ou como acompanhamento de tratamentos. Através do efeito doppler (nome dado em homenagem a Johann Christian Andreas Doppler, seu criador), a ultrassonografia permite também detectar o sentido e a velocidade da corrente sanguínea em determinado segmento do corpo.

É o método ideal para examinar mulheres gestantes, durante o acompanhamento pré-natal, permitindo reconhecer o sexo do bebê antes do nascimento, bem como diagnosticar eventuais alterações morfológicas ou funcionais do feto, realizar intervenções intrauterinas e prever as que serão necessárias após o nascimento.
Entre outras grandes vantagens do exame de ultrassonografia estão a de tratar-se de um método não invasivo de produzir imagens dinâmicas seccionais ou tridimensionais sem usar radiação.

As imagens geradas pelo ultrassom podem ser captadas em vídeo ou “congeladas” em fotografias. Nas últimas décadas tem havido tanto avanço tecnológico nessa área que hoje em dia é possível analisar desde o cérebro até articulações de recém-nascidos.

O exame de ultrassonografia é totalmente indolor e não ocasiona nenhum incômodo.

Consiste em fazer deslizar sobre a pele um pequeno aparelho chamado transdutor, que emite ondas sonoras de alta frequência (dois milhões a 20 milhões de hertz), inaudíveis pelo ouvido humano, que são captadas de volta sob a forma de eco.

Como cada órgão e estrutura tecidual tem uma densidade específica, os tempos de retorno dos ecos devolvidos por eles são diferentes e são traduzidos na tela em tons variáveis de cinza, do branco ao preto, formando uma imagem captada por um computador.

Passa-se um gel adequado sobre a pele, na região a ser examinada, e sobre ele faz deslizar-se o transdutor que emite as ondas sonoras e as capta de volta. Ele também pode ser realizado por via intravaginal. Com a mulher deitada, o médico introduz o transdutor pela vagina e ele capta informações das estruturas genitais superiores.

Pode ser feita ultrassonografia de praticamente qualquer parte do corpo. Alguns dos exames ultrassonográficos mais comuns são:

• Ultrassonografia de abdome: exige um jejum de 6 a 8 horas e que a bexiga esteja repleta. Utilizada para avaliação do fígado, vesícula biliar, rins, pâncreas, bexiga, grandes vasos, retroperitônio e, mais excepcionalmente, trato gastrointestinal.

• Ultrassonografia pélvica: nas mulheres ele é mais frequentemente usado para avaliar o estado do útero, trompas e ovários, mas pode também ser usado para avaliar dores pélvicas, sangramentos anormais, tumorações, infecções, alterações da bexiga e para orientar eventuais biópsias por agulhas. No homem é realizado com o objetivo de se avaliar a próstata, bexiga e vesículas seminais.

• Ultrassonografia das mamas: utilizada para o diagnóstico e o acompanhamento de lesões mamárias e para a realização de biópsias com agulhas.

• Ultrassonografia da tireoide: a ultrassonografia com doppler colorido de tireoide fornece informações sobre a tireoide e seu respectivo fluxo sanguíneo.

• Ultrassonografia das articulações: para ajudar na avaliação de alterações das estruturas articulares e da musculatura associada à articulação (sinovites, artrites, etc.).

• Doppler vascular: avalia o fluxo sanguíneo nos vasos, podendo avaliar também se há ou não vascularização em um tumor ou nódulo.

• Ultrassonografia na gravidez: um uso muito frequente da ultrassonografia é no acompanhamento da gravidez, momento em que ela pode avaliar o desenvolvimento do feto e a saúde do bebê.

• Ultrassonografia nas biópsias: outro importante e frequente uso da ultrassonografia é guiar as agulhas de biópsias para seus alvos corretos.

Vantagens:

• É um exame que em geral não exige preparo prévio ou, em alguns casos, apenas uma preparação simples, como um jejum de 6 a 8 horas e a repleção da bexiga.

• É um exame não invasivo e indolor que fornece imagens dinâmicas em tempo real, sem o uso de radiações, amplamente disponível, de fácil uso e custo relativamente baixo.

Desvantagens:

• Não permite uma boa visualização das cavidades ou dos órgãos que contenham gases.

• A visualização das estruturas em pacientes obesos é mais difícil.

• Em casos de exame de ossos, apenas pode ser visualizada a superfície externa deles.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)




A esclerose lateral amiotrófica é uma doença nervosa rara, progressiva e fatal, caracterizada pela degeneração dos neurônios motores que controlam os músculos voluntários, preservando a sensibilidade, o intelecto e os órgãos dos sentidos, assim como a função sexual, intestinal e vesical.

A expressão “esclerose lateral” refere-se ao "endurecimento" do corno anterior da substância cinza da medula espinhal e do fascículo piramidal do funículo lateral da substância branca da medula, no qual se localizam fibras nervosas oriundas de neurônios motores superiores.

O termo “amiotrófica” (do grego: a = não, mio = músculo, trófica = alimento) refere-se ao fato de que os músculos privados de inervação se degeneram e perdem massa e força (se atrofiam).

A esclerose lateral amiotrófica ainda não tem uma causa conhecida, havendo apenas algumas hipóteses sobre fatores que parecem favorecer a enfermidade.

Um deles é o uso excessivo da musculatura, o que torna os atletas especialmente predispostos a essa enfermidade.

Outros são uma dieta rica em glutamato ou a ausência de uma proteína, a parvalbumina; processos inflamatórios e tóxicos, etc.

Em 10% dos casos, a doença parece ter uma incidência familiar.

A esclerose lateral amiotrófica é uma doença bastante rara e acomete mais os homens que as mulheres.

Em geral se inicia aos 45-50 anos, mas há casos em que a doença começa na segunda década de vida.

A esclerose lateral amiotrófica é uma doença progressiva, que ao longo do tempo incapacita inevitavelmente o portador.

Aos poucos, a pessoa vai sentindo maiores dificuldades de exercer movimentos voluntários, como os de se locomover, de deglutir, de falar, etc.

Também vai perdendo a habilidade dos movimentos, até não mais conseguir ficar de pé.

Devido à falência dos músculos da respiração, se não for submetida a tratamento adequado para a incapacidade respiratória que sobrevém, o doente acaba por falecer.

Outros sintomas que podem aparecer em diferentes fases da enfermidade são: cãibras, tremores musculares, reflexos nervosos avivados, espasmos, perda da sensibilidade, engasgos, dificuldade de respirar, gagueira, fasciculações (pequenas contrações musculares involuntárias), dificuldades de executar atividades rotineiras, paralisias, problemas de fala, alterações da voz, perda de peso, etc.

Geralmente, os primeiros segmentos corporais a serem afetados são os membros superiores. A perda da força muscular é uma constante. O andar torna-se rígido e desajeitado e por fim é impossível.

A forma bulbar da enfermidade compromete em primeiro lugar a língua, a laringe, a face e os olhos.

Com o tempo, o paciente perde a condição de realizar as atividades triviais da sua rotina e precisa do acompanhamento de outra pessoa. Sua comunicação, contudo, pode ficar comprometida se a doença afetar os músculos da fala. A enfermidade não afeta a capacidade intelectual do paciente que assiste de forma lúcida a todo o seu drama.

Curiosamente, contudo, em geral esses pacientes são pessoas dóceis e alegres e quase nunca se deprimem.

O diagnóstico da esclerose lateral amiotrófica é muito difícil numa fase inicial, quando os sintomas ainda são focais, mas deve basear-se na história patológica e nos exames clínicos.

Na maioria das vezes, os pacientes têm de esperar algum tempo (10 a 12 meses) por uma evolução mais nítida da enfermidade até obterem um diagnóstico clínico fundamentado. Alguns testes que podem ser pedidos ao longo da enfermidade são: exame de sangue, testes respiratórios, eletromiografia, teste genético (se houver um histórico familiar), estudos de condução nervosa, testes de deglutição, punção lombar, tomografia computadorizada, ressonância magnética, etc.

Ainda não existe cura para a esclerose lateral amiotrófica. O riluzol (nome comercial Rilutec) é o único remédio autorizado até agora para tentar retardar a evolução da doença.

A pesquisa com os chamorros (habitantes da ilha de Guan no Pacífico, onde o número de casos é cem vezes maior do que no resto do mundo) permitiu desenvolver uma droga que inibe a ação tóxica do glutamato, mas não impede a evolução da doença.

O tratamento paliativo deve ser multidisciplinar, envolvendo médicos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e nutricionistas.

Ultimamente têm surgido novas tentativas de tratamento com novas medicações e células-tronco, mas ainda sem resultados conclusivos.

Mais de 60% dos doentes só sobrevivem entre 2 a 5 anos; mas em alguns casos, a pessoa vive bem durante muitos anos.

Hoje em dia, com cuidados de traqueostomia e ventilação controlada, alguns pacientes sobrevivem mais de 25 anos após o início da doença.

sábado, 17 de novembro de 2012

Adenóides




Popularmente, é comum que uma pessoa fale: “tenho adenoide”. O que ela quer dizer com isso é que tem adenoidite. As adenoides, chamadas de “carne esponjosa”, existem em todas as pessoas. São vegetações celulares localizadas no cavum, na parede posterior da nasofaringe, região por onde passa o fluxo aéreo nasal e que atua como caixa de ressonância da fala. Aí também é o local em que se abrem as tubas auditivas.

Quando as adenoides estão inflamadas há uma adenoidite. Essas inflamações geralmente são causadas por infecções bacterianas ou virais.

Juntamente com as amígdalas e outras estruturas, elas fazem parte do chamado anel de Waldeyer, um conjunto de formações linfoides dispostas ao redor da garganta, que atuam como uma primeira linha de defesa do organismo, barrando germes e alimentos antigênicos, na infância.

Ademais, as adenoides também produzem anticorpos que ajudam o organismo a combater infecções.

Enquanto as amígdalas são diretamente visíveis com o simples ato de abrir a boca, as adenoides não o são e só podem ser vistas através de um espelho especial usado pelos otorrinolaringologistas.

Com o crescimento da pessoa, o organismo aprende a fazer uso de outros mecanismos de defesa e aqueles primeiros podem ser removidos, se necessário.

Normalmente, a adenoide e os demais órgãos linfoides da orofaringe constituem uma barreira de defesa contra microrganismos, mas se o ataque a ela for muito agressivo, a própria adenoide pode ser infectada. A maioria das infecções da adenoide é causada por vírus, mas também podem ser bacterianas.

Geralmente a criança com adenoidite se queixa de dor de garganta, nariz entupido, rinorreia purulenta, gânglios inchados e doloridos no pescoço e dor de ouvido. O nariz entupido leva a uma fala com som anasalado, respiração pela boca (a criança dorme de boca aberta, ronca e baba no travesseiro), dificuldade para dormir e ronco ou apneia do sono.

É comum que a criança tenha otites médias, devido à obstrução da tuba auditiva, e que sofra de rinites, sinusites, faringites e rouquidão em virtude da respiração bucal.

Mantida durante muito tempo, a adenoidite pode ainda causar alteração do crescimento e de certos padrões anatômicos da criança, determinando, por exemplo, má oclusão dentária, palato ogival e outras anomalias faciais.

O diagnóstico da adenoidite é feito clinicamente pela história da doença, pelos sinais e sintomas e pela visualização da adenoide pela endoscopia nasal. Às vezes, o diagnóstico diferencial com sinusite pode ser difícil. As radiografias de cavum podem ajudar a definir o grau de obstrução à passagem do ar pela rinofaringe.

Geralmente, a adenoidite é tratada por meio de antibióticos. No entanto, se ela for muito frequente e se os antibióticos não estiverem resolvendo ou, ainda, se houve problemas respiratórios mais sérios, é aconselhável proceder-se à cirurgia para remover as adenoides (adenoidectomia).

A adenoidectomia é uma cirurgia simples e deve ser realizada por um otorrinolaringologista (médico especialista em doenças do ouvido, nariz e garganta). As adenoides são removidas através da boca e não é necessário fazer nenhuma incisão adicional.

A maioria dos pacientes pode ter alta logo após a recuperação do procedimento (quatro ou cinco horas após a cirurgia).

Depois do procedimento cirúrgico, pode ainda haver uma febre baixa por algum tempo, dores de garganta ou de ouvido por alguns dias, o ato de engolir pode ser desconfortável e a respiração pela boca e ronco podem continuar enquanto a garganta estiver inchada (10 a 14 dias).

A quantidade das imunoglobulinas não sofre diminuição depois da retirada das adenoides, porque outros órgãos do corpo compensam a formação delas.

As adenoidites repetitivas e resistentes aos antibióticos podem requerer a retirada das adenoides. Mas, por se tratar de um órgão de defesa do organismo, esta cirurgia deve ser sempre muito bem avaliada por um profissional experiente.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Escoliose




A escoliose é um desvio da coluna vertebral para a esquerda ou direita, resultando em um formato de "S" ou "C".

É um desvio da coluna no plano frontal acompanhado de uma rotação e de uma gibosidade (corresponde a uma látero-flexão vertebral).

A escoliose é uma deformidade vertebral de diversas origens. As escolioses de um, ou outro grupo etiológico, podem ter prognósticos muito diferentes, pela distinta progressividade e gravidade de suas curvas. Para melhor entender a definição de uma escoliose, é preciso opô-la à atitude escoliótica:

Sem gibosidade

Sem rotação vertebral

A atitude escoliótica, é diferente da escoliose, e deve-se, em 8 entre 10 casos, a uma desigualdade de comprimento dos membros inferiores, e desaparece com o paciente na posição horizontal.

Bolsas ou mochilas pesadas não causam escoliose, pois não geram sobrecarga assimétrica contínua e intensa.

Classificação quanto à causa:

Idiopática (causa desconhecida)

- Neuromuscular (ex: paralisia cerebral, poliomielite)

- Congênita

- Relacionada com a falha na formação das vértebras

- Relacionada com a falha na segmentação

Classificação clínica:

1 - Escolioses não estruturadas:

- Escolioses posturais: frequentes em adolescentes, as curvas são leves e desaparecem por completo com a flexão da coluna vertebral ou bem com o decúbito

- Escolioses secundárias e dismetria: a diferente longitude dos membros inferiores levam a uma obliqüidade pélvica e secundariamente a uma curva vertebral. A curva desaparece quando o paciente senta-se ou ao compensar a dismetria com a alça do sapato correspondente. Da mesma forma pode corrigir o comprimento da perna (sem cirurgia) caso encontre quem o saiba fazer

2 - Escoliose estruturada transitoriamente:

Escoliose ciática: secundária a uma hérnia discal, pela irritação das raízes nervosas. Com a cura da lesão desaparece a curva

Escoliose inflamatória: em casos de apendicite ou bem abscessos perinefrítico

3 - Escoliose estruturada:

a - Escoliose idiopática: hereditária na maioria dos casos. Provavelmente se trata de uma herança multifatorial. É o grupo mais frequente das escolioses. Segundo a idade de aparição há três tipos:

Infantil – antes dos três anos de idade: Geralmente são muito graves, pois ao final do crescimento podem vir a apresentar uma angulação superior a 100 graus

Juvenil - desde os três até os 10 anos

Adolescente - desde os 10 anos até a maturidade: Após a primeira menstruação e ao final da puberdade antes da maturidade óssea completa

b - Escoliose congênita: provavelmente não é hereditária, se não o resultado de uma alteração ocorrida no período embrionário

Defeito de forma vertebral

Vértebra em cunha

Hemi-vértebra

Defeito de segmento vertebral

Unilateral (barra)

Bilateral (bloco vertebral)

Funções costais congênitas

Complexas

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Síndrome de burnout




A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito em 1974 por Freudenberger, um médico americano.

Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.

A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso.

Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno.

O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo, baixa autoestima.

Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma, distúrbios gastrintestinais são manifestações físicas que podem estar associadas à síndrome.

O diagnóstico leva em conta o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e realização pessoal no trabalho.

Respostas psicométricas a questionário baseado na Escala Likert também ajudam a estabelecer o diagnóstico.

O tratamento inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Atividade física regular e exercícios de relaxamento também ajudam a controlar os sintomas.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Embolia Pulmonar





Recentemente o ator Marcos Paulo faleceu e a provável causa da morte foi Embolia Pulmonar. Entenda o que isso significa:

Embolia pulmonar (ou tromboembolismo pulmonar) é a obstrução repentina da artéria pulmonar ou de um de seus ramos por um êmbolo, com prejuízos significativos para a circulação sanguínea e a respiração. Trata-se de uma condição grave que pode levar à morte.
Cerca de 15% das mortes súbitas são devido à embolia pulmonar.

A embolia pulmonar é causada pela obstrução da artéria pulmonar ou algum de seus ramos por um êmbolo.

Na maioria das vezes, o êmbolo é constituído por um trombo originário de alguma parte do corpo (geralmente uma artéria profunda das pernas ou da pelve).

Esse quadro ocorre quando ele adquire um tamanho que não o permita passar por todos os segmentos da circulação pulmonar. Mais frequentemente ocorre quando o sangue coagulado de uma veia periférica se desloca, cai na circulação e passa pelo átrio direito e ventrículo direito, indo para os ramos da artéria pulmonar direita ou esquerda.

Ao atingir um ramo mais estreito que seu tamanho, o coágulo interrompe a circulação local.

Além dos êmbolos serem formados principalmente por coágulos sanguíneos, podem também dever-se a bolhas de gás (como nos mergulhos profundos, por exemplo), gordura (cirurgia, traumas, fraturas, etc.) ou outras possibilidades (líquido amniótico, durante a gravidez ou o parto ou células cancerosas, por exemplo).

Os principais fatores de risco para a trombose pulmonar são:

• Imobilidade dos membros inferiores (no leito ou em prolongadas viagens em que se fica assentado por um longo tempo).

• Trombose venosa.

• Gravidez.

• Politraumatismos.

• Cirurgias de grande porte.

• Queimaduras.

• Parto e puerpério.

• Estados de hipercoagulabilidade.

Os sinais e sintomas da embolia pulmonar variam em função do grau de prejuízo acarretado ao organismo. Os principais são:

• Dificuldades de respiração.

• Dor no tórax.

• Chiado no peito.

• Tosse.

• Taquicardia.

• Palpitações.

• Dilatação das veias do pescoço.

• Tonturas ou desmaio.

• Convulsões.

• Enjoo.

• Sudorese.

• Cianose (pele e unhas azuladas por falta de oxigenação do sangue).

• Morte súbita.

O diagnóstico da embolia pulmonar é baseado em achados clínicos, na análise dos fatores de risco, em exames laboratoriais e em estudos de imagem (radiografia de tórax, cintilografia pulmonar, angiografia pulmonar, tomografia computadorizada). O eletrocardiograma, embora inespecífico, pode também ser de ajuda. Outros exames laboratoriais (como a gasometria arterial, por exemplo) podem completar o diagnóstico.

O tratamento da embolia pulmonar busca diminuir as consequências da deficiência circulatória e melhorar as condições respiratórias. Quase sempre tem que ser administrado oxigênio por máscara. Também devem ser adotadas medidas que dificultem a formação de novos êmbolos por coagulação sanguínea, como o uso de anticoagulantes (heparina, warfarina) ou é preciso utilizar-se uma câmara de descompressão, como acontece após embolia gasosa de mergulhadores.

Medicações sintomáticas para aliviar a dor podem ser empregadas. Em pacientes com grande tendência à formação de trombos e com contraindicações para o uso de anticoagulantes ou em casos de recidivas, deve-se considerar a implantação de um filtro na veia cava a fim de evitar que novos coágulos cheguem aos pulmões. Pode-se tentar a dissolução do trombo através de medicações trombolíticas. Casos graves podem necessitar de cirurgia para remoção do trombo.

Não há como evitar a embolia pulmonar, mas podem ser prevenidos alguns de seus fatores de risco.

• O uso de meias elásticas pode prevenir a estase sanguínea nas pernas e a formação de trombos.

• A atividade física deve ser reiniciada rapidamente nos pós-operatórios.

• As pernas devem ser intermitentemente movimentadas durante os períodos de grande imobilidade. Principalmente contraindo os músculos da panturrilha.

• Medicações anticoagulantes preventivas podem ser utilizadas naqueles pacientes que não apresentem contraindicações e que ficarão acamados por longo tempo.

A embolia pulmonar interrompe a circulação de sangue numa parte do pulmão, o que faz aumentar a resistência à circulação do sangue e diminuir a área funcionante deste órgão.

Se a embolia for pequena isto pode até não ser percebido; se for maior pode até provocar morte súbita.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Amigdalites (tonsilites)




A amigdalite (tonsilite), popularmente chamada de “dor de garganta”, é uma inflamação geralmente aguda, mas que pode também ser crônica, das amígdalas por bactérias (principalmente estreptococos) ou vírus.

As amígdalas são formações linfoides localizadas na parede lateral da faringe e que têm função de defesa do organismo contra infecções. No entanto, são sedes comuns de infecções, principalmente em crianças.

A amigdalite (tonsilite) é causada por infecções virais, na maioria dos casos, ou bacterianas (geralmente causadas por uma bactéria conhecida como estreptococos). As infecções bacterianas geralmente apresentam placas brancas de pus sobre as amígdalas; nas virais isso não ocorre.

Os principais sinais e sintomas da amigdalite (tonsilite) são aumento do tamanho das amígdalas, dor de garganta, dores pelo corpo, febre (em geral, maior do que 39°C nas amigdalites bacterianas), cansaço, falta de apetite, dores ao deglutir que se irradiam para o ouvido, dificuldades de respirar, dores de cabeça, alterações da voz e, ocasionalmente, vômitos. Os gânglios linfáticos do pescoço podem estar aumentados de tamanho e se tornarem mais sensíveis à palpação.

Nos casos crônicos pode haver um mau hálito característico, formado por bactérias que se alimentam do muco acumulado nas amígdalas, o qual pode produzir um depósito amarelado que causa uma emissão de compostos gasosos sulfúricos. Muito raramente, pode surgir um abscesso periamigdaliano ou a infecção pode se espalhar, dando origem a uma septicemia, sendo este quadro geralmente muito grave.

A amigdalite (tonsilite) pode ser diagnosticada pela inspeção direta da garganta, que mostrará as amígdalas inchadas, muito vermelhas e com manchas brancas. Externamente, os nódulos linfáticos na mandíbula e no pescoço podem estar aumentados de tamanho e mais sensíveis à palpação. Normalmente, o histórico familiar e o exame clínico propiciam o diagnóstico. Porém, nem sempre ele é tão característico. A hipertrofia das amígdalas muitas vezes é questionável ao exame físico e, mesmo quando presente, pode ser decorrente de outras causas, como alergias, por exemplo. Por outro lado, pode haver infecções crônicas em amigdalites (tonsilites) de pequena dimensão. As infecções recorrentes podem ser confundidas com as rinofaringites virais repetidas.

Geralmente alguns exames de laboratório complementarão o exame. O hemograma mostrará sinais de infecção aguda e uma cultura de material da garganta ajudará a determinar o germe infectante.

A amigdalite (tonsilite) viral em geral não requer tratamento específico, porque a cura espontânea ocorre em poucos dias, bastando apenas o tratamento sintomático. A amigdalite (tonsilite) bacteriana deve ser tratada com antibióticos, além dos cuidados sintomáticos gerais (dor, febre, dificuldade de engolir, etc.). Os sintomas da amigdalite (tonsilite) diminuem ou desaparecem ao término de 2 ou 3 dias após o tratamento ser iniciado, mas o antibiótico receitado deve ser tomado por 7 dias, pelo menos, e algumas pessoas podem ter de tomá-lo por período maior, se o médico assim prescrever.

Em casos crônicos, muito repetitivos, a retirada cirúrgica das amígdalas pode ser aconselhável porque elas permanecem continuamente infeccionadas, afetando o desenvolvimento normal da criança. A melhoria acentuada do apetite, da disposição, da tonalidade da pele, do humor e do rendimento escolar pode ser notada pelas famílias das crianças operadas.

As complicações da amigdalectomia em adultos são raras e sem gravidade e mais raras ainda em crianças, e consistem, sobretudo, em sangramentos pós-cirúrgicos, que geralmente são controlados por meios clínicos. Excepcionalmente um paciente precisa voltar ao centro cirúrgico para cauterizar um vaso que esteja sangrando.

Como prevenir a amigdalite (tonsilite)?

Ingerir alimentos que contenham vitaminas, como frutas, legumes, fígado, peixes, etc.
Evite situações que possam produzir variações de temperatura no organismo como tomar água gelada, andar descalço, correntes de ar e molhar-se na chuva. Elas favorecem a instalação das bactérias.

Como evolui a amigdalite (tonsilite)?

Tratadas adequadamente, as amigdalites se curam de maneira integral.
A hipertrofia das amígdalas pode causar roncos e apneia do sono do tipo obstrutiva.

Mais raramente, as amigdalites repetitivas, não solucionadas, podem ter como consequência o surgimento de complicações cardíacas, como as da febre reumática e/ou renais, como a glomerulonefrite.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Algumas noções de psicofarmacologia




As nossas células no SNC, os neurônios, estão sempre em uma de duas alternativas. Ou estão em repouso, ou em ação.

A analogia com o computador é imediata. Nesse, as unidades básicas ou bits estão também em uma de duas alternativas: o 0 ou o 1.

É sobre essa absoluta simplicidade que se constrói toda a maravilha tecnológica que nos cerca e todas as sutis e infindáveis variantes das funções psíquicas do homem.

Para que uma única célula saiba se em um dado instante ela deve estar em repouso ou em ação (segundo os propósitos globais do SNC) deve receber uma informação.

A célula que a precede precisa de um mensageiro, de um transmissor, para passar tal ordem.

A essa interação entre as duas células damos o nome de sinapse, e esse transmissor é conhecido como neurotransmissor ou mediador.

Para que esse processo se dê com sucesso são necessários:

1. A síntese adequada do mediador pelo neurônio pré-sináptico.

2. A presença do mediador na fenda sináptica (espaço entre os dois neurônios) por tempo suficiente para que exista interação com o próximo neurônio.

3. Uma combinação perfeita entre esse mediador e os receptores (que são pequenas variações anatômicas na membrana do neurônio pós-sináptico). A melhor analogia é com uma fechadura e a chave respectiva: só a chave certa abre a porta. Uma chave parecida pode até entrar e ocupar o espaço, mas a porta não será aberta enquanto essa não for retirada e a correta, colocada.

4. Que esse mediador seja prontamente eliminado depois de cumprida a sua missão, preparando a célula para uma próxima mensagem. Algumas substâncias têm sua síntese muito cara para o organismo (seja pelo mecanismo da síntese ou pela obtenção de matéria prima) e o neurônio pré-sináptico recolhe tudo o que pode para um próximo uso. A esse mecanismo damos o nome de recaptação.

Outro processo envolvido nessa limpeza da fenda é a quebra do mediador através de uma enzima específica. Tudo o que sobra é levado pela circulação e excretado na urina.

Com isso já estamos aptos a compreender vários mecanismos que podemos usar para interferir na sinapse, sendo os principais os que seguem:

1. Bloqueio -usando uma substância parecida com o mediador, bloqueamos os receptores pós-sinápticos e impedimos a combinação do mediador correto. Estabelece-se uma competição entre o mediador verdadeiro e o falso: se a concentração da droga é alta, obtemos uma redução proporcional do efeito daquela sinapse.

2. Facilitação da sinapse através do uso de uma substância análoga ao mediador ou à sua ação na célula.

3. Diminuição da recaptação levando a uma estadia mais prolongada do mediador na fenda. Aumenta, portanto, as oportunidades de combinação com o receptor e conseqüentemente o efeito dessa sinapse.

4. Inibição da enzima que quebra o mediador, também levando a um aumento na permanência do mediador na fenda. As chances de combinação e a atividade dessa sinapse também aumentam.

Antes de se iniciar o estudo das drogas é importante lembrar um axioma no estudo da farmacologia:

"Uma droga nunca tem somente um efeito."

O estudo e o conhecimento dos efeitos colaterais de cada fármaco não nos deve assustar.

Ao contrário, deve nos instrumentalizar na compreensão do processo pelo qual nosso paciente está passando.

É útil ainda lembrar que os seres humanos temos muitas particularidades e que mesmo cosméticos ou corantes de alimentos podem levar a sérias reações alérgicas ou idiossincráticas (que é o nome dado a reações adversas não alérgicas peculiares a um dado indivíduo).

Para compreendermos muitos dos efeitos "alvo" e dos "colaterais", precisamos conhecer o Sistema Nervoso Autônomo.(SNA)

Como o nome sugere é o sistema responsável pelas ações automáticas no organismo.

Possui duas divisões, com efeitos diferentes. A princípio podemos pensar que esses sejam opostos, mas são complementares.

É como dizer que o limão e o açúcar, em uma limonada, sejam opostos.

Na verdade o equilíbrio é obtido através da combinação de um e outro.

A primeira divisão é o Sistema Nervoso Simpático, responsável pelo preparo do indivíduo em situações de "stress", que requerem defesas.

Apresenta uma extensa síndrome que prepara o indivíduo para "fugir ou lutar".

Nessa hora ocorre uma liberação maciça de mediadores excitatórios, sendo os principais a adrenalina, a noradrenalina e a dopamina.

A segunda divisão é o Sistema Nervoso Parassimpático, responsável pelo bom funcionamento das atividades rotineiras, básicas, de manutenção da vida. (Como a alimentação, a excreção, o repouso e outras.) O principal mediador é a acetilcolina.

domingo, 11 de novembro de 2012

Edema cerebral






- Edema vasogênico: ocorre por quebra da barreira hematoencefálica, o fluido escapa para o parênquima devido à trauma cranioencefálico ou tumor cerebral, por exemplo.

- Edema citotóxico: também chamado de edema celular; decorre da parada da bomba de sódio e potássio ATPase em decorrência de um acidente vascular cerebral isquêmico, por exemplo.

- Edema intersticial: há transudação de líquor do ventrículo para o parênquima periventricular devido ao aumento da pressão liquórica, por exemplo devido à hipertensão intracraniana por hidrocefalia.



Morfologia do edema: o cérebro torna-se amolecido, seus giros ficam dilatados, sulcos desaparecidos, aumento da tensão na dura-máter, compressão ventricular e redução do espaço subaracnóideo. À microscopia óptica verificamos a presença de degeneração hidrópica, diminuição da coloração (impregnação do corante) e presença do espaço de Virchow-Robin (espaço perivascular fisiologicamente não existente).

sábado, 10 de novembro de 2012

Espondilose Lombar




Espondilose é a doença reumática mais incidente em todo o mundo. É uma doença degenerativa de caráter crônico e progressivo.

Em algum grau, quase todas as pessoas mais velhas revelam sinais de alterações nas vértebras, discos intervertebrais e articulações facetárias da coluna, embora elas já comecem a ocorrer aos 25 anos!

Como a coluna lombar suporta todo o peso do corpo e do que se carrega e é responsável por torcer e curvar o corpo, é ela que sofre mais alterações.

A espondilose lombar ocorre principalmente na quarta e quinta vértebras lombares (L4-L5), mas pode ocorrer nas outras, inclusive fora da região lombar.

Ela afeta os discos e consequentemente as juntas facetadas pela perda do material que os constitui.

Os ossos das juntas facetadas e/ou os discos se alargam, formando calos ósseos chamados osteófitos (“bicos de papagaio”), podendo limitar os movimentos e enrijecer a coluna.

Geralmente a espondilose inicia-se depois dos 40 anos de idade e afeta igualmente os dois sexos.

As pessoas sujeitas a trabalhos “pesados”, como agricultores, estivadores e pescadores são mais propensas à espondilose lombar, mas a doença pode afetar qualquer um.

Embora os indivíduos com alterações da coluna lombar, com grande frequência tenham dores nas costas, não há uma correlação linear entre as duas coisas. Um indivíduo pode apresentar alterações importantes e, mesmo assim, não ter nenhum sintoma ou vice-versa.

A dor da espondilose lombar geralmente é sentida de ambos os lados da região lombar, às vezes, de um lado mais que do outro e pode se irradiar para as nádegas e parte posterior da coxa.

Ela costuma piorar com o exercício físico ou quando o indivíduo se curva e ser amenizada pelo repouso.

Algumas pessoas as sentem piores se permanecem em uma única posição ou sentadas por longo tempo.

Além dos sinais e sintomas clínicos a espondilose lombar conta, para o seu diagnóstico, com as radiografias, a tomografia e a ressonância magnética da coluna.

A eletromiografia, a cintilografia e a densitometria ósseas são ainda exames que podem auxiliar na determinação do problema, embora seja raro que se precise utilizá-los.

Primeiramente o tratamento deve ser conservador, com analgésicos, anti-inflamatórios e repouso na cama, buscando aliviar a dor.

Uma fisioterapia bem orientada pode reforçar a musculatura paravertebral e evitar ou diminuir a instabilidade da coluna.

Se a dor e os sintomas de compressão nervosa forem muito intensos e não cederem com o tratamento clínico, pode-se impor a cirurgia.

O tratamento consiste frequentemente em laminectomia (retirada das lâminas), foraminotomia (abertura dos forames), flavectomia (retirada do ligamento amarelo) e osteotomias (para retirada dos “bicos de papagaio”).

Se houver espondilolistese associada, pode ser necessário proceder-se às fixações e/ou fusões vertebrais por meio de cirurgia.

Não há como prevenir a espondilose lombar de maneira total. No entanto, algumas providências parecem contribuir para que a coluna se mantenha mais sadia, entre elas evitar traumatismos sobre a coluna, principalmente se repetitivos.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Tireóide




Antiperoxidase

Quando estes exames dão um resultado maior do que o referencial, significa que a pessoa está produzindo anticorpos que atuam contra a própria tireóide.

Esta pode ser uma doença genética, mais comum entre mulheres, conhecida como Tireoidite de Hashimoto.

Não se assuste. Não é nenhum bicho de sete cabeças: esse bicho tem, no máximo, três cabeças! Vou explicar direitinho para você.

A produção de anticorpos contra tireóide, é uma das principais causas de hipotireoidismo.

Com o tempo, de tanto seus anticorpos "atacarem" tua tireóide, ela acaba inflamando, e começa a produzir uma quantidade de hormônios inferior do que a normal. O tal hipotireoidismo.

Se você possui uma contagem alta destes anticorpos, mas teu TSH está normal, significa que você ainda não desenvolveu o hipotireoidismo. Se teu TSH estiver já estiver alto, você já desenvolveu o hipotireoidismo. Se você fez estes exames, provavelmente fez o de TSH também. Dá uma olhada nele!

Se você já tiver o hipotireoidismo, provavelmente o médico irá te prescrever levotiroxina sódica (que nada mais é do que o hormônio que a tireóide produz). Você tomará todos os dias pela manhã, em jejum, 30 minutos antes do café da manhã.

Se você ainda não tiver hipotireoidismo, o médico poderá optar por duas alternativas:

- apenas acompanhar a sua situação com exames regulares e te medicar apenas quando você desenvolver o hipotireoidismo;

- já lhe dar medicação (levotiroxina sódica) deste agora, para prevenir que tua tireóide chegue a inflamar. Neste caso, também são necessários exames regulares.

Tem cura?

Não!

O sistema imunológico tem "memória" e uma vez que produz anticorpos contra algo, produz para sempre.

É grave?

Não!

Realizando exames regulares e tomando a medicação indicada pelo teu endocrinologista, teus níveis hormonais permanecerão sempre normais e você não terá nenhum sintoma desagradável. Vida normal.

Leve este exame para um endocrino e veja qual tratamento ele acha mais adequado para você.

Em tempo: a Tireoidite de Hashimoto não é, de maneira nenhuma, um *tipo* de hipotireoidismo. Ela é uma doença auto-imune que *causa* hipotireoidismo.

Nem todas as pessoas que tem Tireoidite de Hashimoto já desenvolveram o hipotireoidismo, embora seja quase certo que desenvolverão, mais cedo ou mais tarde.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

É uma virose...




Essa frase está se transformando em uma espécie de estígma para quem leve um filho ao pronto-socorro com quadro de febre aguda.

Mas, pelo menos nesta pesquisa, tudo indica que, em vários casos, os médicos têm razão!

O índice de viroses em febres de causas não reconhecidas parece ser elevado.

A presença de febre sem uma causa aparente é comum em crianças pequenas. O objetivo do trabalho publicado pelo periódico Pediatrics foi determinar se vírus específicos podem ser os responsáveis por tais febres.

Foram incluídas no estudo crianças de 2 a 36 meses, com temperatura de 38°C ou superior, sem uma causa aparente ou com uma infecção bacteriana provável ou definitiva, sendo avaliadas no Departamento de Emergência do Hospital Infantil St. Louis e crianças afebris que fariam uma cirurgia ambulatorial.

As amostras de esfregaços de sangue e de secreções da nasofaringe foram testadas com uma bateria extensa de reação em cadeia da polimerase vírus-específicas.

Um ou mais vírus foram detectados em 76% das 75 crianças com febre sem uma causa aparente, 40% de 15 crianças com febre e uma infecção bacteriana definida ou provável, e 35% de 116 crianças febris (P <0,001).

Quatro vírus (herpesvírus, adenovírus humano 6, enterovírus e parechovirus) foram predominantes, sendo detectados em 57% das crianças com febre sem uma causa aparente, 13% das crianças com febre e infecção bacteriana definitiva ou provável, e 7% das crianças febris (P <0,001).

Trinta e quatro por cento de 146 infecções virais foram detectadas apenas por reação em cadeia da polimerase no sangue.

Cinquenta e um por cento das crianças com infecções virais e nenhuma evidência de infecção bacteriana foram tratadas com antibióticos.

Concluiu-se que as infecções virais são frequentes em crianças com febre sem uma causa aparente.

Os exames de sangue, além dos exames das secreções da nasofaringe, aumentaram a gama de vírus detectados.

Estudos futuros deverão explorar a utilidade do teste para os vírus implicados. Um melhor reconhecimento de vírus que causam febre de origem indeterminada em crianças pequenas pode ajudar a limitar o uso desnecessário de antibióticos.



Fonte: Pediatrics, publicação online, de 5 de novembro de 2012

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Esclerose Múltipla





A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica, de causa ainda desconhecida e curso inexoravelmente progressivo, que afeta o sistema nervoso.

Nela há uma degeneração da bainha de mielina dos axônios, que é atacada e destruída pelo sistema imunológico do próprio paciente.

Com isso, ela afeta a capacidade de comunicação entre as células nervosas do cérebro e da medula espinhal.

Em geral ela evolui por surtos com sintomas motores, sensitivos e sensoriais e períodos de relativa acalmia.

Cada surto sintomático deixa sequelas que progressivamente vão agravando o estado do paciente.

As causas da esclerose múltipla ainda não são conhecidas, embora os mecanismos que a produzem e alguns fatores de risco para a doença o sejam.

Sabe-se que ela afeta pessoas adultas jovens e preferentemente as mulheres. As teorias mais aceitas postulam uma causa genética ou infecciosa.

Na verdade, a esclerose múltipla não é inteiramente uma doença hereditária, mas algumas variações genéticas aumentam o risco da doença.

Provavelmente ela é consequência de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e infecciosos, e possivelmente de outros fatores ainda desconhecidos.

Esta condição tem sido associada, por exemplo, à pouca exposição solar e à diminuição de produção da vitamina D, fato corroborado pela observação de que a prevalência dela aumenta à medida que se afasta do Equador, embora existam numerosas exceções.

O estresse, o tabagismo e a exposição a determinadas toxinas também são fatores de risco. Outros fatores mais continuam sendo pesquisados, sem que até o momento se tenha chegado a resultados conclusivos.

Com relação às infecções, vários micróbios têm sido propostos como possíveis causas da esclerose múltipla.

A gravidez parece diminuir progressivamente o ritmo de ocorrência de surtos a cada trimestre de gestação.

Em virtude da localização e da extensão das lesões, a esclerose múltipla pode dar origem a praticamente qualquer sintoma neurológico, como alterações sensoriais; dificuldades locomotoras, de coordenação e de equilíbrio; dificuldades de fala ou de deglutição; problemas oculares; fadiga; dores agudas ou crônicas; dificuldades no funcionamento da bexiga e dos intestinos; degeneração da capacidade cognitiva; depressão e humor instável.

Principalmente no seu início, os sintomas podem ser sutis e se confundirem com sintomas de outras doenças. Além disso, como desaparecem em poucos dias podem fazer pensar que se trata de coisa simples.

A esclerose múltipla tende a evoluir por surtos, intercalados por meses e mesmo anos de relativa acalmia, os quais vão progressivamente se encurtando.

Quando surge em pessoas de meia idade, a evolução costuma ser mais desfavorável e a incapacidade e mesmo a morte sobrevém mais rapidamente.

Nas pessoas mais jovens, entre cada ataque os sintomas podem desaparecer por completo, mas podem deixar danos neurológicos permanentes.

Como a sintomatologia da esclerose múltipla é muito variada, o diagnóstico da doença pode ser muito difícil, principalmente em sua fase inicial. No entanto, os dados clínicos por si só podem ser suficientes para o diagnóstico, em casos em que os indivíduos tenham sofrido episódios mais ou menos típicos. Atualmente, a doença pode ser detectada também por dados radiológicos e laboratoriais recolhidos de forma não invasiva.

Os exames complementares mais comuns são as imagens do sistema nervoso, a análise do líquor e os potenciais evocados. A ressonância magnética pode detectar áreas de desmielinização, onde elas já tenham ocorrido. Entretanto, um diagnóstico definitivo só pode ser obtido por uma biópsia que confirme as lesões.

A esclerose múltipla não tem cura conhecida e o tratamento visa apenas fazer cessar o quadro agudo e dilatar o intervalo entre os surtos. Deve buscar também recompor ou auxiliar as funções corporais afetadas por um ataque e tratar suas consequências.

Durante os ataques agudos, a terapia mais indicada é a administração de doses elevadas de corticosteroides, geralmente por via intravenosa. No controle da doença são usados alguns medicamentos como antivirais, interferon, imunossupressores e imunomoduladores, todos de eficácia apenas moderada. À semelhança de outras terapêuticas, estes tratamentos têm vários efeitos secundários, às vezes sérios.

Não há como prevenir a esclerose múltipla, mas apenas como mitigar suas consequências.

A maior parte dos portadores de esclerose múltipla vem a perder a capacidade de locomoção autônoma antes da morte, mas 90% deles são ainda capazes de caminhar dez anos depois do aparecimento da doença e 75% mesmo quinze anos depois.

A expectativa de vida de doentes com esclerose múltipla é cerca de cinco a dez anos inferiores à população geral, mas cerca de 40% dos pacientes chegam à sétima década de vida.

A doença faz regressões periódicas ao longo de várias décadas, mas grosso modo seu curso é progressivo, correspondendo a uma esperança média de vida de trinta anos a partir do seu aparecimento.

São fatores que apontam para um prognóstico mais favorável da progressão da doença:

• Sexo feminino.

• Subtipo recidivante remitente: caracterizado por períodos de surtos seguidos de períodos de recidiva. Pode provocar incapacidade temporária, mas, após os surtos, o doente acaba, em determinadas situações, por recuperar algumas funções. No entanto, com o aumento gradual do número de surtos, o grau de incapacidade vai aumentando. O tempo que medeia os surtos é imprevisível, podendo variar desde semanas até anos.

• Neurite ótica.

• Número reduzido de ataques nos primeiros anos.

• Início da doença em idade jovem.