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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

É uma virose...




Essa frase está se transformando em uma espécie de estígma para quem leve um filho ao pronto-socorro com quadro de febre aguda.

Mas, pelo menos nesta pesquisa, tudo indica que, em vários casos, os médicos têm razão!

O índice de viroses em febres de causas não reconhecidas parece ser elevado.

A presença de febre sem uma causa aparente é comum em crianças pequenas. O objetivo do trabalho publicado pelo periódico Pediatrics foi determinar se vírus específicos podem ser os responsáveis por tais febres.

Foram incluídas no estudo crianças de 2 a 36 meses, com temperatura de 38°C ou superior, sem uma causa aparente ou com uma infecção bacteriana provável ou definitiva, sendo avaliadas no Departamento de Emergência do Hospital Infantil St. Louis e crianças afebris que fariam uma cirurgia ambulatorial.

As amostras de esfregaços de sangue e de secreções da nasofaringe foram testadas com uma bateria extensa de reação em cadeia da polimerase vírus-específicas.

Um ou mais vírus foram detectados em 76% das 75 crianças com febre sem uma causa aparente, 40% de 15 crianças com febre e uma infecção bacteriana definida ou provável, e 35% de 116 crianças febris (P <0,001).

Quatro vírus (herpesvírus, adenovírus humano 6, enterovírus e parechovirus) foram predominantes, sendo detectados em 57% das crianças com febre sem uma causa aparente, 13% das crianças com febre e infecção bacteriana definitiva ou provável, e 7% das crianças febris (P <0,001).

Trinta e quatro por cento de 146 infecções virais foram detectadas apenas por reação em cadeia da polimerase no sangue.

Cinquenta e um por cento das crianças com infecções virais e nenhuma evidência de infecção bacteriana foram tratadas com antibióticos.

Concluiu-se que as infecções virais são frequentes em crianças com febre sem uma causa aparente.

Os exames de sangue, além dos exames das secreções da nasofaringe, aumentaram a gama de vírus detectados.

Estudos futuros deverão explorar a utilidade do teste para os vírus implicados. Um melhor reconhecimento de vírus que causam febre de origem indeterminada em crianças pequenas pode ajudar a limitar o uso desnecessário de antibióticos.



Fonte: Pediatrics, publicação online, de 5 de novembro de 2012

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