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sábado, 17 de novembro de 2012
Adenóides
Popularmente, é comum que uma pessoa fale: “tenho adenoide”. O que ela quer dizer com isso é que tem adenoidite. As adenoides, chamadas de “carne esponjosa”, existem em todas as pessoas. São vegetações celulares localizadas no cavum, na parede posterior da nasofaringe, região por onde passa o fluxo aéreo nasal e que atua como caixa de ressonância da fala. Aí também é o local em que se abrem as tubas auditivas.
Quando as adenoides estão inflamadas há uma adenoidite. Essas inflamações geralmente são causadas por infecções bacterianas ou virais.
Juntamente com as amígdalas e outras estruturas, elas fazem parte do chamado anel de Waldeyer, um conjunto de formações linfoides dispostas ao redor da garganta, que atuam como uma primeira linha de defesa do organismo, barrando germes e alimentos antigênicos, na infância.
Ademais, as adenoides também produzem anticorpos que ajudam o organismo a combater infecções.
Enquanto as amígdalas são diretamente visíveis com o simples ato de abrir a boca, as adenoides não o são e só podem ser vistas através de um espelho especial usado pelos otorrinolaringologistas.
Com o crescimento da pessoa, o organismo aprende a fazer uso de outros mecanismos de defesa e aqueles primeiros podem ser removidos, se necessário.
Normalmente, a adenoide e os demais órgãos linfoides da orofaringe constituem uma barreira de defesa contra microrganismos, mas se o ataque a ela for muito agressivo, a própria adenoide pode ser infectada. A maioria das infecções da adenoide é causada por vírus, mas também podem ser bacterianas.
Geralmente a criança com adenoidite se queixa de dor de garganta, nariz entupido, rinorreia purulenta, gânglios inchados e doloridos no pescoço e dor de ouvido. O nariz entupido leva a uma fala com som anasalado, respiração pela boca (a criança dorme de boca aberta, ronca e baba no travesseiro), dificuldade para dormir e ronco ou apneia do sono.
É comum que a criança tenha otites médias, devido à obstrução da tuba auditiva, e que sofra de rinites, sinusites, faringites e rouquidão em virtude da respiração bucal.
Mantida durante muito tempo, a adenoidite pode ainda causar alteração do crescimento e de certos padrões anatômicos da criança, determinando, por exemplo, má oclusão dentária, palato ogival e outras anomalias faciais.
O diagnóstico da adenoidite é feito clinicamente pela história da doença, pelos sinais e sintomas e pela visualização da adenoide pela endoscopia nasal. Às vezes, o diagnóstico diferencial com sinusite pode ser difícil. As radiografias de cavum podem ajudar a definir o grau de obstrução à passagem do ar pela rinofaringe.
Geralmente, a adenoidite é tratada por meio de antibióticos. No entanto, se ela for muito frequente e se os antibióticos não estiverem resolvendo ou, ainda, se houve problemas respiratórios mais sérios, é aconselhável proceder-se à cirurgia para remover as adenoides (adenoidectomia).
A adenoidectomia é uma cirurgia simples e deve ser realizada por um otorrinolaringologista (médico especialista em doenças do ouvido, nariz e garganta). As adenoides são removidas através da boca e não é necessário fazer nenhuma incisão adicional.
A maioria dos pacientes pode ter alta logo após a recuperação do procedimento (quatro ou cinco horas após a cirurgia).
Depois do procedimento cirúrgico, pode ainda haver uma febre baixa por algum tempo, dores de garganta ou de ouvido por alguns dias, o ato de engolir pode ser desconfortável e a respiração pela boca e ronco podem continuar enquanto a garganta estiver inchada (10 a 14 dias).
A quantidade das imunoglobulinas não sofre diminuição depois da retirada das adenoides, porque outros órgãos do corpo compensam a formação delas.
As adenoidites repetitivas e resistentes aos antibióticos podem requerer a retirada das adenoides. Mas, por se tratar de um órgão de defesa do organismo, esta cirurgia deve ser sempre muito bem avaliada por um profissional experiente.
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