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domingo, 30 de outubro de 2011

Algumas informações sobre depressão





De acordo com a Organização Mundial da Saúde as estimativas e os números com relação aos transtornos psiquiátricos são preocupantes, particularmente a questão da depressão.
De acordo com os últimos levantamentos efetuados, a depressão atinge mais de 350 milhões de pessoas no mundo todo.

As estimativas para a década de trinta apontam na direção de que este problema seja a principal causa de perdas por incapacidade, sendo, portanto, um grave problema de saúde pública.

As perdas financeiras em função dela são elevados e o custo total de despesas com a doença cresce a cada ano, lembrando que mais da metade das pessoas atingidas por ela não têm acesso a um tratamento adequado e que o gasto efetivo com a depressão pode ser ainda maior do que com o diabetes e com a hipertensão juntos.

Ainda referindo as estimativas, afirma-se que os antidepressivos serão a classe de medicamentos mais vendidos no planeta.

Aqui no Brasil, já ocupa a quarta colocação no ranking de medicamentos mais vendidos, após anti-inflamatórios, analgésicos e anticoncepcionais.


É importante ressaltar que a prescrição de antidepressivos por parte de médicos não psiquiatras tem crescido bastante, para justificar o crescimento das prescrições.

Mesmo assim, avalia-se que em 30 a 60% dos casos os médicos clínicos não identificam a depressão, o que quer dizer que o médico generalista ainda não está adequadamente preparado para atender os casos de depressão.

O tratamento da depressão tem início na década de 30 do século passado, quando se recomendava o uso de anfetaminas para tratar a depressão, mas depois percebeu-se que a melhora do tratamento não se sustentava e, pior, ao longo do tempo, havia um agravamento do quadro.

Na década de 50, observou-se que um medicamento, a iproniazida, que era utilizada para tratar a tuberculose, parecia melhorar os sintomas da depressão. Em função desta observação, as pesquisas se acentuaram e, por conta disso, nascia a primeira classe de medicamentos efetivamente direcionados para o tratamento da depressão, chamados então de inibidores da monoaminoxidase.

Na mesma época surgiu a imipramina, apresentada em um congresso de psiquiatria, em Zurique. Este medicamento foi sintetizado quando tentavam descobrir um novo antialérgico, mas depois perceberam que sua estrutura era semelhante à dos antipsicóticos do grupo das fenotiazinas, e, por conta disso foi utilizado no tratamento de pacientes com esquizofrenia, que não melhoravam dos sintomas psicóticos, mas apresentavam melhoras com relação ao humor.

Surgia, então, outra classe de medicamentos para o tratamento da depressão, os chamados tricíclicos.

Ambos são reconhecidos como fazendo parte da primeira geração para tratamento da depressão, mas atualmente são pouco utilizados por conta da toxicidade e dos efeitos colaterais.

Todas as pesquisas da época geraram teorias para entender a própria depressão e as doenças mentais, já que fora demonstrado que os agentes psicotrópicos eram capazes de modificar estados mentais. Assim as doenças foram deixando de serem analisadas sob o ponto de vista filosófico para terem um contexto biológico particular.

sábado, 29 de outubro de 2011

Homeopatia: mais um medicamento em resumo de matéria médica!




Chamomilla matricaria


MENTE:
- Lider autoritário.
- Crianças de humor detestável, cheia de vontades e briguentas.
- Irritabilidade, impaciência, hipersensibilidade
- Mal-humorado.
- Raiva violenta. Inquietação lamurienta.
- Queixoso. Mau gênio. Impertinente. Impaciente.
- Irascível, manda o médico embora, a enfermeira para fora do quarto.
- Não tolera que lhe falem ou interrompam.
- Deseja ser carregado. Aversão a que lhe toquem ou a que o olhem.
- Inconstante: pede por algo, quando lhe dão, atira-o longe
- Ilusões, pensa ser insultado, com afrontas e ofensas.
- Hipersensível às impressões externas (barulho, luz).
- Grande sensibilidade à dor (Hep, Coff).
- Na dor: grita, desesperado, confuso, impaciente, violento
- Dores insuportáveis, associadas a dormência.
- Chora durante o sono.
- Medo de vento.
- Chuta ao ser carregado e fica rígido.

GENERALIDADES:
- < 9 h., 21 h., madrugada, dentição. - Quente. Sedento. Transpiração quente. < Calor. - < Por raiva: febre, dor de cabeça, dor de estômago. - > Ao se carregado.
- < Café: cólicas de estômago. < Narcóticos.
- Cólicas.
- Mau humor antes da menstruação e durante o parto
- Sonolência durante o dia e à noite, sua agitação sobrevem com insônia
- Embora deseje dormir, quando o faz, seu sono é agitado

COMIDAS E BEBIDAS:
- Desejo: bebidas frias. Sede extrema.

OUVIDO:
- Otite média.

FACE:
- Uma bochecha vermelha, outra pálida.

GENITAIS:
- Menstruações adiantadas, sangue abundante,
- Cólicas menstruais violentas, repuxos violentos nas coxas e pernas

DENTES:
- Dentição difícil.
- Dor < alimentos, bebidas quentes.

RETO:
- Diarréia: parece espinafre; quente; odor de ovos estagados (Arn, Sulph).

RESPIRAÇÃO:
- Crises de falta de ar (K.763). Asma por raiva.

EXTREMIDADES:
- Descobre os pés à noite.
- Recém-natos cerrando os punhos.
- Tornozelos cedem à tarde.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Meningites: causas, sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção





O que são meningites?

Meningites são inflamações das membranas (chamadas meninges) que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. Essas inflamações podem ser causadas por infecções de vírus, bactérias e outros micro-organismos. Ou podem ser não infecciosas, motivadas pela irritação causada por certos agentes, inclusive por certas drogas. Devido à proximidade dessas membranas com o sistema nervoso e com centros vitais, a meningite pode deixar sequelas nervosas graves ou mesmo levar à morte. Os casos mais benignos, contudo, podem curar-se completamente.

Como se adquire a meningite?

A forma mais comum de contágio é através de contato prolongado ou intenso com secreções respiratórias de pessoas infectadas. A meningite também pode ser contraída pela saliva, porém compartilhar pratos, copos e talheres não representa um grande risco. No entanto, beijos prolongados podem ser uma via de transmissão. As bactérias causadoras de meningite não sobrevivem no ambiente e por isso não é necessário o isolamento do lugar onde o doente tenha estado.

Algumas pessoas, mesmo não tendo uma meningite, podem ser portadoras do meningococo (geralmente na orofaringe) e transmiti-lo a outras pessoas que, então, adoecem. A meningite pode também estar associada a uma infecção respiratória, a otites, a amigdalites, a tumores ou traumas cranioencefálicos, etc.

Os estados de imunossupressão e, portanto, de maior vulnerabilidade às infecções, tornam o indivíduo mais propenso a apresentar este tipo de doença.

As pessoas em contato com o doente também estão mais sujeitas à infecção e por isso devem usar máscaras e fazer profilaxia com antibióticos - quando necessário e orientado por um médico.

Quais os sintomas da meningite?

Os sintomas mais comuns e mais chamativos da meningite são dor de cabeça, rigidez da nuca e febre. A dor de cabeça é intensa e está praticamente presente em todos os casos; a rigidez da nuca se expressa pela impossibilidade de flexionar o pescoço; a febre geralmente é alta e persistente.

Vômitos intensos são de ocorrência frequente. Em crianças abaixo de seis meses pode haver abaulamento das fontanelas, alterações do estado mental com confusão mental, alteração do nível de consciência, intolerância à luz e aos sons altos. Em crianças pequenas podem estar presentes apenas sintomas inespecíficos, como irritabilidade e sonolência.

Na meningite por meningococo comumente há a presença de erupções cutâneas.

É possível e frequente que ocorram problemas adicionais que passem a exigir tratamentos específicos e que indiquem um prognóstico pior, tais como septicemia, queda da pressão arterial, ritmo cardíaco acelerado, temperatura corporal baixa, respiração rápida, coagulação intravascular e aumento paradoxal de risco de sangramento. Pode ocorrer também inchaço do tecido cerebral, ocasionando aumento de pressão dentro do crânio, o que pode ter graves consequências, às vezes letais. As convulsões focais, que envolvem partes do corpo, podem ser de difícil controle.

Sintomas visuais ou perda da audição podem persistir após o episódio de meningite. A inflamação do cérebro ou de seus vasos sanguíneos, bem como a formação de coágulos sanguíneos, pode levar a fraqueza muscular, perda de sensibilidade ou movimentos anormais em partes do corpo.

Como se diagnostica a meningite?

Três sinais clínicos são classicamente relevantes: rigidez de nuca, febre alta e alteração do estado mental. No entanto, as três características só estão conjuntamente presentes em menos da metade dos casos, mas se nenhum desses sinais estiver presente é muito improvável que se trate de meningite. Em crianças muito pequenas, o diagnóstico pode ser mais difícil, porque não há queixas de dor de cabeça e a rigidez da nuca nem sempre ocorre.

Em primeiro lugar, portanto, os dados do exame clínico ajudam a levantar a suspeita diagnóstica. A cultura ou os exames de sangue, como o hemograma completo e a dosagem da proteína C-reativa, também pode indicar uma suspeição. Em seguida, uma punção lombar pode ser usada para excluir ou confirmar o diagnóstico, através do exame e cultura do líquor. Nos casos em que ela seja inexequível ou não recomendada pode-se recorrer a uma tomografia computadorizada ou a uma ressonância magnética, mas esses exames quase nunca são de primeira escolha.

Como se trata a meningite?

O tratamento depende do agente que está causando a doença.

Algumas formas de meningite podem ser prevenidas por meio de vacinas. Uma vez instalada a doença ela constitui-se numa emergência médica. Quanto mais cedo o tratamento for instituído, melhor o prognóstico, tanto em relação a possíveis sequelas como em relação à mortalidade.

O tratamento das meningites infecciosas é feito pela administração de antibióticos ou de antivirais, conforme o caso. Em algumas situações podem ser usados corticoides para prevenir complicações da inflamação.

Devem ser adotados também os cuidados gerais requeridos por cada caso clínico, considerando as características individualmente.

A meningite pode ter complicações de longo prazo, como epilepsia, hidrocefalia e déficit cognitivo, as quais demandam providências terapêuticas específicas posteriores.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Mamografia de triagem





Mamografia de triagem pode não salvar vidas com o diagnóstico precoce do câncer de mama, de acordo com artigo publicado pelo Archives of Internal Medicine.

Artigo publicado no Archives of Internal Medicine mostra que, apesar de várias mulheres acreditarem que “a mamografia salvou sua vida”, a maioria das que tiveram câncer de mama detectado pela triagem do tumor por mamografia não tiveram suas vidas salvas. Pelo contrário, elas receberam um diagnóstico precoce (sem efeito em relação à mortalidade) ou foram sobrediagnosticadas.

O trabalho publicado avaliou, através de um método simples, a estimativa de probabilidade de uma mulher com câncer detectado pela mamografia de triagem ter sua vida salva por este diagnóstico.

Foi usado o software DevCan, do National Cancer Institute, para análise de Vigilância Epidemiológica e dos resultados finais dos dados, estimando-se o risco de diagnóstico do tumor em dez anos e o risco de morte em vinte anos – prazo longo o suficiente para analisar os benefícios da triagem.

Usando estimativas sobre a capacidade da mamografia de triagem reduzir a mortalidade no câncer de mama, estimou-se o risco de morrer da doença na presença e na ausência de mamografia em mulheres de várias idades (40, 50, 60 e 70 anos).

Assumindo que a mamografia de triagem reduza o risco de morte por câncer de mama em 20%, para uma mulher de 50 anos o risco observado de desenvolver câncer de mama nos próximos 10 anos é de 2.990 em 100 mil. Nesta faixa etária, 64% dos tumores de mama são encontrados na mamografia, sugerindo que o risco de ter um tumor detectado pela mamografia de triagem nos próximos 10 anos é de 1.990 em 100 mil. E a probabilidade de morte pelo tumor em 20 anos é de 990 em 100 mil.

Levando em conta que a mamografia já reduziu este risco em 20%, o risco de morte na ausência de triagem seria de 1.240 em 100 mil, o qual sugere que o benefício acumulado em relação à mortalidade é de 250 em 100 mil. Então, a probabilidade de uma mulher de 50 anos com um câncer de mama detectado pela mamografia evitar a morte por este tumor por causa da mamografia é de 13% (250/1910). Este número cai para 3% se a mamografia reduzir a mortalidade do câncer de mama em 5%.

Os pesquisadores concluíram que a maioria das mulheres com câncer de mama detectado na mamografia de trigem não tiveram suas vidas salvas pelo exame. Ao invés disso, os tumores foram diagnosticados precocemente (sem nenhum efeito sobre a mortalidade) ou foram superdiagnosticados.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Cafeína! Vai uma dose aí?




Muito provavelmente a cafeína vem sendo utilizada, por seus efeitos sobre o Sistema Nervoso Central, desde o período paleolítico (Barone e Roberts, 1984). Os relatos mais confiáveis, entretanto, referem que ela tem sido consumida há milênios. Os chineses já a consumiam no século IV a.C.

Nossa cultura atual reconhece que o café, tal como se conhece hoje, seja originário da Etiópia (antiga Abissínia), difundindo-se na península arábica através do Iêmen e, dos árabes, para o resto do mundo. Na Europa o café foi mais fortemente introduzido a partir do século XVI pelos espanhóis e holandeses, no período das conquistas ultramarinas (James, 1997). Antes disso o café era consumido de maneira restrita e a bebida nobre era o chá.

A inclinação periódica de desqualificar o café, muitas vezes em favor do chá, é igualmente antiga. Um fato curioso ocorreu com o rei sueco Gustavo II. O monarca considerava o café uma bebida revolucionária e uma ameaça a civilização. Por causa disso idealizou uma experiência para mostrar as conseqüências do uso do produto: um prisioneiro condenado à morte seria forçado a beber café diariamente até morrer, enquanto outro condenado beberia chá. Por ironia, os médicos responsáveis pelo estudo morreram primeiro, seguidos pelo assassinato do rei. Quanto aos prisioneiros, o primeiro a falecer foi o bebedor de chá, aos 83 anos (Messias,...2001).

A cafeína, quimicamente conhecida por 1,3,7-trimetilxantina, é o ingrediente ativo do café, mas pode estar presente em muitas comidas e bebidas. Essa substância pertence ao grupo de compostos das metilxantinas, onde se inclui também o chá. As xantinas são substâncias capazes de estimular o sistema nervoso, produzindo certo estado de alerta de curta duração.

Além do café, a cafeína também é encontrada em outras bebidas, em proporções menores, tais como as bebidas contendo cacau, cola, chocolate, além do chá e de alguns remédios do tipo analgésico ou contra gripes. Devido à diversidade de produtos que contém cafeína, presente em mais de 60 espécies de plantas do mundo, ela é, seguramente, a droga psicoativa mais popular no mundo.

A cafeína é mesmo a substância estimulante de maior consumo em todo mundo. Só nos Estados Unidos, calcula-se que a média de ingestão diária por pessoa seja superior a 150 mg, o equivalente a 3,5 kg de café por ano por pessoa.

Considerando que a cafeína está presente no café, chá, chocolates, refrigerantes à base de cafeína ou medicamentos, pode-se dizer que cerca de 80% da população geral faz uso dessa substância diariamente, embora seja muito difícil quantificar seu consumo (Strain & Griffiths, 2000). Nas últimas décadas, devido ao aumento do consumo de refrigerantes do tipo cola, tem crescido o consumo de cafeína, sobretudo entre os adolescentes.

De todos os estudos publicados até agora sobre a cafeína, não se pode extrair de forma incontestável, dados que comprovem que essa substância apresenta perigos ao organismo (Boa Saúde). Ao lado de muitas recomendações médicas, técnicas e científicas na direção de se evitar consumir a cafeína em excesso, a substância pode até atuar de forma terapêutica e ser consumida com a devida prescrição médica.

Níveis de cafeína por volume

Café Expresso (2 xícaras) = >250 a 330 mg
Café descafeinado => 1 - 5 mg
Café preparado por decantação => 40 - 170 mg
Café preparado por gotejamento => 60 - 180 mg
Café solúvel => 30 - 120 mg
Chá preparado => 20 - 110 mg
Chá instantâneo => 25 - 50 mg
Chocolate => 2 - 20 mg
Coca Cola => 45 mg
Diet Coke => 45 mg
Pepsi Cola => 40 mg
Refrigerantes diversos => 2 - 20 mg
Medicamentos analgésicos => 30 - 200 mg
Remédios para resfriados => 30 - 100 mg

Ela fica no sangue de quatro a oito horas. Combate a depressão, estimula a memória, mas em doses altas pode prejudicar o sono e os ossos.

Um, dois, até três cafezinhos por dia podem ser benéficos. Acima disso, o consumo de alimentos que contêm cafeína pode causar problemas para o sistema nervoso e piorar os efeitos do estresse. Uma dose maior do que 180 miligramas de cafeína por dia (três cafés ou quatro refrigerantes dietéticos), podem prejudicar o sono e causar irritabilidade. A cafeína estimula o sistema nervoso e a pessoa, ao dormir, não consegue liberar em quantidades ideais um outro hormônio chamado melatonina, responsável pelo descanso. Não liberando esse hormônio, não descansa o suficiente e acorda irritada.

É bom saber também que o excesso de cafeína pode ocasionar mais do que insônia. Ela é capaz de interferir na absorção do cálcio. Segundo a ortopedista Pérola Papler, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e especialista no tratamento da osteoporose, a cafeína pode provocar a eliminação do cálcio pela urina. Esse mineral é o mais importante na manutenção da massa óssea.

Após os 30 anos é natural perdermos parte da massa óssea. As mulheres são as que mais sofrem esse efeito. Chegam a perder 0,5% do tecido ósseo por ano. E se essa perda for maior do que 1% ao ano pode, até os 40 anos, desenvolver a temida osteoporose - doença caracterizada pelo enfraquecimento dos ossos. Muitos fatores são responsáveis pela osteoporose, mas sabe-se que a queda dos níveis de estrógeno e progesterona e a alimentação pobre em cálcio são os dois maiores agravantes do problema.
cafeína limitada.

Contra a falência hormonal, apenas a terapia de reposição funciona. Mas em relação à dieta, os médicos recomendam: caprichar nas quantidades de alimentos que contenham cálcio, principalmente na idade de maior formação óssea (entre 12 e 20 anos). O ideal é que se consumam entre 800 a 1200 miligramas de cálcio por dia. Para isso, deve-se incluir nas refeições, por exemplo, dois copos (400 mililitros) de leite (440 miligramas), duas fatias grossas (80 gramas) de queijo-de-minas (550 miligramas) e meio copo (100 mililitros) de iogurte (120 miligramas).

Além disso, limitar o consumo de cafeína, para que ela não prejudique a absorção do cálcio. A nutricionista Celeste Elvira Viggiano, de São Paulo, explica que os principais alimentos ricos em cafeína são mesmo o café, o chá-mate, o chocolate, o guaraná e os refrigerantes à base de cola.

O Brasil, maior produtor de café do mundo, está encorajando as crianças em idade escolar a tomar café, introduzindo-o inclusive na merenda, sob argumento de que melhora o desempenho nos estudos e desestimula o uso de drogas ilícitas.
A campanha promocional do Cafés do Brasil deverá atingir entre cinco a seis milhões dos 32 milhões de crianças através de programas nas escolas.

Considerado ousado e ambicioso pela própria organização que reúne produtores e governo, o projeto visa o incentivo e a difusão ao hábito de consumo de café, proporcionando elementos para diminuir a rejeição, quebrar o "tabu" de consumo e demonstrar suas qualidades. O objetivo é mostrar às crianças , didaticamente, todo o processo pelo qual passa o produto , da semente à xícara , disseminando assim o hábito de tomar café. As pessoas que bebem café iniciaram o hábito quando tinham entre nove e 14 anos de idade, segundo pesquisas.

A campanha tenta conquistar alguns médicos, que se opõem à promoção do consumo do estimulante cafeína pelas crianças, explicou Carlos Brando, coordenador de marketing do programa, durante Simpósio Mundial de Chá e Café realizado na Holanda.
Pesquisa realizada no país abrangendo 150.000 crianças revelou que aquelas que beberam café tiveram melhor desempenho na escola e menor probabilidade de usar drogas ilegais ou álcool, disse Brando.

Estudo dirigido pelo dr. Darcy Lima, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, identificou ácidos clorogênicos no café como um componente que estimula as áreas de satisfação do cérebro. Isso diferencia o café dos refrigerantes à base de cola que estimulam somente pela cafeína.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Homeopatia: mais um medicamento em resumo de matéria médica!




Bryonia alba

MENTE:
- MEDO INTENSO DA POBREZA,
- Medo de passar fome, ansiedade com respeito ao futuro.
- Materialista. Voltado para posses.
- Insegurança, ensimesmados, isolados do contato social.
- Pensamentos, fala sobre NEGÓCIOS. Determinado.
- Desespero quanto à recuperação.
- Irritável, quer que o deixem só.

GENERALIDADES:
- < Ao menor MOVIMENTO. Mas pode estar inquieto por dores severas. - < Calor. - < 21 h. - > PRESSÃO, deitando-se sobre o lado doloroso.
- A patologia evolui lentamente.
- > Aplicações frias, exceto estômago: < aplicações frias. - Secura em mucosas, emocionalmente. AGUDO: - Início lento (Gels). - Sede intensa de grandes quantidades, freqüente; a intervalos longos. - Possível também: boca seca e sem sede. - Dores: < MOVIMENTO LEVE, < calor. - Irritabilidade. Deseja estar sozinho. Não gosta de falar. - Embotamento mental < exercício, conversação. - Parece responsabilizar os outros por seu sofrimento. - Delírio na meningite: * diz "Leve-me para casa", mesmo quando em casa, * fala sobre negócios. - As crianças pedem coisas difíceis de achar, jogando-as longe imediatamente, na febre (Cham). COMIDAS E BEBIDAS: - Desejo: carne, ostras, leite quente. - Sede intensa de grandes quantidades (intervalos longos). VERTIGEM: - Sensação que afundam na cama. CABEÇA: - Dor: * inicia no olho esquerdo, * estende-se ao occipúcio e toda a cabeça, < movendo os olhos, < luz (movimento da íris!), < trepidação, tosse, toque, < passando roupa, > pressão, sustentando a cabeça.
- Meningite.

FACE:
- Movimento mastigatório, na arteriosclerose ou febre com envolvimento cerebral.

ABDOME:
- Vômitos ao menor movimento na gastrite.
- Gastrite > bebidas quentes.
- Apendicite (1ø med., 75%): deita-se sobre o lado doloroso.

EVACUAÇÃO:
- Ressecada, endurecida, volumosa.

PEITO:
- Pneumonia. Bronquite. Pleurite.
- DOR ao tossir, segura o peito para imobilizá-lo.
- DOR à inspiração na pleurite.

EXTREMIDADES:
- Edema reumático, inflamação das articulações.

SONO:
- Sobre o lado esquerdo, (< sobre o lado direito).

Bronquite





Bronquite é a inflamação dos brônquios que conduzem o ar da traqueia aos alvéolos pulmonares, e vice-versa, dificultando dessa forma a respiração.

A inflamação dos brônquios pode ser causada por uma infecção ou por fatores irritativos, tóxicos ou alergênicos. As bronquites infecciosas podem ser agudas ou crônicas, podem ser causadas por vírus ou bactérias e ocorrem principalmente no inverno. Geralmente elas são consequências de sinusite crônica, bronquiectasias ou alergias. As bronquites irritativas, não infecciosas, podem ser causadas por vários agentes químicos ou mecânicos como, por exemplo, poeiras, vapores, poluição, etc.

Os sintomas iniciais se parecem com um resfriado comum (ou a bronquite se segue a ele): dificuldades de respiração e chiados relacionados com a obstrução das vias aéreas, febre, tosse, corrimento nasal, calafrios, expectoração, dores da musculatura intercostal do peito ou das costas e inflamação na garganta.

O diagnóstico da bronquite é feito basicamente pela história clínica, a qual ajuda a definir se a doença é aguda ou crônica. Ao exame do tórax, o médico notará alterações na ausculta (roncos e sibilos), mas também poderá solicitar exames complementares como radiografias, exames do escarro, análises do sangue ou uma espirometria para medir a capacidade pulmonar. A radiografia do tórax ajuda a monitorar o desenvolvimento da bronquite e sua possível evolução para uma pneumonia.

Os broncodilatadores ajudam a facilitar a passagem do ar pelos brônquios e pela traqueia. Podem ser usados sob a forma de comprimidos, xaropes, nebulizações e sprays (bombinhas). Os corticoides, ao diminuírem as reações inflamatórias, ajudam a controlar outros sintomas.

Os antibióticos devem ser usados nos casos em que haja infecção bacteriana; eles não têm efeito nas infecções virais. Devem sempre ser prescritos por um médico e usados da maneira como foram aconselhados.

Medicações mucolíticas e fluidificantes diminuem a viscosidade do catarro e com isso descongestionam as vias respiratórias e melhoram a respiração. Além isso, devem ser mantidos cuidados gerais como repouso, hidratação e nutrição adequada.

Se o paciente for tabagista, o cigarro deve ser proibido. Deixar de fumar não faz a doença regredir, mas retarda ou detém o seu avanço.

As terapias de reabilitação respiratória ensinam os pacientes a respirar melhor. A oxigenoterapia pode melhorar os sintomas e aumentar a expectativa de vida.

A principal medida preventiva é deixar de fumar, se for o caso. Como isso é muito difícil, o paciente deve ser ajudado com tratamentos específicos.

A vacinação anual contra a gripe (influenza) e o pneumococo é uma providência necessária uma vez que ambos pioram a bronquite.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Tragédias Alcoólicas





Todo dia eu leio, ouço ou assisto alguma tragédia a respeito de acidentes envolvendo bebidas alcoólicas.

Está ficando cansativo, aborrecedor.

Tem muita gente precisando despertar a respeito da questão do uso e abuso de bebidas alcoólicas urgente!

Tenho procurado apenas uma razão para que o “hábito” de ingerir essas bebidas muito além do que seria recomendado esteja tão difundido no mundo todo e não encontro.

Talvez eu esteja mais para Diógenes, que perambulava pelas ruas carregando uma lamparina, durante o dia, alegando estar procurando por um homem honesto, do que para alguém com alguma intenção honesta, afinal eu sei que não encontrarei nenhuma “razãozinha” que seja para justificar as atrocidades que têm acontecido, ceifando vidas, deixando seqüelas em número que se não supera, deve se igualar aos de uma guerra civil.

Sim, pois estamos vivendo um clima imbecil de guerra civil, graças aos atos estupendos que as criaturas bêbadas ou sob efeito de drogas têm cometido não apenas em São Paulo, mas no País inteiro!

Vamos combinar: bebidas alcoólicas não combinam com nada de bom! Geram dependência química, correm o aparelho digestório, detonam o fígado, acabam com o cérebro (que já não deve ser grande coisa em quem gosta delas), surrupiam a saúde dos rins, do coração, dos nervos periféricos, dos vasos sanguíneos, da capacidade de sociabilização do ser humano (?) e por aí vai!

Ah, mas e o prazer que elas promovem? Que prazer? Até disfunção erétil causam, gente! É um porre!

Vamos fazer uma apologia anti-álcoolica! Quanto menos bebida alcoólica na vida da gente, melhor!

sábado, 22 de outubro de 2011

Transe e Possessão: um ponto de vista técnico.



Independente de acreditarmos em todos os deuses e demônios, vamos abordar o tema como se espera da ciência, deixando para outros profissionais de outras áreas a difícil tarefa de lidar com o sobrenatural.

Em nosso meio a maioria das pessoas que se apresenta em transe não é, decididamente, portadora de nenhuma patologia psiquiátrica. Trata-se da influência de elementos sócio-culturais na representação da realidade, tratados mais adiante com o nome de Psiquiatria Transcultural.

A influência da cultura nos sentimentos, nos afetos e no comportamento não deve ser, por si só, tomada como doença mental. Se fosse assim, um cordão de carnaval, aos olhos de outra cultura, por exemplo, poderia ser tomado como um batalhão de dementes. Interessa à psicopatologia aqueles casos que comportam decididamente um diagnóstico médico e psíquico.

Psiquiatria Transcultural

Ao mesmo tempo em que se corre um risco patológico com a religião, a cultura brasileira extrai de alguns ritos e seitas extraordinários recursos para um certo equilíbrio biopsicossocial, principalmente das chamadas “camadas populares”, segundo Fernando Portela Câmara.

As seitas espiritistas, ou seja, aquelas que giram em tornos de entidades espirituais vindas do mundo dos mortos, entidades malignas e do bem, como por exemplo o espiritismo Kardecista popularmente aculturado no Brasil, também os cultos afro-brasileiros (candomblé, quimbanda, catimbó, xangô, batuque), as crenças de pajelança, paricá dos índios nativos, formam todas o elemento principal do sincretismo brasileiro que atende aqueles que buscam outras formas de ajuda, em especial a ajuda espiritual.

No ambiente brasileiro comum, cotidiano, místico e aflito ao mesmo tempo, muitas vezes a religiosidade e psicopatologia se misturam, tornando difícil estabelecer os limites entre uma e outra, onde termina a doença e começa a religiosidade, e vice-versa (Walmor Piccinini).

Em depoimento colhido para elaboração da História da Psiquiatria Forense no Brasil, Piccinini entrevista o professor Rubim de Pinho. Este, respondendo sobre psiquiatria transcultural, refere haver muitos comportamentos, muitas reações, muitas expressões da personalidade formados à partir de certos condicionamentos culturais, e o psiquiatra mal preparado pode confundir esses comportamentos com verdadeiros distúrbios mentais.

Pinho lembra bem que a maior habilidade de alguns desses líderes religiosos, que às vezes erram, como erram também os médicos, é saber diferenciar os casos que comportam um tratamento médico, aplicado pela medicina formal, dos casos que são sensíveis aos tratamentos informais, como por exemplo, espirituais.

Talvez seja essa questão, eminentemente cultual, que proporciona a maior diferença entre o tratamento da doença e o tratamento do doente. E, de fato, algumas pessoas podem ser beneficiadas mais com os tratamentos populares e religiosos do que os tratamentos médicos.

Algumas vezes a questão cultural, ou seja, a representação cultural da realidade aproxima mais as pessoas de suas crenças que da ciência. A psiquiatria transcultural procura por quadros mentais específicos de determinada cultura. É o caso, por exemplo, do conceito de Quebranto, como uma influência maldosa e capaz de tornar as pessoas vitimadas por ele mais vulneráveis às doenças. Esse é o caso típico de uma representação da realidade que faz parte do cardápio cultual brasileiro.

Tem igual teor cultural outros estados doentios que acometiam escravos, índios e mesmo imigrantes em outras épocas. O Banzo, por exemplo, acometia os escravos negros trazidos da África e se caracterizava, inicialmente, por acentuada tristeza, seguida por definhamento, podendo chegar à morte por inanição e apatia extrema.

Outro exemplo de Psiquiatria Transcultural é o estudo de Rubim de Pinho, citado por Piccinini, mostrando a correspondência do Banzo de nossos antigos escravos, com aquilo que se chamava Síndrome de Campo de Concentração, observada por ocasião da II Guerra Mundial. Havia um estado depressivo ao qual se superpunha toda uma síndrome de carência alimentar, juntando ainda à depressão uma anorexia decorrente da falta de proteínas.

Rubim de Pinho cita ainda a questão do Mau Olhado. Trata-se, provavelmente, de uma versão nacional daquilo que foi o Magnetismo Animal na Europa. Era uma espécie de influência magnética do olhar de determinadas pessoas, conduzindo ao comprometimento da saúde de outras. Vale ainda um outro registro de Rubim de Pinho, de interesse da Psiquiatria Transcultural, ocorrido por ocasião da I Guerra Mundial (1914-1919) com o nome de Diabo no Corpo. Tratava-se de uma condição de agitação de determinadas pessoas, sobretudo do sexo feminino, que eram levadas semanalmente à Igreja da Piedade para serem exorcizadas pelos frades capuchinhos.

Os casos de Diabo no Corpo eram o mesmo que as famigeradas epidemias de possessão das bruxas, da possessão demoníaca que a Europa assistiu durante a Idade Média. E até a presente data, dependendo da cultura da comunidade em questão, continuam existindo os quadros de possessão, de influência maligna, de transe, etc.

Embora o diagnóstico que a psiquiatria seja obrigada a dar para todos esses quadros onde se necessitam de exorcismos seja de Transtorno Histérico (ou Histriônico), eles podem acometer pessoas com quaisquer outros transtornos mentais, incluindo as psicoses. Além disso, conforme vimos em Psiquiatria Transcultural, tais rompantes de possessões podem ainda acometer pessoas psiquicamente normais e momentaneamente fragilizadas emocionalmente.

A sociedade costuma ter momentos históricos e circunstâncias que comportam diferentes comportamentos, atitudes e desempenho de seus membros. Autoflagelações, jejuns prolongados, danças que se prolongam até a exaustão, enfim, a sociedade costuma estimular determinados modelos de comportamento e certas sugestões das massas. Por isso, é por demais desejável que o psiquiatra tenha sensibilidade suficiente para distinguir comportamentos e reações impregnados de agravantes e determinantes culturais das doenças mentais francas.

Essa recomendação significa que o psiquiatra deve estar atento para diferenciar o que é interferência da cultura no comportamento e na atitude da pessoa e o que é manifestação de um processo doentio. Por conta disso, Rubim de Pinho chega a desejar que os psiquiatras brasileiros, e baianos em particular, tivessem a capacidade que têm as mães-de-santo mais hábeis e que têm certos líderes espíritas para diferenciar os fenômenos que eles consideram religiosos e nós consideramos culturais, mas que sem dúvida são diferentes daquilo que está descrito na psiquiatria tradicional.

Para esses casos de natureza exuberante pode-se dar o nome de Fenômenos Protoplásticos. Quando há alterações da normalidade (não-normal, estatisticamente), porém, não se pode constatar alguma doença franca, pode-se falar em Fenômeno Protoplástico, ou seja, uma alteração não tão mórbida como ocorreria no processo francamente patológico.

Mas a cultura que estimula uma religiosidade excessiva não costuma favorecer com exclusividade o desenvolvimento de doenças e transtornos emocionais. Se, de fato, as questões culturais e religiosas podem precipitar quadros patológicos, por outro lado, estudiosos do comportamento da modernidade afirmam que a falta de fé, uma das características do mundo atual, estaria também contribuindo para a ocorrência crescente de outros quadros patológicos. Estes, por sua vez, seriam ligados a uma cultura exageradamente individualista (Sloan, 1996; Schumaker, 2001).

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Uso medicinal da maconha.




Especialista em psicofarmacologia Elisaldo Carlini diz que já está mais do que na hora de reconhecer as qualidades médicas da droga no Brasil.

O médico Elisaldo Carlini parece ter uma obsessão como especialista em psicofarmacologia, área que ajudou a difundir no Brasil nos anos 1960 depois de uma passagem de quatro anos pelos Estados Unidos, três deles na Universidade Yale. O foco de seu trabalho é procurar entender como a Cannabis sativa – a maconha – age no organismo humano, seu alvo de pesquisa há 50 anos. Herdou esse interesse de José Ribeiro do Valle, seu professor de farmacologia na Escola Paulista de Medicina na década de 1950. Desde então tem trabalhado no sentido de desmitificar o conceito de que a maconha é uma droga maldita, sem utilidade.

Nas décadas de 1970 e 1980 liderou no Brasil um grupo de pesquisa publicando mais de 40 trabalhos em revistas científicas internacionais. Esses resultados, juntamente com as investigações de outros grupos internacionais, possibilitaram o desenvolvimento no exterior de medicamentos à base de Cannabis sativa utilizados atualmente em vários países do mundo para tratamento da náusea e dos vômitos causados pela quimioterapia do câncer, para melhorar a caquexia (enfraquecimento extremo) de doentes com HIV e câncer e para aliviar alguns tipos de dores. Para ele, já está mais do que na hora de reconhecer o uso medicinal da maconha no Brasil.

Em maio deste ano haverá um simpósio internacional em São Paulo especialmente para tratar dessa questão. Carlini vê grande preconceito contra a maconha, mas aposta que se os pesquisadores insistirem na direção correta, com o apoio da ciência, essa aprovação será obtida algum dia. É preciso ressaltar que esse médico de 79 anos é contra o uso dessa e de outras drogas para fins recreativos.

Carlini tem uma atuação social que, por vezes, ofusca o cientista. Ele é o criador do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) – um importante fornecedor de informações para a formulação de políticas de educação – e da Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos (Sobravime), em 1990. Entre 1995 e 1997 esteve à frente da Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária, órgão predecessor da atual Anvisa, onde enfrentou a espinhosa missão de combater a corrupção no setor. Com sucesso, diga-se. Atualmente está no sétimo mandato como membro do Expert Advisory Panel on Drug Dependence and Alcohol Problems, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Tem seis filhos e cinco netos. Em dezembro, entre uma reunião e outra, Carlini deu a entrevista abaixo.

Qual será a proposta do simpósio internacional sobre maconha, que ocorrerá em maio em São Paulo?

Vamos propor que a maconha seja aceita para uso médico no Brasil. Meu avô se formou médico no fim do século XIX e naquela época já usava um livro de 1888, que guardo até hoje, com a receita da maconha para vários males. Era uma terapêutica corrente no mundo todo, inclusive no Brasil. O simpósio internacional terá o título “Uma agência brasileira da Cannabis medicinal?”. A Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece que a maconha pode ser medicamento – apesar da proibição da Convenção Única de Entorpecentes, de 1961 – desde que os paí-ses oficializem uma agência especial para Cannabis e derivados nos seus ministérios da Saúde. Já há uns 10 países que fazem esse uso: Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Itália, França, Alemanha, Espanha, Suíça, entre outros.

Quando e como o senhor decidiu eleger a maconha como objeto de estudo?

Quando entrei na Escola Paulista de Medicina [a EPM, hoje Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)] em 1952. E como aluno do 2º ano comecei a me interessar pela farmacologia e estagiei com o professor José Ribeiro do Valle. Ele foi o primeiro que fez trabalhos verdadeiramente científicos sobre a Cannabis sativa em animais de laboratório no Brasil.

Quais experimentos?

Ele procurava saber os tipos de reação [comportamental] que os animais apresentam quando submetidos aos efeitos da maconha e queria quantificar a potência dos diferentes tipos dessa planta. Naquela época, a psicologia experimental estava pouco desenvolvida no Brasil. Em 1960 fui para os Estados Unidos com a missão de estudar técnicas mais modernas de neuroquímica e psicologia experimental para introduzir aqui. Foi o que fiz quando retornei, em 1964.

O senhor foi logo depois de acabar a graduação?

Não, me formei em 1957 e trabalhei como assistente voluntário da farmacologia até 1960 com bolsa da Fundação Rockefeller. Foi quando ganhei outra bolsa, mas para ir para os Estados Unidos. Fiquei lá quatro anos e fiz o mestrado na Universidade Yale. Quando voltei não consegui lugar na EPM, apesar dos esforços do Ribeiro do Valle. Fui para a Faculdade de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que começava a funcionar.

Por que o senhor não foi contratado pela EPM?

Não havia vagas. Em 1964 eu era casado, tinha três filhos. Fiquei dois meses na EPM e fui para a Santa Casa, de onde saí em 1970. Foi lá que comecei a fazer de fato meus estudos sobre maconha com testes comportamentais.

Como o senhor voltou para a EPM?

Quando me avisaram que não queriam mais pesquisa na Santa Casa. Como não queria apenas dar aula, fui para a EPM e falei com o diretor, professor Horácio Kneese de Mello. Perguntei se ele aceitava que fosse para lá e desse um curso que não existia lá naquele tempo, de psicofarmacologia, junto ao curso de farmacologia do Ribeiro do Valle. Ele aceitou e prometeu que assim que abrisse a primeira vaga eu seria efetivado. Dois anos depois isso ocorreu. Entrei como professor-adjunto, depois me tornei titular.

Lá o senhor continuou os estudos sobre a maconha?

Continuei no assunto. Quando estudamos a história da maconha, é fácil ver que na proibição de seu uso médico não há nada de científico, e sim de ideológico. Até o início do século XX a maconha era considerada um excelente medicamento. Ela era importada da França na forma de cigarros que se chamavam Grimaldi. Depois, dos anos 1930 em diante, a maconha virou uma droga maldita. O governo egípcio chegou a dizer que ela era uma droga totalmente destruidora, que mereceria o ódio dos povos civilizados. O Brasil participou da criminalização da maconha por meio de uma mentira levada pelo representante brasileiro na Liga das Nações, antecessora da ONU. Em 1925, a Liga das Nações fez a segunda conferência internacional sobre o ópio com 44 países presentes, entre os quais o Brasil. Era para discutir como controlar o ópio, mas o Egito entrou com o tema maconha. E o representante brasileiro, Pedro Pernambuco Filho, disse que ela era mais perigosa que o ópio no nosso país. Isso era, naturalmente, incorreto. Primeiro porque a maconha é muitíssimo menos perigosa que o ópio; segundo, o ópio nunca foi um problema aqui. O resultado disso é que a Liga das Nações condenou a maconha. Depois que a ONU foi criada houve a primeira Convenção Única de Entorpecentes em 1961, assinada por mais de 200 países colocando a Cannabis numa lista, junto com a heroína, como droga particularmente perigosa. É algo que não tem razão científica nos dias de hoje.

De qualquer forma, é indiscutível que a maconha tem efeitos tóxicos.

Claro que tem, como todos os medicamentos. Não existe nenhum remédio em que a bula diga “Não provoca nenhum tipo de problema”. Isso vale para as plantas. Estamos desenvolvendo o programa Planfavi, Planta e Farmacovigilância, e alertamos também para os perigos dos produtos naturais.

Comparado com o cigarro de nicotina, o cigarro de maconha é pior ou melhor?

Tenho dificuldade em dar uma resposta definitiva. Não há dúvida hoje de que o cigarro normal é cancerígeno. Nós sabemos que a maconha tem também substâncias cancerígenas. A folha da maconha é coberta por uma camada de cera que tem naftaleno, antraceno... Se esfregarmos o sarro da maconha na pele de rato, naqueles que nascem sem pelo, o animal passa a ter câncer depois de 50 semanas da administração. Ocorre que não se usa a maconha da mesma forma que o cigarro, com a mesma intensidade e frequência. Outra diferença é que o cigarro tem um efeito bastante sério para o coração. Já a maconha não tem esse problema. Com relação à parte clínica existem demonstrações, segundo vários autores, o que precisa ser confirmado, que o uso da maconha pode facilitar o aparecimento de câncer em certas pessoas se usada de maneira desbragada. Não conseguimos ainda fazer um estudo epidemiológico suficientemente grande como os realizados com o cigarro, em que centenas de milhares de pessoas já foram entrevistadas. Para isso é preciso acompanhar muita gente que use continuamente a maconha e seja suscetível aos efeitos dela.

O senhor é favorável ao uso da maconha como recreação?

Não sou. Não sou favorável a nenhum uso de droga para “dar barato”, que altere a mente sem a real necessidade disso. Mas sou muito favorável ao uso da morfina, por exemplo, como analgésico. Seria um absurdo total proibir o uso da morfina ou do ópio porque podem produzir dependência forte. O que não posso é difundir o uso recreativo da morfina, mas devo difundir, e muito, o uso da morfina como um agente extremamente poderoso para dar qualidade de vida nos momentos finais de um canceroso que morre urrando de dor, por exemplo. No caso da maconha, há relatos científicos dizendo que a droga é uma substância de primeira linha para tratar certas dores. Não dores comuns, como uma dor de cabeça, de dente ou cólica, mas as miopáticas ou neuropáticas, que envolvem músculos e nervos. A esclerose múltipla, por exemplo, provoca esse tipo de dor. E a maconha tem um efeito muito bom para aliviar essas dores. No entanto, aqui no Brasil não se consegue utilizar esse recurso. Em outros países já há esse uso bastante difundido.

Mesmo nos Estados Unidos, que vêm de um período recente muito conservador?

Lá já existe pelo menos um medicamento. Eles sintetizam o delta-9-tetraidrocanabinol (THC), que é o princípio ativo da maconha, e vendem o composto para o mundo inteiro: Marinol é o nome comercial. Foi inicialmente propagandeado para reduzir a náusea e o vômito induzidos pela quimioterapia do câncer. Foi aprovado pela FDA [Food and Drug Administration, agência norte-americana de controle de alimentos e medicamentos] com uso controlado, como deve ser.

E é possível importar o medicamento no Brasil?

É proibido importar e usar. O interessante é que o uso terapêutico antináusea foi descoberto acidentalmente por jovens da Califórnia que tinham leucemia, o câncer sanguíneo. Eles recebiam o quimioterápico e, aos sábados, saíam para se divertir e fumavam maconha. Os jovens passaram a descrever para seus médicos que não sentiam nem náusea nem vômito quando estavam sob o efeito da droga. Os especialistas começaram a investigar, fizeram trabalhos e demonstraram claramente que havia um efeito antinauseante. Mais tarde estudaram outra consequência do uso da maconha, chamada popularmente de larica, a fome exagerada que o sujeito tem depois de fumar. Dessa vez também comprovaram os efeitos e patentearam o medicamento Marinol para a caquexia, a perda exagerada de peso que ocorre no câncer e na Aids.

É possível fazer chá em vez de fumar?

Não, porque os compostos que estão nas folhas não são solúveis. O delta-9-THC é vendido em cápsulas gelatinosas, dada a sua natureza lipídica. Há também um canabinoide sintético, chamado Nabilone, utilizado no Canadá. E acabou de ser lançado também no Canadá e na Inglaterra uma mistura de duas cepas de maconha. Ambas são de Cannabis sativa. Uma delas produz canabidiol, que é o precursor do delta-9-THC. E outra possui alto teor de delta-9-THC. A firma inglesa GW Pharmaceuticals faz dois extratos dessas plantas. A estratégia é misturar os dois, de maneira a ter uma quantidade adequada do canabidiol e do delta-9-THC. Essa mistura foi lançada com o nome comercial de Sativex dentro de uma bombinha, como as de asma, para usar direto na boca. Cada dose libera 5 miligramas do delta-9-THC.

Qual a indicação?

Dores neuropáticas, náusea e vômito da quimioterapia do câncer, caquexia e esclerose múltipla. O interessante é que quem pela primeira vez mostrou que misturando canabidiol com delta-9-THC em determinadas concentrações se modula melhor o efeito da maconha foi o nosso Departamento de Psicofarmacologia da Unifesp. Daqui se originou o trabalho na Inglaterra. Isso é reconhecido internacionalmente. O canabidiol modula o efeito do delta-9-THC, de tal maneira que o delta-9-THC, na presença do canabidiol, gera menos ansiedade e age por um tempo maior.

Quando vocês demonstraram isso?

São estudos da década de 1970 e 1980 com trabalhos publicados na British Journal of Pharmacology, Journal of Pharmacy and Pharmacology e European Journal of Pharmacology, revistas de alto nível. Mas nunca conseguimos tirar nada de positivo desses trabalhos aqui no Brasil para gerar algum produto. Não é prioridade para o país.

Esses trabalhos só serviram para os outros?

Só para o exterior. Foi a mesma coisa com a Maytenus ilicifolia, a espinheira- -santa. Fizemos um trabalho imenso com ela. Mostramos, em animais de laboratório e no homem, que tem um efeito protetor para o estômago. Publicamos muito aqui e no exterior e não conseguimos fazer uma patente. O Japão é que pediu e conseguiu. O que me frustra mais é que no pedido de patente japonês está escrito mais ou menos assim: “... a Maytenus ilicifolia, pertencente à família Celastraceae, é utilizada no folclore brasileiro para o tratamento de úlcera”.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Homeopatia: mais um medicamento em resumo de matéria médica!




Carbo animalis


MENTE:
- Desejo de meditar. Refletir.
- Ilusões auditivas: como se o som viesse de um outro mundo
- Ilusões auditivas: durante meditação.
- Ilusões auditivas: Incapaz de dizer a direção do som.
- Ilusões auditivas: confusão de sons.
- Deseja isolamento, evita a conversação.
- Nostalgia.
- Uma espécia de imobilidade. Imobilizado nas emoções (passadas).
- Medo do escuro, < fechando os olhos.

GENERALIDADES:
- Energia vital depauperada (todos os Carbos).
- Malignidades,
- Câncer: estômago, útero, gânglios,
- Câncer: dor queimante.
- < pequenas perdas vitais. Após barbear-se.
- Suscetível a resfriados e torções leves .
- Enduração dos linfonodos, como pedras (Brom).
- Frio à noite na cama: 1º med.
- Grande debilidade durante a menstruação.

PEITO:
- Nódulos sensíveis em mamas. Enduração de gânglios.

COSTAS:
- Dor queimante em cóccix < sentado.

PELE:
- Úlceras malignas.
- Pletora venosa. Azulada.
- Cicatrices tornam-se dolorosas.

O que é enfisema pulmonar?




Enfisema pulmonar é uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) que se caracteriza pela dilatação dos alvéolos pulmonares e por diminuir a troca oxigênio/dióxido de carbono, que faz parte da respiração normal. É uma doença degenerativa que se desenvolve em razão da inalação de substâncias tóxicas do ar e, sobremaneira, do tabaco. O enfisema leva à perda de elasticidade dos alvéolos pulmonares e destruição dos capilares que os nutrem. Os alvéolos pulmonares, que se expandem na inspiração para admitir o ar e se contraem na expiração para expulsá-lo, colabam durante a expiração e dificultam a saída do ar, causando a sua retenção e limitando as trocas gasosas.

Quais as causas do enfisema pulmonar?

O enfisema geralmente é causado pela inalação de produtos tóxicos oriundos da poluição e, de muito maior incidência, pelo consumo intenso e prolongado de tabaco. Por isso, a primeira pergunta que se deve dirigir a um enfisematoso é se ele é um fumante. A grande maioria desses pacientes são homens a partir dos 50 anos, mas entre eles há também mulheres, em menor proporção.

Quais os sintomas do enfisema pulmonar?

O sintoma principal é a falta de ar (falta de fôlego) e aumento da frequência respiratória. Outros sintomas incluem respiração ofegante, a princípio associada a esforços físicos e posteriormente de forma contínua, hiperventilação e produção de muco. Tosse e chiado no peito embora possam ocorrer não são muito frequentes. Em casos graves ou muito avançados o ventrículo direito do coração, responsável por bombear o sangue venoso para os pulmões, pode mostrar os efeitos de uma circulação cardiopulmonar e de um órgão cardíaco alterados (chamado “cor pulmonale”). Em casos muito graves, pode ocorrer também inchaço dos membros inferiores e ascite.

Como o médico diagnostica o enfisema pulmonar?

Os relatos dos pacientes sempre mencionam falta de ar, que de início é sentida ante a grandes esforços, como subir uma ladeira ou carregar pesos e geralmente revelam uma longa história de tabagismo. À inspeção, o paciente exibe um tórax expandido e arredondado (tórax em barril) e mostra uma respiração ofegante. Exames de raios X e tomografia computadorizada ajudam a fazer o diagnóstico, mostrando um aumento da área pulmonar e uma hiperaeração. Exames bioquímicos do sangue revelam taxas anormais de oxigenação e de acúmulo do gás carbônico. A espirometria (medida da capacidade ventilatória dos pulmões) ajuda na aviação da aeração pulmonar.

Qual o tratamento do enfisema pulmonar?

As lesões alveolares já estabelecidas são irreversíveis. O tratamento consiste em aliviar os sintomas e impedir a progressão da doença. Alguns medicamentos, como os corticoides ou os broncodilatadores, usados por via oral ou por via inalatória, podem produzir melhora parcial dos sintomas. Em casos emergenciais, também podem ser utilizadas medicações injetáveis. Os enfisematosos devem ser ensinados a realizarem suas tarefas com um gasto menor de oxigênio. Muitas pessoas, especialmente aquelas em estágio mais avançado da doença, se beneficiam da oxigenioterapia. Em alguns poucos casos, pode ser realizada uma cirurgia para melhoria da mecânica respiratória.
As infecções pulmonares frequentes nesses pacientes e de mais difícil controle devem ser tratadas com os meios próprios a elas.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Carne vermelha: vilã?




Uma das grandes recomendações dietéticas para longevidade e prevenção dos mais diversos tipos de cânceres, especialmente o colo retal, é a redução do consumo de carnes vermelhas (boi, porco e cordeiro) e carnes processadas (salames, salsichas, mortadela, lingüiças, bacon, presunto, peito de peru).

Você sabe por que esses alimentos, diferente dos peixes e aves, são tão prejudiciais para saúde? Veja algumas evidências:

- Nitritos e nitratos, substâncias usadas em carnes processadas, são potencialmente cancerígenos.

- Carnes vermelhas são ricas em ferro heme (tipo de ferro bem absorvido pelo organismo). Esse ferro pode gerar radicais livres no intestino e danificar as células. Carnes brancas têm menor conteúdo de ferro heme.

- Quando preparadas sob altas temperaturas, substâncias mutagênicas e carcinogênicas são produzidas.

- Carnes vermelhas contêm grande quantidade de gordura saturada e há evidências de que esse tipo de lipídeo tenha forte relação com o aparecimento de certos cânceres.

Diante dessas informações, como consumir carnes vermelhas e processadas sem prejuízo à saúde?

- Reduza a freqüência desse tipo de alimento para cerca de 2 refeições por semana.

- Ao consumi-los escolha porções pequenas.

- Prefira carnes assadas e cozidas às fritas e grelhadas, quando altas temperaturas são atingidas no momento da cocção. A defumação (exemplo do churrasco) também produz substâncias carcinogênicas.

com informações de Camila Freitas

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Para reforçar a memória





A memória é reforçada pela atenção, assim, toda vez que você quiser memorizar algo, como um número de telefone, pro exemplo, faça o possível para prestar atenção. Concentre-se naquilo que você quer “guardar” na memória, para facilitar o processo de memorização.

Memórias são como cartas, como emails, como correspondência. Se você não organizar por assuntos, se não priorizar, se “jogar tudo sobre a mesa”, estará colaborando para não lembrar, para realmente esquecer os assuntos. Quanto mais você organizar seus pensamentos, por temas, por importância, mais facilmente poderá se recordar dos fatos.

Assim, tente fazer sempre uma “ponte” entre o que você quer lembrar, com algo que seja marcante e importante previamente para você.

Quando as situações estão ligadas a fatores emocionais, são mais facilmente guardadas na memória, sejam por conta de situações agradáveis ou desagradáveis. Situações neutras são mais facilmente recordadas quando ligadas a outras que têm apelo emocional de qualquer espécie.

Existem técnicas que facilitam recordar que podem parecer sem importância, mas a ciência vem demonstrando que realmente são efetivas. É o caso de falar em voz audível para a própria pessoa, ou ainda, repetir várias vezes a informação que precisa ser armazenada na memória. São coisas simples que realmente funcionam.

O exercício de leitura, com concentração pronunciada, progressivamente favorece a memória.

Não se conforme dizendo para você mesmo “eu não irei lembrar”, pois estas auto-sugestões infelizmente bloqueiam e realmente impedem memorizar os fatos, as informações.

Então revise várias vezes aquilo que quer lembrar. Isso não é atitude a ser tomada apenas por pessoas com idade avançada, mas inclusive por estudantes jovens que desejam passar em prova ou em vestibular.

Técnicas que tornam o aprendizado agradável também favorecem a memorização. Você certamente irá se lembrar de algo que aprendeu quando assistiu alguma aula ou palestra executada por um professor que fazia a aula ficar mais agradável, usando alguma técnica de memorização que deixava o conteúdo alegre.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Noções sobre memórias

Ivan Pavlov



Nosso cérebro tem uma complexa estrutura capaz de arquivar enorme número de informações, seguindo uma certa hierarquia, como se pode observar no resumo que coloco abaixo:

Memória de longa duração - arquiva informações após alguns instantes até por vários anos. Ela é dividida de modo a se entender suas capacidades, em:

1. Memória declarativa (explícita) = "saber o que", que armazena fatos (como as informações para passar em uma prova) e eventos (como um episódio único - aniversários de pessoas próximas);

2. Memória não declarativa (implícita) = "saber como", que tem vários níveis de armazenamento de informações, a saber:

a. procedural = andar de bicicleta;

b. início = influência de apresentação de elementos = primeiro contato com informações;

c. condicionamento clássico pavloviano (A idéia básica do condicionamento clássico consiste em que algumas respostas comportamentais são reflexos incondicionados, ou seja, são inatas em vez de aprendidas, enquanto que outras são reflexos condicionados, aprendidos através do emparelhamento com situações agradáveis ou aversivas simultâneas ou imediatamente posteriores. Através da repetição consistente desses emparelhamentos é possível criar ou remover respostas fisiológicas e psicológicas em seres humanos e animais. Essa descoberta abriu caminho para o desenvolvimento da psicologia comportamental e mostrou ter ampla aplicação prática, inclusive no tratamento de fobias e nos anúncios publicitários), que se divide em:

c.1. resposta emocional = medo de cobra;
c.2. resposta muscular = piscar os olhos;

d. aprendizado não associativo = hábito e sensibilização = vias reflexas.


Isso é apenas um resumo informativo e não tem qualquer intenção de deixar as informações sobre memória totalmente esclarecidas, ao contrário. A intenção é fazer você se interessar sobre o assunto.

sábado, 15 de outubro de 2011

Queda de cabelo em mulheres: causas!





O cabelo é um símbolo de beleza feminino. Quando os fios vão ficando mais finos, ralos e o couro cabeludo começa a aparecer, as mulheres se preocupam. Segundo dados da Academia Americana de Dermatologia, mais de 100 milhões de mulheres no mundo estão ficando carecas. Se você é uma delas (!), conheça os tratamentos clínicos que podem funcionar. Para os demais casos, há o transplante capilar ou cirurgia de recuperação capilar.


A calvície feminina é multifatorial, ou seja, várias causas podem ser responsáveis pelo problema. A alopécia androgenética (de herança genética), é uma causa frequente de perda de cabelos em mulheres, mas ela é uma dentre várias outras causas a serem consideradas.

O padrão feminino de perda de cabelo raramente progride para a extensa e avançada perda de cabelos que acontece com os homens, com aquelas “entradas” no topo da cabeça. Alguns investigadores acreditam que, embora a calvície tenha causas genéticas em ambos os sexos, genes diferentes podem estar envolvidos ou o funcionamento dos genes que levam à perda de cabelo pode ser diferente em homens e mulheres.

Outras condições que causam a perda de cabelo em mulheres incluem:

• Hipo e hipertireoidismo: perda de cabelo pode ser um sinal precoce da disfunção da glândula tireoide. Esta queda pode ser interrompida ou revertida quando a disfunção da tireóide é tratada de forma adequada.

• Síndrome dos ovários policísticos: uma condição herdada que leva à disfunção dos ovários, causando alterações hormonais. Ela ocorre em cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva.

• Alterações hormonais associadas à gravidez: a perda capilar associada à gravidez é auto-limitada e temporária, geralmente resolvendo-se dentro de alguns meses após o parto.

• Alterações hormonais associadas com a menopausa: a perda de cabelos pode começar com o início da menopausa e ser retardada com tratamento médico adequado para os sintomas desta fase da vida.

• Uso de alguns medicamentos, como alguns usados em tratamento de tumores malignos.

• Vida sedentária ou uma alimentação pobre em nutrientes.

• Infecção por fungos.

• Ruptura do cabelo: pode imitar os cabelos ralos e fazer uma mulher acreditar que ela está perdendo cabelo. Causas comuns de quebra de cabelo incluem excesso de tratamento com produtos químicos que alisam os fios, relaxam ou tingem os cabelos.

• Uma cirurgia plástica facial que altera a configuração da linha do cabelo pode causar uma aparência de perda de cabelo. O transplante de cabelo é uma solução bem sucedida para reparar alterações resultantes de cirurgia estética.

• Alguns penteados que tracionam os fios como tranças apertadas e o hábito de amarrar os cabelos com elásticos podem danificar os folículos capilares e, eventualmente, causar a perda permanente do cabelo. Podem até provocar danos nos tecidos do couro cabeludo deixando cicatrizes neste local.

• Perda de cabelo de outra forma inexplicável pode dever-se a condições como alopecia areata e eflúvio telógeno, que exigem diagnóstico médico.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Os Doze Passos de Alcoólicos Anônimos




Os Doze Passos de A.A. consistem em um grupo de princípios, espirituais em sua natureza que, se praticados como um modo de vida, podem expulsar a obsessão pela bebida e permitir que o sofredor se torne íntegro, feliz e útil. Não são teorias abstratas; são baseadas na experiência dos êxitos e fracassos dos primeiros membros de A.A.

OS DOZE PASSOS

PRIMEIRO PASSO:
Admitimos que éramos impotentes perante o álcool - que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.

SEGUNDO PASSO:
Viemos a acreditar que um Poder superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.

TERCEIRO PASSO:
Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.

QUARTO PASSO:
Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.

QUINTO PASSO:
Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.

SEXTO PASSO:
Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.

SÉTIMO PASSO:
Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.

OITAVO PASSO:
Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.

NONO PASSO:
Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-las significasse prejudicá-las ou a outrem.

DÉCIMO PASSO:
Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.

DÉCIMO PRIMEIRO PASSO:
Procuramos através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que o concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós e forças para realizar essa vontade.

DÉCIMO SEGUNDO PASSO:
Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Síndrome do intestino irritável.





A síndrome do intestino irritável (SII) ou síndrome do cólon irritável é uma condição crônica e recorrente que afeta o trato gastrointestinal (TGI), especialmente o cólon (intestino grosso), provocando diarreia e, às vezes, constipação intestinal.

Aproximadamente 20% das pessoas nos países desenvolvidos têm sintomas da SII em algum momento de suas vidas. A síndrome do intestino irritável é geralmente diagnosticada quando problemas mais sérios como a doença inflamatória intestinal (Doença de Crohn e colite ulcerativa), doença celíaca, infecção por parasitas, câncer ou síndrome de má absorção (intestino não absorve corretamente os nutrientes) foram procurados e não encontrados.

As mulheres são mais acometidas do que os homens.

Quais são as causas?

A síndrome do intestino irritável é chamada de distúrbio funcional porque não existe uma causa física conhecida para seus sinais e sintomas.

Quando procurar um médico?

Toda vez que sintomas gastrointestinais como diarreia, constipação, flatulência ou sensação de plenitude gástrica (empachamento) estiverem presentes e incomodarem está indicado consultar um clínico geral ou um gastroenterologista.

É importante procurar um médico se você também apresenta uma mudança nos seus hábitos intestinais ou sangue nas fezes, pois estes podem ser sinais de graves problemas de saúde, como de câncer de cólon ou reto ou de doença inflamatória intestinal.

Quais são os sinais e sintomas da SII?

• Diarreia.
• Constipação.
• Alternância entre períodos de diarreia e contipação.
• Fezes líquidas (que também podem apresentar muco).
• Dor abdominal em cólicas.
• Sensação de “barriga inchada”.
• Aumento dos gases (flatulência)
. Sensação de esvaziamento incompleto após evacuação.

Intolerância à lactose acontece quando alguns adultos e crianças comem ou bebem produtos lácteos, mas isto é diferente da SII e não faz parte dos seus sintomas.

Como é feito o diagnóstico?

O médico faz uma entrevista com o paciente focando em aspectos como hábitos intestinais, dieta, prática de exercícios físicos e estresse. Durante o exame físico, ele procura por outras causas de problemas gastrointestinais, bem como por outras doenças sistêmicas. Na síndrome do intestino irritável não há alterações no exame físico ou nos exames laboratoriais.

Pode ser necessário solicitar exames complementares como hemograma ou bioquímica do sangue procurando anemia e outras alterações como uma alergia ao glúten. Um exame de fezes com pesquisa de sangue nas fezes também pode ser útil.

Às vezes, o médico pode solicitar uma colonoscopia (usando um instrumento flexível iluminado para olhar para a superfície interna do cólon) ou uma endoscopia digestiva alta, que examina a superfície interna do esôfago, do estômago e do duodeno (primeira parte do intestino delgado).

Biópsias (amostras de tecido enviadas para o laboratório) podem ser realizadas para excluir a possibilidade de câncer, doença celíaca ou doença inflamatória intestinal.

Outros exames podem ser feitos, incluindo radiografias do TGI, procurando causas de diarreia ou prisão de ventre, e tomografia computadorizada (TC) para avaliar a dor abdominal persistente.

Existe tratamento para a SII?

Primeiramente o médico deve esclarecer o paciente sobre a sua condição e sobre a evolução benigna da doença. A SII não progride para nenhuma doença grave.

Algumas mudanças na dieta podem ajudar, como a remoção de alimentos que pioram os sintomas da SII. Estes alimentos devem ser observados e identificados pelo próprio paciente, pois há grande variação individual. A síndrome do intestino irritável é muitas vezes agravada pela ingestão de grandes refeições, alimentos ricos em gorduras, álcool, chocolate ou bebidas cafeinadas. Comer refeições menores e de maneira mais frequente pode aliviar os sintomas desta síndrome.

Redução do estresse pode ajudar a aliviar os sintomas, assim como a prática de atividades físicas regulares.

O tratamento da ansiedade e da depressão, caso eles estejam presentes, pode ajudar no manejo dos sintomas da SII.

Os medicamentos usados para tratar os sintomas de SII incluem suplementos de fibras, medicamentos antiespasmódicos (reduzem a circulação dentro do cólon e aliviam a dor e o inchaço), medicamentos antidiarreicos ou laxantes para a obstipação. Em alguns casos, o uso de certos antidepressivos tricíclicos pode ajudar a aliviar os sintomas.

Há indicação de uso da Sulfasalazina (Pertence ao grupo dos salicilatos e sulfamidas) como auxiliar no tratamento da SII. Os produtos comerciais a venda mais conhecidos são: Mesacol, Azufrin e Salazoprin.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Bulimia: um pouco de informações.




A primeira descrição de bulimia nervosa foi elaborada por Russel1, em 1979, quando descreveu os casos de 30 pacientes com peso normal, medo intenso de engordar, episódios de compulsão alimentar periódica repetidos e atos purgativos consequentes, nomeadamente o vômito autoinduzido.

Nessa primeira descrição, Russel considerava ainda a bulimia nervosa como uma variação da anorexia nervosa. Contudo, em 1991, Fairburn assumiu esse transtorno de forma autônoma, verificando que apenas de 20% a 30% das pacientes bulímicas apresentavam uma história progressiva de anorexia nervosa, em geral de curta duração.

Poucos anos mais tarde, e sensível a inúmeros estudos epidemiológicos, a American Psychiatric Association incorporou, na IV edição do Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais, uma nova seção ao espectro dos transtornos alimentares, a EDNOS (Eating Disorders Not Otherwise Specified), na qual se integra o transtorno da compulsão alimentar periódica.

Como principal característica do transtorno da compulsão alimentar periódica encontra-se a ingestão repetida de grande quantidade de alimentos (binge), acompanhada pela sensação de perda de controle sobre o ato de comer. Associada a essa compulsão alimentar periódica, surge a sensação de mal-estar significativo, distress e, de acordo com estudos empíricos, aumento significativo de peso, obesidade e alta comorbilidade com outros transtornos psicológicos.

Por seu turno, os indivíduos identificados com bulimia nervosa, apesar de partilharem do critério de compulsão alimentar periódica com o transtorno anterior, apresentam ainda métodos compensatórios recorrentes, com o intuito de prevenir o aumento de peso: uso de laxantes, vômito, recursos diuréticos ou exercício físico exagerado.

Estudos epidemiológicos demonstram que os transtornos alimentares (anorexia nervosa, bulimia nervosa e suas variantes) são quadros psiquiátricos que têm impacto principalmente em adolescentes e jovens adultos do sexo feminino, levando a prejuízos biopsicossociais significativos e com elevadas taxas de mortalidade e morbilidade.

Os mesmos estudos demonstram consistentemente que de 1% a 3% de adolescentes do sexo feminino apresentam diagnóstico - ou comportamentos suscetíveis de diagnóstico - de bulimia nervosa; estima-se que 1% da população geral preencha critérios para um transtorno da compulsão alimentar periódica.

Para dar resposta a esses valores e às consequências físicas, psicológicas e sociais desses transtornos, foram desenhadas inúmeras psicoterapias e diversos estudos relativos à sua eficácia. Chen e Linehan, apoiando-se, sobretudo, nos dados que informam que os atuais tratamentos para a bulimia nervosa e para o transtorno da compulsão alimentar periódica são eficazes, a longo prazo, em apenas 50% dos pacientes com esses transtornos, defendem o desenvolvimento de uma Terapia Comportamental Dialética para esses transtornos.

Os mesmos autores insistem ainda no recurso dessa terapia para esse tipo específico de paciente, pelo fato de esses transtornos envolverem dificuldades na regulação afetiva e por esses indivíduos apresentarem escassas competências nessa área, apesar da "aparente competência" em outras áreas da sua vida, dimensões pouco exploradas por outras terapias de relativa eficácia.

A terapia comportamental dialética (TCD) assenta em princípios cognitivo-comportamentais multimodais e foi originalmente desenhada para o tratamento do transtorno de personalidade borderline, sendo a sua aplicação terapêutica conduzida sob a alçada de uma epistemologia (ramo da filosofia que trata dos problemas filosóficos relacionados com a crença e o conhecimento) dialética e as estratégias aplicadas de cariz comportamental.

Atualmente, a American Psychiatric Association assume a TCD como o tratamento de regulação afectiva mais eficaz e empiricamente suportado para esse tipo de transtorno.

A lógica dialética nesse transtorno envolve a aceitação dos pacientes nas suas atuais dificuldades - por exemplo, pelo recurso a estratégias como o mindfullness (algo como "preenchimento da mente"), ao mesmo tempo que faz uso das suas competências para a modificação dos comportamentos desajustados - por meio de um componente didático, análise metódica e interativa das cadeias comportamentais, entre outras estratégias comportamentais.

Apesar de inicialmente ter sido desenvolvida para subgrupos específicos de pacientes com transtorno de personalidade borderline (por exemplo, pacientes com risco acrescido de comportamentos suicidas ou dependentes de substâncias), estudos recentes demonstram a eficácia da TCD para populações diagnosticadas com transtorno de personalidade borderline comórbidas a perturbações alimentares ou com um diagnóstico único de transtorno alimentar em adultos ou adolescentes, ou para outras populações sem diagnóstico no eixo II25-27 (referente ao código internacional de doenças).

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Úlceras do Aparelho Digestório




A úlcera péptica é uma ferida bem definida, redonda ou oval, causada porque o revestimento gástrico ou duodenal sofreu digestão ou erosão pelo ácido gástrico e sucos digestivos. Uma úlcera rasa é denominada erosão. A pepsina é uma enzima que atua em conjunto com o ácido clorídrico (produzido pelo revestimento gástrico) na digestão dos alimentos, especialmente das proteínas. As úlceras pépticas desenvolvem-se no revestimento do trato digestivo exposto ao ácido e às enzimas digestivas, principalmente o estômago e o duodeno. Os nomes das úlceras identificam as suas localizações anatômicas ou as circunstâncias nas quais essas lesões se desenvolveram.

As úlceras duodenais, o tipo mais comum de úlcera péptica, localizam-se no duodeno, nos primeiros centímetros do intestino delgado imediatamente após o estômago. As úlceras gástricas, menos comuns, localizam-se comumente ao ao longo da parte alta da curvatura do estômago. Se uma porção do estômago for removida cirurgicamente, pode ocorrer o desenvolvimento de úlceras marginais na área onde o estômago remanescente foi reconectado ao intestino. A regurgitação repetida do ácido gástrico para a porção inferior do esôfago pode causar inflamação (esofagite) e úlceras esofágicas. As úlceras que ocorrem devido ao estresse de uma doença grave, de queimaduras extensas ou de um traumatismo importante são denominadas úlceras de estresse.

Causas

Uma úlcera é formada quando ocorrem alterações dos mecanismos de defesa que protegem o duodeno ou o estômago contra o ácido gástrico (p.ex., alteração da quantidade de muco produzido). As causas das alterações desses mecanismos de defesa não são conhecidas. Praticamente todos os indivíduos produzem ácido gástrico, mas somente um em cada dez indivíduos apresenta úlceras. Pessoas diferentes produzem quantidades diferentes de ácido gástrico e o padrão individual de secreção tende a persistir durante toda a vida. De fato, os lactentes podem ser identificados como secretores do tipo baixo, médio ou alto.

Os secretores do tipo alto apresentam uma maior tendência a desenvolver úlceras pépticas que os secretores do tipo baixo. Entretanto, geralmente, os indivíduos com secreção abundante nunca desenvolvem úlceras e outros, com secreção baixa, o fazem. Obviamente, existem outros fatores envolvidos além da secreção de ácido gástrico. Muitos indivíduos com úlceras duodenais apresentam a bactéria Helicobacter pylori no seu estômago e essas bactérias são consideradas atualmente uma causa importante de úlceras pépticas. Ainda não se sabe com certeza como essas bactérias contribuem para o surgimento das úlceras.

No entanto, presume-se que elas poderiam interferir nas defesas normais contra o ácido gástrico ou poderiam produzir uma toxina que contribui para a formação das úlceras. As úlceras duodenais quase nunca são cancerosas. As úlceras gástricas diferem das duodenais pelo fato de tenderem a ocorrer mais tardiamente. Determinados medicamentos (particularmente a aspirina, o ibuprofeno e outros antiinflamatórios não-esteróides) causam erosões e úlceras gástrica especialmente em idosos. Essas erosões e úlceras tendem a cicatrizar quando as drogas são interrompidas e provavelmente não retornarão, exceto se o indivíduo recomeçar a utilizar algum desses medicamentos. Algumas úlceras gástricas cancerosas (malignas) também cicatrizam, tornando difícil diferenciá-las das úlceras gástricas não cancerosas, como aquelas causadas por determinados medicamentos.

Complicações das Úlceras Pépticas

A maioria das úlceras podem ser curadas sem maiores complicações. No entanto, em alguns casos, as úlceras pépticas podem evoluir para complicações potencialmente letais como, por exemplo, a penetração, a perfuração, a hemorragia e a obstrução.

Penetração
A úlcera pode atravessar a parede muscular do estômago ou do duodeno e penetrar num órgão maciço adjacente (p.ex., fígado ou pâncreas). Isto causa uma dor persistente, penetrante e intensa, a qual pode ser percebida fora da área envolvida (p.ex., as costas podem doer quando uma úlcera duodenal penetra no pâncreas). A dor pode aumentar com a mudança de posição. Se o tratamento medicamentoso não conseguir curar a úlcera, a cirurgia poderá ser necessária.

Perfuração
As úlceras da superfície da face anterior do duodeno ou, menos comumente, do estômago, podem atravessar a parede, criando uma abertura para a cavidade abdominal. A dor resultante é súbita, intensa e constante. Ela dissemina-se rapidamente por todo o abdômen. O indivíduo pode sentir dor em um ou em ambos os ombros e esta dor pode aumentar com a respiração profunda. A mudança de posição exacerba a dor e, por essa razão, o indivíduo freqüentemente tenta manter-se imóvel. À palpação, o abdômen é sensível e a sensibilidade aumenta quando o médico palpa profundamente e libera a pressão de forma súbita. (Os médicos denominam esse sintoma de “sensibilidade de rebote”.) Os sintomas podem ser menos intensos nos indivíduos idosos, naqueles que fazem uso de corticosteróides ou nos doentes graves. A febre indica infecção no abdômen. Se a condição não for tratada, o doente pode entrar em choque. Esta situação de emergência exige cirurgia imediata e a administração de antibióticos por via intravenosa.

Sangramento (hemorragia)
O sangramento é uma complicação comum das úlceras, mesmo quando elas são indolores. O vômito de sangue vermelho vivo ou de grumos de cor castanho-avermelhado de sangue parcialmente digerido (semelhante à borra de café) e a eliminação de fezes pretas ou sanguinolentas podem ser sintomas de uma úlcera hemorrágica. Este tipo de sangramento também pode ser decorrente de outros problemas gastrointestinais, mas o médico começa a sua investigação buscando a fonte de sangramento no estômago e no duodeno.

Excetuando-se quando o sangramento é maciço, o médico realiza uma endoscopia (exame utilizando um tubo de visualização flexível). Se for detectada uma úlcera hemorrágica, o endoscópio pode ser utilizado para cauterizá-la. Se a origem do sangramento não for detectada e este não for grave, o médico pode tratar o paciente com medicamentos antiulcerosos (p.ex., antagonistas H2 e antiácidos). Para que o trato gastrointestinal possa repousar, também pode ser realizada a administração de líquido intravenoso e o jejum por boca. Se o sangramento for maciço ou persistente, o médico pode usar o endoscópio para injetar uma substância que provoque a coagulação. Se essa medida não for bem sucedida, a cirurgia é necessária.

Obstrução
O edema de tecidos inflamados ao redor de uma úlcera ou a cicatrização decorrente da reativação de úlceras prévias podem provocar a estenose do duodeno. Um indivíduo com esse tipo de obstrução pode vomitar repetidamente, regurgitando freqüentemente grandes volumes de alimento ingeridos horas antes. A sensação de mal estar com o estômago incomumente cheio depois de ter se alimentado, a distensão abdominal e a falta de apetite são sintomas freqüentes de obstrução. Ao longo do tempo, o vômito pode causar perda de peso, desidratação e desequilíbrio dos minerais do organismo. Na maioria dos casos, o tratamento da úlcera alivia a obstrução, mas as obstruções graves podem exigir uma correção endoscópica ou cirúrgica.

Sintomas

A úlcera típica tende a cicatrizar e a recorrer. Os sintomas podem variar de acordo com a localização da úlcera e a idade do indivíduo. As crianças e os idosos podem não apresentar os sintomas habituais ou podem ser assintomáticos. Nesses casos, as úlceras são descobertas apenas quando ocorrem complicações. Apenas metade dos indivíduos com úlceras duodenais apresenta sintomas típicos: corrosão, queimação, dor na região, sensibilidade, uma sensação de vazio e fome. A dor tende a ocorrer quando o estômago encontra-se vazio. Geralmente, a úlcera não dói quando o indivíduo acorda, mas ela inicia no meio da manhã.

A dor é constante, de intensidade leve ou moderada e localiza-se em uma área específica, quase sempre logo abaixo do esterno. Geralmente, a ingestão de leite, a alimentação ou o uso de antiácidos alivia a dor. No entanto, ela normalmente retorna duas ou três horas mais tarde. É comum o indivíduo apresentar uma dor que o desperta do sono em torno de 1 ou 2 horas da madrugada. Com freqüência, a dor manifesta-se uma ou mais vezes por dia ao longo de uma ou mais semanas, podendo desaparecer sem tratamento.

Entretanto, a dor comumente recorre, freqüentemente nos dois primeiros anos e, ocasionalmente, após vários anos. Geralmente, os indivíduos desenvolvem padrões e, freqüentemente, aprendem pela experiência quando pode ocorrer uma recorrência (comumente na primavera e no outono e durante períodos de tensão). Os sintomas das úlceras gástricas freqüentemente não seguem o mesmo padrão das úlceras duodenais. A alimentação pode causar dor ao invés de aliviá-la.

As úlceras gástricas apresentam maior probabilidade de causar edema do tecido gástrico que se abre para o duodeno, o que pode impedir que o alimento saia facilmente do estômago. Isto pode causar distensão abdominal, náusea ou vômito após a alimentação. Na esofagite ou nas úlceras esofágicas, o indivíduo normalmente sente dor ao deglutir ou ao se deitar. Sintomas mais graves surgem quando ocorrem complicações de úlceras pépticas como, por exemplo, sangramento ou perfuração.

Diagnóstico

O médico pensa em úlcera quando alguém apresenta uma dor gástrica característica. Podem ser necessários alguns exames para o estabelecimento do diagnóstico, pois o câncer gástrico pode causar sintomas parecidos. Além disso, quando úlceras graves resistem ao tratamento (particularmente quando o paciente apresenta várias úlceras ou quando essas lesões encontram-se em locais incomuns), o médico pode suspeitar de outros distúrbios subjacentes que fazem com que o estômago produza ácido em excesso. Para ajudar no diagnóstico de úlceras e identificar a sua causa subjacente, o médico pode utilizar a endoscopia, estudos radiográficos contrastados, a análise gástrica e exames de sangue.

A endoscopia é um procedimento ambulatorial no qual o médico passa um tubo flexível e longo para visualização (endoscopia) através da boca e examina diretamente o interior do estômago. Como as úlceras são quase sempre visíveis através do endoscópio, muitos médicos utilizam endoscopia como primeiro procedimento diagnóstico. A endoscopia é mais confiável que as radiografias na detecção de úlceras duodenais e da parede posterior do estômago. Ela também é mais confiável quando o paciente já foi submetido a uma cirurgia gástrica.

No entanto, mesmo um endoscopista experiente pode deixar de detectar 5 a 10% das úlceras gástricas e duodenais. Com um endoscópio, o médico realiza uma biópsia (obtenção de amostras de tecido para exame ao microscópio) para determinar se uma determinada úlcera gástrica é cancerosa. O endoscópio também é utilizado para interromper o sangramento de uma úlcera. Os estudos radiográficos contrastados do estômago ou do duodeno, utilizando o bário, são úteis quando a endoscopia não revela uma úlcera.

Contudo, as radiografias podem não detectar até 20% das úlceras pépticas. A análise gástrica é um procedimento no qual é realizada a aspiração de líquido diretamente do estômago e do duodeno, o que permite a mensuração da quantidade de ácido. Esse procedimento é efetuado apenas quando as úlceras são graves ou recorrentes ou se uma cirurgia estiver programada. Os exames de sangue não conseguem detectar uma úlcera, mas o hemograma pode revelar a presença de uma anemia decorrente de uma úlcera hemorrágica. Outros exames de sangue podem detectar a presença do Helicobacter pylori.