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sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Fraude na saúde



O Ministério Público de São Paulo informou que 272 promotores da cidadania vão investigar todos os contratos entre hospitais estaduais e empresas fornecedoras de materiais médicos. O trabalho é continuidade da Operação Parasitas, que prendeu cinco empresários suspeitos de fraudar licitações de materiais e insumos médico-hospitalares.

Segundo o Ministério Público, as licitações fraudadas nos últimos quatro anos, apenas para o governo do Estado, ultrapassaram o valor de R$ 56 milhões. Em alguns casos, os preços seriam superfaturados em mais de 400%. O governo de São Paulo informou que a quadrilha causou prejuízos aos cofres públicos de mais de R$ 100 milhões.

Segundo as investigações da Operação Parasitas, os empresários participavam de licitações e, mediante pagamento de propina a agentes públicos, conseguiam eliminar concorrentes do pregão e anular eventuais recursos. Em alguns casos, essas empresas já chegavam ao pregão com um vencedor pré-estabelecido e, além de superfaturar os valores das vendas, entregavam materiais de qualidade duvidosa e em quantidade inferior àquela estabelecida pelo edital.

Contratos com prefeituras
Na próxima semana, o Grupo de Atuação Especial e Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de São Paulo vai acionar a unidade do Vale do Paraíba para investigar agentes políticos supostamente envolvidos em casos de corrupção. Um dos focos da investigação serão os contratos entre a Home Care Medical e prefeituras da região.

Em Taubaté, a prefeitura mantém desde fevereiro de 2003 um contrato com a empresa para o fornecimento de medicamentos. Já em Caçapava, o contrato foi firmado com a prefeitura em outubro de 2006.

A Prefeitura de Caçapava informou, por meio de sua assessoria, que o contrato com a Home Care está regular e foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP). O diretor de Saúde de Taubaté, Pedro Henrique Silveira, afirmou que são feitas freqüentemente auditorias nas faturas da empresa e não foram encontradas irregularidades.

Descoberto vírus que provoca febre hemorrágica letal.



Um novo vírus, que provoca febre hemorrágica letal, foi descoberto pelo Instituto Nacional de Doenças Infecciosas (NICD) de Johanesburgo, após quatro pessoas terem morrido em decorrência de contágio com o patógeno nas últimas semanas, na África do Sul.

O novo arenavírus, que ainda não tem nome, é diferente de outros descobertos na América do Sul e na África e tem "identidade própria". Este novo vírus se soma aos cerca de 100 que afetam os homens e que foram descobertos nas últimas três décadas, dos quais em torno de 75, entre eles o HIV, que provoca a aids, procedem de animais.

O primeiro caso detectado deste novo arenavírus foi o de uma mulher, Cecilia van Deventer, que morreu na África do Sul, para onde foi levada a partir da Zâmbia para receber tratamento.

Uma enfermeira que viajou em um pequeno avião com Cecilia no trajeto de Lusaka a Johanesburgo, uma freira que a atendeu no hospital sul-africano onde foi internada e uma faxineira do centro médico morreram posteriormente em decorrência do mesmo arenavírus.

É... a humanidade vai enfrentando seus problemas e gerando aperfeiçoamentos progressivos e possíveis. Onde vai ser a próxima Copa do Mundo, mesmo? Ah! Na África do Sul! Lembrei! Bem interessante.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Bico de papagaio: tem que pedir autorização do IBAMA???



Conhecida popularmente por bico de papagaio, a osteofitose é uma formação óssea anormal muito freqüente, produzida na proximidade das articulações das vértebras.

O problema é responsável por dores fortes na região afetada e limitações de movimentos. Atinge, em sua maioria, pessoas acima de 50 anos, mas pode acontecer em qualquer idade, após erros de postura ou traumas sucessivos na coluna.

Sedentarismo, má postura, falta de cuidados com a coluna e sobrepeso são as causas mais comuns do bico de papagaio. No entanto, pessoas que sofreram fratura e ficaram com a articulação desalinhada são sérias candidatas a desenvolverem o problema.

Quem vive sentando torto, carrega peso erradamente, pratica esportes sem preparo, é candidato à formação de bicos de papagaio!

RPG (reeducação postural global) e Pilates, técnicas de fisioterapia, podem auxiliar na recuperação e manutenção de vida normal para quem sofre de osteofitoses e suas conseqüentes dores.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Surto psicótico



Caracterizado pela perda da noção de realidade e por uma desorganização do pensamento, o surto psicótico pode ser causado por doenças como a esquizofrenia, por um trauma muito grande ou pelo uso de drogas, a exemplo da cocaína.

É durante um surto psicótico que ocorre uma perda de realidade, onde não há diferenciação entre o mundo real e o imaginário da pessoa. Quando a pessoa está em uma crise psicótica, ela confunde os pensamentos internos dela com o mundo real. Ela não consegue distinguir o que são os pensamentos dela e o que realmente está acontecendo no mundo.

Em alguns casos há ainda uma ruptura muito intensa no contato com amigos e com a própria pessoa. O indivíduo começa a não se reconhecer e a não reconhecer o outro. Ele não entende a situação que está vivendo no momento, mesmo que esta seja muito intensa para ele.

Os dois principais sintomas do surto psicótico são os delírios e alucinações.

Quando está em surto, o indivíduo não deixa de estar consciente, mas ele vê a realidade de uma maneira distorcida.

Um caso freqüente entre indivíduos em surto é sensação constante de estarem sendo perseguidos. O paciente pode achar, por exemplo, que está sendo ameaçado ou mesmo perseguido. É uma sensação muito real e intensa. Nesses casos, o indivíduo pode até mesmo cometer atos de violência contra pessoas próximas.

A duração de uma crise psicótica varia de acordo com suas causas, e seu tratamento pode variar de acompanhamento médico ao uso de remédios.

Sob um estresse muito grande, a pessoa pode ter um surto psicótico que dure apenas horas. Esse tipo de crise, se tratada, pode não voltar a acontecer.

No entanto, em sua maioria, os surtos duram, no mínimo, algumas semanas. Casos de surtos breves e causados por um estresse muito elevado são muito raros.

Algumas vezes a crise pode estar relacionada a doenças genéticas, quadros de depressão ou de origem orgânica.

É importante salientar que casos de crise psicótica causadas por um trauma muito brutal ocorrem geralmente em pessoas de personalidade sensível, que sempre foram tímidas e quietas, por exemplo.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Toxoplasmose



Sinônimo: Doença do gato.

Trata-se de doença infecciosa causada por um protozoário chamado Toxoplasma gondii.

Este protozoário é facilmente encontrado na natureza e pode causar infecção em grande número de mamíferos e pássaros no mundo todo.

A infecção nos humanos é assintomática em 80 a 90 % dos casos, isto é, não causa sintomas, e pode passar desapercebida naqueles pacientes cuja imunidade é normal. As defesas imunológicas da pessoa normal podem deixar este parasita “inerte” no corpo (sem causar dano algum) por tempo indeterminado.

No entanto, quando esta pessoa tornar-se imunodeprimida (com as defesas imunológicas diminuídas) por qualquer razão (AIDS, secundária a remédios usados para transplantados ou mesmo após uma doença muito debilitante) os sintomas e a doença toxoplasmose pode se manifestar.

Outro período particularmente de risco para se adquirir a infecção é durante a vida intra-uterina, da gestante para o feto (transmissão vertical). O feto pode ter afetada a sua formação quando contaminado.

Como se adquire a doença?

De quatro formas:

Por ingestão de cistos presentes em dejetos de animais contaminados, particularmente gatos, que podem estar presentes em qualquer solo onde o animal transita. Mais comum no nosso meio.

Por ingestão de carne de animais infectados (carne crua ou mal-passada), mais comum na Ásia.

Por transmissão intra-uterina da gestante contaminada para o feto (vertical).

Uma quarta forma de transmissão pode ocorrer através de órgãos contaminados que, ao serem transplantados em pessoas que terão que utilizar medicações que diminuem a imunidade (para combater a rejeição ao órgão recebido), causam a doença.

O que se sente?

Aqui precisamos fazer distinção entre:

pessoas “imunocompetentes“ (com imunidade normal), e

pessoas “imunodeprimidos“ (com a imunidade diminuída).

Naquelas pessoas que possuem a imunidade preservada ocorrem sintomas somente em 10% dos casos. Nestes casos a principal manifestação é a presença de linfonodos ou gânglios linfáticos aumentados : são as chamadas ínguas, que podem ocorrer em qualquer lugar do corpo onde existam gânglios (regiões inguinal, axilar, pescoço, etc), mas mais freqüentemente acometem o pescoço. Os gânglios ficam perceptíveis a simples visualização ou a palpação e são indolores. As manifestações podem ficar restritas a isto e são auto-limitadas, isto é, desaparecem espontaneamente.

No entanto alguns pacientes podem apresentar febre, dores nos músculos e articulações, cansaço, dores de cabeça e alterações visuais, quando ocorre comprometimento da retina (camada que reveste a face interna e posterior do olho que é rica em terminações nervosas sensíveis a luz), dor de garganta, surgimento de pontos avermelhados difusos por todo o corpo - como uma alergia, urticária e aumento do fígado e do baço; menos comumente ocorre inflamação do músculo do coração. Dores abdominais podem ocorrer quando houver comprometimento dos gânglios da região posterior do abdômen. Apesar de, na maioria das vezes estes gânglios desaparecerem espontaneamente, em alguns casos podem durar meses, bem como o cansaço e a fadiga.

Uma forma menos benigna de acometimento dos pacientes com imunidade normal é a já citada inflamação da retina (corioretinite).

Ela acontece no mais das vezes como decorrência da contaminação na vida fetal, manifestando-se na adolescência ou quando adulto jovem, raramente após os quarenta, mas pode - com muito menos freqüência - ocorrer na infecção aguda.

As pessoas com estes quadros apresentam visão borrada e pontos cegos no campo visual que podem permanecer ou até levar à cegueira do olho comprometido se não adequadamente tratado.

Após uma fase aguda de infecção, seja com manifestações mínimas (ínguas) ou não, a doença fica latente, como se estivesse “adormecida” assim permanecendo para sempre ou podendo reapresentar-se mais adiante espontaneamente ou como decorrência de uma queda do nível de imunidade.

A apresentação desta doença naqueles com imunidade diminuída, como já se poderia imaginar é muito mais agressiva. Particularmente mais comum neste grupo são os pacientes contaminados pelo vírus HIV-1 (vírus que causa a síndrome da imunodeficiência adquirida, SIDA ou AIDS em inglês).

Em geral também ocorre por reativação de infecção latente.

Os sintomas nestes casos são manifestações de comprometimento do cérebro, pulmões, olhos e coração.

A apresentação mais comum decorre do comprometimento cerebral manifesta por dores de cabeça, febre, sonolência, diminuição de força generalizada ou de parte do corpo (metade direita ou esquerda) evoluindo para diminuição progressiva da lucidez até o estado de coma.

Se não tratados, estes casos evoluem para uma rápida progressão e morte.
Como se faz o diagnóstico?

Por se tratar de doença com sintomas muito inespecíficos e comuns a muitas outras, o diagnóstico geralmente é feito por médicos com experiência na área. A confirmação do diagnóstico é feito por diversos testes sangüíneos, Os mais comuns são os que detectam a presença de anticorpos no sangue contra o Toxoplasma gondii.

Tratamento

A necessidade e o tempo de tratamento serão determinados pelas manifestações, locais de acometimento e principalmente estado imunológico da pessoa que está doente.

São três as situações:

Imunocompetentes com infecção aguda:
- Somente comprometimento gânglionar: em geral não requer tratamento.
- Infecções adquiridas por transfusão com sangue contaminado ou acidentes com materiais contaminados, em geral são quadros severos e devem ser tratados.
- Infecção da retina (corioretinite): devem ser tratados.

Infecções agudas em gestantes:
- Devem ser tratadas pois há comprovação de que assim diminui a chance de contaminação fetal
- Com comprovação de contaminação fetal: necessita tratamento e o regime de tratamento pode ser danoso ao feto, por isso especial vigilância deve ser mantida neste sentido.

Infecções em imunocomprometidos:
- Estas pessoas sempre devem ser tratadas e alguns grupos, como os contaminados pelo vírus HIV-1, devem permanecer tomando uma dose um pouco menor da medicação que usaram para tratar a doença por tempo indeterminado. Discute-se, neste último caso a possibilidade de interromper esta manutenção do tratamento naqueles que conseguem recuperação imunológica com os chamados coquetéis contra a AIDS.

Como se previne?

Como a principal forma de contaminação é via oral, de uma forma geral a prevenção deve ser feita:

Pela não ingestão de carnes cruas ou mal-cozidas.

Comer apenas vegetais e frutas bem lavados em água corrente.

Evitar contato com fezes de gato.

As gestantes, além de evitar o contato com gatos, devem submeter-se a adequado acompanhamento médico (pré-natal). Alguns países obtiveram sucesso na prevenção da contaminação intra-uterina fazendo testes laboratoriais em todas as gestantes.

Em pessoas com deficiência imunológica a prevenção pode ser necessária com o uso de medicação dependendo de uma análise individual de cada caso.

SINUSITE



Sinusite é uma doença com base inflamatória e/ou infecciosa que acomete as cavidades existentes ao redor do nariz. Estas deveriam comunicar-se com as fossas nasais sem impedimentos! São cavidades revestidas por uma mucosa que necessita ventilação para a manutenção da normalidade na região.

Após infecção viral, inflamação de origem alérgica ou por poluentes, a mucosa da região nasal aumenta de volume e obstrui a comunicação destas cavidades com as fossas nasais. Esta obstrução acarreta o início da colonização por germes e fungos que estão presentes na região, mas não encontravam condições favoráveis ao seu crescimento.

A doença pode gerar sensação de "peso na face", corrimento nasal, dores de cabeça, sensação de mau cheiro oriunda do nariz ou da boca e obstrução nasal com eventuais espirros.

O diagnóstico é feito através da história que o paciente relata, exame físico da região e de exames radiológicos eventualmente necessários.

O tratamento é feito com analgésicos, medicamentos para melhorar a permeabilidade nasal e antibióticos específicos aos germes que forem encontrados na região. Trata-se com medicamentos antifúngicos as infecções fúngicas sinusais.

O tratamento é feito com analgésicos, medicamentos para melhorar a permeabilidade nasal e antibióticos específicos aos germes que forem encontrados na região. Trata-se com medicamentos antifúngicos as infecções fúngicas sinusais.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Os primeiros sinais da depressão



A depressão que dói no corpo: dor de barriga, nas têmporas, nas costas, esses podem ser os primeiríssimos sinais de que alguém está prestes a mergulhar de cabeça em um quadro depressivo.

Há boas chances de um sintoma físico aparecer muito antes de a tristeza profunda ficar estampada na cara da vítima de depressão e ela não conseguir mais esconder sua perda de interesse pelo mundo exterior.

Hoje já se sabe: o quadro depressivo tende a emergir na forma dos mais diversos tipos de dor no corpo. E não confunda isso com um processo de somatização, em que distúrbios emocionais produzem mal-estar orgânico. Nada disso. Não se trata de algo como uma sugestão da mente entristecida sobre o organismo.

Trata-se, sim, de um fenômeno eminentemente bioquímico. Os circuitos que a depressão ativa são íntimos de regiões do sistema nervoso, inclusive o autônomo, que comanda o funcionamento dos órgãos. Cerca de 60% dos casos da doença são associados a males orgânicos, a maioria deles acompanhada de dor.

De que maneira uma alteração na massa cinzenta repercute no corpo e, ao mesmo tempo, interfere na alegria de viver? Os cientistas apontam o dedo acusador para o mau funcionamento da serotonina, da noradrenalina e da dopamina.

O trio de neurotransmissores, fundamental na regulação do humor, circularia com menos eficiência entre os neurônios de um deprimido e isso dificultaria a transmissão de milhares de mensagens químicas. E aí, em um efeito dominó, outras falhas de comunicação apareceriam.

A ausência dessas substâncias prejudica diversas áreas, inclusive as responsáveis por inibir dores.

O sistema imunológico é outro afetado. Os deprimidos correm um risco três ou quatro vezes maior de adoecer. Também pode acontecer de uma série de doenças aproveitar a brecha criada pelos neurotransmissores.

Ou seja, quem de repente passa a ficar doente com muita freqüência não deve se conformar com a velha explicação: ah, isso é estresse. É preciso refletir se não existe algo mais profundo (e tristonho) por trás.

O sono é mais um que acusa prejuízos quando o cérebro está deprimido. Sabe-se que a ausência de serotonina atrapalha o adormecer, mas esse não é o único ponto. O desbalanceamento químico por trás do transtorno emocional afeta todo o ciclo circadiano, ou seja, o relógio que regula o funcionamento do organismo ao longo das 24 horas. Assim, a pessoa perde a sincronia com o meio ambiente, afetando a quantidade e, principalmente, a qualidade das horas dormidas.

Os médicos querem divulgar cada vez mais aos leigos e aos próprios colegas que nem sempre melancolia é depressão.

Tristezas fazem parte da vida. Ao mesmo tempo, nem sempre a depressão se enquadra no retrato da pessoa arrasada, trancafiada no quarto, muda... Ela pode estar escamoteada nos tais sintomas físicos - em casos raros, a angústia nem chega a brotar, só as dores do corpo é que afloram e ficam sem alívio até a cabeça ser tratada. Com antidepressivos ou tratamento clínico.

Além de remédios, os especialistas apostam na psicoterapia - seja a cognitiva comportamental, que estimula o deprimido a deixar de lado pensamentos destrutivos, seja a interpessoal, que identifica situações de conflito para aprimorar a capacidade de o paciente interagir e aliviar o abatimento. "Estudos de neuroimagem comprovam que a eficácia desses tratamentos é similar à dos remédios", revela Helena Maria Calil, professora titular de psicofarmacologia da Universidade Federal de São Paulo e presidente da Abrata. Quando a depressão é tratada corretamente, diga-se, o ânimo volta e as dores, onde estiverem, esvaecem.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

TPM



Mudanças de hábitos e uso de medicamentos possibilitam o controle da tensão pré-mestrual.

Já houve um tempo em que as alterações de humor e os desconfortos apresentados pelas mulheres antes do período menstrual eram rotulados como problemas psiquiátricos.

Até hoje não raro essas manifestações são interpretadas como capricho ou mera desculpa para faltar ao trabalho. Felizmente, para as cerca de 18,5 milhões de brasileiras de dez a 49 anos que sofrem de Tensão Pré-Menstrual (TPM), esse quadro está mudando.

A medicina já possui uma boa compreensão do problema e dispõe de recursos bastante eficazes para transformar aqueles dias infernais em um período mais tranquilo e equilibrado.

O empenho da ciência se justifica. De um a 15 dias antes da menstruação, as mulheres com TPM apresentam um conjunto de alterações físicas e psíquicas que podem interferir no desempenho profissional e nas relações sociais e familiares.

Para quase quatro milhões delas, essas mudanças são tão intensas que a vida vira do avesso. São cerca de 150 sintomas, como inchaço, ansiedade, crises de choro e irritação, que afetam até quem está ao redor. Além disso, 70% das filhas de mulheres com TPM tendem a manifestar os mesmos sinais.

Não está claro se isso ocorre por hereditariedade ou por imitação, como um comportamento aprendido.

Para os especialistas, a oscilação hormonal é uma das vilãs do problema. Na metade do ciclo menstrual, inicia-se a produção de progesterona, que se estende até a menstruação.

Nessa fase, o nível de estrógeno cai até desaparecer um ou dois dias antes de a mulher menstruar. Como os sintomas da TPM surgem por volta do 14º dia, acredita-se que a progesterona esteja relacionada com a síndrome.

O papel que cabe à progesterona, porém, é de mero coadjuvante. Ela não atua diretamente na gênese dos sintomas, mas em alguns mecanismos que provocam esses sinais. O hormônio, por exemplo, estimula a ação de enzimas que atacam a serotonina, neurotransmissor (substância responsável pela transmissão de informação entre neurônios) envolvido no processamento das emoções e do comportamento.

O tratamento da TPM varia entre mudança de hábitos e medicações específicas.
Para sintomas leves, a orientação é dieta, exercícios físicos e relaxamento. Evitar cafeína, cigarro e álcool é indicado para quem sofre de ansiedade.

Analgésicos e acupuntura são recomendados para as dores de cabeça. Já as formas mais severas de TPM e as que estão relacionadas a problemas como agressividade, depressão e choro fácil têm sido tratadas com antidepressivos leves.

Por exemplo, a fluoxetina ou a sertralina podem ser usadas, isoladamente e em pequenas doses. O importante é que é possível vencer a síndrome.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Drogas Psicoativas




Ecstasy

Denominado farmacologicamente como 3,4-metilenodioximetanfetamina e abreviado por MDMA, o ecstasy é uma substância fortemente psicoativa. Duas outras substâncias farmacologicamente e psicoativamente semelhantes podem ser encontradas no mercado ilegal como sendo o ecstasy. Uma delas é conhecida popularmente como Eve e denominada farmacologicamente por N-etil-3,4-metilenodioxianfetamina e a outra é um metabólito ativo (produto da degradação do ecstasy pelo fígado, mas que ainda possui atividade psicoativa) conhecido por MDA ou 3,4-metilenodioxianfetamina. As reações e efeitos provocados por essas três substâncias são semelhantes, mas durante toda nossa abordagem nessa seção estaremos falando apenas do MDMA, do ecstasy e seus efeitos podem ser estendidos para as outras duas.

A anfetamina, um dos primeiros estimulantes sintetizados com finalidades terapêuticas foi retirado do mercado há décadas; a cocaína, outro estimulante, foi proibido de ser comercializado por causa de seus efeitos mais prejudiciais do que benéficos. Os alucinógenos como a mescalina, nunca foram empregados com finalidades terapêuticas sendo sempre considerado ilegal. O ecstasy possui características farmacológicas e efeitos psicológicos semelhantes a uma mistura da anfetamina com mescalina.

O MDMA (ecstasy) foi sintetizado pela Merck em 1914 com a finalidade de ser usado como um supressor do apetite, mas nunca foi usado com essa finalidade. Somente em 1960 foi redescoberto sendo indicado como elevador do estado de ânimo e complemento nas psicoterapias. O uso recreativo surgiu em 1970 nos EUA. Em 1977 foi proibido no Reino Unido e em 1985 nos EUA. Em 1988 um estudo feito nos EUA mostrou que 39% dos estudantes universitários tinham feito uso do ecstasy no período de um ano antes da pesquisa, mostrando que o uso ilegal já estava disseminado, da mesma forma como aconteceu na Europa ocidental. O uso do ecstasy concentra-se nas boates, nos ambientes classificados como "rave" onde há aglomeração noturna em espaços fechados para dança com música contínua. Como o uso do ecstasy está se tornando comum, as pesquisas sobre ele estão aumentando.

Efeitos
Teste em voluntários
Pessoas sem doenças somáticas e psíquicas com experiência prévia de ecstasy relataram e apresentaram uma série de alterações. Os mais evidentes são aqueles semelhantes ao demais estimulantes como aceleração da freqüência cardíaca, elevação da pressão arterial, diminuição do apetite, ressecamento da boca, dilatação das pupilas, elevação do humor, sensação subjetiva de aumento da energia. Efeitos neurológicos foram encontrados em alto índice. Esse estudo usou apenas dez voluntários e observou-se retesamento mandibular em seis usuários, nistagmo em oito, diferentes graus de ataxia em sete, aumento dos reflexos tendinosos em oito; apenas um apresentou náuseas e todos tiveram dilatação pupilar. Quatro pessoas apresentaram perturbações na capacidade de tomar decisões e realizar juízos. Esse estudo foi feito antes de se conhecer os efeitos danosos que o ecstasy possui. Nessa época os autores julgavam que o MDMA (ecstasy) era uma droga segura.
Efeito procurados
Produz um aumento do estado de alerta, maior interesse sexual, sensação de estar com grande capacidade física e mental, atrasa as sensações de sono e fadiga. Muitos usuários sentem também euforia, bem-estar, aguçamento sensório-perceptivo, aumento da sociabilização e extroversão, aumenta a sensação de estar próximo às pessoas (no sentido de intimidade) e aumenta a tolerabilidade.
Efeitos indesejados
Aumento da tensão muscular, aumento da atividade motora, aumento da temperatura corporal, enrijecimento e dores na musculatura dos membros inferiores e coluna lombar, dores de cabeça, náuseas, perda de apetite, visão borrada, boca seca, insônia são os efeitos indesejáveis mais comuns. Nos dias seguintes ao consumo do ecstasy a pressão arterial tende a oscilar mais do que o habitual. O aumento do estado de alerta pode levar a uma hiperatividade e fuga de idéias. Alucinações já foram relatadas, despersonalização, ansiedade, agitação, comportamento bizarro. Algumas vezes pode levar a uma crise de pânico, e episódios breves de psicose que se resolve quando a droga cessa de atuar. No dia seguinte ou nos dois dias seguintes é comum ocorrer uma sensação oposta aos efeitos desejados. Os usuários podem ficar deprimidos, com dificuldade de concentração, ansiosos e fatigados. Apesar desses efeitos os usuários tendem a considerar o resultado final como vantajoso.
Efeitos de longo prazo
Os efeitos de longo prazo são desagradáveis e prejuízos são observados com o uso. As altas concentrações de serotonina na fenda sináptica provocadas pelo ecstasy provocam lesões celulares irreversíveis. Os neurônios não se regeneram e quando são lesadas suas funções só se recuperam se outros neurônios compensarem a função perdida. Quando isso não é possível a função é definitivamente perdida. Estudos em animais têm demonstrado isso. Nos seres humanos apenas estudos pos-mortem são possíveis, e nestes, identifica-se uma acentuada diminuição das concentrações de serotonina, que variam de 50 a 80% em diferentes regiões do cérebro indicando uma insuficiência no funcionamento desses neurônios. Estudos realizados com usuários vivos através de indicadores confirmam essa perda de atividade serotoninérgica nos usuários de longo prazo de ecstasy. A deficiência de serotonina é proporcional ao tempo e a quantidade de ecstasy usados. Quanto mais tempo ou maior a dose, maior a deficiência da serotonina.
Esses resultados sugerem uma propriedade neurotóxica do ecstasy que levam seus usuários a perturbações mentais ou comportamentais. Os problemas resultantes mais comuns são:
• Dificuldade de memória, tanto verbal como visual.
• Dificuldade de tomar decisões
• Impulsividade e perda do autocontrole
• Ataques de pânico
• Recorrências de paranóia, alucinações, despersonalização
• Depressão profunda
Teoricamente o ecstasy pode ser inalado sob a forma de vapor, pois pode ser apresentado como base livre, que é uma composição farmacológica que permite a evaporação do composto. Contudo essa forma de administração não costuma ser empregada. O ecstasy pode também ser injetado via intravenosa; embora isso já tenha sido feito não costuma ser o modo de utilização. A via mais comum é a oral. Quando foi sintetizado pela primeira vez, a finalidade era o uso medicamentoso, portanto nada mais razoável do que a apresentação como comprimidos. Este continua sendo o modo de comercialização ilegal do ecstasy. A dose recreacional varia de 50 a 150mg em dose única. Mas como esse mercado é ilegal e não existe controle de qualidade tanto as doses variam de fornecedor para fornecedor assim como acontece com a cocaína, a substância em si também pode ser adulterada. Muitas vezes o traficante vende simples adrenalina ou MDA como se fosse o ecstasy.
O efeito do ecstasy dura horas, em média oito horas, mas isso pode variar de pessoa para pessoa porque as enzimas que eliminam o ecstasy não estão presentes nas mesmas quantidades em todas pessoas. Aqueles que possuem maior quantidade da enzima metabolizadora eliminam a droga mais rapidamente. A previsão do tempo de duração da atividade não é precisa por causa dos metabólitos ativos, ou seja, mesmo o ecstasy tendo sido metabolizado os produtos dessa metabolização continuam exercendo atividade psicoativa como se fosse o próprio ecstasy. Assim um efeito, não necessariamente agradável pode se prolongar por mais de oito horas.

Há quatro tipos básicos de toxicidade física causada pelo ecstasy. A hipertermia, neurotoxicidade, cardiotoxicidade e hepatotoxicidade.
A hepatotoxicidade é a lesão hepática (fígado) provocada pelo ecstasy, que se manifesta clinicamente como uma leve hepatite viral na qual o paciente fica ictérico (amarelado) com o fígado aumentado e amolecido com uma tendência a sangramentos. A toxicidade, no entanto, pode ser bem mais grave evoluindo para uma hepatite fulminante que resulta em fatalidade caso não se possa fazer um transplante.
A cardiotoxicidade é caracterizada por aumento da pressão arterial e aceleração do ritmo cardíaco. Esses efeitos podem levar a sangramentos por ruptura dos vasos sanguíneos. Essas alterações têm sido registradas pelo quadro clínico e pela análise necropsial, encontrando-se petéquias no cérebro, hemorragias intracranianas, hemorragias retinianas, tromboses, sérias alterações elétricas no coração.
Toxicidade cerebral
Ainda não há estudos suficientes, mas parece que o ecstasy provoca elevação da temperatura corporal o que é agravado pela situação em que é usado, nas danceterias onde há grande atividade física. A exagerada elevação da temperatura corporal pode provocar diversas lesões pelo corpo de acordo com a sensibilidade de cada tecido. O próprio tecido cerebral é dos mais sensíveis podendo sofrer lesões desse superaquecimento. Convulsões também já foram relatadas pelo uso do ecstasy.
Hiperpirexia (hipertermia)
Este é provavelmente o pior efeito indesejável do ecstasy, apesar de ser parte da toxicidade cerebral, é relatada à parte para maior destaque de sua importância. O aquecimento do corpo pode levar a rabdomiólise (lesão dos tecidos musculares) que quando acontece de forma simultânea leva a um "entupimento" dos rins o que pode danificá-los permanentemente. Coagulação intravascular disseminada: é um efeito extremamente grave que geralmente leva a morte, mesmo quando o paciente já se encontra internado. O tratamento é feito com resfriamento rápido através de imersão em água gelada, infusão de solução salina resfriada e lavagem gástrica com líquidos frios.

Ainda não há evidências de que o ecstasy provoque dependência física, contudo ainda é cedo para afirmar que isso não acontecerá. Mais estudos são necessários. Várias vezes na história da medicina uma substância inicialmente considerada inócua mostrou-se, com o tempo, que era na verdade nociva. Já encontramos na literatura específica relatos de casos compatíveis com dependência ao ecstasy.



A Secretaria de Estado da Saúde lançou terça-feira, dia 21 de outubro, o Plano Estadual de Prevenção e Controle das Hepatites Virais. O objetivo é implementar ações para evitar o contágio e reduzir internações e mortes em decorrência da infecção pelas hepatites B e C nos municípios paulistas. O investimento previsto é de R$ 8 milhões ao ano.

Entre as metas estabelecidas para os próximos quatro anos está a de vacinar 90% dos adolescentes de todo o Estado contra a hepatite B, ampliar em 50% a detecção da infecção pelo vírus da hepatite C e em 60% a notificação de casos novos.

Em janeiro de 2009, mês de férias escolares, a Secretaria fará campanha específica de vacinação entre jovens de 11 a 19 anos. Também no próximo ano está prevista a capacitação de profissionais de saúde do Estado para aprimorar a interpretação dos exames sorológicos, ampliar a notificação dos casos de hepatite diagnosticados e melhorar a qualidade dos dados preenchidos nas fichas de notificação.

Até 2010 a Secretaria pretende, em parceria com os municípios, fortalecer uma rede de diagnóstico e atenção às hepatites, com triagem nos postos de saúde e tratamento nos hospitais de média e alta complexidade, além aprimorar de sistemas de referência e contra-referência para controle e prevenção da doença em todas as regiões do Estado. Será criado, ainda, um banco de dados para que a Secretaria saiba o real número de pacientes em tratamento.

Para o próximo ano também será desenvolvido trabalho de comunicação específico para mobilizar os paulistas em torno do assunto e ampliar a procura por exames de diagnóstico e pela vacina contra a hepatite B, que está disponível na rede pública para crianças e jovens até 19 anos. O plano contempla, ainda, o desenvolvimento de projeto específico para evitar a transmissão da hepatite C entre usuários de drogas.

As hepatites virais são um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Esse plano estadual tem como objetivo ampliar as ações de diagnóstico, prevenção e controle para quebrar a cadeia de transmissão e evitar que essas doenças evoluam para quadros de cirrose ou câncer de fígado, que podem ser fatais.

Estudo de prevalência aponta a existência de aproximadamente 400 mil pessoas infectadas pelo vírus da hepatite B e de 500 mil pelo da hepatite C em todo o Estado. Entretanto até 2007 foram notificados cerca de 5% de casos dessas hepatites em relação ao total estimado. As principais causas de transmissão são o uso de drogas e o sexo sem proteção.

São Paulo foi um dos primeiros estados no Brasil a introduzir a vacinação de recém-nascidos contra a hepatite B ainda na maternidade. Em 2006 o Estado também foi pioneiro no retratamento com Interferon Peguilado dos pacientes que não responderam à medicação convencional usada para hepatite C, além de introduzir o Adevofir no tratamento de pacientes com o vírus do tipo B.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Novo exame reduz risco de infecção em transfusão de sangue.



O Ministério da Saúde pretende levar para a rede pública em janeiro de 2010 um exame de sangue, com tecnologia nacional, que reduz o tempo em que os vírus da Aids e da hepatite C ficam no organismo sem serem detectados pelos exames convencionais.

Com a medida, o governo busca tornar as transfusões de sangue realizadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) mais seguras. São coletados pouco mais de 4 milhões de bolsas de sangue por ano no país, sendo 3,5 milhões no serviço público.

O período em que um vírus não aparece nos testes é conhecido como janela imunológica. Pelos exames usados hoje no SUS, o HIV só é detectado 21 dias após a pessoa ter sido infectada. Com o novo teste, a janela cairá para oito dias.

Assim, o risco de se coletar sangue contaminado com HIV passará de 1 bolsa em 250 mil para 1 bolsa em 3 milhões.

No caso do vírus da hepatite C, a janela imunológica passará de 72 dias para 14.

O exame que o governo vai adotar foi desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz e é conhecido pela sigla NAT (teste de ácido nucleico, em inglês). Enquanto o teste usado hoje no SUS, o Elisa, detecta os anticorpos produzidos pelo organismo na tentativa de destruir o vírus, o NAT identifica o material genético do próprio vírus.

A janela imunológica do Elisa é maior porque o organismo da pessoa infectada leva algum tempo para produzir os anticorpos. O NAT não depende da resposta imunológica.

Essa tecnologia foi aprovada para uso na rede de saúde dos EUA em 2002. No Brasil, apenas os hospitais privados de ponta de São Paulo, Rio e Brasília utilizam o NAT.

CATARATA



O cristalino é uma estrutura ocular na forma de uma lente transparente, que aumenta ou diminui seu diâmetro com o fim de enfocar a imagem do objeto externo na retina. Quando o cristalino sofre alterações em sua transparência, acaba produzindo o que é conhecido como "catarata", dificultando a visão normal.

Classificação

Podemos classificar as cataratas de acordo com a sua origem, conforme o seguinte:

a) Catarata congênita: A catarata congênita é uma opacidade do cristalino que se detecta durante o primeiro ano de vida da criança. É uma das anomalias do olho mais freqüentes e, por isso, se trata de uma importante causa de cegueira se o diagnóstico não for feito cedo. A maioria destas não progride.

b) Cataratas adquiridas: Dentro deste tipo podemos destacar as "cataratas senis". Mais do que 25% das pessoas entre os 65 e 75 anos de idade apresentam opacidade do cristalino, geralmente bilateral. Entre as causas conhecidas, além do fator da idade devem ser agregadas a diabete e a hipertensão arterial.

As "cataratas senis" têm estados evolutivos que ocasionam alterações visuais progressivas, culminando na cegueira se não forem tratadas. Existem outros tipos de cataratas, como as produzidas por traumatismos no globo ocular, cuja opacidade aparece num período de algumas semanas. Também se incluem as cataratas associadas a doenças metabólicas, como a diabete, e ao uso prolongado de corticóides

Tratamento

A cirurgia é indicada quando a pessoa não pode mais realizar suas atividades habituais. O procedimento consiste em extrair parcial ou totalmente o cristalino.

A correção da visão após a cirurgia pode ser realizada com:

- Óculos: não se consegue a boa visão pela magnificação das imagens, a redução do campo visual e das imagens fantasmas ao redor do campo visual.

- Lentes de contato: a visão melhora notavelmente, mas os idosos encontram certas dificuldades na sua utilização. A possibilidade de inserir, durante o mesmo ato cirúrgico, uma lente intra-ocular no lugar ocupado pelo cristalino, tem melhorado notavelmente os resultados da cirurgia, obtendo-se uma visão similar à do olho normal.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Medicamentos: alprazolan.



É um tranqüilizante do grupo dos benzodiazepínicos. Caracteriza-se por ser um tranqüilizante de alta potência sendo bastante eficaz no controle dos sintomas dos transtornos ansiedade e no controle dos estados tensionais não patológicos (devido a situações normais da vida).

Apresentações comerciais mais conhecidas: Apraz, Frontal, Constante.

Possui também um ótimo efeito sedativo, auxiliando os pacientes com dificuldade para dormir.

Seu efeito dura aproximadamente 12 horas, por isso pode ser usado na hora que for mais necessário. Caso a dificuldade principal seja para dormir, usa-se à noite: caso os sintomas sejam mais proeminentes de dia pode ser dado pela manhã.

Caso tanto o dia quanto a noite estejam comprometidos, a administração pode ser feita duas vezes ao dia. A dose da medicação deve seguir o resultado obtido: considerando sempre os benefícios e prejuízos conferidos pela medicação, ou seja, o máximo de tranqüilização com o mínimo de sedação diurna.

A tranqüilidade induzida e o controle dos sinais e sintomas da medicação são marcantes. Da mesma forma ao se retirar a medicação pode ocorrer irritabilidade, insônia, tonteiras, enjôo, dores de cabeça, cansaço, dores musculares. Por isso a retirada deve ser lenta, respeitando um intervalo de alguns dias para a diminuição da dose.

Os efeitos colaterais são os mesmos dos demais tranqüilizantes: esquecimento, tonteiras e vertigem além de reações alérgicas na pele numa minoria das pessoas.

Devido a sua grande eficácia e suas características farmacológicas esta medicação possui um risco considerável de indução à dependência física, o que não deve assustar o consumidor.Sob orientação médica a dependência induzida é absolutamente reversível.

Esta dependência só se torna mais difícil de ser controlada nos pacientes com passado de dependência química e com certos transtornos de personalidade.

Use este tipo de medicamentos somente com orientação médica.

Mas, atenção: é necessário que o médico realmente o acompanhe, conversando, tirando história e examinando. O tipo de consulta que leva o profissional a simplesmente prescrever, sem contato mais próximo, invalida o acompanhamento médico.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

DOENÇA DE BEHÇET


O que é?

A síndrome de Behçet ou a doença de Behçet (DB) é uma vasculite sistémica (inflamação dos vasos sanguíneos) de causa desconhecida, caracterizada por úlceras (aftas) orais e genitais recorrentes, e com envolvimento dos olhos, articulações, pele, vasos sanguíneos e sistema nervoso.

Esta doença recebeu o nome de um médico turco, Prof. Dr Hulusi Behçet, que foi o primeiro a descrevê-la, em 1937.

A doença de Behçet é mais frequente em algumas partes do Mundo. A sua distribuição geográfica coincide com a histórica “rota da seda”. É sobretudo observada em países do Extremo Oriente, Médio Oriente e bacia Mediterrânica, como o Japão, a Coreia, a China, o Irão, Turquia, Tunísia e Marrocos. A prevalência entre a população adulta é de 1/10.000 no Japão e 13/1000 na Turquia. No Norte da Europa é de cerca de 1/300.000.

Poucos casos são relatados nos Estados Unidos e na Austrália. A doença de Behçet nas crianças é rara, mesmo entre populações mais sujeitas ao risco de a ter. O diagnóstico pode ser efectuado até aos 16 anos em aproximadamente 3% dos casos. Geralmente, o início da doença situa-se entre os 20-35 anos. Ocorre igualmente em ambos os sexos, embora os casos masculinos possam apresentar maior gravidade.

A causa da doença é desconhecida. A doença de Behçet não pode ser prevenida.

O diagnóstico é sobretudo clínico. Pode demorar de 1 a 5 anos antes de a criança preencher todos os critérios internacionais que determinam a doença de Behçet. O diagnóstico geralmente demora, em média, 3 anos.

Porque a causa da doença de Behçet é desconhecida, não há um tratamento específico. Há um vasto espectro de tratamentos possíveis conforme o órgão afectado. Num extremo estão os doentes que não precisam de tratamento de todo; no outro, encontram-se os que podem necessitar de tratamentos combinados por terem um envolvimento de diferentes sistemas, especialmente do vascular, ocular ou do sistema nervoso.

domingo, 19 de outubro de 2008

Fitoterapia




O que é a fitoterapia? Fitoterapia é a utilização de vegetais em preparações farmacêutica (extratos, pomadas, tinturas e cápsulas) para auxílio ao tratamento de doenças, manutenção e recuperação da saúde. Fitoterapia vem do idioma grego e quer dizer "tratamento" (therapeia) "vegetal" (phyton). O uso de plantas medicinais na fitoterapia vai desde as formas mais empíricas e tradicionais até as científicas.

A fitoterapia acompanha a humanidade desde os povos primitivos, que já utilizavam plantas medicinais para curar doenças, e hoje em dia vem ganhando cada vez mais popularidade no mundo todo. Porém, é preciso ter cautela ao utilizar a fitoterapia, uma vez que um produto natural não significa necessariamente que seja livre de efeitos colaterais. Todos os medicamentos, inclusive os fitoterápicos, devem ser usados com orientação médica.

No Brasil, desde março de 2004, a Anvisa estabeleceu regulamentação para garantia da qualidade do medicamentos fitoterápicos para o consumidor. Para isso, exige a reprodutibilidade dos fitoterápicos fabricados com os lotes desses medicamentos produzidos com a mesma quantidade de um conjunto de moléculas denominado marcador. Outro critério obrigatório é a comprovação da eficácia e segurança dos medicamentos fitoterápicos.

sábado, 18 de outubro de 2008

Auto-diagnóstico em psicologia?



As doenças psiquiátricas para entender:

Depressão maior: caracterizada por episódios em que o paciente se sente melancólico ou vazio quase todos os dias; perde o interesse ou o prazer em hobbies e atividades; apresenta alterações no apetite, no peso, nos níveis de energia ou nos padrões de sono; ou tem pensamentos de morte ou suicídio.

Distimia: similar à depressão maior, mas os sintomas são menos graves e mais crônicos; melancolia ou vazio na maioria dos dias, durante pelo menos dois anos; outros sintomas incluem baixa auto-estima, fadiga e dificuldade de concentração.

Bipolar I: episódios de humor anormalmente exaltado ou irritável, durante os quais o paciente experimenta uma auto-estima inflada, precisa de menos sono, fala mais que o usual, ou dedica-se exageradamente a atividades prazerosas, mas insensatas; esses períodos maníacos podem se alternar com episódios depressivos.

Bipolar II: episódios depressivos alternados com períodos maníacos menos graves, que não prejudicam de forma marcante o comportamento nem exigem hospitalização.

Fobia específica: medo excessivo ou pouco razoável de um objeto ou situação específico, como viajar de avião, altura, animais, tomar injeção ou de ver sangue; a exposição ao estímulo pode provocar um ataque de pânico (palpitações, transpiração, tremores, falta de ar, etc)

Agorafobia: ansiedade vinculada a qualquer lugar ou situação da qual pode ser difícil sair; os temores típicos incluem estar sozinho fora de casa, permanecer em meio a uma multidão, atravessar uma ponte ou viajar de ônibus, trem ou automóvel.

Transtorno do estresse pós-traumático: o paciente volta a experimentar, de forma constante, um evento por meio de lembranças aflitivas, sonhos recorrentes ou reações intensas a tudo que simbolize ou se assemelhe ao evento.

Esquizofrenia: caracterizada por delírios, alucinações, discurso desorganizado, respostas emocionais inadequadas ou abruptas, perda de motivação e déficit cognitivo.

Transtorno esquizofreniforme: similar à esquizofrenia, mas os sintomas duram menos de seis meses e podem não ser graves o bastante para prejudicar o comportamento social ou ocupacional.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

HPV é associado a 75% dos casos de câncer de pênis



O papilomavírus humano, ou HPV, é responsável por quase 100% dos casos de câncer de colo de útero. No entanto, apesar da alta incidência em mulheres sexualmente ativas, o vírus também afeta os homens - e mais do que as pessoas imaginam. Pesquisa recém-divulgada pelo INCA (Instituto Nacional do Câncer), em parceira com o Instituto de Virologia da Fundação Oswaldo Cruz, mostra que o HPV está associado a até 75% dos casos de câncer de pênis.

Como identificar o vírus e tratá-lo
As lesões e verrugas em formato de couve-flor (de diversos tamanhos) - uma característica da presença do HPV no organismo - são mais visíveis e fáceis de ser identificadas no pênis (na glande ou no prepúcio) do que na vagina ou no colo do útero. Por isso, nesse aspecto, os homens saem em vantagem na luta contra o vírus.

Uma vez descobertas, lesões e verrugas são tratadas com procedimentos como cauterização, uso de pomadas, crioterapia e cirurgia a laser.

O problema é que nem sempre esses sinais aparecem. E aí, tanto o diagnóstico quanto o tratamento podem ser mais complicado para eles do que para elas. Por isso, caso a parceira seja diagnosticada com a doença, mesmo que não haja marcas no pênis, o homem precisa passar por um exame preventivo: a genitoscopia. Em casos positivos para o HPV, pode ser necessário ainda uma avaliação mais específica, chamado hibridização molecular ou captura híbrida. Esse exame retira uma minúscula amostra de tecido para biópsia.

A falta de um diagnóstico precoce e alguns obstáculos, como cepas (tipos) resistentes do vírus e imunidade baixa, porém, podem tornar o tratamento complicado e ineficiente. Nesses casos, o risco do HPV provocar um câncer aumenta, assim como a necessidade de retirada de boa parte do pênis. "Mesmo com a amputação, felizmente, há como deixar uma parte do órgão que possibilite ao homem ter relações sexuais e urinar", lembra o urologista do Inca, Antonio Augusto Ornellas.

É possível prevenir?
O HPV é transmitido sexualmente ou pelo contato via oral ou genital com fluidos contaminados, que afeta a área genital e a mucosa oral. Portanto, assim como toda doença sexualmente transmissível, o vírus também pode ser barrado com o uso de camisinha - tanto feminina quanto masculina. Essa proteção, porém, não é tão eficaz para o HPV quanto é para outras DSTs. "O homem pode contrair o vírus pela bolsa escrotal, por exemplo, que não recebe a proteção da camisinha", alerta Ornellas.

Quanto à vacina contra o HPV - três doses, com um custo alto ainda no Brasil e indicada apenas para mulheres sexualmente ativas - teoricamente, ela também poderia ser um recurso de prevenção para os homens. Mas, segundo os especialistas, além de brecar a atuação apenas dos tipos mais comuns de HPV, ainda não há estudos comprovando a eficácia ou atuação da vacina para o sexo masculino.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Compulsão e Pele



A alteração cutânea que tem ligação mais óbvia com processos mentais é a escoriação psicogênica. Trata-se de um quadro clínico composto por arranhões, feridas e crostas, que são provocados geralmente em áreas extensas da pele. O rosto, as mãos, os membros superiores e inferiores podem ser afetados. É característica do quadro permanecer o centro das costas sem lesões, porque não é alcançado pelas mãos com facilidade.

Não é realmente uma doença de pele, mas um estado criado pela pessoa, que a agride para liberar uma tensão que esteja vivenciando no momento. O fato mais notável neste quadro é que o paciente tem consciência de que está lesionando a pele, mas não consegue conter os movimentos, que vão gerar as escoriações e feridas.
Isso indica uma compulsão, isto é, um ato repetitivo praticado conscientemente e sem possibilidade de cessação pela vontade da pessoa.

Sintomas

As lesões são produzidas somente com as mãos, sem uso de nenhum objeto. São o equivalente de outros atos compulsivos, como roer as unhas, morder a mucosa dos lábios, arrancar cabelos, sobrancelhas ou cílios ou retirar a cutícula das unhas ou a pele das dobras periungueais (ao redor das unhas).
Geralmente os pacientes sentem coceira e, por isso, coçam-se violentamente. Às vezes, a coceira ocorre durante o sono e a pele é escoriada enquanto a pessoa dorme.
Muitas vezes, porém, não há coceira. A lesão é iniciada pela necessidade da pessoa de retirar pequenas alterações da pele ou pedaços de descamação cutânea, desencadeando-se o impulso de ferir a pele para o qual ela não tem explicação plausível.

Alteração mental

De certo modo, todas as pessoas fazem coisas semelhantes em momentos de tensão, como quando precisam concentrar-se numa tarefa, antes de uma prova ou entrevista, quando estão preocupadas com algo ou outras situações geradoras de estresse.

Nesses momentos, esfregam as mãos, coçam a cabeça, colocam a mão no rosto, batem com os dedos na mesa, contraem ou mordem os lábios, balançam uma perna. São atos que servem para eliminar a energia do estresse, mas não provocam alterações na pele e cessam assim que o estado interno é aliviado.

As pessoas com escoriações psicogênicas, porém, têm sempre algum distúrbio mental concomitante. Os mais freqüentes são depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, ansiedade crônica e hipocondria. Às vezes, pode ser a pressão de fatores psicossociais ligados à família ou ao trabalho, que gera alto nível de estresse.

Essa relação foi demonstrada pelo psiquiatra turco Celal Çalikusu e seus
colaboradores em artigo publicado na revista Comprehensive Psychiatry, de maio/junho de 2003. Ele comparou 31 pacientes com escoriações psicogênicas com 31 pacientes com uma manifestação alérgica, a urticária, que serviram de grupo-controle.

Verificou que, no grupo com escoriações psicogênicas, a depressão foi o diagnóstico psiquiátrico associado mais freqüente (58% contra 6% no grupo-controle), seguido de transtorno obsessivo-compulsivo (45% no grupo com escoriações contra 9% no grupo-controle).

Além disso, a alta freqüência da depressão nos pacientes com escoriações psicogênicas sugeriu que a depressão não é apenas um sintoma associado, mas o estado clínico primário.

Tratamento

O tratamento exige o emprego de medicamentos antidepressivos e, ao mesmo tempo, psicoterapia comportamental. Esta tem a finalidade de levar o paciente a reconhecer a rotina do desencadeamento das crises e a criar comportamentos que evitem a auto-agressão.

À medida que a pessoa se torna consciente do que ocorre na sua mente, que conduz à cadeia de movimentos compulsivos, ela poderá talvez interferir no evento mental que dá origem ao problema e modificar o resultado final.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Fumaça dos incensos aumenta o risco de câncer do trato respiratório.



Autora: Roxanne Nelson

De acordo com um estudo publicado on line na revista Cancer, a exposição prolongada à fumaça de incensos está associada a um risco maior de desenvolvimento de carcinoma de células escamosas do trato respiratório. Essa associação pareceu ser dependente da dose, e os maiores riscos foram verificados entre os indivíduos expostos por mais tempo.
De acordo com o Dr. Jeppe T. Friborg, do Statens Serum Institut de Copenhaguen, Dinamarca, e seus colaboradores, este foi o primeiro estudo prospectivo desenvolvido para determinar a associação entre os incensos e o risco de câncer. “Os resultados indicam haver uma relação entre a exposição por um longo período de tempo e os carcinomas de células escamosas do trato respiratório”.
Quando comparados com os indivíduos que não faziam uso de incensos, aqueles que eram expostos diariamente e por mais de 40 anos apresentavam um risco 70% maior de apresentar doença maligna do trato respiratório.
A queima de incenso é muito comum em muitas partes da Ásia e da Índia, sendo utilizado em templos como parte de muitos rituais e cerimônias religiosas. Além disso, é um hábito que faz parte do cotidiano no sudeste asiático: aproximadamente metade da população desta região queima incenso diariamente. A exposição habitual à fumaça de incensos não se limita apenas às populações da Ásia, e cada vez mais vem ocorrendo nos Estados Unidos e em outras nações ocidentais.
O incenso utilizado nos países asiáticos geralmente consiste em uma combinação entre plantas aromáticas (como sândalo e jasmim) e óleos essenciais. Isso gera uma mistura combustível que, quando queimada, exala uma fumaça com aroma, além de ser um grande produtor de partículas atmosféricas. Um grande número de fatores carcinogênicos pode ser liberado na fumaça do incenso, como os hidrocarbonetos aromáticos, carbonilos e benzeno.
Os pesquisadores observaram que estudos anteriores haviam investigado a associação entre câncer de pulmão e a exposição ao incenso, mas os resultados foram pouco consistentes. Outros trabalhos haviam relatado uma relação entre a fumaça do incenso e alguns tumores, como a leucemia na infância e tumores cerebrais.
O Dr. Friborg e seus colaboradores examinaram a relação entre o uso de incenso e o risco de surgimento de carcinomas do trato respiratório através deste estudo prospectivo de coorte. Entre 1993 e 1998, um total de 61.320 homens e mulheres chineses foram selecionados em Cingapura e acompanhados até o final do ano de 2005.
A idade variou entre 45 e 74 anos e todos os participantes não apresentavam câncer no início do estudo. Uma entrevista abrangente sobre as condições de vida, hábitos alimentares e fatores relacionados com o estilo de vida foi realizada no início do estudo e a coorte foi comparada com dados de base populacional. O modelo de riscos proporcionais de Cox foi utilizado para estimar o risco relativo das neoplasias relacionadas com o uso de incenso.
Ao término do período estudado, foram diagnosticados 1.146 casos de câncer do trato respiratório entre os indivíduos que faziam parte da coorte: 10 de cavidade nasal/paranasal, 20 de língua, 29 de boca, 12 de orofaringe, 14 da hipofaringe, 1 faríngeo não especificado, 175 de nasofaringe, 64 de laringe e 821 de pulmão. As neoplasias de nasofaringe eram carcinomas primários indiferenciados (89%), enquanto os demais do trato respiratório superior, que não acometiam a nasofaringe, eram predominantemente de células escamosas (88%).
Entre as neoplasias de pulmão, os adenocarcinomas eram mais freqüentes (42% dos casos) do que os carcinomas de células escamosas (24% dos pacientes).
Cerca de ¾ da coorte queimou incenso durante o período estudado (77,5% dos homens e 76,5% das mulheres). Entre esses usuários regulares, 92,7% o faziam diariamente e 83,9% vinham fazendo uso há mais de 40 anos.
Os pesquisadores verificaram que a queima de incenso não esteve associada a um aumento do risco de câncer de pulmão, nem dos que acometem a nasofaringe. Entretanto, a exposição a essa fumaça esteve associada a um risco maior de carcinoma em outros sítios do trato respiratório (que não a nasofaringe), sendo essa relação aparentemente dependente da dose. Comparado com aqueles que não o utilizam, os indivíduos que queimam incenso por mais de 40 anos têm um risco aumentado em 70% de câncer do trato respiratório superior fora da nasofaringe. Essa diferença foi estatisticamente significativa.
A intensidade do uso também aumentou o risco de câncer. Ele era maior do que o dobro quando o uso do incenso era diário ou contínuo ao longo do dia.
De acordo com os pesquisadores, os resultados deste trabalho estão em concordância com vários outros estudos que identificaram agentes carcinogênicos na fumaça do incenso. Os pesquisadores enfatizaram que “este estudo traz importantes conseqüências para a saúde pública devido à exposição disseminada e, muitas vezes involuntária, à fumaça de incensos. Além de iniciativas para reduzir a exposição à fumaça do incenso, os próximos estudos deverão identificar os tipos de incenso menos danosos”.
O estudo foi financiado com doações do National Cancer Institute.

Cuidados com Medicamentos




Veja abaixo alguns cuidados que devem ser tomados com os medicamentos:

Verifique sempre o prazo de validade dos medicamentos antes de usá-los;

Não use medicamentos com embalagens estragadas, sem rótulo e sem bula;

Não use medicamentos com embalagens estragadas, sem rótulo e sem bula;

Não utilize a mesma receita médica mais de uma vez, pois o medicamento usado antigamente, pode não fazer bem hoje;

Não compre medicamentos que forem indicados pelos vizinhos ou amigos, sem antes consultar o seu médico;

Não misture medicamentos sem a devida orientação;

Ao comprar um medicamento solicite informações sobre possíveis reações adversas;

Se sentir algum sintoma diferente ao tomar o medicamento, procure o médico ou farmacêutico;

Bebês, mulheres grávidas ou que estão amamentando nunca devem tomar medicamentos sem receitas médicas.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Bicho do Pé



Tungíase ("bicho de pé")

Doença causada pela Tunga penetrans, um tipo de pulga encontrada no solo, principalmente em pastos. A pulga fêmea penetra a pele, onde suga o sangue do hospedeiro e começa a produzir ovos que se desenvolvem e serão posteriormente eliminados no solo.

A lesão tem formato circular, é elevada e de cor amarelada, com ponto preto central. As áreas mais afetadas são os pés e é comum haver coceira. Pode ocorrer infecção secundária, com dor local e secreção purulenta.

Para evitar a contaminação pelo "bicho de pé", evite andar descalço em lugares frequentados por animais como vacas e porcos.

O tratamento consiste na remoção completa da pulga com agulha cortante ou bisturi. Deve ser feito por um médico dermatologista. Em caso de infecção secundária, pode ser necessário o uso de antibióticos locais.

Endometriose




A cada menstruação, há uma renovação da camada de tecido que reveste o útero, o endométrio. A endometriose ocorre quando o endométrio atinge outras áreas da pelve, como ovários, intestinos e bexiga.

A doença afeta uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva.

Em geral, os primeiros sintomas da endometriose são cólicas muito intensas e progressivas, ou seja, cada vez piores a cada menstruação. A dor ocorre, em geral, na parte inferior do adbome e pode causar desconforto nas relações sexuais.

Se a endometriose estiver localizada na bexiga ou no intestino, pode causar sintomas urinários ou intestinais durante a menstruação, como por exemplo, dor ao urinar, ou diarréia.

Dores mais itensas podem levar a problemas como cansaço, perda do sono, alterações de humor, depressão, tensão pré-menstrual e dor lombar.

O diagnóstico só pode ser feito por meio da laparoscopia, quando o ginecologista faz um corte na barriga e, com uma câmera inserida pelo umbigo, faz uma biópsia.

Tratamentos hormonais para supensão da menstruação até por seis meses.

Alguns casos exigem intervenção cirúrgica, que pode compreender desde a cauterização de minúsculos focos da doença até a retirada do útero e dos ovários.

A endometriose não é uma doença transmissível e não tem prevenção.

fonte: Associação Brasileira de Endometriose.

domingo, 12 de outubro de 2008

Agorafobia



É o medo de estar em lugares onde possa não haver algum tipo de auxílio, de assistência. Pode acontecer em lugares públicos onde a pessoa sinta-se sózinha.

Mais completamente:

medo de ficar só
medo de perder controle em lugares públicos
medo de ficar em lugares de onde seja difícil sair
preferir ficar em casa por períodos cada vez mais longos
sentir-se preterido(a) ou perseguido(a) pelos outros
sentimentos de infelicidade
dependência da presença de outras pessoas
sentir que o próprio corpo é "irreal"
crises de ansiedade severa
crises de agitação e agressividade
sentir "presenças" e "luzes"
confusões de raciocínio
transpiração excessiva
rubor facial ou de pele
dores torácicas
palpitações
náuseas
desconfortos abdominais
sensações de que ficará louco(a)
intenso medo de morrer

O tratamento é medicamentoso, com uso de antidepressivos e ansiolíticos, psicoterapia e, por minha conta, sugiro tratamento espiritual, seja na religião que for. O contato com a religião, com a Divindade Criadora, é fundamental para que a pessoa consiga retomar o equilíbrio psíco-físico-emocional e espiritual.

A medicação freqüente também é um recurso extraordiário para o reequilíbrio geral de quem sofra de agorafobia.

sábado, 11 de outubro de 2008

Coceira


Pensar em coceiras, ver pessoas se coçando, imagens de percevejos, pulgas e piolhos costumam provocar uma irresistível vontade de esfregar a própria pele. Mas a coceira – “prurido” para os médicos – é mais do que um incômodo ocasional. A sensação, resultante da irritação das células na epiderme, é uma útil advertência à presença de insetos ou outros elementos estranhos. O coçar é, muitas vezes, um método eficaz e simples de lidar com isso. A coceira é também o principal sintoma de muitas doenças dermatológicas e surge em certas condições sistêmicas, como doença renal crônica, cirrose e alguns tipos de câncer.

Se uma leve arranhada na pele é prazerosa, o constante coçar pode se tornar uma agonia, caso as condições subjacentes não sejam tratadas. Segundo estimativas, 8% a 10% da população mundial sofre de coceira crônica, sendo o problema que mais solicita os dermatologistas. As fontes da sensação, porém, são misteriosas e ainda pouco compreendidas.

Por muito tempo relegada como se fosse uma forma menor de dor, a coceira está sendo reavaliada pelos médicos em razão de sua complexidade e importância, já que tantas pessoas sofrem com o problema. Além das causas físicas, como alergias e condição da pele, a fonte desse formigamento irritante tem forte componente emocional. Cientistas investigam as bases do fenômeno com a tecnologia de imageamento e outros meios, atingindo o nível molecular.

As fontes da coceira sempre suscitaram curiosidade. No século II a.C., por exemplo, o médico grego Galeno observou que a coceira pode surgir de uma condição subjacente não relacionada à pele. Há 350 anos, o médico alemão Samuel Hafenreffer definiu a coceira como uma percepção desagradável na pele que desencadeia a necessidade de arranhar. Napoleão sofria de graves coceiras, assim como o médico e líder intelectual da Revolução Francesa, Jean Paul Marat.

Há apenas dez anos, os médicos consideravam a coceira “uma irmã menor da dor”. Afinal, a sensação segue o caminho rumo ao cérebro ao longo dos mesmos nervos seguidos pelos estímulos dolorosos, exceto pelo fato de a intensidade da irritação ser menor. Essa noção se baseava, entre outras coisas, na observação de que a dor inibe a coceira. Segundo a chamada teoria da intensidade, a estimulação neuronal fraca causa a coceira, e a forte leva à dor.

Em 1997, porém, o neurofisiologista Martin Schmelz, da Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha, provou que a necessidade de coçar alcança a medula espinhal a partir da pele via fibras nervosas independentes, chamadas fibras-C polimodal. Essas fibras-C parecem idênticas àquelas que sinalizam a dor, mas transmitem apenas sensações de coceira. Os sinais que propagam a irritação da pele percorrem a fibra nervosa até a medula espinhal e depois até o cérebro. Coçar e friccionar pode interferir com essas terminações neurais estimulando a dor e os receptores táteis nas mesmas áreas, inibindo assim os receptores circundantes da coceira, chamados pruriceptores.

Além disso, a equipe de Schmelz, junto com Hermann Handwerker, da mesma universidade, localizaram conexões entre as fibras-C mediadoras de coceira e as fibras-C da dor. A descoberta da possível comunicação entre as fibras sinalizadoras acrescenta um outro mecanismo pelo qual a dor inibe a coceira.

Em 2001, pesquisadores do Barrow Neurological Institute, em Phoenix-, identificaram em gatos células neurais específicas que respondem, de forma seletiva, à molécula sinalizadora histamina – que desencadeia coceira – mas não a estímulos de calor ou de dor.

A coceira se torna dor quando é crônica, isto é, quando persiste ou é recorrente. Segundo estudo da psiquiatra norueguesa Florence Dalgard, o stress é o fator mais importante se excetuarmos as reações alérgicas. Outras pesquisas descobriram que sarnas, causadas pela infestação de ácaros, afetam cerca de 300 milhões de pessoas em todo o mundo. Só nos Estados Unidos, mais de 30 milhões sofrem de eczema, problema associado à intensa vontade de coçar. Além disso, 42% dos 19 mil pacientes de diálise em 12 países, incluídos em estudo de 2006, relataram sofrer de coceiras graves ou moderadas.

Nem só problemas físicos causam o desejo intenso de coçar. A coceira pode ser ativada ainda pela mente. Basta ver os outros se coçando para fazermos o mesmo. Imagens de pulgas, por exemplo, também podem produzir esse efeito. Mas, até recentemente, não havia evidência científica dessa experiência compartilhada.

Para suprir essa lacuna, nossa equipe, liderada pelo piscólogo Jörg Kupfer, realizou um experimento com estudantes. Os participantes deviam avaliar a qualidade educacional de uma aula sobre o tema: “Coceira – O que é?”. Os 60 alunos do curso de medicina e de psicologia investigados assistiam aulas diferentes sobre o assunto. Um grupo via imagens de piolhos, pulgas, percevejos e reações alérgicas. Ao outro eram apresentadas cenas de crianças e paisagens calmas durante a exposição teórica. Como esperado, os estudantes do primeiro grupo se coçaram muito mais durante a aula do que seus colegas do segundo grupo.

É bastante possível que esse fator mental esteja associado aos chamados neurônios espelho. Essas células nervosas especializadas disparam quando realizamos certa ação, mas também quando a observamos em outra pessoa. O caráter contagioso do bocejo, por exemplo, é atribuído a essa atividade neuronal.

Para identificar quais áreas do cérebro estão particularmente ativas enquanto coçamos, os pesquisadores usaram métodos de imageamento para visualizar o cérebro das pessoas após provocar a reação com histamina. O neurocientista Francis McGlone, da Unilever Pesquisa e Desenvolvimento, em Cheshire, na Inglaterra, e colegas empregaram o imageamento por ressonância magnética funcional (fMRI) para identificar disparos nas partes do cerebelo e em regiões do lóbulo frontal. Os pesquisadores descobriram que respostas comportamentais resultam da ativação do lóbulo frontal para a coceira e para a percepção da dor.

Uma equipe do Bender Instituto de Neuroimageamento, da Universidade de Giessen, Alemanha, também usou a fMRI para estudar a coceira desencadea-da pela histamina em um período de aproximadamente 15 minutos, tempo de duração da coceira induzida experimentalmente. Pesquisas mostram que várias áreas do cérebro são ativadas de modo característico: regiões no lóbulo frontal, no lóbulo temporal esquerdo e nos hemisférios esquerdo do cerebelo, por exemplo. De forma surpreendente, porém, não ocorreu atividade no córtex sensório-motor, isto é, nas áreas do córtex que processam o estímulo sensorial e controlam o movimento. Muitas das regiões que dispararam tendem a ser associadas à emoção.

Outros pesquisadores confirmaram a importância das áreas do cérebro que processam a emoção. Segundo estudo recente de Handwerker, a coceira é em parte processada e ativada nas mesmas regiões do cérebro encarregadas da dor, mas em parte também no centro da emoção, a amígdala. Para a equipe de Hideki Mochizuki, do Instituto Nacional de Ciências Fisiológicas do Japão, o cíngulo, centro que processa as emoções, e a ínsula, outra área associada à emoção e ao desconforto, disparam durante a coceira, mas não quando há dor.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Duloxetina: para tratamento de dores neurogênicas e enxaquecas.



O Cymbalta (duloxetina) é um novo antidepressivo, fabricado pelo laboratório norte-americano Eli Lilly.

Pertence a uma classe de drogas conhecidas como duplos inibidores de recaptação. O que é isso?

Os neurotransmissores são liberados por um neurônio e são captados por outro. Uma pequena quantidade de neurotransmissor é enviada de cada vez, de um neurônio para outro.

Após o envio e recebimento dessa quantidade, o neurotransmissor que ficar "sobrando" no espaço entre um neurônio e o outro é absorvido pelo primeiro, aquele que o liberou.

Esse processo recebe o nome de recaptação. Um inibidor da recaptação de um dado neurotransmissor impede esse processo, o que significa que sob a vigência da duloxetina, certos neutrotransmissores são enviados em fluxo contínuo e sentido único, e não mais da forma natural, pulsátil e em "mão dupla".

Os neurotransmissores afetados pelo cymbalta (duloxetina) são a serotonina e a noradrenalina. O termo duplo inibidor de recaptação refere-se a uma droga que afeta a recaptação de dois neurotransmissores ao invés de um.

Os efeitos colaterais da duloxetina são comuns: náuseas, sonolência, cansaço ou fraqueza, excitação ou ansiedade, insônia, pesadelos, boca seca, intestino preso, hipersensibilidade da pele à luz do sol, alterações do apetite e do peso, alterações no desejo sexual e dores de cabeça. Efeitos colaterais menos comuns compreendem dificuldade para urinar, aumento da freqüência urinária, visão embaçada, sudorese excessiva e batimentos cardíacos irregulares. O aparecimento e a intensidade dos efeitos colaterais varia de paciente para paciente.

Um efeito colateral importante e comum a quase todos os pacientes é sentido no bolso (COMO EU SEMPRE DIGO: O ÓRGÃO MAIS SENSÍVEL DO CORPO HUMANO). As novas drogas antidepressivas são sempre extremamente caras.

Uma coisa existe em comum entre as drogas: na época do seu lançamento, diversas revistas populares, de credibilidade, publicam vistosas matérias sobre elas.

Matérias que seriam até importantes e ilustrativas, se não fosse por um pequeno detalhe: elas só se lembram de enaltecer o novo medicamento, e normalmente se esquecem de detalhar os efeitos colaterais e reações adversas. Informação tão importante quanto o benefício que a droga pode possuir.

Essas matérias ficam até parecendo um informe publicitário da indústria e não uma matéria informativa, tipicamente jornalística, que mostra os prós e os contras, questiona, compara opiniões médicas divergentes e contraditórias, ouve pacientes satisfeitos e insatisfeitos.

Tudo parece unânime. Todos os pacientes estão felizes e contentes, nas nuvens. Ninguém sofre efeitos colaterais. 80% ficam curados e felizes para sempre (e o resto das pessoas?)

Infelizmente, a realidade não é essa. Os pacientes continuam tendo reações adversas, continuam apresentando recaídas depois de algum tempo, e o pior, continuam achando que somente uma droga, uma pílula mágica, pode resolver o seu problema.

Medicamentos como o Cymbalta (duloxetina) podem ser importantes num momento específico da depressão ou da enxaqueca, mas ninguém pode depender apenas deles.

Importante lembrar a grande ação da duloxetina nas dores crônicas, ou neurogênicas. Aquelas que acompanham pacientes com artroses graves, por exemplo. Ela ajuda bastante a reduzir essas dores.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Células-tronco extraídas de testículo podem ser tão boas quanto embrionárias.



Cientistas europeus conseguiram mais um grande avanço na pesquisa com células-tronco. Eles produziram culturas celulares que têm potencial muito similar ao obtido com tecido embrionário, mas vindas de indivíduos adultos. O segredo foi buscar essas células da parte do corpo mais especializada em se multiplicar -- os órgãos reprodutores.

No caso específico, os cientistas, liderados por Thomas Skutella, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, extraíram células do testículo de um indivíduo. Essas células são parte da chamada linhagem germinativa -- precursoras dos espermatozóides.

No organismo, essas células costumam se dividir de uma maneira que deixa suas sucessoras -- os espermatozóides -- com apenas metade dos cromossomos do indivíduo original. Mas os cientistas as extraíram cedo nessa espécie de "linha de montagem" do testículo, de forma que elas ainda continham o conjunto completo de cromossomos do indivíduo que as originou.

Depois disso, o truque foi cultivá-las em laboratório, de modo que se multiplicassem indefinidamente, sem passar por diferenciação. O resultado foi uma linhagem de células-tronco pluripotentes, ou seja, capazes de se transformar em qualquer tecido do corpo, exatamente como fazem as células embrionárias.

Os cientistas já haviam obtido resultado similar no ano passado, mas com células de roedores. O sucesso em humanos agora traz grande entusiasmo.

"Concluímos que a geração de células-tronco adultas humanas da linhagem germinativa a partir de biópsias testiculares podem fornecer acesso simples e sem controvérsia a terapias celulares, sem os problemas éticos e imunológicos associados às células-tronco embrionárias humanas", escrevem os pesquisadores, em artigo publicado online pela revista científica britânica "Nature".

As novas células realmente ensejam otimismo. Como elas já vêm com o DNA do seu precursor (o indivíduo que cedeu a biópsia do testículo), poderiam ser reinseridas no organismo sem medo de rejeição. Além disso, não envolvem o uso de embriões, sempre polêmico, nem o uso de vírus para reprogramar células adultas, que também é controverso para uso terapêutico.

Claro, ainda é preciso pesquisar mais para garantir que essas células têm mesmo esse potencial todo para terapias. "Mais investigações serão necessárias para analisar se essas células são diferentes de outras células pluripotentes humanas e de camundongos obtidas por reprogramação recentemente reportadas em termos de morfologia, expressão de marcadores, imprinting genético, capacidade de diferenciação e estabilidade genética. Esses estudos vão fornecer importantes informações para potenciais aplicações clínicas", dizem os cientistas

SÍNDROME DA APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO



É uma doença (síndrome = conjunto de sinais e sintomas) crônica, evolutiva, com alta taxa de morbidade e mortalidade, apresentando um conjunto sintomático múltiplo que vai desde o ronco até a sonolência excessiva diurna, com repercussões gerais hemodinâmicas, neurológicas e comportamentais.

É uma situação complexa que muitas vezes requer uma inter-relação de várias áreas médicas, tanto no diagnóstico quanto no tratamento.

O fator determinante da SAOS está localizado nas vias aéreas superiores (VAS), especialmente na faringe. O colapso de suas paredes durante o sono pode restringir, em parte, o fluxo aéreo, produzindo vibrações de baixa frequência, constituindo o ronco. O ronco não pode mais ser avaliado simplesmente pelo seu aspecto social e deve ser considerado um problema médico, pois pode preceder a SAOS em mais de 90% dos casos.

O otorrinolaringologista deve estar apto a avaliar cada caso, orientando o paciente em seu tratamento a seguir, seja ele clínico e/ou cirúrgico.

A cirurgia está indicada quando são diagnosticadas obstruções das vias aéreas superiores, obstruções faríngeas e/ou laríngeas.

As cirurgias utilizadas dependem do grau de obstrução e também dos locais de obstrução estudados e diagnosticados; dependendo também da idade e da constituição física de cada paciente, podendo ser desde cirurgias das adenóides, amígdalas, cornetos, desvios de septo, correções do palato mole incluindo úvula (campainha), língua, maxilares e mandíbula.

Algumas vezes os tratamentos são combinados com cirurgias e tratamento clínico com medicamentos.

Recomendações para pacientes com SAOS
perder peso
evitar álcool no mínimo quatro horas antes de dormir
evitar medicamentos sedativos do tipo hipnóticos, anti-alérgicos, anti-histamínicos, preferencialmente antes de dormir
evitar dormir de costas (barriga para cima)
evitar refeições pesadas antes de dormir
evitar bebidas cafeinadas no mínimo quatro horas antes de dormir (chá, café, chocolate)
evitar fumar no mínimo quatro horas antes de dormir
evitar comer no meio da noite
evitar privação de sono
procurar manter um horário relativamente constante para dormir e acordar
levantar a cabeceira da cama cerca de 15 a 20 centímetros
eventualmente, dormir sentado em uma poltrona
controlar infecções, inflamações, principalmente das vias aéreas
procurar seu médico otorrinolaringologista.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Alzheimer: algumas anotações mais recentes...



A Doença de Alzheimer's (DA), uma forma de demência, é uma doença degenerativa do cérebro, que altera a memória, o pensamento e o comportamento.

As alterações de memória são uma característica necessária para formar o diagnóstico neste tipo de demência. Mudança em uma das seguintes áreas, também, necessita estar presente: linguagem, habilidade para fazer e decidir, julgamento, atenção e outras áreas da função mental e da personalidade.

O progresso da da doença é diferente em cada paciente. Se a DA se desenvolve rapidamente, no início, é provável que continue a se desenvolver rapidamente até o final. Se o início é lento, geralmente o desenvolvimento da doença também é lento.

Quanto mais velho o paciente, maior o risco de desenvolver DA. Há, também importância na história familiar, isto é, se há alguém na família portador da doença, há maiores probabilidades de que outras pessoas a desenvolvam na mesma família.

Outros riscos:
• História prolongada de hipertensão arterial
• História de trauma craniano
• Altos níveis de homocisteína (um componente sangüíneo que colabora para o surgimento de problemas cardíacos, depressão e DA)
• Gênero feminino – em função das mulheres viverem mais que os homens, estão mais sujeitas ao surgimento da DA

Existem, pelo menos, dois tipo de DA – de início precoce e de início tardio. No primeiro caso, os primeiros sintomas surgem antes dos sessenta anos de idade. É uma quadro bem menos freqüente, cerca de 5 a 10% dos casos. Entretanto o desenvolvimento costuma ser bem mais rápido.

A causa da DA ainda não é conhecida mas há indicações claras das predisposições genéticas e interferência dos fatores ambientais. O diagnóstico é fundamentado nas caracteríscas e sintomas e na exclusão dos outros tipos de demência.

As primeiras teorias passaram justificando o surgimento da DA pelo acúmulo cerebral de alumímio, chumbo, mercúrio, e outras substâncias, mas atualmente não são mais aceitas.

A única maneira de se ter certeza do diagnóstico a através da análise microscópia de cortes cerebrais, o que é inviável em pessoas vivas. O tecido cerebral mostra, em análise microscópica após a morte, fragmentos de proteínas neuro-fibrilares entre os neurônios, que promovem um “isolamento” destes e mostram, também, as chamadas “placas senis”, que são áreas nas quais há acúmulo de tecido morto, também em torno dos neurônios. Embora isso também ocorra em pessoas normais, são muito mais expressivas em pacientes com DA.

Entretanto, auxiliam no diagnóstico a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética do crânio.

A destruição dos neurônios leva a uma queda na produção de neurotransmissores, como a serotonina e dopamina, por exemplo, que são substâncias utilizadas para a transmissão de informações de uma célula nervosa para outra.

Este desequilíbrio surgido, por conta da diminuição da produção dessas substâncias, é fatal para o funcionamento do cérebro.

Por causar problemas químicos e estruturais no cérebro, a DA provoca uma desconexão de áreas do sistema nervoso que, por necessidade, trabalham conjuntamente.

Cerca de 10% das pessoas com mais de 70 anos de idade apresentam problemas relativos à memória e mais das metade deles têm como causa a DA.

A forma tardia da DA , que é a mais comum, se desenvolve em pessoas com mais de sessenta anos e parece não apresentar tanta relação familiar, ou seja, as pessoas da mesma família, têm menor chance de desenvolver a DA. Isso pode ser explicado por questões genéticas, provavelmente.