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sábado, 30 de setembro de 2017

Caminhada


A caminhada é uma das atividades físicas mais praticadas pelas pessoas. Ela é um exercício aeróbico muito utilizado, seja como meio de preservar a saúde e o peso corporal, seja pelas facilidades e comodidades que oferece: não tem custos; exige muito poucos equipamentos; não envolve grandes riscos e pode ter sua intensidade facilmente regulada. No entanto, e talvez por isso mesmo, a maioria das pessoas nunca se preocupou sobre como ela pode ser otimizada para produzir seus melhores efeitos e evitar seus riscos mais comuns.

A caminhada foi popularizada no Brasil pelo Dr. Kenneth Cooper, criador do método “Cooper”. Por isso, a atividade de caminhar é também chamada de “fazer Cooper”.

A caminhada é a reprodução acelerada do ato natural de andar que faz parte do repertório de atividades fisiológicas naturais desde a infância e por isso não precisa de nenhum aprendizado especial. Ela é uma excelente alternativa para todas aquelas pessoas que não são afeitas a nenhuma forma de esporte ou de atividade física e deveria ser realizada desde cedo, embora as pessoas mais jovens geralmente estejam envolvidas com estudo, trabalho, criação de filhos, etc. e nem sempre dispõem de tempo para caminhar regularmente todos os dias. A caminhada produz benefícios equivalentes aos proporcionados pela natação ou pelo ciclismo, por exemplo.

Como se preparar para a caminhada?

•Antes de tudo, é necessário fazer uma avaliação médica que trace seu perfil de saúde/doença e determine quais as características que a sua caminhada deve ter.

•Usar roupas leves e calçados adequados são requisitos essenciais. A roupa deve ser confortável e o calçado deve ter um solado que amorteça os impactos. A alimentação é outro requisito muito importante. Não se deve caminhar sem estar alimentado, pois o organismo precisa de nutrientes para acionar os músculos e se eles não forem corretamente supridos a pessoa pode começar a depauperar suas reservas orgânicas. Mas se quiser comer alguma coisa antes da caminhada, dê preferência às frutas, sucos e vitaminas de frutas, que são alimentos mais “leves”. Da mesma forma, a ingestão de pelo menos dois litros de água, distribuídos antes, durante e após o exercício é muito importante para compensar as perdas havidas durante o exercício. Também o alongamento deve ser tido como de fundamental importância e ser praticado tanto antes como depois da caminhada.

Como realizar a caminhada?

•Para retirar todo o proveito que a caminhada pode oferecer ela deve ser feita corretamente, obedecendo à orientação de um profissional de educação física. Pequenas irregularidades, às vezes não notadas, podem ter grandes repercussões no organismo. Comece devagar e vá aumentando seu ritmo aos poucos, porque assim os riscos de complicações serão minimizados. Chegando ao fim da caminhada, o ritmo deve ser gradualmente diminuído. Cada caminhada deve começar com um aquecimento que evite distensões e terminar com um relaxamento que evite dores. As diversas variações possíveis na caminhada (frequência, velocidade, ritmo, etc.) dependem da idade e das condições físicas da pessoa e esta deve ser monitorada em seus parâmetros cardiológicos e respiratórios. Deve-se preferir caminhar no período vespertino, porém quando se mantém um horário fixo o organismo se adapta a ele.

•Para melhoria do peso e do condicionamento físico a caminhada deve ser realizada de quatro a cinco vezes na semana ou, de preferência, todos os dias, a uma velocidade de pelo menos 7 km/hora. Comece sua caminhada com um tempo de trinta minutos, ou ainda menos, na primeira semana e vá aumentando o tempo e a intensidade gradualmente.

•Se a pessoa tiver qualquer problema de saúde ou uma idade avançada, a caminhada não está liminarmente contraindicada, mas deve ser adaptada a essas condições especiais. Em muitas dessas circunstâncias o ato de caminhar pode inclusive ser benéfico.

•O fumo e o excesso de álcool são antagônicos ao ato de caminhar. Procure não fumar e não beber em excesso! Não jogue fora por um lado os benefícios que estão sendo auferidos, por outro.

•Caminhar é uma atividade para a vida inteira, portanto tenha sempre em mente a sua segurança. Procure caminhar preferentemente num solo plano e macio (de terra ou grama, por exemplo), sem buracos ou obstáculos e sem aclives e declives acentuados. O local deve ser bem arejado e de preferência cercado de vegetação, como parques, jardins ou praias, mas a caminhada também pode ser realizada na rua, em pistas atléticas, ginásios, academias, praças ou em outros locais. Evite caminhar sob sol ou frio intenso. Se caminhar na rua nunca o faça com fones de ouvido que impeçam de ouvir sons e buzinas.

Caminhar é uma atividade excelente para socialização quando realizada coletivamente e pode ser praticada por pessoas de qualquer idade. Caminhar pelo menos três vezes por semana, em ritmo acelerado, durante trinta minutos, reduz em até 58% o risco de doenças cardiovasculares que causam morte. Imagine caminhar todo dia!

A caminhada também reduz os níveis sanguíneos do colesterol ruim (LDL e VLDL) e aumenta os níveis do bom colesterol (HDL). Além disso, a caminhada ajuda a evitar a ansiedade, a depressão, a osteoporose, a artrose, os acidentes vasculares cerebrais, o câncer do intestino, reduz as gorduras localizadas, auxilia no tratamento do diabetes mellitus, provoca a oxigenação do cérebro e libera endorfina, substância que tranquiliza a pessoa e proporciona uma sensação de bem-estar. Caminhar também melhora as funções cardiovasculares, músculo-ligamentares, ósteo-articulares. O condicionamento físico que ela proporciona ajuda na perda de peso e reduz a pressão sanguínea.

A caminhada pode ser indicada para gestantes, pois ela prepara o corpo da mulher para o parto, melhora a sua capacidade cardiorrespiratória e ainda favorece o encaixe do bebê na bacia da mãe gestante. Antes de começar a caminhar, toda gestante deve passar por uma consulta com o seu obstetra.

Muitas pessoas dizem utilizar o período da caminhada para refletirem sobre seus problemas mais importantes e para tomarem decisões fundamentais para suas vidas.

Quais são os cuidados e os riscos da caminhada?

Os riscos da caminhada são muito pequenos, já que ela é uma atividade de baixa intensidade que pode ser facilmente regulada de acordo com as disposições de cada um. A frequência cardíaca durante a caminhada não deve ultrapassar 75-80% da frequência normal. A respiração não deve ficar ofegante e a pessoa deve ser capaz de manter uma conversação normal. Sobretudo as pessoas sedentárias devem começar com ritmos menores e ir aumentando aos poucos. Os iniciantes devem alternar um dia de caminhada com um dia de descanso. Os limites do próprio corpo nunca devem ser ultrapassados, mas sim ir aumentando aos poucos. Cada pessoa deve encontrar o seu próprio ritmo confortável e não procurar adaptar-se ao ritmo de outros caminhantes, eventualmente muito lento ou muito rápido. A caminhada não deve ser transformada numa competição! A qualquer sinal de dores, câimbras ou cansaço extremo, interrompa a caminhada.

Um médico deve ser consultado se após uma caminhada a pessoa se sentir tonta, excessivamente fatigada, com sudorese intensa (suar nem sempre significa perder peso ou maior esforço), com batimentos cardíacos irregulares, falta de ar ou dor no peito.

Pilates


O método de Pilates é hoje em dia um dos métodos de exercícios físicos mais populares. Ele é uma técnica de exercícios físicos e alongamento que trabalha conjuntamente a mente e o corpo, visando a re-educação do movimento e o trabalho do corpo como um todo, promovendo o equilíbrio muscular e mental.

Seus fundamentos básicos são concentração, controle, centralização, precisão e respiração, responsáveis pela harmonização do organismo. A força, tonificação e alongamento muscular são trabalhados de dentro para fora do corpo, do centro para a periferia, buscando torná-lo mais forte, elegante e saudável. Esse método foi criado pelo alemão Joseph Pilates (1880-1967) na década de 1920.

O método de Pilates normalmente é conduzido por um fisioterapeuta ou profissional de Educação Física e consiste em exercícios aparentemente suaves que proporcionam o alongamento e a fortificação do corpo. O trabalho é feito através de movimentos suaves e contínuos, com ênfase na concentração, no fortalecimento e na estabilização dos músculos centrais do corpo (abdômen, coluna e pelve). A mistura de força e flexibilidade ajuda a melhorar a postura, alongar e tonificar os músculos.

Os exercícios do Pilates baseiam-se em seis princípios:

1.Centro de força

2.Concentração

3.Controle

4.Fluidez de movimentos

5.Precisão

6.Respiração

Os exercícios de Pilates normalmente são feitos no solo (MAT-Pilates) ou com o auxílio de quatro equipamentos: Studio Reformer, Trapézio Cadillac, Combo Chair e Barrel. Com exercícios de baixo impacto e de poucas repetições, é possível alcançar resultados eficazes e, ao mesmo tempo, ter menos desgaste das articulações e dos músculos, tornando-o praticável tanto por atletas profissionais, como por pessoas sedentárias ou por pessoas de qualquer idade, inclusive as que sofrem de problemas ósseos e musculares ou dores crônicas.

Os orientadores precisam dedicar muita atenção a cada praticante, orientando posições corretas de realização dos movimentos, suavidade na execução e respiração associada a cada exercício. As aulas não devem ter mais de dois ou três praticantes por vez e devem contar com um período de descanso do organismo; portanto, o Pilates deve ser praticado de duas a três vezes por semana, deixando o corpo repousar por 24 horas.

O método do Pilates é indicado para reabilitação física, condicionamento físico e bem-estar geral. Ele visa promover a harmonia, a flexibilidade e o equilíbrio muscular, em aulas supervisionadas por um fisioterapeuta ou educador físico, que orienta a prática às necessidades de cada pessoa, podendo ser praticado em qualquer idade e níveis de condicionamento físico.

Crianças também podem praticá-lo, começando por volta dos 10-12 anos de idade. Nesta faixa etária, é necessário que o orientador tenha cuidado com as epífises de crescimento, cartilagens de crescimento ósseo que ainda estão abertas na infância. As crianças não devem trabalhar com cargas excessivas e devem manter suas articulações alinhadas para que sejam preparadas de maneira correta para o estirão de crescimento.

Várias são as vantagens do método de Pilates. O controle da respiração, por exemplo, permite controlar a ansiedade. Outra função muito apreciada é a de pós-tratamento de coluna, pois trabalha com o fortalecimento da musculatura estabilizadora da coluna. Além disso, a modalidade serve de escudo contra o estresse e a fadiga. Os exercícios do Pilates proporcionam:

•Controle sobre o corpo e sobre o estresse, ansiedade e nervosismo

•Alivia dores, sobretudo as dores de coluna

•Melhora a respiração

•Corrige a postura

•Fortalece os músculos

•Melhora a flexibilidade e a coordenação motora

•Previne fraturas osteoporóticas

•Trabalha o equilíbrio

•Melhora a consciência corporal, etc.

Treinamento funcional


Treinamento Funcional é um novo conceito de atividade física mais dinâmica que as atividades ou treinos convencionais. Ele visa melhorar a capacidade das diversas funções do indivíduo e tem por objetivo trabalhar diferentes capacidades físicas com a combinação de vários exercícios relacionados à vida diária.

Nas academias, trabalha-se um músculo ou grupo muscular de cada vez, mas no treinamento funcional o foco passa de um grupo muscular isolado para todo o corpo. Os exercícios visam melhorar a força muscular, a flexibilidade, o sistema cardiorrespiratório, a coordenação motora e o equilíbrio. Como nenhuma atividade física é completa por si só, o treinamento funcional deve ser somado às demais modalidades de atividade física presentes nas academias para possibilitar um desenvolvimento corporal mais homogêneo e completo.

O treinamento funcional busca realizar exercícios à semelhança das situações cotidianas e é direcionado a alguma modalidade específica de atividade. Quase sempre as situações cotidianas requerem o emprego de diversos grupos musculares ao mesmo tempo. O treinamento funcional procura justamente promover ações musculares em conjunto e simultâneas, proporcionando um trabalho corporal mais globalizado e completo.

No treinamento funcional não são usados aparelhos, apenas alguns acessórios e os exercícios apresentam uma complexidade maior que numa academia tradicional. Os exercícios utilizam o peso do próprio corpo para serem realizados. À medida que a pessoa evolui, aumentam-se os desafios, complementando-os com novos acessórios como mini trampolim, bola suíça, plataformas de equilíbrio e outros.

Os exercícios funcionais devem ser aplicados gradativamente e o primeiro ponto forte a ser trabalhado é o centro do corpo. Em resumo, o treinamento funcional consiste na reprodução de ações realizadas nos esportes ou nas atividades cotidianas.

Em princípio, qualquer pessoa sadia e com idade adequada pode fazer o treinamento funcional, mas pessoas que já praticam esportes ou atividades físicas se adaptam melhor a ele. Antes de se submeter ao Treinamento Funcional, o praticante deve consultar um médico e informar ao instrutor qualquer restrição ou problema de saúde que tenha e que possa ser agravado com a prática de exercícios físicos.

Além de fatores como idade e sexo, a prática do treinamento funcional deve obedecer ao histórico de cada praticante. Devido à complexidade envolvida, esse método não é um dos mais indicados para as pessoas previamente sedentárias.

O Treinamento Funcional implica maior complexidade dos movimentos e envolvimento de várias capacidades físicas. Isso melhora a flexibilidade, o equilíbrio, o condicionamento muscular e cardiorrespiratório, ocasiona emagrecimento, realiza a otimização da coordenação motora, além de aumentar a autoestima. Apesar desses benefícios, esse tipo de treino comporta um risco maior de lesões, por isso, deve-se contar sempre com a supervisão de um especialista em Educação Física.

Anabolizantes


Os anabolizantes, também conhecidos por esteroides anabólicos androgênicos, são hormônios sintéticos fabricados a partir do hormônio sexual masculino, testosterona, e comumente utilizados para aumento no tamanho dos músculos, da força física e da resistência muscular. Seu uso indiscriminado acarreta sérias consequências ao organismo. Podem ser encontrados nas formas de comprimidos, cápsulas ou injeções intramusculares.

Os anabolizantes podem ser utilizados por razões médicas, como meios de melhorar desempenhos esportivos, por fisiculturistas ou simplesmente por razões estéticas. O uso de anabolizantes vem se tornando, a cada dia, um hábito mais comum. Porém, o consumo excessivo e sem controle médico é muito perigoso e pode causar danos irreparáveis ao corpo humano.

Estes hormônios servem para reconstruir os tecidos que se tornaram fracos devido a uma doença crônica ou a danos graves, podendo ser também usados para o ganho de massa corporal magra ou de massa óssea, em casos de doenças, mas servem também para exagerar as massas musculares normais nos fisiculturistas competidores ou por motivos simplesmente estéticos. Além disso, também podem ser indicados para tratar doenças nas quais os testículos não produzem ou produzem poucos hormônios sexuais.

Nos esportes, estes remédios são muitas vezes usados por praticantes de musculação ou fisiculturismo, por exemplo, para o aumento da força física e da massa muscular, além de diminuírem a fadiga e melhorarem o desempenho físico.

Os anabolizantes, quando entram em contato com as células do tecido muscular, aumentam o tamanho dos músculos do corpo humano. No fisiculturismo, isso serve para modelar o corpo; no esporte, o uso de anabolizantes é considerado “doping” e o esportista, detectado fazendo este uso, é punido.

Originalmente, essas drogas eram utilizadas unicamente para tratamento de algumas disfunções hormonais ou desgastes musculares, mas hoje em dia vêm sendo bastante usadas por atletas e fisiculturistas para melhorar seus desempenhos esportivos ou chegarem a um corpo “sarado”, com redução da gordura corporal. No caso dos esportes, se o atleta estiver competindo, o uso dessas substâncias configura “doping”.

Essa droga promove, em homens e mulheres, aumento nos pelos, acne, queda de cabelo, distúrbios da função e tumores do fígado, irregularidade nos ciclos menstruais, disfunções testiculares e ginecomastia, alterações comportamentais e de humor, psicoses, impotência sexual, hipertensão arterial e ataques cardíacos, dentre outras consequências.

Nas mulheres, os anabolizantes podem gerar características masculinas, como engrossamento da voz e surgimento de pelos além do normal. Além disso, também pode ocorrer aumento do tamanho do clitóris, diminuição dos seios e aumento de apetite.

Nos homens, especificamente, o excesso de anabolizantes pode causar redução dos testículos, diminuição da contagem dos espermatozoides e calvície. Nos adolescentes, as consequências podem ser ainda piores, como comprometimento do crescimento, maturação óssea acelerada, aumento da frequência e duração das ereções, desenvolvimento sexual precoce, hipervirilização, crescimento do pênis, aumentos dos pelos púbicos e do corpo, além do ligeiro crescimento da barba.

Por outro lado, esses hormônios podem ser usados terapeuticamente, sob orientação médica, e em pequenas doses. Usados sem controle, os anabolizantes podem causar dependência.

sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Enxaqueca "news"


Embora ela seja a sétima causa de um distúrbio que deixa as pessoas incapacitadas para o trabalho em todo o mundo, a enxaqueca “tem recebido relativamente pouca atenção como importante problema de saúde pública”, escreveu recentemente o dr.Andrew Charles, um neurologista californiano, no The New England Journal of Medicine.


Ela pode começar na infância, torna-se mais comum na adolescência e chega ao ápice predominantemente dos 35 aos 39 anos. Nos Estados Unidos, afeta de duas a três vezes mais as mulheres do que os homens, e uma mulher em cada 25 tem enxaquecas em mais de 15 dias por mês.

Mas embora o foco tenha sempre sido a dor de cabeça, as enxaquecas são um distúrbio que afetam o corpo todo; como mostram pesquisas recentes, ele é decorrente de “um estado anormal do sistema nervoso que envolve várias partes do cérebro”, segundo o dr, Charles, do Goldberg Migraine Program, da Universidade da Califórnia, Los Angeles. Ele espera que o artigo ajude a educar os médicos, que pouco aprendem sobre enxaquecas na escola de medicina.

Antes que fosse possível estudar as funções do cérebro mediante um MRI funcional (ressonância magnética por imagem) ou PET scan (tomografia por emissão de pósitrons), acreditava-se que as enxaquecas fossem provocadas pelo latejar de vasos sanguíneos inchados no crânio, e afetassem em geral – embora não sempre – apenas uma parte da cabeça. O clássico sintoma da enxaqueca levou ao uso de medicamentos que provocam a constrição dos vasos sanguíneos, drogas que ajudam somente alguns pacientes e não são adequadas para pessoas que sofrem de doenças cardíacas.

Além disso, os remédios tradicionais ajudam somente uma minoria de pacientes. Eles variam de acetaminofeno e NSAIDs vendidos no balcão como ibuprofeno e naproxeno triptanos como Imitrex que precisam de receita médica, opioides inadequadamente prescritos, e claviceps usados como spray nasal. Todos eles têm efeitos colaterais que limitam o seu uso e frequência.

Os neurologistas que se especializam na pesquisa e no tratamento da enxaqueca hoje a tratam como um distúrbio baseado no cérebro, com sintomas e sinais que podem começar em um dia ou mais antes de se manifestarem como dor de cabeça, e persistem depois que a dor acalma.

Baseados nesta nova compreensão, existem hoje potentes tratamentos menos incômodos disponíveis ou aguardando aprovação. Para serem mais eficazes, as novas terapias podem exigir que os pacientes comecem a agir aos sinais de alerta de uma enxaqueca na sua fase chamada prodrômica - quando ocorrem sintomas como bocejos, irritabilidade, fadiga, avidez pelos alimentos e sensibilidade à luz e ao som, um dia ou dois antes da dor de cabeça.

Mesmo com os medicamentos atuais, as pessoas costumam esperar até ter uma dor de cabeça forte para começar um tratamento, o que limita a sua eficácia, afirma o dr. Charles. “É possível que grande parte das terapias seja eficaz, inclusive meditação e técnicas de respiração e relaxamento, que não ajudam quando o trem já saiu da estação”, acrescentou.

As condições que podem desencadear uma enxaqueca em pessoas suscetíveis incluem deixar de fazer uma refeição, consumo exagerado de cafeína, hábitos irregulares do sono e stress.

Uma terapia preventiva “deveria ser considerada no caso de a enxaqueca ocorrer pelo menos uma vez por semana ou quatro a cinco dias ao mês”, escreveu.

Os possíveis tratamentos são remédios para a pressão, como os betabloqueadores; agentes antiespasmódicos como topiramate (Topamax) e antidepressivos tricíclicos como imipramina (Tofranil). Além disso, a toxina botulínica, ou Botox, é aprovada nos Estados Unidos como preventivo da enxaqueca.

Há também novos remédios baseados no cérebro com menos efeitos colaterais ou mesmo sem nenhum. Entre eles, aparelhos que se seguram na mão ou faixas na cabeça; como o Single-pulse TMS (estimulador magnético transcraniano) e o Cefaly t-SNS (ou neuroestimulação transcutânea supraorbital), que transmitem energia magnética ou elétrica aos nervos através do crânio até o cérebro.

E nos EUA está sendo esperada a aprovação de uma nova classe de drogas que visam diretamente os peptídeos, considerados os causadores dos ataques de enxaqueca. Entre eles, os anticorpos monoclonais ministrados por injeção ou intravenosa, e os chamados antagonistas CGRP, relacionados ao gene da calcitonina, por via oral.


Jane Brody - publicado no Estadão em 25/09/2017 

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Memória de trabalho 


A memória operacional, também conhecida como memória de trabalho, tem a função de possibilitar a realização de tarefas do dia-a-dia como discar um número de telefone ou recordar o nome de alguém que encontramos na rua. 

Além de ser responsável também pela compreensão da linguagem, raciocínio lógico e resolução de problemas.

Compreender a sequência lógica de um filme só é possível devido a memória operacional. 

Este tipo de memória processa tanto as informações contidas na memória de curto prazo, que são armazenadas por pouco tempo, como as informações da memória de longo prazo que podem ficar armazenadas durante toda a vida.

A memória operacional não tem capacidade de assimilar todas, assim desenvolve estratégias para absorver o maior número de informações possíveis. 

Um exemplo utilizado pela memória operacional é a atenção seletiva que seleciona as informações mais importantes para a própria pessoa e ignora o que é irrelevante.

Pessoas que apresentam distúrbios na memória operacional podem ter problemas relacionados com a aprendizagem como a dislexia, défice de atenção, hiperatividade e problemas no desenvolvimento da linguagem.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Fraturas no cotovêlo 


A articulação do cotovelo é composta pelos seguintes ossos: úmero, rádio e ulna. Portanto, podemos ter durante um traumatismo no cotovelo: uma fratura do úmero distal, cabeça do rádio, ulna proximal (olécrano) de maneira isolada ou combinada.

Fratura da cabeça do rádio


As fraturas da cabeça do rádio podem ocorrer de forma isolada. Menos comumente pode estar associada a uma luxação do cotovelo ou fraturas de outros ossos do cotovelo, o que pode alterar a forma do tratamento.

Como é feito o diagnóstico?

Radiografias do cotovelo em três incidências são suficientes para se diagnosticar a fratura e planejar o tratamento. No entanto, a tomografia computadorizada poderá ser útil para avaliar o tamanho, nível de fragmentação e o grau de desvio da fratura.

Quais os fatores que influenciam o tratamento?

Os fatores que influenciam o tratamento são a atividade, idade e quais exigências que o paciente irá impor ao cotovelo.

Outro fator importante que muitas vezes pode passar desapercebido no atendimento de urgência do paciente são as lesões ligamentares associadas que sempre estão presentes nos casos de fratura-luxação do cotovelo.

O número de fragmentos da fratura e o desvio destes fragmentos também são importantes.

Como é o tratamento das fraturas da cabeça do rádio?

As fraturas isoladas com desvio minimo, isto é, menor que 2 mm, podem ser tratadas não cirurgicamente. Estas fraturas são relativamente estáveis. Orientamos o uso de uma tipoia simples por 7 a 14 dias e iniciamos o tratamento fisioterápico precocemente. Não há benefício para o paciente, ser imobilizado por um longo período e pode acarretar num cotovelo rígido de difícil tratamento.

Para fraturas com desvio maior que 2 mm, bloqueio dos movimentos do cotovelo ou com lesões ligamentares associadas é indicado o tratamento cirúrgico. Nas fraturas com até 3 fragmentos, normalmente é realizada a fixação da fratura com placa e parafusos, nas fraturas com mais fragmentos ou fragmentos muito pequenos, a fixação pode não ser possível, sendo realizada a substituição da cabeça do rádio por uma prótese metálica. O objetivo do tratamento cirúrgico é permitir a movimentação precoce do cotovelo para evitar uma das complicações mais frequentes, a rigidez. 


O olécrano consiste na parte proximal da ulna que é facilmente palpável na região posterior (atrás) do cotovelo. Por ser bem superficial é vulnerável a traumatismos diretos nesta região. É facilmente diagnóstica por radiografias do cotovelo.

A fratura do olécrano em geral é de tratamento cirúrgico, pois está num região onde ocorre a movimentação da articulação do cotovelo e não são tolerados desvios dos fragmentos maiores que 2 mm.


Desvios maiores que 2 mm podem deixar a articulação irregular, gerar uma artrose precoce e prejudicar a movimentação do cotovelo. Outro fator importante é que o cotovelo não pode ficar imobilizado por longo período até que ocorra a consolidação óssea, pois pode ficar rígido (sem movimentação) que dificilmente será restabelecida com o tratamento fisioterápico. Para ler mais sobre as fraturas do olecrano, clique aqui.

O úmero, o osso do braço, articula-se com a ulna e o rádio no cotovelo. As fraturas da porção distal do úmero costumam ocorrer após queda ao solo. Esta é a fratura mais grave dentre as que podem acometer o cotovelo.

A fratura do úmero distal em geral é de tratamento cirúrgico, pois está num região onde ocorre a movimentação da articulação do cotovelo e não são tolerados desvios dos fragmentos maiores que 2 mm.


Desvios maiores que 2mm podem deixar a articulação irregular, gerar uma artrose precoce e prejudicar a movimentação do cotovelo. Outro fator importante é que o cotovelo não pode ficar imobilizado por longo período até que ocorra a consolidação óssea, pois pode ficar rígido (sem movimentação) que dificilmente será restabelecida com o tratamento fisioterápico.

O tratamento cirúrgico das fraturas do cotovelo, na maioria dos casos é realizada com fixação da fratura com duas placas e vários parafusos. Além disso, para visualizar adequadamente a articulação do cotovelo e realizar a redução adequada, costuma ser necessário um procedimento chamado osteotomia do olécrano (é feita, cirurgicamente, uma fratura nesse osso). Após o término da fixação do úmero, é preciso fixar o olécrano também, Após a cirurgia, a fisioterapia é iniciada o mais precocemente possível, para evitar a rigidez do cotovelo. Em alguns casos com muita fragmentação da superfície articular não é possível fixar a fratura, sendo necessário realizar uma artroplastia do cotovelo. 



terça-feira, 26 de setembro de 2017

Intolerância ao glúten 



A intolerância ao glúten não celíaca é a incapacidade ou dificuldade de digestão do glúten, que é uma proteína presente no trigo, no centeio e na cevada. 

Nesses pacientes, o glúten danifica as paredes do intestino delgado, provocando diarreia, dor e inchaço abdominal, além de dificultar a absorção de nutrientes.

Já na doença celíaca, também ocorre uma intolerância ao glúten, mas há uma reação do sistema imunológico causando um quadro mais grave, com inflamação, dores intensas e diarreia frequente. 

A intolerância ao glúten é permanente e, por isso, é necessário retirar completamente o glúten da alimentação para os sintomas desaparecerem. 

Sintomas da intolerância ao glúten

Dores abdominais

Diarreia frequente

Os sintomas da intolerância ao glúten podem ser observados no bebê assim que haja introdução de cereais na alimentação. 

Os sintomas mais comuns são:

Diarreia frequente, de 3 a 4 vezes ao dia, com grande volume de fezes;

Vômito persistente;

Irritabilidade (sim, nervosismo!);

Perda do apetite;

Emagrecimento sem causa aparente;

Dor abdominal;

Abdômen inchado;

Palidez;

Anemia ferropriva;

Diminuição da massa muscular.

Em alguns casos, o indivíduo pode não apresentar nenhum destes sintomas e a intolerância ao glúten só ser descoberta após a manifestação de outros sintomas decorrentes da doença, tais como: baixa estatura, anemia refratária, artralgia, prisão de ventre crônica, osteoporose e esterilidade.

O que causa intolerância ao glúten

As causas da intolerância ao glúten podem ser genéticas, devido à permeabilidade intestinal alterada ou devido a estes dois fatores juntos. 

É possível identificar a intolerância, com os seguintes exames: 

- Exame de fezes - teste Van der Kammer

- ​Exame de urina - teste D-xilose

- Teste sorológico - exame de sangue Antigliadina, endomísio e transglutaminases;

- Biópsia intestinal.

Estes exames podem ajudar no diagnóstico da intolerância ao glúten, assim como uma dieta de exclusão do glúten por um tempo determinado para avaliar se os sintomas desaparecem ou não.

Tratamento

O tratamento para intolerância ao glúten é basicamente excluir o glúten da alimentação durante toda a vida. 

O glúten poderá ser substituído por milho, farinha de milho, fubá, amido de milho, batata, fécula de batata, mandioca, farinha de mandioca e polvilho.

Ao retirar o glúten da dieta, a remissão dos sintomas podem desaparecer em poucos dias ou semanas. Veja como fazer uma dieta sem glúten.

Dieta para intolerância ao glúten

A dieta para intolerância ao glúten consiste em retirar da alimentação todos os alimentos que contém glúten, como os que são preparados com farinha de trigo, como bolos, pães e biscoitos, substituindo-os por outros, como bolo de fubá, por exemplo.

Quem sofre com intolerância ao glúten deve excluir da sua dieta os seguintes alimentos:

Pão, macarrão, biscoito, bolo, cerveja, pizza, salgadinhos e qualquer alimento que contenha glúten.

É importante que o indivíduo siga a dieta corretamente para evitar as complicações que a doença pode trazer e, por isso, é importante verificar se o alimento contém glúten e, se tiver, não consumi-lo. 

Esta informação está presente na maior parte dos rótulos dos produtos alimentares.

Veja outros alimentos com glúten que deve evitar e quais os que pode comer:

Além disso, a Tapioca não tem glutén e é uma ótima opção para substituir o pão na dieta. 

Não há medicamento para tratar esta enfermidade!

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Ansiedade de separação


Considerada por muitos como “o mal do século”, a ansiedade é um sentimento tão peculiarmente desagradável que só quem a sente sabe o quão ruim ela é. Suar, tremer, gaguejar…

Enfim, todos os piores sentimentos do ser humano ficam à flor da pele quando se está sofrendo de ansiedade.

Ela se expressa de vários modos, como preocupação, tensão, medo, pavor, sintomas físicos ou qualquer outro sentimento ruim em excesso. Como reação normal, a ansiedade desempenha um importante papel defensivo ante situações estressantes e prepara as pessoas para a luta ou fuga. Nesse sentido, a ansiedade é reacional e transitória.

No entanto, algumas pessoas sentem ansiedade sem qualquer motivo desencadeante ou sem proporção com um motivo determinado. Essa ansiedade geralmente interfere na vida e nas atividades cotidianas prejudicando-as. É tida, então, como patológica e as pessoas acometidas por ela parecem ter uma predisposição constitucional (provavelmente genética) para a ansiedade.

O ser humano começa completamente ligado física e emocionalmente à mãe. De início, a criança se vê, e efetivamente é, como uma extensão dela. Só passa a assumir sua individualidade e autonomia aos poucos e ao longo de muitos anos. Durante a gestação, há uma ligação real mãe-bebê, seguida por outra etapa em que essa ligação passa a ser intermitente, na amamentação, e ainda outra, menos regular, mas não menos importante, nos cuidados e ajuda à criança (alimentação, higiene, andar, falar, etc.). Nessa fase, já é possível que o pai também tenha alguma participação.

Depois, vem uma separação comportamental: a creche, a escola, a ausência dos pais para trabalhar e, eventualmente, a separação ou morte de um deles ou de ambos. Apesar de uma significativa ligação com ambos os pais, costuma-se reservar a expressão "ansiedade de separação" para as reações do bebê e da criança pequena (até os dois anos de idade) à separação da mãe.

Com o desenvolvimento físico e mental, a criança vai começar a perceber que tem seu próprio corpo, pensamentos e sentimentos e aí vai cada vez mais querer fazer as coisas do seu jeito. O processo de separação normalmente é acompanhado da ansiedade de separação, que pode ser difícil tanto para a criança, como para seus pais.

A ansiedade de separação costuma ter seu pico entre o 10º e o 18º meses de vida e, se for muito excessiva ou muito persistente, perturbando a vida normal da criança, pode-se estar diante de um transtorno da ansiedade de separação.

Alguns sintomas denunciam a ansiedade de separação: na criança muito pequena, o choro aparentemente imotivado, perda de apetite, irritação e recusa de ir ao colo de estranhos. Um pouco mais tarde podem aparecer dificuldade de afastar-se da mãe, medos excessivos ante estímulos menores, sintomas físicos pouco definidos e oscilantes (dor de cabeça e de barriga, náuseas e vômitos, etc.), preocupações excessivas, recusa em ir à escola, medo persistente e excessivo de ficar em casa sozinho, recusa em adormecer desacompanhado ou fora de casa e pesadelos repetidos.

E o que leva a ansiedade de separação normal a se transformar numa perturbação? Entre os motivos que estão na origem e manutenção da perturbação da ansiedade de separação contam-se: instabilidade familiar, dificuldades de adaptação a novas realidades, como entrada no Jardim de Infância, por exemplo, mudanças bruscas na vida da criança, superproteção por parte dos cuidadores e menor autonomia para as crianças ou, ao contrário, excessiva permissividade.

Como lidar com a ansiedade de separação?

•A mãe deve ter a sabedoria de equilibrar a proteção que deve dar a seu filho com a vontade dele de explorar o mundo por si mesmo. Uma criança que tenha amor e cuidados constantes e autonomia para ser ela mesma, adquire a confiança necessária para se soltar.

•A progressiva confiança que a criança vai adquirindo em sua mãe depende de pequenos gestos da parte dela como, por exemplo, responder imediatamente ao choro do bebê, atendê-lo prontamente quando ele está com fome ou com as fraldas molhadas, etc.

•A casa deve ser um ambiente seguro e agradável para a criança. Por exemplo: em vez de ter-se de falar "nãos" para ela, a mãe deve colocar objetos perigosos ou frágeis fora do alcance da criança.

•A mãe deve ajudar a criança a fazer as coisas que lhes são permitidas, não fazer para ela. Assim, evita frustrar seus desejos e ter de aplicar-lhe uma observação condenatória.

•Durante algum tempo a criança pensa na ausência da mãe como definitiva, mesmo quando ela se afasta rapidamente. De nada adianta dizer “mamãe vai ali, mas volta rapidinho” ou sair escondido para que a criança não perceba a ausência. Pelo contrário, ao sair a mãe deve despedir do bebê, cara-a-cara e dizer exatamente quando voltará, mesmo que ele não entenda e chore. Com o passar do tempo, isso reforçará a confiança na sua mãe e passará a aceitar mais facilmente a situação.

•A mãe nunca deve mentir para a criança, achando que isso vai tornar a situação mais fácil. O melhor é sempre dizer a verdade, mesmo acreditando que a criança não compreenda. Com o crescimento, ela passará a compreender as situações e a reagir mais adequadamente a elas.

•Algumas medidas relativamente simples ajudam a controlar a ansiedade de separação: diminuição da ansiedade dos pais, transmissão de confiança, com um contexto tranquilo, com rotinas e regras estáveis, ajuda para que a criança monte estratégias para lidar com o que teme e outras coisas de mesmo sentido.

•A mãe precisa achar o ponto de equilíbrio entre o "estar perto e disponível" e o "manter-se afastada e ocupada com outros assuntos além da criança" para que, durante a infância, a criança tenha espaço para construir por ela mesma o seu eu autônomo e responsável.

domingo, 24 de setembro de 2017

Lesões dos tendões das mãos 


Os tendões são estruturas firmes, geralmente com o formato de cordas, que conectam os músculos aos ossos. 

Assim, quando os músculos se contraem, os tendões deslizam e produzem os movimentos.

Os tendões que produzem a flexão dos nossos dedos (ou seja, que “dobram” os dedos) localizam-se na face palmar do punho, mão e dedos.

Atravessam um túnel situado no punho - o túnel do carpo- e mantém um formato semelhante a um cordão até prenderem-se aos ossos. 

Já os tendões que realizam a extensão dos dedos (ou seja, que “esticam” os dedos), também possuem um formato semelhante a cordões ao atravessarem o dorso do punho e mão, porém no dorso dos dedos assumem um formato achatado, e adotam um arranjo mais complexo.

Em virtude de seu posicionamento superficial, os tendões podem ser facilmente seccionados em feridas cortantes, sejam no dorso ou na palma da mão e do punho. 

Esses traumatismos podem ocorrer em ambiente doméstico (geralmente causados por vidro, facas, etc), em acidentes de trabalho (envolvendo serras, lâminas, etc), em situações de agressão, e outras.

Podem ocorrer isoladamente ou associados a lesões de outras estruturas ( por exemplo: nervos, principalmente se a ferida é na face palmar da mão; ou ossos, em casos de fraturas expostas).

Os sinais típicos da lesão tendinosa são : feridas no trajeto do tendão, a incapacidade de realizar o movimento , ou mesmo a dor quando se tenta produzir tal movimento.

Lesão do tendão extensor do dedo médio, observando-se o dedo “caído”, a incapacidade de realizar sua extensão, e a cicatriz do ferimento na base do dedo.

Lesão dos tendões flexores do dedo médio, observando-se o dedo em extensão, com a incapacidade de realizar sua flexão, bem como a ferida que causou a ruptura tendinosa.

O TRATAMENTO

A maioria das lesões tendinosas requer tratamento cirúrgico, em que o tendão lesado é reparado.

Geralmente, a ferida é ampliada, de modo que os cotos tendinosos possam ser encontrados e suturados. 

O tipo de ponto usado e a imobilização necessária para proteger o reparo até que este cicatrize vão variar de acordo com o local da lesão.

Uma etapa de importância crucial na recuperação das lesões tendinosas é o protocolo de reabilitação pós-operatória, a cargo do terapeuta da mão. 

O objetivo desta fase é manter o tendão deslizando, de modo que se evite sua aderência às estruturas vizinhas, e ao mesmo tempo protegendo seu reparo, de modo que não haja ruptura ou afrouxamento dos pontos.

A recuperação completa de uma lesão tendinosa, com o retorno da força, movimento e função, pode levar meses, e pode envolver mais de um procedimento cirúrgico. 

O resultado final pode ser comprometido, principalmente se houver lesões associadas (por exemplo, em traumas tipo esmagamento ou com perda de pele).

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Confusão mental 


Confusão mental é a incapacidade que uma pessoa tem de pensar com clareza e agilidade. 

A confusão está relacionada, também, à sensação de desorientação e a dificuldades para tomar decisões, prestar atenção e lembrar de determinadas coisas.

A confusão mental pode ser um sintoma comum a diversos tipos de problemas, desde algumas condições de saúde específicos até consequências decorrentes de um determinado comportamento de risco.

Causas - Condições de saúde

Tumor cerebral

Concussão cerebral

Febre

Desequilíbrio entre fluidos e eletrólitos no sangue

Trauma ou lesão na cabeça

Doenças neurológicas, como derrame (AVC)

Infecções

Falta de sono

Diabetes

Hipoglicemia

Níveis baixos de oxigênio (principal em função de distúrbios pulmonares crônicos)

Queda brusca da temperatura corporal (hipotermia)

Consumo excessivo de bebidas alcóolicas

Uso de determinados medicamentos

Deficiências nutricionais, principalmente de niacina, tiamina, vitamina C e vitamina B12.


quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Teníase



A teníase é uma doença causada pela tênia, um platelminto da Classe Cestoda, representada por parasitas intestinais. 

Em razão deste modo de vida, esses indivíduos (acima) não possuem sistema digestório, uma vez que absorvem nutrientes digeridos pelo hospedeiro.

Usualmente, consideramos duas espécies de tênias: 

a Taenia solium, que parasita suínos e 

a Taenia saginata, parasitando bovinos. 

Ambas possuem corpo dividido em vários anéis denominados proglótides e na extremidade anterior, denominada escólex, há presença de ventosas que auxiliam na fixação do animal. 

A Taenia solium, possui nesta região, ainda, ganchos cujo conjunto é denominado rostro, auxiliando também na fixação.


As tênias são hermafroditas, uma vez que cada proglótide possui sistema reprodutor masculino e feminino.

No ciclo da teníase, o animal humano é o hospedeiro definitivo e suínos e bovinos são considerados hospedeiros intermediários. 

No hospedeiro definitivo, o animal adulto fica fixado às paredes intestinais e se autofecunda. 

Cada proglótide fecundada, sendo eliminada pelas fezes, elimina ovos no ambiente. 

Esses podem contaminar a água e alimentos, gerando grande possibilidade de serem ingeridos por um dos hospedeiros. 

 Ocorrendo a ingestão pelos hospedeiros intermediários, estes têm a parede do intestino perfurada pelo embrião contido no ovo, que se aloja no tecido muscular. 

Este, alojado, confere à região um aspecto parecido com canjica – e é por esse motivo que algumas pessoas chamam esta doença pelo nome de “canjiquinha”.

Ao se alimentar da carne crua ou malpassada do animal contaminado, o homem completa o ciclo da doença. 

O animal se desenvolve até o estágio adulto no intestino humano e pode conferir ao portador dores de cabeça e abdominais, perda de peso, alterações do apetite, enjoos, perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia. 

O hospedeiro definitivo tem potencial de continuar o ciclo da doença, caso suas fezes contaminem a água e alimentos dos hospedeiros intermediários ou de outras pessoas.

Um indivíduo que ingere ovos da Taenia solium diretamente, pode ter seu organismo bastante comprometido, uma vez que o embrião (oncosfera) passa do intestino para a corrente sanguínea. 

Com o auxílio de suas ventosas e, principalmente, dos ganchos, pode se alojar no cérebro, olhos, pele ou músculos – inclusive do coração - podendo conferir ao portador quadro de cegueira definitiva, convulsão ou, até mesmo, óbito. 

Este processo de ingestão direta do ovo da tênia do porco pelo indivíduo humano é denominado cisticercose. Essa pode ser causada também por outra espécie de cestoda, Echinococcus granulosus, que parasita o intestino de cachorros.

Medidas de prevenção incluem o saneamento básico (tratamento de água e esgoto), fiscalização das carnes de porco e boi; cozimento prolongado da carne com cisticerco antes da ingestão; tratamento de doentes e bons programas de educação e sensibilização, incentivando bons hábitos de higiene no dia a dia.

Esofagite erosiva



A esofagite erosiva é uma inflamação aguda ou crônica da mucosa do esôfago, órgão do aparelho digestivo responsável pelo transporte dos alimentos entre a faringe e o estômago. Existem diferentes tipos de esofagite erosiva: (1) esofagite infecciosa, (2) esofagite de refluxo, (3) esofagite medicamentosa, (4) esofagite eosinofílica e (5) esofagite estenótica.

Há várias causas de esofagite erosiva: infecção por bactérias, vírus ou fungos; refluxo ácido do estômago para o esôfago, quando a válvula localizada entre os dois órgãos não funciona adequadamente; certos remédios que são consumidos por via oral, os quais podem acabar ocasionando problemas na parede do esôfago se tiverem um contato mais demorado com ela; acúmulo de agentes eosinófilos no esôfago e ingestão de substâncias cáusticas ou ácidas, que podem provocar redução do diâmetro interno do esôfago.

Os principais fatores de risco associados ao surgimento da esofagite erosiva são obesidade, gravidez, ingestão acidental ou voluntária de produtos cáusticos, vômitos excessivos, consumo de álcool e cigarro, cirurgia ou radiação na área do peito e pescoço e uso prolongado de medicamentos, como os corticoides e anti-inflamatórios.

A inflamação da (1) esofagite infecciosa, causada por bactérias, vírus, fungos ou parasitas, é mais frequente se o sistema imunológico estiver enfraquecido devido a doenças ou medicamentos.

Na (2) esofagite de refluxo, o tipo mais comum das esofagites, a inflamação acontece porque o conteúdo ácido do estômago invade o esôfago, cuja mucosa não está preparada para receber esse conteúdo.

A (3) esofagite por medicamentos ocorre quando determinados remédios irritantes são tomados com uma quantidade muito pequena de água e ficam parados no esôfago por muito tempo.

Na (4) esofagite eosinofílica há um acúmulo de glóbulos brancos no esôfago devido a uma reação exagerada do organismo a um alérgeno.

A (5) esofagite estenosante deve-se a um estreitamento do esôfago causada por tecido cicatricial secundário, por exemplo, pelo uso prolongado de sondas nasogástricas, ingestão de substâncias corrosivas ou ácidas, lesões causadas por endoscópios, tratamento de varizes esofágicas, radioterapia do tórax ou pescoço, etc.

Os sintomas da esofagite erosiva variam conforme o tipo e a intensidade da condição. Os mais comuns são azia ou queimação ao longo do esôfago, dor de garganta, regurgitação, problemas para engolir, gosto amargo na boca, mau hálito, tosse seca, rouquidão e dor de garganta.

O diagnóstico de esofagite erosiva é feito através da história médica e exame físico do paciente, da endoscopia digestiva e da pHmetria esofágica (medida do nível de acidez do esôfago). Além disso, podem ser realizados outros testes de laboratório, testes alérgicos e radiografia contrastada com bário.

O tratamento e as perspectivas de evolução dependem da causa exata da doença. De um modo geral, o tratamento da esofagite erosiva consta da administração de medicamentos (antivirais, antifúngicos, analgésicos, esteroides, inibidores da bomba de prótons) e da mudança de hábitos, que ajudam a aliviar os sintomas. Em algumas raras situações pode ser necessário uma cirurgia.

A maioria das pessoas saudáveis apresenta melhora em poucos dias. Em pessoas com comprometimento do sistema imunológico ou infecção, a recuperação pode levar mais tempo. Se não for tratada adequadamente, a esofagite pode provocar o desenvolvimento de úlceras ou até mesmo um estreitamento grave do esôfago.

A esofagite erosiva pode ser prevenida com uma simples mudança de hábitos, como reduzir o consumo de refrigerantes, bebidas alcóolicas e bebidas gaseificadas, não deitar logo após uma refeição, não comer demais, entre outros cuidados.

Se não for tratada, a esofagite erosiva pode causar complicações graves como estenose, orifícios ou úlceras no esôfago e até mesmo câncer.

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Depressão pós parto


A depressão pós-parto é surpreendentemente comum. Estima-se que ela afete cerca de 10 por cento das mulheres que tiveram bebê. 

Os sintomas incluem ansiedade, falta de energia e mudanças no padrão de sono e de alimentação. 

Depressão é uma doença como outra qualquer, que exige tratamento, incluindo remédios e terapia.

Acima de tudo, depressão pós-parto não é culpa da mulher, nem significa rejeição ao bebê. 

A depressão pós-parto é bem mais séria do que uma melancolia passageira. A grande maioria das mulheres se sente triste nas primeiras duas semanas depois do parto, no chamado blues puerperal, mas é uma melancolia que vai embora sozinha. 

No caso da depressão pós-parto, a tristeza e a falta de energia não melhoram conforme o tempo passa. A mulher não vê graça em quase nada: as situações prazeirosas são cada vez mais raras. 

É importante que a mulher ou algum familiar reconheçam logo a depressão, para que ela receba o apoio e o tratamento necessários. Sem tratamento, a depressão pode durar meses e até anos.

Os especialistas não têm uma explicação exata para a depressão pós-parto, mas acreditam que seja uma combinação de fatores hormonais, ambientais, psicológicos e genéticos. 

Veja a seguir uma lista dos sintomas mais comuns da depressão pós-parto. Muitas vezes os familiares e amigos os reconhecem antes da mulher. 

Os sinais variam de mulher para mulher. Você pode estar sentindo: 

- Tristeza constante, especialmente na parte da manhã e/ou à noite

- Sensação de que nada de bom vem pela frente

- Sensação de culpa e de responsabilidade por tudo

- Irritabilidade e falta de paciência

- Vontade de chorar o tempo todo

- Exaustão permanente, mesmo quando consegue descansar um pouco

- Dificuldade de se divertir

- Perda do bom humor

- Sensação de não conseguir lidar com as circunstâncias da vida

- Enorme ansiedade em relação ao bebê e busca constante por garantias, por parte de profissionais de saúde, de que ele está bem

- Preocupação com sua própria saúde, possivelmente acompanhada pelo temor de ter alguma doença grave

- Falta de concentração

- Sensação de que o bebê é um estranho e não seu filho

- Pensamentos negativos demais em relação a você ou ao bebê

- Vontade de fugir, de sumir

Esses sinais são frequentes em muitas mães. É normal ter dias ruins. Mas, se você está tendo esses sentimentos na maioria dos dias, e não parece estar melhorando, você pode estar com depressão pós-parto. 

Se achar que pode estar com depressão pós-parto, converse com alguém. 

O ideal é falar com um médico, nem que seja o pediatra do seu filho ou o obstetra que acompanhou sua gravidez. 

Em alguns casos, a depressão pode causar alucinações sobre atitudes violentas. 

Se tiver pensamentos negativos demais, procure ajuda médica imediatamente.

A depressão pós-parto costuma aparecer no primeiro mês depois do parto, mas ela também pode surgir a qualquer momento ao longo do primeiro ano do bebê. 

Em alguns casos, a mulher está se sentindo bem e se adaptando à vida de mãe, e a depressão aparece. Em outros casos, ela já estava deprimida durante a gravidez, e a chegada do bebê não traz alívio. 

Os especialistas ainda não sabem exatamente por que certas mulheres ficam deprimidas e outras não. Porém há certas situações que parecem aumentar o risco de uma depressão pós-parto. São elas: 

- Já ter passado por uma depressão antes ou algum outro problema de saúde mental

- Ter tido depressão durante a gravidez

- Não ter família ou parceiro por perto

- Dificuldades financeiras, no trabalho ou no relacionamento

- Ter passado por um parto difícil ou complicações de saúde no pós-parto

- Ter tido um um bebê prematuro ou com problemas de saúde

- Dificuldade em amamentar

- Perda de um ente querido, recentemente ou no passado -- o nascimento do bebê pode despertar lembranças dolorosas

É importante você saber que, com ajuda, vai se sentir melhor. Lembre-se: ter depressão pós-parto não significa que você não é uma boa mãe para o seu filho, nem representa risco de alguém querer afastar seu filho de você. 

Para casos leves de depressão pós-parto, apoio e orientação podem ajudar. 

Mas, para casos moderados a graves, os tratamentos são os seguintes: 

Conversar com alguém treinado para lidar com o que você está sentindo pode ser de grande ajuda. Muitas vezes somente a terapia já é suficiente para reverter o quadro, embora, em diversos casos, haja também a necessidade de associar ao tratamento algum tipo de medicação (que só pode ser prescrita por médicos). 

Não se intimide em procurar ajuda especializada e encare isso como um ato de amor pelo seu bebê, para que você possa ser a mãe que sempre sonhou ser. 

Antidepressivos

Os antidepressivos servem para reequilibrar as substâncias químicas no cérebro. Eles atuam para melhorar o seu humor, ajudar no sono e fazer com que você se sinta menos irritável. 

Esse tipo de tratamento exige disciplina com horários e costuma levar de duas a quatro semanas para fazer efeito. Não desista por achar que ele não está melhorando em nada sua situação. 

Lembre-se de que pode demorar um pouco para que seu corpo se adapte à medicação, e tenha em mente que às vezes a dose ou o tipo do remédio precisam de ajustes conforme a reação do organismo. 

Não interrompa o tratamento sem conversar com seu médico antes, mesmo se achar que já está melhor, porque a depressão pode voltar de repente. 

Também não se preocupe se estiver amamentando, já que há no mercado remédios compatíveis com o aleitamento materno. Se você notar alguma diferença no comportamento do seu bebê depois do início do tratamento, mencione para o médico que receitou o remédio ou para o pediatra. 

É verdade que nem todos os antidepressivos funcionam para todo mundo, e pode haver efeitos colaterais. Em geral eles não provocam dependência, a não ser em casos raros. 

O que posso fazer para superar a depressão pós-parto?

Tente manter uma alimentação saudável 

Caso não tenha apetite, procure fazer pequenas refeições regularmente, para que os níveis de açúcar no seu sangue não caiam. Você precisa de energia, assim como seu sistema imunológico. 

Descanse bastante

Durma quando conseguir, ou simplesmente relaxe. Se alguém puder cuidar do bebê para você, aproveite para tirar uma soneca durante o dia, tome um banho bem relaxante ou escolha uma boa leitura e curta alguns momentos de preguiça. 

Exercite-se 

Pode ser a última coisa que você tenha vontade de fazer neste momento, mas ter alguma atividade física vai ajudar você a se sentir melhor, tanto mental como fisicamente. 

Você pode entrar em alguma aula de ginástica, por exemplo.Mas, se não for possível, só de sair para uma caminhada você já verá benefícios. 

Encontre-se com outras mães 

A vida de uma mãe recente já pode ser bastante solitária, e o sentimento de solidão é pior ainda quando se convive com a depressão. Procure conhecer outras mães que estão na mesma fase de vida -- é bom saber que não é só você que vive determinadas situações, como o cansaço de cuidar de um bebezinho. 

Não seja dura consigo mesma 

Você está doente e precisa de tempo e espaço para se recuperar. Não se sobrecarregue de tarefas domésticas que não sejam urgentes e adie as "grandes" decisões por enquanto. Permita-se alguns mimos. 

Deixe que amigos e familiares façam tarefas por você, e peça ajuda especialmente ao seu parceiro. Peça que ele leia este texto especial para parceiros e familiares de mulheres com depressão pós-parto. 

Não se sabe se é possível prevenir a depressão pós-parto. Alguns médicos podem receitar antidepressivos imediatamente depois do parto em casos de risco. 

Tratar a depressão durante a gravidez também pode colaborar para evitar ou abrandar uma eventual depressão pós-parto. 

Caso você já tenha tido depressão pós-parto uma vez, avise o obstetra ainda durante o pré-natal. Há boas chances de você não ter depressão de novo. E, se tiver, você não será pega tão de surpresa e poderá procurar ajuda mais cedo. 




terça-feira, 19 de setembro de 2017

Colangites



Colangites são inflamações dos canais biliares, tubos que transportam a bile (um líquido produzido pelo fígado) do fígado para a vesícula biliar e os intestinos.

Há três tipos de colangites:
(1) colangite ascendente, causada por infecção bacteriana, geralmente precedida por uma coledocolitíase;
(2) colangite esclerosante primária, de origem autoimune e
(3) colangite esclerosante secundária, devido a outras causas, como cálculos biliares, presença de vermes, AIDS ou complicações com endoscopias na via biliar.

Esta doença foi reconhecida em 1877 por Jean M. Charcot.

As colangites acontecem na maioria dos casos por obstruções das vias biliares em decorrência de cálculos, estenoses ou neoplasias. Menos comumente, as obstruções ocorrem por parasitas, como Ascaris lumbricoides, pela AIDS ou pela coledococele (dilatação de natureza congênita da parte terminal do colédoco).

A colangite também pode ser uma complicação da manipulação endoscópica das vias biliares para fins diagnósticos ou terapêuticos. Em raros casos, ela é consequente a um problema autoimune.

As vias biliares são constituídas por um conjunto de ductos que ligam o fígado e a vesícula biliar ao duodeno. Eles conduzem a bile do fígado à vesícula biliar, onde ela é armazenada. Posteriormente, a bile percorre as vias biliares em direção ao duodeno, onde desempenha um papel fundamental na digestão das gorduras. A inflamação das vias biliares dificulta ou impede essa circulação da bile e o acúmulo da bile produz transtornos como infecções, cirrose e hipertensão.

As colangites são enfermidades graves que podem levar facilmente à morte. Nas colangites ascendentes, a inflamação aguda dos canais que conduzem a bile é causada por bactérias que migram do intestino para as vias biliares. O fator que mais frequentemente causa esse tipo de colangite é a interrupção parcial do fluxo de bile. Essa infecção é grave e tende a progredir para infecção generalizada, podendo levar ao óbito se não tratada adequadamente.

A colangite esclerosante primária tem uma origem autoimune e leva a uma inflamação dos ductos biliares. Essa alteração rara atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos de idade e costuma ser acompanhada de neoplasias malignas.

A colangite esclerosante secundária é uma complicação de outras enfermidades, geralmente de cálculos biliares que dificultam o fluxo da bile. A AIDS, a presença de Ascaris lumbricoides ou uma dilatação congênita do colédoco também são fatores que poderiam causar tal condição, assim como problemas durante uma endoscopia da via biliar.

A colangite ocorre mais comumente em mulheres do que homens e o início costuma ser após a idade de 55 anos. Os principais sintomas da colangite ascendente são dor, icterícia, febre, confusão mental e hipotensão arterial.

As colangites esclerosante primária e secundária comportam, além desses sintomas, sangue ou muco nas fezes, perda de peso, diarreia, fadiga, prurido e aumento hepático (hepatomegalia). Esses sintomas podem variar de moderados a graves, dependendo do local acometido e da causa.

É importante diferenciar as colangites entre si, pois seu tratamento e evolução são diferentes.

O diagnóstico de colangite começa com a história médica completa e com o exame físico do paciente, seguidos por um exame de sangue (em busca de colestase), uma colangiografia (exame de raio-X contrastado dos ductos biliares), uma ressonância magnética ou uma ultrassonografia. A colangite esclerosante primária pode requerer uma biópsia hepática para análise do material recolhido.

Muitos casos de colangite aguda respondem ao tratamento com antibióticos, mas pacientes com colangites mais graves podem não responder adequadamente ou requerer uma drenagem biliar de emergência. Uma colangiografia endoscópica ou mesmo uma cirurgia pode ser necessária para a desobstrução dos canais biliares.

A colangite, quando não tratada adequadamente, é uma infecção com potencial para causar morbidez e mortalidade significativas.

Uma das maneiras de prevenir as colangites consiste em tratar correta e prontamente os cálculos biliares, tumores e infestações de parasitas. Um stent pode ser colocado no sistema biliar para que a infecção não volte. As colangites de causas genéticas não têm como ser prevenidas.

domingo, 17 de setembro de 2017

Leucemias


A leucemia é uma doença maligna originada na medula óssea, local onde as células do sangue são produzidas. 

Os glóbulos brancos (leucócitos) são as células acometidas e se reproduzem de forma descontrolada, gerando os sinais e sintomas da doença.


As leucemias se dividem nas categorias mielóide e linfóide, de acordo com a célula envolvida. No primeiro caso, deriva da célula-tronco mielóide, e pode ser o granulócito, o eosinófilo, o basófilo, o monócito ou o eritrócito. No segundo caso, o linfócito é a célula doente.

 Há, ainda, uma classificação de acordo com a velocidade de divisão dessas células: leucemia crônica, quando essa divisão é mais lenta, e leucemia aguda, quando a velocidade é rápida. 

As leucemias crônicas se desenvolvem lentamente e as células envolvidas são mais parecidas com a célula normal (mais diferenciadas), permitindo que, mesmo doentes, mantenham algumas de suas funções normais no organismo da pessoa. Já as leucemias agudas são de progressão rápida e afeta as células jovens, ainda não completamente formadas (chamados blastos), que não preservam suas funções e afetam de forma importante a capacidade de defesa do organismo.

 Há, então, quatro tipos principais de leucemias:

 Leucemia mielóide aguda (LMA);

Leucemia mielóide crônica (LMC);

Leucemia linfóide aguda (LLA);

Leucemia linfóide crônica (LLC);

 O melhor conhecimento das células e de suas características levou a melhoria no diagnóstico e ao reconhecimento de vários subtipos dentro desses quatro grandes grupos, com diferenças de tratamento e sobrevida.

Causas (fatores predisponentes)

As leucemias se originam de uma alteração genética adquirida, ou seja, não hereditária. A divisão e morte celular são controladas por informações contidas nos genes, dentro dos cromossomos. 

Erros que acontecem no processo de divisão da célula podem causar uma alteração genética que ativa os chamados oncogenes, que promovem a divisão celular, ou que desativam os genes supressores de tumor, responsáveis pela morte celular (apoptose).

Em ambos os casos há, então, multiplicação exagerada de uma mesma célula, levando ao surgimento do clone (câncer).

 Apesar de sabermos que existem alguns fatores de risco que propiciam o surgimento do câncer, a causa exata ainda é desconhecida. No caso das leucemias, os fatores de risco já identificados são:

 Exposição a produtos químicos, principalmente os derivados de benzeno, que estão presentes, por exemplo, em indústrias petroquímicas e fábricas de produtos químicos (cola, tinta, entre outros).

Tratamento prévio com quimioterapia ou radioterapia.

Exposição a radiação ionizante, como observado em sobreviventes da bomba atômica ou em vazamento nuclear. A exposição a níveis mais baixos de radiação, como acontece em RX ou tomografia não é um fator predisponente bem definido.

Certas doenças genéticas, como anemia de Fanconi, síndrome de Down, neurofibromatose, entre outras.

Algumas doenças do sangue como mielodisplasia e neoplasias mieloproliferativas.

Fator de risco é algo que afeta a chance de adquirir uma doença. Entretanto, ter um fator de risco ou mesmo vários fatores de risco não significa que a pessoa vai definitivamente ter aquela doença.

Prevenção

A única prevenção possível para leucemia é evitar os fatores de risco conhecidos.

Sinais e sintomas

Os sintomas das leucemias agudas estão relacionados à diminuição na produção de células normais da medula óssea. Com a queda na produção de glóbulos vermelhos (hemácias), o paciente pode apresentar anemia que, por sua vez, causa palidez, cansaço fácil e sonolência.

 Já a diminuição na produção de plaquetas pode ocasionar manchas roxas em locais não relacionados a traumas, pequenos pontos vermelhos sob a pele (chamados de petéquias ) ou sangramentos prolongados após pequenos ferimentos.

 O paciente que tem sua imunidade reduzida (queda na produção de glóbulos brancos) fica mais susceptível a infecções e pode apresentar febre.

 Outros sintomas encontrados são: dores ósseas e nas juntas, causando dificuldade de andar; dores de cabeça e vômitos; aumento dos linfonodos (gânglios linfáticos), aumento do baço (esplenomegalia) ou do fígado (hepatomegalia).

 As leucemias crônicas são menos sintomáticas e frequentemente são descobertas em exames realizados para outros fins (exames de rotina, pré-operatório, etc). 

Quando em estágios avançados, apresentam os mesmos sintomas descritos para as leucemias agudas.

 Um sintoma freqüente é o emagrecimento. Também pode-se observar aumento dos linfonodos, do fígado ou do baço, sendo este último um achado muito comum da LMC, com consequente desconforto no lado esquerdo do abdome e empachamento. 

Na LLC, quadros de infecções recorrentes de pele, pulmões, rins e em outros órgãos podem ser vistos, pois há queda na defesa natural do organsimo.

Diagnóstico

A leucemia é suspeitada quando há alterações no hemograma.

 Para confirmação, é necessária coleta de medula óssea para exames: mielograma, biópsia, imunofenotipagem e cariótipo.

De acordo com a suspeita diagnóstica, podem ser necessários mais estudos para subclassificação e estratificação de risco, como exames de biologia molecular.

Tratamento

O tratamento varia com o tipo e subtipo de leucemia. Nos casos de LLC por exemplo, boa parte dos pacientes não necessita de tratamento logo que é feito o diagnóstico. Já a leucemia aguda deve ser tratada de forma emergencial com quimioterapia. Alguns pacientes serão encaminhados para transplante de medula óssea, de acordo com sua estratificação de risco e com sua resposta à quimioterapia inicial.

 A grande arma terapêutica para tratamento das leucemias é a quimioterapia. Vários esquemas podem ser utilizados, desde os que envolvem apenas um tipo de droga até os que contam com dez ou mais quimioterápicos em combinação. A escolha do protocolo a ser usado depende do diagnóstico, da idade e da estratificação de risco de cada paciente. A aplicação pode ser oral, venosa, intra-muscular ou subcutânea. 

Alguns portadores de leucemia aguda precisarão, ainda, de quimioterapia intra-tecal, que é feita através de punção lombar e serve para tratar um possível acometimento do sistema nervoso pela doença.

 A LMC em fase crônica é tratada com quimioterapia-alvo, um tratamento que age especificamente nas células leucêmicas. Esse tipo de leucemia possui uma característica única, que é a presença de uma alteração genética específica, o cromossomo Philadelphia, resultado da translocação entre dois cromossomos, o 9 e o 22. 

Essa alteração gera um gene chamado bcr-abl e uma proteína do tipo tirosino-quinase, que é o alvo desses quimioterápicos. São de uso oral (comprimidos) e seu desenvolvimento teve enorme impacto na qualidade de vida e sobrevida dos portadores de LMC.

 O tratamento cirúrgico não é uma opção para a maioria dos casos de leucemia. Raramente é usada em portadores de LLC com aumento muito importante e sintomático do baço e que não responderam a outros tipos de tratamento.

 Radioterapia é utilizada ocasionalmente, principalmente em portadores de LLC, para diminuir massas linfonodais que estejam comprimindo estruturas nobres ou causando sintomas importantes. 

A radioterapia craniana pode ser necessária em portadores de LLA ou alguns subtipos de LMA, onde há risco de acometimento do sistema nervoso. Finalmente, radioterapia corporal total pode ser usada para preparar o paciente para o transplante de medula óssea.

 A decisão da realização do transplante de células-tronco hematopoéticas (TCTH) depende das características da leucemia, da idade do paciente e do balanço risco x benefício de um transplante. A presença de fatores prognósticos desfavoráveis ou a recidiva (recaída) da doença habitualmente leva a uma abordagem terapêutica mais agressiva, podendo incluir o TCTH. 

O transplante alogeneico é limitado pela presença ou não de doador na família ou no banco de medula óssea, enquanto o transplante autólogo só tem papel em alguns casos de LMA.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Melhorar o sono pode ajudar na saúde mental


Um estudo randomizado e controlado, publicado pelo The Lancet Psychiatry, fornece fortes evidências de que a insônia é um fator causal na ocorrência de experiências psicóticas e de outros problemas de saúde mental.

As dificuldades do sono podem ser um fator causal contributivo na ocorrência de problemas de saúde mental. Se isso for verdade, melhorar o sono deve beneficiar a saúde psicológica.

Pesquisadores do Departamento de Psiquiatria, da Universidade de Oxford, pretenderam determinar com este estudo se o tratamento da insônia leva a uma redução da paranoia e das alucinações.

O estudo OASIS foi realizado em 26 universidades do Reino Unido. Estudantes universitários com insônia foram atribuídos aleatoriamente (1: 1), com randomização simples, para receber terapia cognitivo-comportamental digital (CBT) para insônia ou cuidados habituais, e a equipe de pesquisa foi mascarada para o tratamento.

As avaliações online ocorreram nas semanas 0, 3, 10 (fim da terapia) e 22. As medidas de resultado primárias foram insônia, paranoia e alucinações.

Entre 5 de março de 2015 e 17 de fevereiro de 2016, foram atribuídos aleatoriamente 3.755 participantes para receber CBT digital para insônia ou prática usual. Comparado à prática habitual, a intervenção do sono na 10ª semana reduziu a insônia, paranoia e alucinações.

A insônia foi um mediador de mudança na paranoia e nas alucinações. Nenhum evento adverso foi relatado.

Este é o maior ensaio clínico randomizado controlado de uma intervenção psicológica para um problema de saúde mental.

Ele fornece fortes evidências de que a insônia é um fator causal na ocorrência de experiências psicóticas e outros problemas de saúde mental.

Se os resultados se generalizarem além desta população, e isso requer novos ensaios clínicos, o tratamento da interrupção do sono pode vir a ser uma prioridade na prevenção de problemas mentais.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Perda da libido


A libido é a energia instintiva que dá origem ao desejo ou impulso sexual de um homem ou uma mulher. Na psicologia, é vista como a energia que direciona os instintos vitais. Ela não está ligada exclusivamente aos órgãos genitais e pode ser dirigida a uma pessoa, objeto, ao próprio corpo ou mesmo a uma atividade física ou intelectual.

A libido é uma das principais motivações dos seres humanos para a perpetuação da espécie. Freud foi o estudioso maior da libido como energia instintiva, embora Jung a tenha classificado como força vital psíquica ou energia vital geral, comparável ao “elã vital” de Bergson. Em termos gerais, contudo, a libido quase sempre é tomada no seu sentido sexual. Seja vista de uma maneira ou de outra, essa energia pode variar em intensidade, para mais ou para menos.

A queda da libido corresponde à diminuição do interesse e da impulsividade sexuais, com diminuição do prazer auferido de práticas sexuais. Em termos populares, pode-se dizer mais grosseiramente que é a "falta de tesão". Ao mesmo tempo em que a libido sofre uma queda, diminuem também as demais impulsividades e desejos não só na sexualidade, mas na vida como um todo.

A causa mais comum de queda da libido é a diminuição da testosterona, no homem, e da progesterona, na mulher, que ocorre naturalmente com a idade, a partir da andropausa e da menopausa, respectivamente. Essa diminuição também pode ocorrer em função de alimentação inadequada, ingestão de medicamento, depressão, ansiedade e estresse, entre outras causas.

O uso exagerado do fumo e do álcool e certas condições clínicas, como o hipotireoidismo, por exemplo, são fatores que também diminuem a libido. Também os obesos têm uma diminuição da testosterona e, assim, da libido. O estresse crônico é outro fator que diminui a testosterona, por meio dos níveis aumentados de cortisol.

Também nas mulheres pode ocorrer uma diminuição da libido, com diminuição do desejo sexual ou dificuldades de orgasmo, por fatores como o uso de anticoncepcionais orais, cansaço, depressão, baixa autoestima, má qualidade do relacionamento afetivo, traumas emocionais, obesidade, anemias graves, abuso de álcool e drogas, período pós-parto, durante a amamentação, uso de antidepressivos, hipnóticos, ansiolíticos e distúrbios hormonais.

Mas, inversamente, pode ocorrer também aumento da libido. A libido feminina, por exemplo, aumenta naturalmente durante o ciclo menstrual, quando a mulher entra no período fértil. Há suplementos alimentares para o aumento artificial da libido.

Entre as plantas, encontra-se a maca, conhecida como “Viagra peruano”. Também o ginseng tem propriedades que aumentam a libido, ajudando a estabilizar os hormônios. O “tribulus terrestris”, uma erva daninha, é outra planta que ajuda a produzir hormônios. As plantas, contudo, não garantem a solução total da diminuição da libido, quando o fator está ligado a problemas psíquicos.

A queda da libido se manifesta, em geral, por um menor interesse sexual e por alguma dificuldade em obter o prazer sexual normal. Em casos mais extremos, pode-se manifestar, inclusive, por uma aversão à sexualidade. A baixa da testosterona, além de diminuir o impulso sexual, ajuda na depressão, queda do desempenho físico, diminuição do entusiasmo e do volume muscular, queda da resistência orgânica e entusiasmo pela vida.

O diagnóstico de queda da libido é eminentemente clínico. Geralmente o paciente relatará diminuição do interesse sexual ou mesmo aversão ao sexo. Exames complementares e de laboratório podem ser pedidos para esclarecer suas causas.

O tratamento da queda da libido depende da sua causa, mas existe tratamento para ela e sempre será muito importante tratá-la porque os problemas com o desejo sexual acabam afetando toda a vida de uma pessoa e também de seu parceiro.

Em primeiro lugar, deve ser pesquisado se a causa do problema é orgânica ou psíquica e se existe alguma medicação que possa ser usada para aliviar os sintomas. Alguma forma de psicoterapia é indicada, mesmo que a origem do problema seja orgânica, e pode ser tanto individual quanto de casal. Afinal, mesmo havendo uma causa orgânica definida, a queda da libido sempre envolve também problemas emocionais. Quando há uma causa orgânica subjacente, ela deve ser tratada.

Ao contrário da crença comum, não existem alimentos que tenham efeito direto e imediato no aumento da libido. Entretanto, alguns alimentos que ajudam a melhorar a circulação e a produção de neurotransmissores estão diretamente ligados à sensação de bem-estar e prazer. Os frutos do mar, por exemplo, são ricos minerais que contribuem para a formação de testosterona. Assim como esses, há outros alimentos que são excelentes opções nutricionais. Deve-se, então, cultivar uma dieta equilibrada e variada, rica em nutrientes, e praticar exercícios físicos de maneira regular, os quais ajudam a liberar hormônios relacionados ao bem-estar.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Infertilidade Feminina



Infertilidade é a dificuldade, mas não a impossibilidade total, de uma pessoa, homem ou mulher, em se reproduzir. Esterilidade, por seu turno, implica a noção de incapacidade absoluta de concepção. A infertilidade refere-se à situação em que um casal não consegue obter gravidez, sem o uso de qualquer método contraceptivo, após um ano de relações sexuais frequentes, ao menos 2 vezes por semana, no período fértil feminino.

A chance de um casal fértil engravidar é de 15 a 25% por mês (em um ciclo menstrual) e, assim, após um ano de tentativas essa taxa terá atingido pelo menos 80%. Por isso, deve-se esperar esse tempo para iniciar uma investigação médica sobre infertilidade, sendo que alguns médicos optam por esperar um ano e meio.

Em princípio, a infertilidade é do casal e só se pode falar em infertilidade feminina depois que alguma causa seja localizada na mulher. A dificuldade de engravidar devido a ambos os parceiros atinge aproximadamente 15% dos casais. Costuma-se também diagnosticar como infertilidade o caso de mulheres que chegam a engravidar, mas não conseguem manter a gestação até o final.

Há dois tipos de infertilidade:

(1) primária, quando ainda não houve gestação anterior e
(2) secundária, quando a mulher já teve uma gravidez anterior. O fato de que a mulher já seja mãe não garante que ela não tenha dificuldades de engravidar novamente.

As causas da infertilidade feminina são diversas, com problemas no organismo feminino que, frequentemente, permanecem desconhecidas. Uma das principais causas é a idade da mulher. Sabe-se que uma mulher já nasce com todos os óvulos que liberará durante a vida. Por isso, ao envelhecer, os gametas femininos “envelhecem” igualmente e apresentam maior probabilidade de serem incapazes de gerar uma gravidez.

Dentre os fatores mais comuns que podem gerar dificuldades de engravidar para a mulher estão os distúrbios da ovulação, ovários policísticos, problemas e obstruções nas trompas de Eustáquio (tubas uterinas), provocados por infecções ou cirurgias, endometriose, muco cervical que impede a passagem dos espermatozoides, infecção no colo do útero e idade avançada da mulher.

Os problemas no útero são os mais comuns: o muco cervical espesso dificulta ou impossibilita a passagem dos espermatozoides; a endometriose ou os leiomiomas também podem dificultar a gravidez. O fumo também pode interferir na infertilidade da mulher, interferindo na gametogênese, na fertilização, na implantação do óvulo ou na perda subclínica após a implantação. Para maior garantia da concepção a mulher deve parar de fumar no mínimo dois meses antes de iniciar as tentativas de engravidar.

Em se tratando de infertilidade, o importante é diagnosticar as suas causas e removê-las, quando possível. Como as causas da infertilidade são das mais diversas naturezas, os exames para diagnosticá-las são muito variados. A seleção deles deve partir de uma hipótese diagnóstica levantada a partir da história médica da paciente e do exame físico.

O tratamento depende do tipo e/ou causa da infertilidade e da idade da mulher e é, por isso, muito variado. A idade da mulher é um fator prognóstico de muita importância no sucesso de qualquer tratamento de infertilidade; quanto menor ela for, maiores são as chances de sucesso.

Há causas que podem ser removidas com o tratamento e outras que são definitivas. Progressos nos desenvolvimentos de medicamentos, microcirurgias e técnicas de reprodução assistida têm tornado a gravidez possível para um grande número de casais com dificuldades de engravidar.

Alguns dados informativos sobre a infertilidade feminina

Cerca de 35% das infertilidades femininas são por causas hormonais, 35% obstruções tubárias de causas diversas, 20% endometriose e 10% permanecem desconhecidas.

As taxas naturais de gravidez dependem da idade da mulher. Em 12 meses de atividade sexual regular são de 86% entre os 20-24 anos; 75% entre 25-29 anos; 60% entre 30-34 anos; 50% entre 35-39 anos e continua diminuído drasticamente daí em diante, até cair a zero.

Os humanos são uma das espécies mais inférteis da natureza. As chances de obter uma gravidez em um determinado ciclo ovulatório é muito pequena e cai muito rapidamente a partir dos 34 anos, segundo, mais ou menos a seguinte tabela: ela é de 25% antes dos 30 anos, de 20% entre 31 e 35 anos, 15% aos 36-37 anos, 10% aos 38-40 anos, 5% ou menor entre 41 e 44 anos e menor de 1% após os 45 anos.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Infertilidade masculina



A infertilidade masculina é o motivo de 30% dos casos em que os casais enfrentam dificuldade em ter filhos. As principais razões são:

Diminuição do número de espermatozoides, conforme o homem fica mais velho;

Pouca mobilidade dos espermatozoides;

Espermatozoides anormais;

Ausência da produção de espermatozoides;

Vasectomia;

Dificuldade na relação sexual;

Doenças sexualmente transmissíveis.

Para detectar o motivo da infertilidade masculina é realizado o espermograma, exame em que se avalia o sêmen. 

Na análise macroscópica, são observadas características como cor, odor, viscosidade, volume e PH. Na microscópica, identificam-se concentração, motilidade e morfologia dos espermatozoides. 

Dessa forma, o espermograma pode permitir a identificação de problemas que levam à infertilidade masculina.

Um dos problemas mais comuns na hora de produzir espermatozoides saudáveis é gerado no interior dos testículos, quando há alteração da temperatura local. 

Isso pode ocorrer devido às doenças criptorquidia (posicionamento irregular dos testículos) e varicocele (varizes na região do escroto), além de casos em que a permanência do homem em temperaturas ambientais elevadas altera a qualidade do sêmen produzido.

Os problemas da espermatogênese também podem ser provocados por alterações como a orquite, inflamação testicular, ou por várias doenças endócrinas que alterem a produção dos hormônios hipofisários que estimulam a produção de espermatozoides nos testículos.

Por outro lado, existem vários tipos de processos infecciosos, tumores e malformações congênitas, que podem alterar a anatomia e obstruir os canais que transportam os espermatozoides dos testículos até ao exterior. 

A obstrução total ou bilateral destes canais, nomeadamente dos epidídimos e canais deferentes, pode provocar infertilidade no homem. Em alguns casos, a cirurgia de correção resolve o problema de infertilidade.

Outras doenças também podem causar a infertilidade masculina. 

As DSTs como clamídia, tricomoníase, ureaplasma e neisseria causam infecção no canal da ejaculação, causando alterações nas taxas de espermatozoides.

Por último, problemas anatômicos ou funcionais que impeçam o adequado depósito do sêmen no interior da vagina através do coito, como ocorre respectivamente com a hipospadia, os problemas da ereção e a ejaculação precoce, podem igualmente favorecer a infertilidade masculina.

De acordo com a causa da infertilidade masculina, o médico indicará o tratamento adequado e o procedimento ideal para a reprodução.

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Câncer de próstata 


O câncer de próstata, em geral, cresce muito lentamente e grande parte das vezes não produz sintomas na fase inicial, porém, pode-se manifestar através de dificuldade em urinar ou urina escura, por exemplo, que é comum a outros problemas como hiperplasia benigna da próstata.

Geralmente, o tratamento pode ser feito com cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, dependendo do estadiamento da doença, que quando é descoberta ainda na fase inicial, tem maiores chances de cura.

Este tipo de câncer é mais comum a partir dos 65 anos de idade e é diagnosticado através de exames específicos como toque retal, exame de sangue ao PSA e confirmado através de biópsia que é indicada pelo proctologista.


Sintomas do câncer de próstata

Em muitos casos o câncer de próstata não manifesta sintomas na fase inicial, porém na fase mais avançada a doença pode manifestar-se através de sinais como:

Dificuldade em urinar, muitas vezes com jato fraco ou em gotas;

Dor ou ardor ao urinar;

Vontade frequente de urinar, acordando de noite para urinar;

Sensação de que a bexiga ainda está cheia, mesmo após urinar;

Urina escura devido à presença de sangue;

Dor ao ejacular e sêmen escurecido.

Quando o câncer já se encontra numa fase avançada pode surgir infecções e dor nos ossos e, em alguns casos estes sintomas são comuns à infecção benigna da próstata, o que pode dificultar o diagnóstico da doença.

Câncer de próstata tem cura

O câncer de próstata tem cura e esta pode ser alcançada através de cirurgia, quimioterapia ou radioterapia, podendo o tratamento ser feito gratuitamente em hospitais como o INCA.

Na maioria dos casos, há maiores chances de cura quando a doença é diagnosticada ainda no início e, normalmente o tratamento pode incluir:

Cirurgia: é feita a remoção da próstata e em alguns casos das ínguas da virilha;

Radioterapia: geralmente ela é usada quando o tumor ainda não atingiu outros órgãos ou atingiu apenas os órgãos mais próximos;

Quimioterapia: o tratamento é feito com a remédios na veia ou através de comprimidos.

Em muitos casos, estes tratamentos podem provocar efeitos colaterais como incontinência urinária, impotência e impossibilidade de ter filhos, mas se não fizer tratamento a doença pode espalhar-se pelo corpo, sendo potencialmente fatal.

Em alguns casos, o câncer de próstata somente é diagnosticado quando ele se dissemina para outras regiões do corpo, o que diminui a possibilidade de cura da doença.

Diagnóstico do câncer de próstata

O diagnóstico do câncer de próstata é feito através do exame de sangue de PSA e do toque retal, solicitados pelo urologista.

Se durante o toque retal o médico palpar um nódulo, a próstata deve ser mais investigada através de uma ultrassonografia, biópsia guiada por ultrassonografia e exames de urina. Veja como é o preparo para cada exame à próstata.

Estadiamento do câncer de próstata

Uma vez confirmada a existência de câncer de próstata é fundamental identificar o estadiamento do câncer segundo a sua evolução para orientar o tratamento, sendo que:

Estágio A - Tumor que não é visível nem palpável ao toque;

Estágio B - Tumor dentro da próstata que é palpável ao toque e visível em exames de imagem

Estágio C - Tumor que atingiu as vesículas seminais, que se encontram próximo da próstata;

Estágio D - Tumor que já atingiu outros órgãos e já existem metástases, podendo afetar a uretra, o reto, a bexiga, por exemplo.

O grau do câncer permite definir o melhor tratamento e perceber se existe cura para a doença.

Causas do câncer de próstata

Não existe uma causa específica para o desenvolvimento do câncer de próstata, mas alguns fatores que podem aumentar o risco da doença são a alimentação rica em gorduras, disfunção hormonal e o ambiente poluído e uso de fertilizantes estão sob suspeita.

Como prevenir o câncer de próstata

Para evitar o câncer de próstata é necessário evitar a exposição a fatores como poluição, fertilizantes e substâncias químicas.

Além disso, para detectar precocemente a doença é indicado que todos os homens com mais de 50 anos de idade façam pelo menos 1 vez ao ano o exame de toque retal e o exame de sangue de PSA, pois quanto antes o câncer de próstata for diagnosticado, maiores são as suas possibilidades de cura, principalmente quando têm um familiar com cancro da próstata têm uma maior probabilidade de sofrer desta doença.