Pesquisar este blog

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Colangites



Colangites são inflamações dos canais biliares, tubos que transportam a bile (um líquido produzido pelo fígado) do fígado para a vesícula biliar e os intestinos.

Há três tipos de colangites:
(1) colangite ascendente, causada por infecção bacteriana, geralmente precedida por uma coledocolitíase;
(2) colangite esclerosante primária, de origem autoimune e
(3) colangite esclerosante secundária, devido a outras causas, como cálculos biliares, presença de vermes, AIDS ou complicações com endoscopias na via biliar.

Esta doença foi reconhecida em 1877 por Jean M. Charcot.

As colangites acontecem na maioria dos casos por obstruções das vias biliares em decorrência de cálculos, estenoses ou neoplasias. Menos comumente, as obstruções ocorrem por parasitas, como Ascaris lumbricoides, pela AIDS ou pela coledococele (dilatação de natureza congênita da parte terminal do colédoco).

A colangite também pode ser uma complicação da manipulação endoscópica das vias biliares para fins diagnósticos ou terapêuticos. Em raros casos, ela é consequente a um problema autoimune.

As vias biliares são constituídas por um conjunto de ductos que ligam o fígado e a vesícula biliar ao duodeno. Eles conduzem a bile do fígado à vesícula biliar, onde ela é armazenada. Posteriormente, a bile percorre as vias biliares em direção ao duodeno, onde desempenha um papel fundamental na digestão das gorduras. A inflamação das vias biliares dificulta ou impede essa circulação da bile e o acúmulo da bile produz transtornos como infecções, cirrose e hipertensão.

As colangites são enfermidades graves que podem levar facilmente à morte. Nas colangites ascendentes, a inflamação aguda dos canais que conduzem a bile é causada por bactérias que migram do intestino para as vias biliares. O fator que mais frequentemente causa esse tipo de colangite é a interrupção parcial do fluxo de bile. Essa infecção é grave e tende a progredir para infecção generalizada, podendo levar ao óbito se não tratada adequadamente.

A colangite esclerosante primária tem uma origem autoimune e leva a uma inflamação dos ductos biliares. Essa alteração rara atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos de idade e costuma ser acompanhada de neoplasias malignas.

A colangite esclerosante secundária é uma complicação de outras enfermidades, geralmente de cálculos biliares que dificultam o fluxo da bile. A AIDS, a presença de Ascaris lumbricoides ou uma dilatação congênita do colédoco também são fatores que poderiam causar tal condição, assim como problemas durante uma endoscopia da via biliar.

A colangite ocorre mais comumente em mulheres do que homens e o início costuma ser após a idade de 55 anos. Os principais sintomas da colangite ascendente são dor, icterícia, febre, confusão mental e hipotensão arterial.

As colangites esclerosante primária e secundária comportam, além desses sintomas, sangue ou muco nas fezes, perda de peso, diarreia, fadiga, prurido e aumento hepático (hepatomegalia). Esses sintomas podem variar de moderados a graves, dependendo do local acometido e da causa.

É importante diferenciar as colangites entre si, pois seu tratamento e evolução são diferentes.

O diagnóstico de colangite começa com a história médica completa e com o exame físico do paciente, seguidos por um exame de sangue (em busca de colestase), uma colangiografia (exame de raio-X contrastado dos ductos biliares), uma ressonância magnética ou uma ultrassonografia. A colangite esclerosante primária pode requerer uma biópsia hepática para análise do material recolhido.

Muitos casos de colangite aguda respondem ao tratamento com antibióticos, mas pacientes com colangites mais graves podem não responder adequadamente ou requerer uma drenagem biliar de emergência. Uma colangiografia endoscópica ou mesmo uma cirurgia pode ser necessária para a desobstrução dos canais biliares.

A colangite, quando não tratada adequadamente, é uma infecção com potencial para causar morbidez e mortalidade significativas.

Uma das maneiras de prevenir as colangites consiste em tratar correta e prontamente os cálculos biliares, tumores e infestações de parasitas. Um stent pode ser colocado no sistema biliar para que a infecção não volte. As colangites de causas genéticas não têm como ser prevenidas.

Nenhum comentário: