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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Depressão pós parto


A depressão pós-parto é surpreendentemente comum. Estima-se que ela afete cerca de 10 por cento das mulheres que tiveram bebê. 

Os sintomas incluem ansiedade, falta de energia e mudanças no padrão de sono e de alimentação. 

Depressão é uma doença como outra qualquer, que exige tratamento, incluindo remédios e terapia.

Acima de tudo, depressão pós-parto não é culpa da mulher, nem significa rejeição ao bebê. 

A depressão pós-parto é bem mais séria do que uma melancolia passageira. A grande maioria das mulheres se sente triste nas primeiras duas semanas depois do parto, no chamado blues puerperal, mas é uma melancolia que vai embora sozinha. 

No caso da depressão pós-parto, a tristeza e a falta de energia não melhoram conforme o tempo passa. A mulher não vê graça em quase nada: as situações prazeirosas são cada vez mais raras. 

É importante que a mulher ou algum familiar reconheçam logo a depressão, para que ela receba o apoio e o tratamento necessários. Sem tratamento, a depressão pode durar meses e até anos.

Os especialistas não têm uma explicação exata para a depressão pós-parto, mas acreditam que seja uma combinação de fatores hormonais, ambientais, psicológicos e genéticos. 

Veja a seguir uma lista dos sintomas mais comuns da depressão pós-parto. Muitas vezes os familiares e amigos os reconhecem antes da mulher. 

Os sinais variam de mulher para mulher. Você pode estar sentindo: 

- Tristeza constante, especialmente na parte da manhã e/ou à noite

- Sensação de que nada de bom vem pela frente

- Sensação de culpa e de responsabilidade por tudo

- Irritabilidade e falta de paciência

- Vontade de chorar o tempo todo

- Exaustão permanente, mesmo quando consegue descansar um pouco

- Dificuldade de se divertir

- Perda do bom humor

- Sensação de não conseguir lidar com as circunstâncias da vida

- Enorme ansiedade em relação ao bebê e busca constante por garantias, por parte de profissionais de saúde, de que ele está bem

- Preocupação com sua própria saúde, possivelmente acompanhada pelo temor de ter alguma doença grave

- Falta de concentração

- Sensação de que o bebê é um estranho e não seu filho

- Pensamentos negativos demais em relação a você ou ao bebê

- Vontade de fugir, de sumir

Esses sinais são frequentes em muitas mães. É normal ter dias ruins. Mas, se você está tendo esses sentimentos na maioria dos dias, e não parece estar melhorando, você pode estar com depressão pós-parto. 

Se achar que pode estar com depressão pós-parto, converse com alguém. 

O ideal é falar com um médico, nem que seja o pediatra do seu filho ou o obstetra que acompanhou sua gravidez. 

Em alguns casos, a depressão pode causar alucinações sobre atitudes violentas. 

Se tiver pensamentos negativos demais, procure ajuda médica imediatamente.

A depressão pós-parto costuma aparecer no primeiro mês depois do parto, mas ela também pode surgir a qualquer momento ao longo do primeiro ano do bebê. 

Em alguns casos, a mulher está se sentindo bem e se adaptando à vida de mãe, e a depressão aparece. Em outros casos, ela já estava deprimida durante a gravidez, e a chegada do bebê não traz alívio. 

Os especialistas ainda não sabem exatamente por que certas mulheres ficam deprimidas e outras não. Porém há certas situações que parecem aumentar o risco de uma depressão pós-parto. São elas: 

- Já ter passado por uma depressão antes ou algum outro problema de saúde mental

- Ter tido depressão durante a gravidez

- Não ter família ou parceiro por perto

- Dificuldades financeiras, no trabalho ou no relacionamento

- Ter passado por um parto difícil ou complicações de saúde no pós-parto

- Ter tido um um bebê prematuro ou com problemas de saúde

- Dificuldade em amamentar

- Perda de um ente querido, recentemente ou no passado -- o nascimento do bebê pode despertar lembranças dolorosas

É importante você saber que, com ajuda, vai se sentir melhor. Lembre-se: ter depressão pós-parto não significa que você não é uma boa mãe para o seu filho, nem representa risco de alguém querer afastar seu filho de você. 

Para casos leves de depressão pós-parto, apoio e orientação podem ajudar. 

Mas, para casos moderados a graves, os tratamentos são os seguintes: 

Conversar com alguém treinado para lidar com o que você está sentindo pode ser de grande ajuda. Muitas vezes somente a terapia já é suficiente para reverter o quadro, embora, em diversos casos, haja também a necessidade de associar ao tratamento algum tipo de medicação (que só pode ser prescrita por médicos). 

Não se intimide em procurar ajuda especializada e encare isso como um ato de amor pelo seu bebê, para que você possa ser a mãe que sempre sonhou ser. 

Antidepressivos

Os antidepressivos servem para reequilibrar as substâncias químicas no cérebro. Eles atuam para melhorar o seu humor, ajudar no sono e fazer com que você se sinta menos irritável. 

Esse tipo de tratamento exige disciplina com horários e costuma levar de duas a quatro semanas para fazer efeito. Não desista por achar que ele não está melhorando em nada sua situação. 

Lembre-se de que pode demorar um pouco para que seu corpo se adapte à medicação, e tenha em mente que às vezes a dose ou o tipo do remédio precisam de ajustes conforme a reação do organismo. 

Não interrompa o tratamento sem conversar com seu médico antes, mesmo se achar que já está melhor, porque a depressão pode voltar de repente. 

Também não se preocupe se estiver amamentando, já que há no mercado remédios compatíveis com o aleitamento materno. Se você notar alguma diferença no comportamento do seu bebê depois do início do tratamento, mencione para o médico que receitou o remédio ou para o pediatra. 

É verdade que nem todos os antidepressivos funcionam para todo mundo, e pode haver efeitos colaterais. Em geral eles não provocam dependência, a não ser em casos raros. 

O que posso fazer para superar a depressão pós-parto?

Tente manter uma alimentação saudável 

Caso não tenha apetite, procure fazer pequenas refeições regularmente, para que os níveis de açúcar no seu sangue não caiam. Você precisa de energia, assim como seu sistema imunológico. 

Descanse bastante

Durma quando conseguir, ou simplesmente relaxe. Se alguém puder cuidar do bebê para você, aproveite para tirar uma soneca durante o dia, tome um banho bem relaxante ou escolha uma boa leitura e curta alguns momentos de preguiça. 

Exercite-se 

Pode ser a última coisa que você tenha vontade de fazer neste momento, mas ter alguma atividade física vai ajudar você a se sentir melhor, tanto mental como fisicamente. 

Você pode entrar em alguma aula de ginástica, por exemplo.Mas, se não for possível, só de sair para uma caminhada você já verá benefícios. 

Encontre-se com outras mães 

A vida de uma mãe recente já pode ser bastante solitária, e o sentimento de solidão é pior ainda quando se convive com a depressão. Procure conhecer outras mães que estão na mesma fase de vida -- é bom saber que não é só você que vive determinadas situações, como o cansaço de cuidar de um bebezinho. 

Não seja dura consigo mesma 

Você está doente e precisa de tempo e espaço para se recuperar. Não se sobrecarregue de tarefas domésticas que não sejam urgentes e adie as "grandes" decisões por enquanto. Permita-se alguns mimos. 

Deixe que amigos e familiares façam tarefas por você, e peça ajuda especialmente ao seu parceiro. Peça que ele leia este texto especial para parceiros e familiares de mulheres com depressão pós-parto. 

Não se sabe se é possível prevenir a depressão pós-parto. Alguns médicos podem receitar antidepressivos imediatamente depois do parto em casos de risco. 

Tratar a depressão durante a gravidez também pode colaborar para evitar ou abrandar uma eventual depressão pós-parto. 

Caso você já tenha tido depressão pós-parto uma vez, avise o obstetra ainda durante o pré-natal. Há boas chances de você não ter depressão de novo. E, se tiver, você não será pega tão de surpresa e poderá procurar ajuda mais cedo. 




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