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domingo, 9 de abril de 2017

Doença de Osgood-Schlatter


A doença de Osgood-Schlatter (DOS) é uma das causas mais comuns de dor do joelho em adolescentes.

É comum em atletas jovens que praticam atividades que envolvem corrida, chutes e saltos.

O principal sintoma é dor no joelho, mais exatamente abaixo da patela que surge durante ou após a atividade física e, tipicamente, melhora com o repouso.

Os pacientes apresentam dor e edema no tubérculo tibial (sendo portanto uma doença extra-articular). Os movimentos do joelho não são afetados.

Em 1903, o ortopedista norte-americano Robert Osgood, e o cirurgião suíço Carl Schlatter, publicaram quase que simultaneamente trabalhos independentes que descreviam a possível patofisiologia da doença que foi batizada com seus nomes.

A DOS é uma apofisite, mais comumente diagnosticada em atletas jovens, ligados a esportes que envolvem corridas e saltos, tais como futebol, basketball, dança e ginástica.

Afeta geralmente meninos na faixa de 10-15 anos, e meninas entre 8-13 anos, coincidindo com estirão de crescimento.

Nesta fase, o crescimento ósseo é mais rápido do que o de tecidos moles, resultando em encurtamento muscular ao redor da articulação com perda da flexibilidade.

Sob estas circunstâncias, o stress mecânico da contração do quadríceps pode resultar em avulsão parcial do centro de ossificação.

Eventualmente ocorre formação óssea heterotópica no tendão próximo à sua inserção, produzindo uma calosidade visível. Aproximadamente 25% dos pacientes tem lesão bilateral.

A dor é geralmente a queixa principal. A dor pode ser reproduzida pela extensão do joelho contra resistência, ou agachamento com flexão total do joelho.

Correr, Saltar, ajoelhar e subir/descer escadas pioram a dor. Alívio dos sintomas ocorre com repouso.

Durante a inspeção pode-se observar a presença de edema sobre a tuberosidade tibial anterior, dor à palpação da tuberosidade tibial e tendão patelar podem estar presentes. A dor é reproduzida por extensão do joelho contra resistência.

A avaliação dos movimentos articulares é geralmente normal, alguns pacientes podem apresentar hipotrofia de quadríceps.

Existem algumas abordagens bastante úteis para o tratamento da DOS. Podem ser usados: Acupuntura, Hidroterapia, Bandagem Funcional e Eletroterapia.

No entanto, em meio a tantas possibilidades, três condutas são unanimidade: Repouso, Gelo e Alongamento.

Recomenda-se interromper, ou pelo menos reduzir as atividades físicas que causem dor por um período de 4-8 semanas, assim como crioterapia regular por 20 minutos várias vezes ao dia.

Se o repouso não for possível (talvez você esteja tratando um atleta de alto nível que NÃO pode ficar sem treinar por tanto tempo), então o recomendável é o uso de bandagem ou um "brace infrapatelar" durante o treinamento, assim como compressa de gelo durante 20 minutos imediatamente antes e imediatamente após a atividade física, além de prosseguir com a crioterapia várias vezes ao longo do dia. Naturalmente o paciente também deve fazer uso dos anti-inflamatórios prescritos pelo médico.

Um programa de alongamento de isquiotibiais, quadríceps e dos flexores de quadril deve ser iniciado.

O alongamento do quadríceps é essencial, visto que o aumento do seu comprimento muscular irá reduzir a tensão aplicada sobre a inserção do tendão patelar na tuberosidade tibial.

Estes alongamentos devem ser bilaterais para evitar desequilíbrio muscular e para prevenir o desenvolvimento da DOS no membro contralateral.

Ainda não há comprovação se energia muscular é superior a contrair-relaxar ou ao o estiramento mantido. Sendo assim, a escolha da técnica é do terapeuta.

Os objetivos iniciais do tratamento são o alívio da dor e da inflamação.

O retorno à atividade esportiva é avaliada de acordo com os testes funcionais, os quais podem e devem ser realizados periodicamente.

O uso de certas atividades específicas do esporte do paciente também são uma boa forma de avaliar a recuperação (atenção para avaliar de uma forma progressiva, do mais fácil para o mais difícil.

Ex: avaliar a presença de dor durante o salto de um jogador de Voley pedindo para o paciente saltar baixo, evoluindo para um salto alto e terminando com uma corrida seguida de salto simulando uma cortada. Se o paciente for capaz de realizar os testes funcionais e as atividades específicas com força total e de forma agressiva como tem de ser numa partida, sem medo de lesão ou dor, então o paciente já pode retornar totalmente aos treinos e mesmo competições.

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