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segunda-feira, 5 de junho de 2017
Costocondrite
Costocondrite é uma condição dolorosa da parede torácica causada por inflamação nas cartilagens que ligam as costelas ao osso esterno. O prefixo "costo" significa relacionado com as costelas, "condr" se relaciona à cartilagem e "ite" é o sufixo médico que se refere a inflamação.
Muitas vezes a costocondrite é tomada (incorretamente) como igual à síndrome de Tietze. Embora ambas as condições possam ter sintomas semelhantes, devido à inflamação, a síndrome de Tietze tende a causar inchaço das articulações e, enquanto a costocondrite ocorre mais frequentemente em mulheres e em pessoas com mais de 40 anos, a síndrome de Tietze ocorre mais em adolescentes e adultos jovens e com igual frequência em homens e mulheres. Mesmo sendo dolorosa, esta doença não é grave.
Não se conhece a causa determinante da costocondrite e, em muitos casos, a condição é dita idiopática. Às vezes, ela pode seguir-se a um trauma ou pressão no peito ou a atividades menores repetitivas a que a pessoa não esteja acostumada.
Pessoas com problemas específicos, tais como osteoartrite, artrite reumatoide, espondilite anquilosante ou fibromialgia podem apresentar também costocondrite. Da mesma forma, pessoas submetidas a grande tensão física, como levantamento de peso, exercício extenuante e tosse severa.
Também as infecções por vírus, bactérias e fungos podem infectar a junção das costelas e, bem assim como os tumores cancerosos e não cancerosos, podem causar costocondrite.
Um pouco sobre a anatomia do tórax: a caixa torácica é uma estrutura formada por ossos rígidos que protegem os pulmões. No entanto, os nossos pulmões precisam de espaço para expandir para que possamos respirar. Para que nosso peito se expanda, as cartilagens das costelas, que são de um material mais macio e flexível, precisam permitir esse movimento. As cartilagens ligam as costelas ao osso esterno e este à clavícula. As articulações entre as costelas e as cartilagens são chamadas de articulações costocondrais, daí o nome costocondrite. Nos casos em que elas se inflamam, produzem dores que se exacerbam com a movimentação.
Nenhuma pessoa específica está em maior risco de ter costocondrite que outra, mas ela tende a afetar especialmente os adultos, embora possa também afetar crianças. Ao que parece, as mulheres são afetadas com mais frequência do que os homens.
O sintoma mais chamativo da costocondrite é uma dor aguda e penetrante, sentida na frente do peito ao nível da 4ª, 5ª e 6ª costelas e que é agravada pelo movimento, esforço, respiração profunda e pressão sobre o peito.
A pressão sobre a área afetada também provoca uma exacerbação aguda da dor. A dor é normalmente limitada a uma pequena área, mas pode ser propagada para uma zona mais ampla. A dor tende a aumentar e diminuir com uma mudança de posição ou na dependência da forma de respirar.
A costocondrite é diagnosticada com base nos relatos dos pacientes sobre seus sintomas e no exame físico. Nenhum exame de laboratório é usado para confirmar o diagnóstico de costocondrite. No entanto, investigações podem ser realizadas para descartar outras causas de dor no peito, como eletrocardiograma, radiografia de tórax, tomografia computadorizada ou ressonância magnética. As dores no peito são os sintomas mais preocupantes da costocondrite e as que impõem um diagnóstico diferencial mais cuidadoso, porque existem muitas causas de dor no peito e algumas são graves.
Analgésicos e anti-inflamatórios podem ser utilizados em casos de costocondrite para aliviar os sintomas. Para os casos graves, que não respondem a essas medicações, podem ser utilizadas injeções de corticoides ou anestésicos locais.
Em casos extremos, pode ser realizado um bloqueio do nervo intercostal. Em casos ainda mais graves e recorrentes, pode ser administrada uma série de injeções para destruir de forma permanente o nervo causador da dor.
Outras medidas, não-medicamentosas, podem ser tentadas para alívio da dor, tais como o uso de almofadas térmicas, aplicação de gelo, estimulação elétrica transcutânea, acupuntura, exercícios de alongamento e prevenção de esportes ou atividades que agravam a dor.
O prognóstico da costocondrite é muito bom. A maioria dos casos melhora em 6 a 8 semanas, com ou sem medicamentos. A costocondrite pode recidivar, mas isso é uma eventualidade improvável.
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