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sexta-feira, 2 de junho de 2017
Cistite intersticial
A cistite intersticial, também conhecida como síndrome da bexiga dolorosa, é uma complexa condição crônica caracterizada pela irritação ou inflamação da parede da bexiga, que causa pressão e dor na bexiga ou na região pélvica variando de leve a grave.
As causas exatas da cistite intersticial ainda não são conhecidas, mas é provável que múltiplos fatores contribuam para o seu desencadeamento. Por exemplo, as pessoas podem ter um defeito no epitélio (revestimento protetor interno) da bexiga e um vazamento através dele pode permitir que substâncias tóxicas na urina irritem a parede da bexiga.
Outros fatores possíveis, mas não comprovados, incluem uma reação autoimune, herança genética, infecção ou alergia. Também conhece-se alguns fatores de risco: ter pele clara e cabelos ruivos, ter 30 anos de idade ou mais e ter outros distúrbios de dor crônica, como síndrome do intestino irritável ou fibromialgia.
A cistite intersticial afeta mais as mulheres que os homens e pode ter um impacto duradouro na qualidade de vida. Os sinais normais de necessidade de urinar se misturam com os sintomas da cistite intersticial e a pessoa sente vontade de urinar com mais frequência e com menores volumes de urina do que a maioria das pessoas.
Os sinais e sintomas mais comuns da cistite intersticial incluem dor na pelve, aguda ou crônica; necessidade persistente e urgente de urinar; micção frequente em pequenas quantidades; dor ou desconforto enquanto a bexiga enche e alívio após urinar; dor durante a relação sexual. A gravidade desses sintomas é diferente para cada pessoa e numa mesma pessoa ao longo do tempo. Alguns portadores podem mesmo apresentar períodos sem sintomas.
Embora os sinais e sintomas da cistite intersticial possam se assemelhar aos de uma infecção urinária, geralmente não há infecção. Nos homens, sintomas parecidos com a cistite intersticial são encontrados nas prostatites (inflamação da próstata).
Apesar de trazer grande incômodo e interferir negativamente na qualidade de vida, a cistite intersticial não está relacionada a consequência graves à saúde.
O diagnóstico da cistite intersticial deve partir dos sintomas e da história médica. A pessoa pode também fazer um diário do funcionamento da sua bexiga, registrando o volume de líquidos que bebe e o volume de urina que elimina. Uma amostra de urina pode ser analisada para detectar sinais de infecção do trato urinário.
Uma cistoscopia, feita através da uretra, mostra o revestimento da bexiga. Por ela, o médico também pode injetar líquido na bexiga para medir sua capacidade. Durante a cistoscopia sob anestesia, o médico pode remover uma amostra de tecido da bexiga e da uretra para biópsia. A coleta de uma amostra de urina possibilita uma citologia urinária, a qual permite ao médico descartar o câncer.
Embora não haja uma cura específica para a cistite intersticial, medicamentos e outras terapias podem oferecer alívio. Nenhum tratamento simples elimina os sinais e sintomas da cistite intersticial e nenhum tratamento funciona igualmente para todas as pessoas.
A fisioterapia pode aliviar o efeito de anormalidades musculares no assoalho pélvico e a dor associada. Medicamentos orais, como os anti-inflamatórios, antidepressivos tricíclicos e anti-histamínicos podem reduzir a urgência e a frequência urinária e aliviar outros sintomas. Técnicas mais complicadas de estimulação nervosa ou dilatação da bexiga também podem ser usadas por especialistas.
Em casos especialmente graves pode ser necessário recorrer à cirurgia para aumentar a capacidade da bexiga, mas isso raramente acontece.
Apesar dela trazer graves incômodos e interferir na qualidade de vida, a cistite intersticial não está relacionada a consequências graves para a saúde. Contudo, ela pode deixar cicatrizes na bexiga associadas a pontos de sangramento, provocar um espessamento em sua parede e diminuir a capacidade deste órgão.
As complicações da cistite intersticial são uma capacidade reduzida da bexiga, diminuição da qualidade de vida, problemas emocionais e dificuldades nas relações sexuais.
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