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segunda-feira, 27 de março de 2017

Vitamina E e selênio não podem prevenir a doença de Alzheimer


Com o objetivo de determinar se os suplementos antioxidantes (vitamina E ou selênio), utilizados isoladamente ou em combinação, podem prevenir a demência em homens idosos assintomáticos, foi realizado o ensaio The Prevention of Alzheimer’s Disease by Vitamin E and Selenium (PREADViSE).

Até o momento, nenhum suplemento está recomendado como agente preventivo para a demência. O estresse oxidativo é uma via de demência estabelecida, mas não se sabe se o uso de suplementos antioxidantes pode prevenir a demência.

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O estudo PREADViSE começou como um ensaio clínico duplo-cego randomizado, em maio de 2002, e se transformou em um estudo de coorte de setembro de 2009 a maio de 2015.

O PREADViSE foi complementar ao Selenium and Vitamin E Cancer Prevention Trial (SELECT), um ensaio clínico randomizado com os mesmos suplementos antioxidantes para a prevenção do câncer de próstata, mas que foi encerrado em 2009 devido a conclusões de uma análise de futilidade.

No ensaio PREADViSE, inicialmente 7.540 homens idosos foram expostos aos suplementos antioxidantes com vitamina E e selênio por uma média de 5,4 anos. Um subconjunto de 3.786 homens concordou em ser observado por até 6 anos adicionais. Os participantes tinham pelo menos 60 anos de idade no início do estudo. A incidência de demência (4,4%) não diferiu entre os quatro braços do estudo.

Os participantes foram analisados aleatoriamente para receber vitamina E, selênio, vitamina E e selênio ou placebo. Enquanto tomavam suplementos de estudo, os participantes foram avaliados quanto à demência por um exame em dois estágios.

Durante o estudo de coorte, os homens foram contactados por telefone e avaliados por exame cognitivo em dois estágios aprimorados. Em ambas as fases, os homens foram encorajados a visitar o seu médico se os resultados do exame indicassem possível comprometimento cognitivo.

A avaliação de casos de demência baseou-se numa revisão consensual de exames cognitivos e registros médicos para homens com suspeita de demência que visitaram seu médico para uma avaliação ou para uma revisão de toda a informação disponível, incluindo um exame de avaliação funcional.

A média (DP) da idade de base dos 7.540 participantes foi 67,5 (5,3) anos, com 3.936 (52,2%) relatando uma educação em nível superior, 754 (10,0%) eram da raça negra e 505 (6,7%) de etnia hispânica.

A incidência de demência (325 de 7.338 homens [4,4%]) não foi diferente entre os quatro braços de estudo.

Concluiu-se com este estudo que nenhum dos suplementos preveniu a demência. Este parece ser o primeiro estudo de longo prazo a investigar a associação do uso de suplementos antioxidantes e a incidência de demência entre homens assintomáticos.



Fonte: JAMA Neurology, publicação online, de 20 de março de 2017

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