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terça-feira, 28 de março de 2017
Mal de Alzheimer: um resumo dos tópicos que podem ser os mais importantes
O mal de Alzheimer (ou doença de Alzheimer) foi descrito pela primeira vez em 1906, pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer. É uma doença degenerativa, no momento ainda incurável, embora os tratamentos usados para tratá-la possam minorar os sintomas e melhorar a saúde, retardando o declínio cognitivo e controlando as alterações do comportamento.
O mal de Alzheimer é a principal causa de demência no Brasil em pessoas idosas. Atinge 1% dos idosos entre 65 e 70 anos, 6% aos 70 anos, 30% aos 80 anos e mais de 60% depois dos 90 anos.
Caracteriza-se por um curso inevitavelmente progressivo de perda das funções cognitivas e grandes alterações do comportamento, sobressaindo uma perda gradual da memória, que pode chegar a ser total.
Ainda não se sabe exatamente as causas do mal de Alzheimer. Sabe-se que é uma doença degenerativa com alterações como o depósito de placas de proteínas amiloides (placas senis), emaranhados neurofibrilares e degeneração granulovacuolar no interior dos neurônios. Essas lesões começam no tronco cerebral e ascendem progressivamente até o córtex. As alterações próprias da doença levam também à redução de neurotransmissores cerebrais como acetilcolina, noradrenalina e serotonina.
A idade parece ser um fator de risco, uma vez que a sua incidência aumenta exponencialmente depois dos 60 anos. Ainda não foi totalmente estabelecido o papel da hereditariedade no Mal de Alzheimer.
Em cada caso o mal de Alzheimer tem características singulares, embora haja pontos comuns entre todos eles.
O sintoma inicial mais nítido é a perda da memória de curto prazo (dificuldade em lembrar fatos recentes), à qual se seguem a diminuição da capacidade de atenção, diminuição da flexibilidade do pensamento e a perda da memória de longo prazo.
Inicialmente os sintomas costumam ser confundidos com os problemas naturais do envelhecimento, mas com a progressão da doença surgem sintomas mais específicos como confusão mental, irritabilidade, agressividade, alterações de humor, falhas na linguagem e desligamento da realidade.
Sintomas bastante comuns, já presentes em uma primeira fase, são a apatia e a desorientação no tempo e no espaço. A pessoa pode não saber onde se encontra, nem o dia, mês ou ano em que está. Com o passar dos anos, aumenta a dificuldade em reconhecer objetos e executar os movimentos apropriados para manejá-los. Muitas vezes pode saber o nome deles, mas não saber utilizá-los ou, ao contrário, pode saber usá-los sem conseguir dizer o nome deles.
Aos poucos vai ocorrendo uma diminuição do vocabulário e maior dificuldade na fala, com empobrecimento da linguagem, resumindo-se a frases curtas, palavras isoladas ou até mesmo deixando de existir. Progressivamente, o paciente perde a capacidade de ler e escrever.
Os problemas de memória pioram com o tempo e os pacientes podem deixar de reconhecer as pessoas que lhes são familiares. Aos poucos perdem a memória de longo prazo, as alterações do comportamento se tornam cada vez mais graves e começam as manifestações de irritabilidade, instabilidade emocional e de ataques inesperados de agressividade.
Em alguns pacientes pode surgir incontinência urinária.
O julgamento ético da realidade é totalmente destruído e o paciente pode, por exemplo, ficar nu em público ou praticar atos indecorosos como se fossem naturais. Numa última etapa, o paciente torna-se dependente das pessoas que cuidam dele. Chegam a não conseguir desempenhar tarefas simples sem ajuda, como trocar de roupa, alimentar-se etc. Muitas vezes acabam por ficar acamados.
A morte, quando sobrevém, normalmente não é causada pelo mal de Alzheimer, mas por algum fator externo que o acompanha, como uma pneumonia, por exemplo.
Não existe um exame específico que estabeleça o diagnóstico. A suspeita diagnóstica deve ser feita por meio de uma cuidadosa história clínica que leve em conta os sintomas e a evolução da doença.
Os exames complementares podem ser necessários muito mais para afastar outros diagnósticos e avaliar o estado geral do paciente. Os testes neuropsicológicos das funções intelectuais podem ajudar a monitorar a progressão do mal.
Ainda não há uma cura conhecida para o mal de Alzheimer. Os tratamentos disponíveis até o momento visam desacelerar o curso da doença, assim mesmo sem muito sucesso. Alguns dos tratamentos sintomáticos utilizados estão voltados principalmente para a manutenção das funções intelectuais, qualidade de vida e atividade física.
Alguns sintomas secundários como a ansiedade, a depressão e os sintomas psicóticos, também devem ser tratados sintomaticamente com as medicações apropriadas. Além de seus efeitos próprios, os antidepressivos parecem retardar a evolução das demências.
Nos estágios avançados, precisa ser feita a escolha entre a permanência no ambiente domiciliar ou a internação em clínicas especializadas.
A evolução da doença no sentido de uma demência profunda parece inexorável, levando cerca de oito anos entre seu início e seu último estágio.
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