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sábado, 26 de novembro de 2016
Pólipos de Vesícula Biliar
Os pólipos da vesícula biliar são protuberâncias na mucosa, projetadas para dentro da vesícula. Em geral eles não dão sintomas e, quase sempre, são um achado incidental de uma ultrassonografia abdominal feita por outro motivo.
Pouco se sabe sobre os fatores associados à ocorrência de pólipos da vesícula biliar, mas a sua formação parece estar associada ao metabolismo das gorduras. A história familiar de alguns casos sugere a presença de um fator genético. Não parece haver qualquer relação consistente entre a formação de pólipos e idade, sexo, obesidade ou outras condições médicas, como diabetes, por exemplo. Pacientes com síndromes poliposas congênitas também podem desenvolver pólipos na vesícula biliar.
Sugere-se que haja uma relação inversa entre pólipos e cálculos da vesícula biliar. Hipotetiza-se que os pólipos possam interromper mecanicamente a formação de pedras ou então que sejam mais difíceis de serem diagnosticados radiograficamente quando as pedras estejam presentes.
O câncer da vesícula biliar é bastante raro, embora pólipos da vesícula biliar sejam comuns. A maioria dos pólipos da vesícula biliar é benigna, no entanto, a detecção precoce dos raros pólipos malignos é importante para o tratamento curativo. Os pólipos da vesícula biliar podem ser divididos em benignos e malignos e ambos são, em geral, assintomáticos.
A maioria deles, não malignos, constitui apenas alterações estruturais ou depósitos de gordura na mucosa. Os pólipos benignos mais comuns são os de colesterol, os inflamatórios e os adenomas, os quais têm a capacidade de se tornarem tumores malignos. Os pólipos malignos mais comuns são os adenocarcinomas.
A ultrassonografia abdominal, contudo, não pode afirmar com segurança se a lesão é sem risco, pré-maligna ou maligna. O médico tem que se valer de algumas considerações de acordo as características dos pólipos, como número e tamanho deles, para que se decida entre o acompanhamento ultrassonográfico periódico e a cirurgia.
Os pólipos maiores de 2 centímetros quase sempre são malignos e mesmo aqueles entre 1 e 2 cm também já apresentam mais remotamente esta possibilidade. Os cálculos de colesterol costumam ser múltiplos e têm menos de 1 cm.
Em geral, os pólipos de vesícula biliar têm sintomatologia pobre ou inexistente, inespecífica e vaga. No entanto, alguns pacientes podem sofrer náuseas e vômitos e dor ocasional no hipocôndrio direito, devido a obstruções intermitentes causadas por fragmentos de colesterol que se destacam da mucosa da vesícula biliar. Alguns pólipos se projetam obstruindo o canal cístico ou os ductos biliares primários, causando colecistite aguda ou icterícia obstrutiva, mas estas são complicações muito raras.
O diagnóstico do pólipo de vesícula costuma ser feito por meio de uma ultrassonografia incidental e a conduta terapêutica depende basicamente do aspecto do pólipo nesse exame. Se o pólipo for menor que 1 cm e não associado à presença de cálculos, deve ser acompanhado com ultrassonografia periódica.
O aperfeiçoamento de modalidades de imagens, como tomografia computadorizada e ressonância magnética e sua aplicação mais generalizada, levaram a um aumento no diagnóstico coincidente de cálculos da vesícula biliar e pólipos da vesícula biliar. No entanto, a ultrassonografia abdominal continua sendo vista como o melhor exame disponível para o diagnóstico, pela sua boa sensibilidade e especificidade.
A ultrassonografia abdominal por vezes permite distinguir um pólipo de colesterol de um adenoma ou um adenocarcinoma. No entanto, a distinção não é fácil e o status de pólipos como benigno ou maligno não pode ser determinado com certeza.
Os pólipos de vesícula biliar devem ser tratados por meio de cirurgia, ou porque causam sintomas ou como prevenção quanto ao câncer de vesícula. Os pacientes que apresentam uma associação entre pólipos e cálculos devem ser operados, havendo ou não sintomas e independentemente do tamanho dos pólipos, já que sabidamente esta associação aumenta o risco de câncer.
O tratamento cirúrgico consiste na retirada da vesícula biliar, que pode ou não ser feita por laparoscopia.
Embora na maioria das vezes os pólipos sejam benignos, toda atenção deve ser dada ao risco de um câncer de vesícula, já que esta doença tem um prognóstico ruim.
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