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segunda-feira, 2 de maio de 2016

Disartria


A disartria é um distúrbio neurológico caracterizado pela dificuldade de articular os músculos da fala, o que implica numa dificuldade na produção de fonemas. De uma maneira leiga, a disartria costuma ser referida como "fala enrolada," à semelhança com a fala de uma pessoa alcoolizada.

A disartria pode ser causada por danos no tronco cerebral e/ou nas fibras nervosas que ligam a camada externa do cérebro ao tronco cerebral, devido a uma lesão cortical ou periférica (paralisia dos órgãos de fonação). Dentre as principais condições clínicas que podem causar disartria, destacam-se os acidentes vasculares cerebrais, os traumatismos crânio encefálicos, algumas doenças neurológicas como a doença de Parkinson ou a doença de Huntington e algumas doenças neuromusculares progressivas como a miastenia gravis ou a esclerose lateral amiotrófica.

Embora pareça ser um problema de linguagem, a disartria é, na verdade, um problema motor. A extensão e a localização da lesão podem condicionar o tipo e a gravidade da disartria. A fala disártrica produz sons que se aproximam do som normal das palavras, mas a fala pode tornar-se ofegante, irregular, imprecisa e com tons monótonos ou de muita vibração. A maioria das pessoas com disartria consegue ler e escrever normalmente, uma vez que a capacidade para compreender e usar a linguagem não são afetadas, afinal, trata-se de um problema motor e não cognitivo. Os sintomas da disartria podem variar dependendo da causa subjacente e do local afetado. Os sinais mais comuns da disartria são fala lenta, monótona, arrastada, "pastosa", anasalada e com flutuações incontroladas do volume, discurso muito rápido e dificuldade em mover a língua ou os músculos faciais. Um paciente com disartria também pode exagerar o movimento dos músculos, dos lábios e do maxilar ao falar. Uma dificuldade de deglutição faz com que essas pessoas geralmente babem.

Deve ser diagnosticada não só a existência ou não da disartria, mas também a causa dela. Vários exames e especialistas devem ser envolvidos para identificar a causa desta condição: um fonoaudiólogo irá avaliar a gravidade da doença; um neurologista vai estudar como o paciente move seus lábios, língua e músculos faciais. Aspectos da qualidade da voz e da respiração do paciente também contribuirão para o estudo. Dependendo do caso, o médico poderá solicitar exames como ressonância magnética, tomografia computadorizada, eletroencefalograma, estudo da condução nervosa, exames de sangue e urina, punção lombar, biópsia do cérebro, estudo da deglutição e testes neuropsicológicos para avaliar as habilidades cognitivas do paciente.

O tratamento da disartria depende da sua causa, tipo e gravidade. Entre as opções disponíveis para o tratamento estão terapia para exercitar a linguagem, tratamento das condições subjacentes e, eventualmente, cirurgia para retirada de um tumor ou correção de alguma alteração anatômica. Os objetivos dos tratamentos incluem melhorar a produção dos sons da fala, fortalecer os músculos da fala, melhorar os movimentos da língua e dos lábios e, em casos graves, ensinar meios alternativos de comunicação.

Muitos adultos com doença do sistema nervoso central aumentam suas habilidades de fala após a intervenção fonoaudiológica. Embora nem sempre, a disartria pode ser sinal de uma doença subjacente grave.

Nem sempre a disartria pode ser evitada, mas é possível reduzir os fatores de risco para algumas causas de disartria. Deve-se controlar a pressão arterial e o colesterol; parar de fumar, se for o caso; controlar o diabetes, se existir; praticar exercícios regulares, manter o peso dentro da normalidade, manter uma dieta saudável, tratar uma eventual apneia obstrutiva do sono e limitar o consumo de álcool.

A disartria pode causar algumas complicações, como dificuldades na comunicação, problemas com interações sociais ou depressão.

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