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sexta-feira, 1 de abril de 2016

Falando sobre suicídio


O suicídio é o ato de causar intencionalmente a própria morte. A média brasileira de suicídios é de 6 a 7 mortes por 100 mil habitantes, abaixo da média mundial que está entre 13 a 14 mortes por 100 mil pessoas. Esta média vem crescendo, principalmente entre jovens.

As tentativas não fatais de suicídio, em número pelo menos dez vezes maior, são autolesões que não resultam em morte, mas que podem deixar sequelas. Há cerca de um milhão de suicídios por ano no mundo e estima-se que de 10 a 20 milhões de tentativas não fatais, muitas das quais, embora não produzindo a morte, deixam sequelas importantes e/ou graves.

Chama-se suicídio assistido à situação em que um indivíduo indiretamente ajuda outro a produzir a própria morte, através de fornecimento de conselho ou do meio para realizar aquele fim. Fala-se em eutanásia quando outra pessoa assume papel mais ativo em produzir a morte de outro indivíduo, geralmente já doente.

A ideia do suicídio ocorre praticamente a todo mundo e muito mais gente do que se imagina já teve a intenção de se suicidar sem, no entanto, realizar o ato. A palavra suicídio vem do latim (sui = próprio + caedere = matar) e significa "matar a si mesmo".

O suicídio é a décima causa de morte no mundo e as tentativas não fatais representam um importante contingente das pessoas atendidas em serviços de urgência-emergência. Em alguns casos, as ideias de suicídio permanecem incompreensíveis, mas é sabido que os fatores de risco para o suicídio incluem doenças mentais, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtornos de personalidade, alcoolismo ou abuso de drogas.

Cerca de metade dos suicídios consumados em doentes psiquiátricos deve-se ao transtorno depressivo maior. É possível que atue também um fator genético, porque em alguns casos existe uma ocorrência familiar de suicídio, sendo difícil dizer se isso se deve a um fator genético ou a um contágio psicológico. Alguns suicídios são atos impulsivos devidos a situações de estresse, tal como dificuldades financeiras, problemas com relacionamentos, etc. Aqueles que já tenham tentado suicídio em alguma ocasião estão em alto risco de futuras tentativas, às vezes levando à morte. Assim, os fatores de risco podem ser resumidos como:

•Doenças mentais ou problemas psicológicos (culpa, remorso, depressão, ansiedade, medo, fracasso, humilhação, sentimento insuportável de solidão, etc);
•Abuso de drogas;
•Tentativa anterior de se suicidar;
•Disponibilidade de um meio adequado, como arma de fogo, por exemplo;
•História familiar de suicídio;
•Presença de lesão cerebral traumática.

As condições que mais frequentemente levam ao suicídio são a solidão dos idosos, dificuldades financeiras incontornáveis, grande queda da honra e autoestima, decepções amorosas, crenças religiosas radicais, etc. A divulgação do suicídio pelos meios de comunicação desempenha um papel negativo, incentivador. Muitas vezes, ao apresentá-lo com uma cobertura de destaque e ao glorificar ou romantizar o suicídio, leva-se a ter maior incidência entre as pessoas propensas. Afinal, as concepções sociais sobre o suicídio variam muito e vão desde aquelas que o veem como um ato heroico até outras que o consideram um redundante fracasso.

Além disso, quando são dadas descrições detalhadas de como matar a si mesmo, este método de suicídio geralmente aumenta na população como um todo. Embora o suicídio não seja considerado um ato lógico, o fato de terminar a própria vida para o benefício de outros é conhecido como suicídio altruísta. Um desvio patológico do suicídio altruísta é aquele do deprimido, com depressão maior e com delírio de ruína, que se mata e mata também membros de sua família sob a alegação de que deseja evitar para eles as ruínas que supõe estarem por vir.

Os suicídios em massa são frequentemente realizados por pressão social ou religiosa, geralmente incentivados e conduzidos por um líder. Um pacto de suicídio pode ocorrer entre duas pessoas muito ligadas emocionalmente.

O método mais comumente usado de suicídio varia com a cultura de diferentes países e está também em parte relacionado com a disponibilidade de meios eficazes. Os métodos mais frequentemente utilizados são o enforcamento, o envenenamento e o uso de armas de fogo. Alguns suicídios envolvem formas bizarras de se matar, como, por exemplo, receber um forte choque elétrico ou se atirar de um despenhadeiro. O número de suicídios consumados é mais elevado nos homens que nas mulheres (três a quatro vezes), mas as tentativas são mais comuns em mulheres e acontecem mais em pessoas jovens que em idosas. Os atos de automutilação não são tentativas de suicídio, mas algumas pessoas que se automutilam, também cometem suicídio. Assim, uma automutilação deve ser considerada como mais um fator de risco para o suicídio.

Os pontos de vista sobre o suicídio são influenciados pela religião, pelas concepções filosóficas ou existenciais sobre a vida e por hábitos psicológicos e sociais. As religiões abraâmicas consideram o suicídio uma ofensa a Deus, devido à crença na santidade da vida e os suicidas nem podem receber os mesmos ofícios fúnebres que as demais pessoas. Outras veem nele um modo de aceder ao paraíso.

Durante a era samurai no Japão, o suicídio era tido como uma forma de protesto. Ainda hoje, em vários lugares, o suicídio é uma prática que visa defender alguma causa. Houve época, na Índia, em que a viúva indiana devia matar-se no fogo funeral de seu marido, seja voluntariamente ou por pressão da família e da sociedade.

Nos séculos 20 e 21, o suicídio tem sido utilizado como uma tática militar ou terrorista. Enfim, os motivos pelos quais uma pessoa é levada ao suicídio variam extremamente e são mesmo inabarcáveis, mudando em cada grupamento cultural e ao longo do tempo.

Os esforços para a prevenção do suicídio incluem vigilância, limitar o acesso aos métodos de execução, como armas de fogo e venenos, tratamento das doenças mentais predisponentes e do abuso de drogas, evitação de reportagens da mídia e melhora das condições econômicas. Em vários países do mundo, inclusive no Brasil, há serviços voluntários que prestam ajuda a suicidas em potencial.

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