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sábado, 12 de março de 2016

Escotoma


Escotoma (do grego: Skotos = escuridão) é uma área de alteração do campo visual que consiste de uma diminuição parcial ou total da acuidade da visão, rodeada por um campo de visão normal ou relativamente bem preservado. As manchas do escotoma são como "buracos" escuros no campo visual em que o paciente não consegue ver nada. O escotoma não é uma doença, mas um sintoma que pode ocorrer em várias doenças.

Um escotoma pode ser um sintoma de dano a qualquer parte do sistema visual, tais como problemas na retina, em particular a sua porção mais sensível, a mácula e a degeneração da própria mácula, além de alterações desde o nervo óptico até o córtex visual.

As causas mais comuns de escotoma são as doenças desmielinizantes, a hipertensão arterial, as substâncias tóxicas, as deficiências nutricionais, os bloqueios vasculares tanto na retina, como no nervo óptico e degeneração macular, geralmente associada ao envelhecimento.

Numa grávida, o escotoma pode apresentar-se como um sintoma de pré-eclâmpsia grave. Da mesma forma, escotomas podem se desenvolver como resultado do aumento da pressão intracraniana.

Todas as pessoas têm um escotoma fisiológico em seu campo de visão, denominado “ponto cego” do olho. Este é um local sem células fotorreceptoras, constituído pelos axônios das células ganglionares retinais que formam a saída do nervo óptico. Muitas vezes, o indivíduo não tem consciência direta dos pequenos escotomas visuais ou eles são simplesmente considerados regiões de percepção reduzida dentro do campo visual. Ao invés de reconhecerem uma imagem como incompleta, os pacientes com escotomas relatam que as coisas "desaparecem" quando a imagem delas se sobrepõe à mancha escura.

O termo também é usado metaforicamente em vários campos, como neurologia, psicologia, filosofia, política e visão do mundo. Nesse sentido figurativo, significa uma lacuna na percepção, cognição ou compreensão de alguma situação. No sentido literal, no entanto, é causado pela ligação entre o sistema nervoso e a mente, através da cadeia das entradas sensoriais, a condução do nervo para o cérebro, a correlação cérebro-mente e a função psicológica. Assim, não há apenas uma incapacidade visual para ver, mas também uma incapacidade mental para conceber aquilo que é visualizado.

Na psicologia, escotoma pode referir-se à incapacidade de uma pessoa de perceber traços de personalidade em si mesma que são óbvias para os outros. E num sentido ainda mais alto de abstração, tem-se chamado de escotomas intelectuais à dificuldade de uma pessoa perceber distorções em sua visão de mundo que são óbvias para os demais.

Um escotoma patológico pode envolver qualquer parte do campo visual e pode ser de qualquer forma ou tamanho. O escotoma pode incluir e ampliar o ponto cego normal. Mesmo um pequeno escotoma que passa a afetar a visão central ou macular irá produzir uma deficiência visual grave, enquanto um grande escotoma na parte periférica do campo visual pode passar despercebido.

Raramente, os escotomas são bilaterais, mas podem ocorrer, por exemplo, quando um tumor na hipófise começa a comprimir o quiasma óptico (ponto em que os nervos provenientes dos dois olhos se unem). Normalmente o escotoma é representado por uma mancha escura, mas uma aura visual comum na enxaqueca é constituída por um escotoma cintilante. Menos comum, mas muito importantes, são os escotomas devido a tumores, tais como os que acometem a glândula pituitária, por exemplo, que podem comprimir o nervo óptico ou interferir com seu suprimento de sangue.

O principal elemento diagnóstico é o relato do próprio paciente. Os testes de campo visual, feitos no consultório do médico, captam sinais que podem sugerir o problema. Ao fazer isso, o campo visual em cada olho é "mapeado" de forma a localizar o escotoma. Um exame oftalmológico completo pode também identificar as causas do escotoma. Se o problema não for restrito ao olho, testes adicionais devem ser feitos, incluindo radiografia da cabeça, tomografia computadorizada e angiografia do olho.

O tratamento do escotoma dependerá da sua causa. Alguns escotomas se resolvem por si mesmos, enquanto outros podem chegar a necessitar de cirurgia.

Os escotomas às vezes são autorreversíveis e alguns necessitam cirurgia, na dependência das suas causas.

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