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segunda-feira, 14 de março de 2016

Pré-eclâmpsia



A pré-eclâmpsia ocorre quando uma mulher grávida tem pressão arterial elevada (acima de 140/90 mmHg) a qualquer momento após a sua 20ª semana de gravidez, com desaparecimento até 12 semanas pós-parto.

Além da pressão arterial elevada, outras complicações como excesso de proteína na urina e edema devem acontecer para se ter o diagnóstico de pré-eclâmpsia.

A condição também é chamada de toxemia ou doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG). Ela só ocorre durante a gravidez, sendo que em alguns casos pode ocorrer mais cedo, antes da 20ª semana. Até mesmo um ligeiro aumento da pressão arterial pode ser um sinal de pré-eclâmpsia.

O nome pré-eclâmpsia foi dado uma vez que essa condição favorece a eclâmpsia, um tipo de convulsão que acontece na gravidez e pode ser fatal para a mãe e bebê.

Se não for tratada, a pré-eclâmpsia pode levar a sérias - até mesmo fatais - complicações para a gestante e seu bebê. Se há diagnóstico de pré-eclâmpsia, grávida e equipe médica devem trabalhar para que o bebê não corra risco de complicações antes do parto ocorrer. Segundo dados do Ministério da Saúde, a hipertensão é responsável por 13,8% das mortes maternas no Brasil, sendo a principal causa de morte durante a gravidez no país.

A causa exata da pré-eclâmpsia é desconhecida. Especialistas acreditam que ela começa na placenta - o órgão que nutre o feto durante a gravidez. No início da gravidez, novos vasos sanguíneos se desenvolvem e evoluem para enviar eficientemente o sangue para a placenta. Em mulheres com pré-eclâmpsia, estes vasos sanguíneos não parecem desenvolver-se adequadamente. Eles são mais estreitos do que os vasos sanguíneos normais e reagem de forma diferente à sinalização hormonal, o que limita a quantidade de sangue que pode fluir através delas.

As causas deste desenvolvimento anormal podem incluir:

Fluxo sanguíneo insuficiente para o útero
Danos aos vasos sanguíneos
Um problema com o sistema imunológico
Certos genes
Outros distúrbios de pressão arterial elevada durante a gravidez.

A pré-eclâmpsia é classificada como uma das quatro doenças hipertensivas que podem ocorrer durante a gravidez.

Os outros três são:

Hipertensão gestacional. Mulheres com hipertensão gestacional têm pressão arterial elevada, mas sem excesso de proteína na urina ou outros sinais de danos em órgãos. Algumas mulheres com hipertensão gestacional podem, eventualmente, desenvolver préeclâmpsia

Hipertensão crônica. A hipertensão crônica é a hipertensão arterial que estava presente antes da gravidez ou que ocorre antes de 20 semanas de gravidez. Como a pressão arterial elevada geralmente não tem sintomas, pode ser difícil determinar quando começou

Hipertensão crônica com pré-eclâmpsia superposta. Esta condição ocorre em mulheres que têm pressão arterial elevada crônica antes da gravidez e desenvolvem o agravamento dessa pressão com presença de proteína na urina.


Os fatores de risco para pré-eclâmpsia incluem:

Histórico familiar de préeclâmpsia
Primeira gravidez
Nova paternidade, ou seja: cada gravidez com um novo parceiro aumenta o risco de pré-eclâmpsia
Idade, sendo que o risco é maior após os 35 anos
Gravidez múltipla
Intervalo de 10 anos ou mais entre as gestações.
A presença de outras doenças também pode aumentar o risco de pré-eclâmpsia, como:

Obesidade
Hipertensão
Enxaqueca
Diabetes tipo 1 ou diabetes tipo 2
Doença renal
Tendência a desenvolver coágulos de sangue (trombofilias)
Doença autoimune, como a artrite reumatoide, escleroderma e lúpus.
sintomas
Sintomas de Pré-eclâmpsia
Você pode não notar um aumento da pressão arterial durante a gravidez até que ela esteja perigosamente alta. Assim, é fundamental para todas as pessoas grávidas agendarem visitas regulares com obstetra e para acompanhar e identificar os sintomas de pré-eclâmpsia precocemente.

Entre os primeiros sintomas estão:

Rápido ganho de peso, de 2 a 5 quilos em uma única semana
Inchaço da face ou extremidades, especialmente as mãos e pés.

Se a pré-eclâmpsia progride, é possível observar outros sintomas, tais como:

Dor de cabeça
Alterações da visão (visão turva, visão dupla, vendo pontos de luz)
Dor abdominal, especialmente no canto superior direito, ou meio abdômen
Urinar com menos frequência
Falta de ar
Náuseas ou vômitos
Confusão
Convulsão.

Certifique-se de fazer as consultas pré-natais para monitorar sua pressão arterial. Contate um ou uma obstetra imediatamente ou vá para uma sala de emergência se você tem dores de cabeça, visão turva, dor severa no abdômen ou grave falta de ar.

Como as dores de cabeça, náuseas e dores são queixas comuns da gravidez, é difícil saber quando novos sintomas são simplesmente parte de estar grávida e quando eles podem indicar um problema sério - especialmente se é a primeira gravidez. Se você está preocupado com os seus sintomas, avise o médico.

A pré-eclâmpsia, provavelmente, será diagnosticada durante um exame pré-natal de rotina. Especialistas que podem diagnosticar uma pré-eclâmpsia são:

Clínico geral
Ginecologista e Obstetra.
Preparar-se para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram

Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade

Se possível, peça a uma pessoa que testemunhou a convulsão para te acompanhar.

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

É a sua primeira gravidez ou a sua primeira gravidez com o pai desse bebê?
Você já teve qualquer sintoma incomum ultimamente, tais como visão turva ou dor de cabeça?
Você já sentiu dor no abdômen superior, que parece não relacionada com os movimentos do bebê?
Você já teve a pressão arterial elevada no passado?
Você desenvolveu a pré-eclâmpsia em quaisquer gestações anteriores?
Você já teve complicações durante uma gravidez anterior?
Com quais outras condições de saúde que você está lidando?
Quais medicamentos ou suplementos você está tomando?

Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para pré-eclâmpsia, algumas perguntas básicas incluem:

Essa condição afetou meu bebê?
Em quais sinais prestar atenção e quando procurar ajuda médica?
Com que frequência será feito o monitoramento da gravidez e do bebê?
Que tratamentos estão disponíveis, o que você recomenda para mim?
Tenho outras condições de saúde. Como posso gerenciar tudo?
Preciso fazer quaisquer restrições de atividade?
Você tem algum material impresso que eu posso levar? Quais sites você recomenda?
Além das perguntas que você preparou, não hesite em fazer perguntas que lhe ocorrem durante a consulta.

Para diagnosticar a pré-eclâmpsia, a gestante deve apresentar pressão arterial elevada. Além disso, um ou mais dos seguintes cenários após a 20 ª semana de gravidez também pode acontecer:

Proteína na urina (proteinúria)
Contagem de plaquetas baixa
Insuficiência da função hepática
Sinais de problemas nos rins além da proteína na urina
Líquido nos pulmões (edema pulmonar)
Dores de cabeça de início recente
Distúrbios visuais.
Anteriormente, a pré-eclâmpsia era diagnosticada somente se a grávida apresentasse pressão arterial elevada e proteína na urina. No entanto, especialistas agora sabem que é possível ter pré-eclâmpsia, sem proteína na urina. Dessa forma, qualquer alteração de pressão arterial na gravidez deve ser investigada, a fim de encontrar a presença de algum outro fator e diagnosticar a pré-eclâmpsia.

A pressão arterial acima de 140/90 mmHg é anormal durante a gravidez. No entanto, uma única leitura de pressão arterial elevada não significa que você tem pré-eclâmpsia. Se você tem uma leitura na faixa anormal - ou uma leitura que é substancialmente maior do que a sua pressão arterial habitual - o médico ou médica irá observar de perto os números. Ter uma segunda medição anormal lendo quatro horas após a primeira pode confirmar a suspeita de pré-eclâmpsia.

Além das medidas de pressão, pode ser necessário fazer alguns exames, incluindo:

Exames de sangue para determinar contagem de plaquetas e funcionamento do fígado e rins
Exames de urina, para identificar altos níveis de proteína
Ultrassom fetal com estudo Doppler, para saber como está o bebê
Verificar a frequência cardíaca do bebê.

Tratamento de Pré-eclâmpsia

Se há diagnóstico de pré-eclâmpsia, o médico irá informar quantas vezes você precisa fazer consultas pré-natais - provavelmente com mais frequência do que o normalmente recomendado para a gravidez. Você também vai precisar de exames de sangue mais frequentes, ultrassonografias e monitoramento da frequência cardíaca mais vezes.

Mudanças de estilo de vida

Toda gestante hipertensa ou com alto risco de hipertensão deve inicialmente fazer mudanças em seu estilo de vida, como ingerir pouco sódio, manter o peso, dormir adequadamente e fazer caminhada regularmente. Se, mesmo com a adoção desses hábitos, a pressão persistir alta, deve-se fazer uso de medicamentos.

O repouso absoluto pode ser recomendado, com a gestante deitada sobre o lado esquerdo do corpo tempo todo ou a maior parte do tempo.

Medicamentos

Para pré-eclâmpsia, o tratamento pode incluir:

Medicamentos para baixar a pressão arterial seguros para a gravidez
Corticosteroides para casos graves ou associados a complicações hepáticas ou de plaquetas
Medicamentos anticonvulsivantes para casos graves.
Hospitalização

Pré-eclâmpsia grave pode exigir hospitalização. No hospital, seu bebê será monitorado e o volume de líquido amniótico medido frequentemente. A falta de líquido amniótico é um sinal de que o fornecimento de sangue para o bebê está deficiente.

Parto

Se o diagnostico da pré-eclâmpsia ocorre perto do fim da sua gravidez, pode ser recomendada uma indução do trabalho de parto. As condições do colo uterino - se está começando a abrir (dilatar), afinar e suavizar (amadurecer) - também podem ser um fator para determinar se ou quando o trabalho será induzido.

Em casos graves, pode não ser possível considerar a idade gestacional do seu bebê ou as condições do seu colo do útero. Se não for possível esperar, o médico pode induzir o parto ou agendar uma cesárea. Durante o parto, você pode receber sulfato de magnésio por via intravenosa para prevenir convulsões.

Após o parto

Após o parto, deve-se esperar a pressão arterial voltar ao normal dentro de 12 semanas, mas geralmente isso ocorre muito mais cedo. Se a paciente precisar de medicação para aliviar a dor após a sua entrega, confira com o médico o que pode ser ou não ingerido. A pré-eclâmpsia pode exigir que você fique mais tempo no hospital depois de dar à luz. A doença geralmente não aumenta o risco de pressão alta no futuro.

Complicações possíveis

Quanto mais grave a pré-eclâmpsia for e quanto mais cedo ela ocorre, maiores serão os riscos para a gestante e seu bebê. A pré-eclâmpsia pode exigir trabalho de parto induzido ou parto cirúrgico (cesariana), este último não sendo sempre vantajoso a não ser que outros problemas estejam presentes. Se você tiver pré-eclâmpsia grave ou se estiver com menos de 30 semanas de gestação, uma cesárea pode ser necessária.

As complicações da pré-eclâmpsia podem incluir:

Falta de fluxo sanguíneo para a placenta
Descolamento prematuro da placenta
Síndrome HELLP, caracterizada pela elevação das enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas
Doença cardiovascular no futuro.
Quando a pré-eclâmpsia não é controlada, pode ocorrer a eclâmpsia - que são essencialmente convulsões decorrentes da pré-eclâmpsia. Os sintomas que sugerem eclâmpsia iminentes incluem dor abdominal superior direito, dores de cabeça, problemas de visão e alteração do estado mental, tais como a diminuição do alerta. Pelo fato de que a eclâmpsia pode ter consequências graves para a mãe e o bebê, o parto torna-se necessário, independentemente do estágio da gravidez.

Expectativas
Descobrir que você tem uma complicação potencialmente grave da gravidez pode ser assustador. Se o diagnóstico de pré-eclâmpsia acontece no final de sua gravidez pode ser preocupante, uma vez que o parto pode começar a ser induzido imediatamente. Se você é diagnosticado mais cedo em sua gravidez, você pode ter várias semanas para se preocupar com a saúde do seu bebê.

Grupos de suporte e materiais informativos podem ajudar a entender melhor essa condição. Além de conversar com o médico, faça alguma pesquisa. Certifique-se de entender quando é necessário buscar ajuda médica, como você deve monitorar o bebê e sua condição.

Prevenção

A pré-eclâmpsia, que pode evoluir para eclampsia, pode interferir com a capacidade da placenta de fornecer oxigênio e nutrição para o feto. O bebê pode nascer com peso menor que o normal, pode ter outros problemas de saúde, e pode precisar sofrer um parto prematuro.

Como se não se exatamente qual a causa da pré-eclâmpsia, é muito difícil saber como evitá-la. Mas uma vez que a pré-eclâmpsia foi identificada, existem passos que você pode tomar para evitar a eclâmpsia, a forma mais grave de pré-eclâmpsia, bem como reduzir a chance de que a pré-eclâmpsia prejudique o desenvolvimento do bebê. Estes incluem:

Repouso
Monitorização cuidadosa da mãe e do bebê
Parto quando necessário.
Pesquisas mostram que a aspirina tem um efeito protetor em mulheres com fatores de risco para a pré-eclâmpsia. Se você tem fatores de risco significativos e uma história de pré-eclâmpsia, o seu médico pode recomendar que você tome uma dose baixa de aspirina diariamente desde o início da gravidez.

Uma vez que o bebê nasceu, a pressão arterial deve voltar ao normal.

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