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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Hirsutismo


Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia, o hirsutismo (também chamado de frazonismo) é o crescimento excessivo de pelos na mulher, em áreas anatômicas características da distribuição masculina, como queixo, buço, abdome inferior, ao redor de mamilos, entre os seios, glúteos e parte interna das coxas.

Pode ser uma queixa isolada ou fazer parte de um quadro clínico mais florido, acompanhado de outros sinais e sintomas. O hirsutismo pode representar uma situação de grande desconforto psicológico, gerando conflitos que comprometem a qualidade de vida das pacientes acometidas.

Ele nem sempre corresponde a uma patologia em si mesmo, mas é um sinal que pode aparecer em diversas enfermidades, sobretudo endócrinas.

As causas mais frequentes do hirsutismo são de origem glandular: a síndrome dos ovários policísticos, a hiperplasia adrenal congênita, a síndrome de Cushing, os tumores virilizantes (ovarianos ou adrenais) e certos medicamentos.

Muitos casos de hirsutismo ficam sem causa definida.

A maior parte dos pelos corporais pode ser classificada em dois tipos: velus e terminais.

Os velus são pelos finos e não pigmentados. Os terminais são pelos mais grossos e escuros e, em geral, dependentes de hormônios sexuais. Define-se como hipertricose o crescimento uniforme de pelos velus em todo o corpo, frequentemente ocasionada por medicamentos ou doenças metabólicas ou nutricionais.

O hirsutismo, por seu turno, é definido como o crescimento excessivo de pelos terminais na mulher, em áreas anatômicas características de distribuição masculina.

Na mulher, os androgênios circulantes mais importantes são a androstenediona, 50% secretada pelos ovários e 50% pelas glândulas adrenais, e a testosterona, 30% secretada pelos ovários e em menor proporção pelas adrenais.

A maior parte dela é originária da conversão periférica ou hepática da androstenediona.

Assim, a testosterona circula ligada a proteínas carreadoras, mas penetra na célula sob a forma livre. Situações que alterem a relação testosterona total/testosterona livre podem interferir com a ação sobre os folículos pilosos.

No folículo piloso ela irá ativar a multiplicação celular e a síntese de proteínas específicas, ajudando a produzir o hirsutismo, o qual depende também do grau de sensibilidade cutânea, da capacidade de conversão de androgênios em estrogênios e de outras interconversões.

O hirsutismo costuma afetar as mulheres durante os anos férteis e após a menopausa.

Embora seja raro, geralmente está associado a irregularidades menstruais, alterações hormonais, infertilidade, acne, seborreia, alopécia, hipertrofia do clitóris, aumento da massa muscular, modificação do tom de voz ou ainda alterações metabólicas relacionadas com resistência insulínica.

Em si mesmo o hirsutismo pode ser diagnosticado pela simples observação.

No entanto, a elucidação de suas causas exige uma história clínica e exame físico detalhados e alguns exames laboratoriais, como as dosagens hormonais de testosterona, androstenediona, deidroepiandrosterona, sulfato de deidroepiandrosterona, hormônio folículo estimulante (FSH), hormônio luteinizante (LH), prolactina e cortisol.

Exames de imagens, tais como ultrassonografia e tomografia computadorizada ajudam a confirmar ou excluir tumores.

O passo inicial do tratamento do hirsutismo deve ser uma investigação hormonal.

A partir daí, o médico irá planejar os demais passos, passando pelo reconhecimento da doença de base, caso exista.

O tratamento tópico sempre bloqueia a ação dos hormônios sobre os pelos, o que causa uma redução na velocidade de crescimento deles. No tratamento oral os resultados são demorados.

Paralelamente aos medicamentos, pode ser preciso que a paciente faça a remoção física dos pelos, por depilação com cera ou cremes depilatórios, utilização de pinças, eletrólise ou depilação a laser. Procedimentos cosméticos podem ser usados em associação com o tratamento hormonal.

A terapia medicamentosa inibe o crescimento dos pelos, mas não faz cair aqueles já existentes.

A resposta do tratamento ao hirsutismo é demorada, uma vez que ela depende do ciclo de crescimento do pelo. No tratamento oral os resultados só começam a aparecer entre três e seis meses.

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