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sábado, 9 de maio de 2015

Anedonia


Anedonia é a perda da capacidade de sentir qualquer tipo de prazer por todo o tempo.

A anedonia é apanágio maior das grandes depressões, mas pode acontecer também nos esquizofrênicos, neurastênicos, nos usuários crônicos de drogas (sobretudo durante as crises de abstinência), em pessoas muito ansiosas e naquelas com transtornos esquizoides de personalidade. Parece haver tipos constitucionais com certos graus de anedonia.

No sentido bioquímico, a anedonia está associada a baixos níveis de monoaminas (serotonina, dopamina, adrenalina e noradrenalina) no sistema nervoso.

Os pacientes com anedonia ficam normalmente numa situação de total indiferença consigo mesmos, não têm apego por nada, nem mesmo pela própria vida e costumam ser resistentes a mudar a sua situação, nada fazendo para isso, mesmo diante da insistência de pessoas próximas.

Correlativamente, há uma dificuldade ou incapacidade de experimentar sentimentos negativos.

Essas pessoas parecem não responsivas emocionais.

Em casos extremos, tanto faz que lhe morra um parente próximo ou que ganhe um grande prêmio numa loteria.

Contudo, há uma gradação de intensidade dos casos de anedonia que decresce dessas situações extremas até outras, mais leves.

Por outro lado, embora as pessoas sejam incapazes de sentir prazer em qualquer circunstância, há casos em que o problema se dá com aspectos específicos da vida, como o apetite, o sexo, as relações sociais, as atividades de lazer, etc.

Os pacientes com anedonia têm dificuldades em suas relações sociais, tornando-se desinteressantes, afastando de si as demais pessoas e vivendo em isolamento.

O médico diagnosticará a anedonia clinicamente a partir do relato das pessoas próximas ao paciente e de suas próprias observações da falta de reações emocionais do paciente. Não há nenhum exame objetivo que seja capaz de diagnosticar a anedonia.

O tratamento da anedonia dependerá do quadro mórbido em que ela esteja inserida.

Se ela for, por exemplo, um sintoma da depressão, o tratamento farmacológico deve ser feito com antidepressivos inibidores seletivos da recaptação de dopaminas.

Se aparecer em outros quadros patológicos deve seguir também o tratamento deles, principalmente com medicações desinibidoras e ativadoras.

No sentido psicológico, as terapias cognitivo-comportamental ou analítico-comportamental podem ser de grande auxílio ao tratamento medicamentoso.

Um dos problemas do tratamento da anedonia é que esses pacientes dificilmente aderem voluntariamente ao processo terapêutico e pelo menos as tentativas iniciais quase sempre partem mais dos familiares que do próprio paciente.

A anedonia relacionada a quadros mórbidos bem definidos e curáveis tende a desaparecer na medida em que esses quadros também desaparecem.

Aqueles casos constitucionais ou devidos a transtornos de personalidade são de mais difícil solução e até mesmo insolúveis.

A pessoa que sofre de anedonia parece estar emocionalmente "congelada" e se torna socialmente desagradável, o que acaba prejudicando muito suas relações sociais e levando-a a um quadro de isolamento, do qual, contudo, ela não se ressente.

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