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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Biópsia Renal


Uma biópsia é um procedimento mediante o qual se colhe um fragmento de tecido orgânico ou uma pequena quantidade de células (“amostra”) para posterior determinação da sua natureza, em laboratório.

Como a biópsia analisa apenas uma minúscula parte do tecido em causa, às vezes, por azar, esse pequeno fragmento do parênquima orgânico não apresenta sinais de doença, embora ela exista.

Nesses casos, havendo fortes suspeitas de doença é conveniente repetir a biópsia, na tentativa de se acessar uma região que esteja acometida.

Fala-se em biópsia renal quando essa técnica é aplicada ao rim. A biópsia renal é utilizada pelos nefrologistas sempre que outros exames não são capazes de esclarecer com precisão a doença renal com que estejam às voltas.

Nela retira-se um fragmento do rim, de um a dois centímetros de comprimento, por meio de uma agulha apropriada.

A análise microscópica desse fragmento permite, em muitos casos, estabelecer diagnósticos, tratamentos e prognósticos apropriados.

Antes da biópsia renal deve ser tomada uma história clínica que verifique fatores que favoreçam sangramentos, entre eles, o uso de anticoagulantes, antiagregantes plaquetários ou anti-inflamatórios.

Se o paciente estiver tomando alguma dessas drogas ela deve ser suspensa pelo menos uma semana antes do procedimento.

Podem ser feitas também análises de sangue para avaliar a coagulação e diminuir a incidência de hemorragias e análises de urina para avaliar a presença de infecção urinária, uma das contraindicações para a biópsia.

O paciente deve fazer também uma ultrassonografia renal antes da biópsia, porque ela descarta a presença de rim único, tumores, cistos, rins fibróticos ou atrofiados, outras contraindicações para a biópsia renal percutânea.

A biópsia renal é feita em um ambiente hospitalar. Previamente, deve ser feita limpeza da pele na região em que a agulha de biópsia será introduzida e feita uma anestesia local.

Em crianças ou em pacientes não colaborativos pode-se fazer uma sedação.

Com o paciente deitado em uma maca em decúbito ventral (“de barriga para baixo”) é introduzida em seu flanco, através da pele (biópsia renal percutânea) uma agulha apropriada, especialmente longa para atingir o rim, do qual então é aspirada certa quantidade de células.

Uma ultrassonografia localiza o rim e o ponto a ser biopsiado.

Em geral a agulha é introduzida na região lombar, abaixo da última costela.

Ela tem em sua extremidade um mecanismo automático que ao ser acionado pelo médico retira um fragmento do tecido renal.

O processo é repetido mais de uma vez, para que se obtenha pelo menos duas amostras de locais diferentes do rim.

Quando bem feito, o procedimento é praticamente indolor e a única coisa que o paciente sente é uma pequena dor ou desconforto no local da punção, depois que cessar o efeito da anestesia. Todo o procedimento dura cerca de 20 a 30 minutos.

Após o procedimento, o paciente deve manter-se em observação por pelo menos doze horas, em repouso absoluto, devido ao risco de sangramento.

A biópsia renal deve ser feita nos casos de doenças dos rins cuja natureza não se consiga elucidar simplesmente com avaliação clínica e laboratorial.

Na maioria das vezes, a biópsia renal é indicada quando há proteinúria significativa, hematúria ou insuficiência renal de causas desconhecidas, suspeita de glomerulonefrites, alterações da creatinina com hematúria e proteinúria, sem causa evidente.

A biópsia renal também pode ser utilizada no acompanhamento dos resultados dos transplantes renais, sendo o modo mais preciso para detectar a rejeição.

A biópsia renal não deve ser feita por paciente que:
•Tenha rim único, rins atrofiados ou rins policísticos.
•Tenha alterações da coagulação sanguínea.
•Use drogas que alterem a coagulação.
•Sofram de hipertensão arterial não controlada.
•Apresentem infecção urinária ou hidronefrose.

Não se deve biopsiar o rim quando a causa da lesão renal for óbvia como no diabetes mellitus de longa data, por exemplo, ou de outras enfermidades.

O médico assistente pode indicar outras situações em que a biópsia renal não deva ser feita.

Todos os pacientes sangram, em maior ou menor grau.

Como o rim é um órgão muito vascularizado é praticamente impossível não se atingir um pequeno vaso sanguíneo com a agulha de biópsia.

A maior parte dos pacientes apresenta hematúria (sangue na urina), em alguns casos hematúria visível a olho nu.

Em alguns poucos casos pode ser necessária uma transfusão de sangue e mais raramente pode ser preciso uma cirurgia para controlar a hemorragia e mais raramente ainda pode-se ter que remover o rim.

Como em todo procedimento médico invasivo, existem riscos inerentes ao próprio ato.

Em alguns poucos casos pode ser necessária uma transfusão de sangue, pode ser preciso uma cirurgia para controlar a hemorragia e mais raramente pode-se ter de remover o rim.

Em cerca de dois casos em mil, o paciente pode inclusive vir a óbito em virtude de complicações da biópsia renal.

A complicação mais frequente e geralmente quase única da biópsia renal é o sangramento. É importante que o sistema de coagulação do organismo esteja normal e interrompa o sangramento.

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