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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
Dissecção de Aorta
A dissecção da aorta é um descolamento das camadas desse vaso que é a maior artéria do corpo, fazendo com que o sangue circule entre elas, forçando-as, enquanto o revestimento externo permanece intacto.
Assim, se origina um novo canal dentro da parede aórtica, pelo qual o sangue também passa a circular.
A dissecção da aorta é sempre uma emergência médica e pode por consequência levar à morte rapidamente, mesmo com um tratamento adequado, seja por um rompimento catastrófico ou por embolização da artéria.
Em geral, a dissecção da aorta é um fenômeno agudo, mas também pode manifestar-se de maneira crônica.
A causa da maioria das dissecções aórticas é a deterioração da parede arterial, geralmente causada pela hipertensão arterial, contada em mais de 75% das pessoas que sofrem esse problema.
Outras causas incluem doenças hereditárias do tecido conectivo, anomalias cardiovasculares congênitas, persistência do canal arterial, defeitos da válvula aórtica, arteriosclerose e lesões traumáticas.
Em casos raros, pode acontecer uma dissecção iatrogênica acidental quando o médico introduz um cateter numa artéria para fazer uma angiografia.
A parede da aorta é composta por três camadas: uma túnica íntima, camada interna em contato direto com o fluxo sanguíneo; uma túnica média e uma túnica adventícia, a camada mais externa.
Na dissecção da aorta, o sangue penetra entre as camadas íntima e média e a alta pressão aí existente faz com que mais sangue entre neste espaço, propagando ao longo do comprimento da aorta.
Os principais sinais e sintomas da dissecção da aorta são dor, geralmente repentina e intensa, no peito e nas costas, entre as omoplatas e irradiada ao longo do trajeto da aorta.
À medida que a dissecção avança, ela pode obstruir os pontos de onde uma ou várias artérias partem da aorta.
Em função disso, pode ocorrer um acidente vascular cerebral, um ataque cardíaco, uma dor abdominal repentina, uma lesão nervosa que cause formigamento ou a impossibilidade de mover uma extremidade.
Os sinais e sintomas de uma dissecção aórtica são tão típicos que permitem ao médico estabelecer de pronto o diagnóstico.
Observa-se uma redução ou ausência de pulso nos braços e nas pernas, um sopro cardíaco que pode ser auscultado com o estetoscópio, alterações dos batimentos cardíacos e sinais de tamponamento cardíaco.
As imagens da radiografia do tórax mostrarão uma aorta dilatada. A ecografia pode confirmar o diagnóstico mesmo na ausência de uma dilatação aórtica.
A tomografia computadorizada com a injeção de uma substância de contraste é um exame rápido e confiável. A ressonância magnética (angiorressonância) pode completar o diagnóstico.
As pessoas com uma dissecção aórtica devem ser atendidas numa unidade de cuidados intensivos. A administração de fármacos deve começar o mais cedo possível porque a morte pode ocorrer dentro de poucas horas.
O tratamento da dissecção da aorta geralmente requer cirurgia. O médico deve decidir rapidamente se a cirurgia está indicada ou se continuará a terapia com fármacos.
Numa dissecção aguda, o médico deve atuar também para evitar as complicações do quadro.
Uma terapia analgésica deve ser estabelecida imediatamente porque a condição é muito dolorosa.
Os parâmetros circulatórios e respiratórios (pulsação, pressão arterial, batimentos cardíacos, ritmo respiratório, etc.) devem ser monitorados rigidamente.
O risco da dissecção da aorta é de que a aorta possa romper, levando a uma perda massiva de sangue. As dissecções da aorta que resultam na ruptura do vaso têm uma taxa de 90% de mortalidade.
Cerca de 75% das pessoas que sobrevivem de imediato, mas que não recebem tratamento, morrem nas duas primeiras semanas e 40% das tratadas sobrevivem pelo menos 10 anos.
Até os anos 60, o prognóstico dos pacientes com dissecção de aorta era catastrófico.
Atualmente, entretanto, o prognóstico é um pouco melhor.
As complicações da dissecção da aorta são sempre muito graves e envolvem a ruptura do vaso e embolias diversas, com suas consequências.
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