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segunda-feira, 10 de novembro de 2014
Urgências
Se você tiver de atender uma vítima em situação de urgência/emergência, antes de tudo procure manter a calma; agindo calmamente você erra menos e aumenta a eficiência de suas ações. No entanto, agir com calma não significa agir lentamente, significa não transtornar-se emocionalmente. Note que a maior ameaça pode já ter passado. Agora trata-se de socorrer a vítima. Um socorro apressado e inadequado pode prejudicá-la ou até mesmo matá-la. Avalie os riscos para você e sua equipe, se for o caso. É importante que não haja novas vítimas.
Lembre-se: na situação, você é socorrista, não heroi. Saiba que segundo a declaração dos direitos das crianças, da Organização das Nações Unidas (ONU), as crianças devem ter prioridade de atendimento nas situações de urgência/emergência. Quem presta socorros de urgência/emergência à vítima de um evento grave deve seguir o método americano de cuidados conhecido por ABCD, que estabelece a ordem de prioridades em que a vítima deve ser assistida:
Airways (vias aéreas): verificar se as vias aéreas estão livres. Se não, procure desimpedi-las.
Breathing (respiração): verificar se a vítima está respirando. Se não, praticar respiração artificial, boca-a-boca ou através de meios mecânicos, se for possível.
Circulation (circulação sanguínea): verificar se há pulso e se o coração está batendo. Se não, proceder a massagens cardíacas.
Disabity (outras incapacidades): proceder a outras avaliações do paciente. Verificar se ele está lúcido e se tem suas funções sensoriais preservadas, se há hemorragias, etc.
Note, portanto, que o primeiro alvo de preocupação deve ser a respiração, depois a circulação e a seguir as atividades fisiológicas. Dedique-se unicamente à vítima; deixe que outras pessoas busquem socorro. Procure afastar os curiosos. Recrute alguém para auxiliá-lo, porque várias providências requerem mais de uma pessoa. Em caso de mais de uma vítima, dê prioridade às crianças e às pessoas que estejam mais graves. Retire dentadura, óculos, brincos, roupas, cintas apertadas e outros adereços da vítima, deixando-a o mais confortável possível. Lembre-se de que seu socorro ainda não é o tratamento que a vítima precisa e que você está apenas adotando algumas providências enquanto espera tratamento.
Se a vítima estiver inconsciente, depois de verificar os itens ABCD antes referidos, deite-a de lado e dobre o braço dela que esteja mais perto de você, de maneira que a mão fique próxima da cabeça. Então cruze o outro braço ao longo do peito de modo que as duas mãos da vítima possam ser seguras por uma de suas mãos. Usando sua outra mão puxe a perna mais distante da vítima para frente e dobre um pouco o joelho dela e puxe-a em sua direção. Distenda a cabeça dela ligeiramente para trás, esticando o pescoço. Esta posição permitirá que ela respire facilmente e evitará que engasgue ou aspire eventuais vômitos.
Toda vítima de uma situação de urgência/emergência deve a seguir ser encaminhada a um serviço médico, para avaliação. Em alguns casos, como nas fraturas por acidentes automobilísticos, por exemplo, a melhor assistência consiste em velar a vítima, sem fazer nada. Evite sacudi-la, chamar alto por ela, jogar água fria ou tomar qualquer outra medida mais ou menos agressiva. Evite também arrastar, carregar ou movimentar a vítima. Se ela houver sofrido lesões na coluna qualquer movimentação inadequada pode deixa-la paralítica ou mesmo matá-la. Outras vezes, é essencial que algumas manobras suas sejam vigorosas, embora devam sempre ser efetuadas com delicadeza. Em muitos casos o que não deve ser feito é mais importante do que o que se deve fazer. Você pode salvar vidas ou causar mortes. Nunca faça suposição de que a vitima morreu até que um médico declare isso, se for o caso.
O conjunto de todas as situações de urgência/emergência é inimaginável e inabarcável e assim também as providências que devem ser adotas para fazer-lhes frente. Contudo, há situações que demandam providências gerais como respiração boca-a-boca e reanimação cardíaca.
Respiração boca-a-boca:
•Deite a vítima sobre uma superfície rígida, com a cabeça ligeiramente voltada para trás, de forma que o pescoço fique esticado. Isso facilita a aeração.
•Abaixe a língua da vítima e certifique-se de que as vias respiratórias dela estejam desobstruídas. Caso contrário, procure desobstrui-las.
•Feche completamente o nariz da vítima, pressionando-o com o polegar e o indicador, em forma de pinça.
•Encha seus pulmões de ar, fazendo uma vigorosa inspiração.
•Aplique firmemente seus lábios sobre a boca da vítima e sopre o ar que você inalou para dentro da boca dela.
•Repita esse ato com uma frequência de cerca de quinze vezes por minuto.
•Faça isso até que a vítima volte a respirar ou que chegue o socorro.
Reanimação cardíaca:
•Coloque a vítima sobre uma superfície rígida, com as pernas levantadas (sobre uma cadeira, por exemplo).
•Coloque uma das mãos sobre o peito da vítima, mais ou menos sobre o coração.
•Coloque a outra mão sobre a primeira, entrelaçando os dedos.
•Alternativamente, pressione com força e alivie a pressão, fazendo o osso esterno rebaixar-se por quatro ou cinco centímetros, repetindo esse ato cerca de oitenta vezes por minuto, até que o coração volte a bater ou até que chegue o socorro.
•Em casos que a vítima também não esteja respirando, alterne quinze compressões com duas respirações boca-a-boca.
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