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terça-feira, 30 de junho de 2009

A primeira década da sibutramina e do orlistate.

A terapia anciã para controle do peso, que consiste principalmente em programas de dieta e exercício incorporando técnicas de mudança de estilo de vida de diversos níveis distintos, é frequentemente ineficaz em atingir uma perda e manutenção de peso clinicamente significativas. Apesar de amplamente utilizado na maioria dos países o tratamento farmacológico da obesidade, o número de medicamentos disponíveis ainda é muito limitado. Os agentes antiobesidade mais utilizados são a sibutramina e o orlistate, ambos disponíveis na prática clínica há cerca de uma década. Em um grande número de ensaios clínicos já se demonstrou que ambos agentes são seguros e bem tolerados, com um nível de eficácia consistente de perda de peso moderada que se recomenda nas principais diretrizes clínicas. Vários estudos avaliaram a eficácia e segurança da sibutramina e do orlistate em adolescentes e também para o tratamento de algumas condições associadas em adultos, incluindo o diabetes tipo 2, a síndrome dos ovários policísticos e o transtorno da compulsão alimentar periódica. Os resultados positivos desses estudos sugerem que o papel dos dois medicamentos deverá ser expandido não apenas para o tratamento de um maior número de pacientes obesos, mas também para o tratamento de condições associadas. Depois que o orlistate teve sua eficácia demonstrada na prevenção do diabetes tipo 2 por meio do estudo XENDOS, os resultados do SCOUT são aguardados para uma melhor avaliação do impacto da sibutramina sobre os desfechos cardiovasculares.

fonte: Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia

Algumas Anotações

Exames de neuroimagens são realmente confiáveis? Pesquisadore sugerem que boa parte dos estudos de neurociência que utilizam ressonância magnética funcional pode estar comprometida por análises estatísticas inadequadas que alteram os resultados...

Cientistas estudam a relação dos adolescentes com telefones móveis para compreender o comportamento de grupos e desvendar novas regras de relacionamento entre pais e filhos.

Hormônio feminino interfere no processamento auditivo: o estrógeno. A conclusão vem de um estudo conduzido por neurocientistas da Universidade de Rochester, em New York.

A combinação de medicamento indutor do sono com curto período de terapia cognitivo comportamental produz bons resultados para o tratamento de pacientes portadores de insônia crônica, de acordo com estudo publicado no Journal of the American Medical Association.

Narcolepsia é aquela doença que é caracterizada por ataques súbitos e incontroláveis de sono que fazem a pessoa dormir em qualquer hora e lugar, é um distúrbio do sono que afeta uma em cada 2 mil pessoas. Todos os pacientes apresentam lesão em neurônios produtores de um "hormônio" chamado hipocretina, que é regulador do ciclo vigília-sono e estas lesões podem ser causadas por uma falha do sistema imunológico, que ataca o próprio tecido cerebral em algum momento da vida.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Insônia Primária

A insônia primária é uma dissonia caracterizada pela dificuldade em iniciar e/ou manter o sono e pela sensação de não ter um sono reparador durante um período não inferior a 1 mês. Do ponto de vista polissonográfico, é acompanhada de alterações na indução, na continuidade e na estrutura do sono. Geralmente aparece no adulto
jovem, é mais freqüente na mulher e tem um desenvolvimento crônico. A insônia primária é observada de 12,5% a 22,2% dos pacientes portadores de insônia crônica, sendo precedida em freqüência somente na insônia de depressão maior.

A insônia primária crônica deve se diferenciar da insônia vinculada a uma higiene inadequada do sono, uma síndrome depressiva ou um transtorno de ansiedade generalizado.

O tratamento da insônia primária inclui: higiene adequada do sono, terapia cognitiva e de conduta e uso de fármacos hipnóticos. Entre esses últimos, se destacam o zolpidem e a zopiclona, que melhoram significativamente o sono sem alterar sua estrutura ou induzir a uma reincidência da insônia logo após uma interrupção brusca.

Além disso, o desenvolvimento de fármaco-dependência e de vício é muito pouco freqüente.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Alfred Adler - Complexo de Inferioridade.



A idéia de Alfred Adler sobre a inferioridade orgânica apareceu pela primeira vez em 1907, e tentava explicar por que a doença afeta as pessoas de formas diferentes. Ele sugeriu que em cada indivíduo certos órgãos são mais fracos que outros de algum modo, e isso tornaria a pessoa mais suscetível à doenças envolvendo tais órgãos mais frágeis.

Adler ampliou sua investigação sobre inferioridade orgânica para o estudo do sentimento psicológico de inferioridade. Ele criou o termo "complexo de inferioridade" (viu? não é termo do Freud!)e afirmava que todas as crianças são profundamente afetadas por um sentimento de inferioridade, conseqüência inevitável do tamanho da criança e de sua falta de poder.

Um forte sentimento de inferioridade, ou um complexo de inferioridade, impediria o crescimento e desenvolvimento positivos. Entretanto, sentimentos de inferioridade mais moderados podem motivar os indivíduos para realizações construtivas. Desde a mais tenra idade, a criança passa a perceber que existem outros seres humanos capazes de satisfazer completamente suas necessidades mais urgentes, melhor preparados para viver.

A criança aprende então a dar um valor excessivo ao tamanho, atributo que possibilita a pessoa abrir uma porta, ou à força, a qual habilita a transportar objetos pesados, ou ao direito de dar ordens e exigir obediência. Esses sentimentos despertam na criança um desejo de crescer, de ficar tão forte como os outros, ou mesmo mais forte ainda.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Queda de cabelas por problemas alimentares

Uma alimentação inadequada pode resultar em um conjunto de problemas nos mais diversos órgãos do corpo. Com os pêlos e cabelos não é diferente, eles também sofrem quando a alimentação inadequada se torna uma rotina. Os cabelos apresentam um elevado teor de proteínas em sua composição, assim como bons níveis de minerais (como o zinco, ferro, cálcio e etc.), sendo estes essenciais para a arquitetura dos fios. Vitaminas (como a biotina, a vitamina C, E, pantenol e etc.) participam no processo de formação dos fios e sua ausência nas células da raiz pode acarretar em problemas de formação da estrutura capilar.

Nossa alimentação baseada no estilo de vida ocidental, pobre em proteínas, minerais, vitaminas e rica em carboidratos e gorduras é um mal que de alguma forma aflige os cabelos. Isto porque o consumo dos elementos importantes para a qualidade dos fios acaba sendo insuficiente em função de outros com menor importância. Os resultados são: cabelos frágeis, quebradiços, sem brilho, elasticidade e também a queda capilar.

Na grande maioria das vezes, a correção dos erros alimentares dos pacientes com estas queixas capilares é suficiente para estes problemas desaparecerem. Em casos mais extremos, quando o paciente não colabora com uma alimentação adequada ou não pode comer determinados tipos de alimentos, a suplementação nutricional é fundamental. Suplementos a base de proteínas, minerais e vitaminas são encontrados em farmácias e casas especializadas em nutrição, e podem ajudar desde que o quadro clínico do paciente exija este tipo de orientação por parte do tricologista (médico especialista em cabelos), ou dermatologista, que avaliou o problema.

Transtorno Obsessivo-Compulsivo em Crianças.



Um dos maiores enganos da população geral em relação aos problemas psiquiátricos que acometem as crianças é, justamente, acreditar que as crianças não têm problemas psiquiátricos. O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um desses exemplos. Ele surge como a persistência de algumas manias, alguns tiques e, quando a criança tem liberdade para falar sobre o que sente, de pensamentos absurdos que “não saem da cabeça”.

Embora esse quadro, causador de grande sofrimento, tenha geralmente início na adolescência ou começo da idade adulta, ele pode aparecer na infância de forma tão comum quanto em adultos. Cerca de 30 a 50% dos pacientes adultos com TOC referem que o início do transtorno foi na infância ou adolescência.

Como se vê na página sobre esse tema, as características essenciais do Transtorno Obsessivo-Compulsivo são obsessões ou compulsões recorrentes e suficientemente graves para consumirem tempo ou causar sofrimento acentuado à pessoa.

Essa descrição do transtorno serve para adultos e crianças. A maioria dos pacientes tem um curso crônico de vaivém dos sintomas, com exacerbações possivelmente relacionadas à ansiedade, depressão e ao estresse.

Com mais freqüência o início do TOC infantil é gradual, mas em alguns casos pode ser agudo e a média de idade para seu surgimento é dos 6 aos 11 anos. As crianças comumente tentam ocultar seus sintomas, dificultando assim um diagnóstico mais precoce. E o tratamento precoce minimiza muito o sofrimento e o prejuízo causado pelo TOC.

É habitual e até normal existir um pequeno grau de obsessões nas crianças, como por exemplo, não parar de contar as árvores ou postes que passam quando viajam de carro, não pisar nos riscos das calçadas, e coisas assim. Com o amadurecimento da pessoa e de seu sistema nervoso central esses pensamentos intrusivos vão desaparecendo, porém, não é incomum alguns adultos conservarem resquício desses pensamentos e até de comportamentos compulsivos, como por exemplo, verificar várias vezes se a porta está fechada, se o gás está aberto, etc.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Medicina Ortomolecular



Medicina Ortomolecular é o ramo da ciência cujo objetivo primordial é restabelecer o equilíbrio químico do organismo. Este acerto (orto=certo) das moléculas se dá através do uso de substâncias e elementos naturais, sejam vitaminas, minerais, e/ou aminoácidos. Estes elementos,além de proporcionarem um reequilíbrio bioquímico, combatem os radicais livres. Mas por que o organismo se desequilibra? Para entendermos como isto se dá, podemos partir de uma analogia. O organismo é uma máquina que está permanentemente se produzindo. Durante este processo de produção podem surgir falhas, seja na chegada de matéria-prima (vitaminas, minerais, etc.), seja na própria integração de todo e qualquer sistema que compõe a máquina.Estes sistemas devem trabalhar de forma harmoniosa, como uma engrenagem. Estas engrenagens são os sistemas : NEUROENDÓCRINO, PSÍQUICO E IMUNE. Qualquer falha em algum ponto ou mecanismo desta máquina (ser humano) compromete toda a produção (vida), surgindo os defeitos (doença). Por exemplo: uma pessoa deprimida tem mais chances de apresentar infecções recorrentes, já que uma falha no sistema psíquico leva conseqüentemente a alterações no sistema imune. Outro fator importante na gênese de várias enfermidades, como artrite e câncer, é a formação de radicais livres. Podemos entendê-los da seguinte forma: o organismo utiliza cerca de 98 a 99% do oxigênio que consumimos para produzir energia. A pequena parcela que sobra (1 a 2%) não participa do processo, formando as espécies tóxicas reativas do oxigênio - os radicais livres.

Estes correspondem a átomos ou grupos de átomos com um elétron não emparelhado em sua órbita mais externa, sendo, portanto, muito reativos pois para recuperar o equilíbrio precisam 'doar' o elétron desemparelhado. Desta forma, combinam avidamente com as várias estruturas celulares do corpo, o que resulta em destruição e, conseqüentemente, em enfermidades. Entre estas podem ser citadas o câncer, osteoartrite, lúpus, enfisema e doenças cardio vasculares. O Homem está sendo permanentemente submetido a condições que levam ao excesso de radicais livres como, por exemplo, o estresse, o fumo, a poluição, exposições prolongadas ao sol, entre outras. A Medicina Ortomolecular, através do uso de vitaminas e minerais, objetiva, entre outros, neutralizar os efeitos tóxicos destas espécies reativas, proporcionando uma melhor qualidade de vida. A Medicina Ortomolecular também trata das deficiências de uma série de nutrientes. Sabe-se, por exemplo, que um fumante gasta 25 mg de vitamina C a cada cigarro que consome. Caso esta pessoa fume um maço por dia, estará perdendo 500 mg desta vitamina diariamente. E, hoje em dia, sabemos os inúmeros benefícios que esta vitamina proporciona, seja no combate a radicais livres, na síntese de hormônios, ou mesmo estimulando o sistema imunológico.

Todavia, apesar da medicina ortomolecular ter um sentido curativo, ela também é eminentemente preventiva. Assim, p. ex.,é possível tratar uma pessoa com estresse antes que ele evolua para uma hipertensão arterial. Da mesma forma, é possível tratar obesidade antes que ela ocasione diabetes. O mais importante é que com a Medicina Ortomolecular o paciente volta a ser encarado como um todo, um conjunto que deve funcionar em harmonia. Com esta visão global, qualquer tratamento torna-se muito mais vantajoso, pois encontra a origem dos problemas, a verdadeira raiz a partir da qual todo o processo patológico se desenvolve. Ou ,ainda, voltando à analogia, se encontrarmos o defeito exatamente onde ele origina-se na máquina, é muito mais fácil consertá-la antes que o problema atinja toda a produção, que nada mais é do que a própria vida.

sábado, 20 de junho de 2009

Beba água!

Por incrível que possa parecer, água ajuda a emagrecer, particularmente se se aproveitar para ingeri-la com fibras solúveis, que podem ser adquiridas em qualquer supermercado.
Água auxilia na hidratação de todo o corpo, incluindo os cabelos, as unhas e a pele.
Auxilia no equilíbrio térmico, melhora o rendimento físico, reduz a celulite (por facilitar na eliminação de toxinas), ajuda na digestão e a absorção de nutrientes.
Mas eu disse água e não refrigerantes, cerveja, sucos. Certo?

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Medicina tradicional chinesa e acupuntura no AVC.

Na medicina tradicional chinesa (MTC), o Acidente Vascular Cerebral é conhecido como Zhong Feng (lesão pelo vento). Historicamente, a primeira descrição foi feita no Tratado de Medicina Interna do Imperador Amarelo (Huang Di Nei Jing) há 2.200 anos. A denominação do vento deriva-se da análise dos sintomas do AVC, que geralmente são de instalação súbita, de características variáveis e de evolução imprevisível esses fatos são semelhantes aos fenômenos naturais causados pelo vento. Além do quadro clínico conhecido, a MTC se preocupa também commanifestações prodrômicas (de sinais e sintomas), como tontura, sensação de dormência nos membros, lassidão, alteração de consciência e inquietude mental.

De acordo com o quadro clínico e o grau da gravidade, a lesão pode ser classificada em:

1. ataque aos órgãos internos (Zang Fu): são mais graves, comprometendo o nível de consciência, e podem ser classificadas em tipo coma ou tipo colapso

2. ataque aos meridianos e colaterais (Jing Luo): são mais leves, representadas pela hemiplegia e paralisia facial.
Para cada apresentação clínica, prescrevem-se tratamentos diferentes. No entendimento da MTC, o AVC é uma doença complexa, suas causas podem ser atribuídas a:

1. enfraquecimento constitucional – com o envelhecimento após os 40 anos de idade ou doenças crônicas que enfraquecem a constituição orgânica, isso causa uma diminuição do fluxo sanguíneo, levando a uma obstrução da circulação

2. fadiga por trabalho ou preocupação excessiva – preocupação ou trabalho em demasia pode causar uma desarmonia interna de Yin/Yang. A desarmonia de Yin/Yang facilita movimentação e elevação das substâncias orgânicas ou patológicas, e essa elevação pode lesar o cérebro

3. produtos patológicos internos consequentes à alimentação inadequada – alimentação gordurosa ou ingestão abusiva de bebida alcoólica acarreta uma alteração de metabolismo, gerando produtos patológicos internos que podem obstruir a circulação sanguínea

4. alterações emocionais – o fluxo normal das substâncias orgânicas é perturbado pelas alterações emocionais, principalmente preocupação, ansiedade e irritabilidade, causando obstrução ou elevação súbita, lesando o cérebro.

As explicações etiológicas do modelo da MTC descrevem a participação do sintoma fadiga. Alguns estudos mais recentes no modelo biomédico também descrevem a queixa de fadiga, definida aqui como cansaço físico e adinamia (fraqueza), prevalente no período após AVC e também em pacientes com doenças cardiovasculares, especialmente naqueles que sofreram um infarto de miocárdio, os quais podem relatar sensação de cansaço, desconforto ou até depressão. Os estudos epidemiológicos descobriram que esses sintomas já existiam antes da instalação do quadro clínico. Esse estado prodrômico (de sinais e sintomas) foi denominado de exaustão vital, que é caracterizado pela fadiga incomum, perda de energia, aumento de irritabilidade e sentimentos de desmoralização – sentimentos desagradáveis e desconfortáveis de falha e derrota com a perda de continuidade no senso de sequência entre o passado e futuro. Há estudos apontando a exaustão vital como um indicador de risco para o primeiro episódio do AVC.

Por outro lado, na MTC, existe uma síndrome conhecida como deficiência de Qi (Qi Xu) que apresenta como sintomas principais: falta de ar, neurastenia, fraqueza, indisposição e pouca fala. Pela semelhança de sintomas apresentados, suscita a dúvida de que a exaustão vital poderia ser a deficiência de Qi descrita pela MTC. Indo além, corrigindo a deficiência de Qi, melhoraria a exaustão vital e reduziria o risco do AVC? Esse questionamento pode motivar estudos e pesquisas para um melhor entendimento entre os 2 modelos médicos. Uma integração entre eles pode somar os esforços para detectar mais precocemente o fator de risco e aumentaropções preventivas e terapêuticas para AVC.

A deficiência de Qi é uma desarmonia básica bem conhecida na MTC. Ao longo da história, acumularam-se experiências clínicas empíricas para seu tratamento. A acupuntura tem vários pontos para corrigir a deficiência de Qi, que podem ser usados de forma combinada e, em determinadas situações, associa-se ao uso de moxabustão (queima de artemísia) para obter um resultado melhor. Os livros da medicina chinesa apresentam receitas e formulações magistrais, a maioria contendo ginseng (Panax ginseng) na sua composição. Ginseng é um fitoterápico bem conhecido e de uso amplo no mundo, mas seu uso indevido pode trazer efeitos colaterais indesejáveis recomenda-se uma consulta com médico conhecedor de farmacoterapia chinesa para uma avaliação antes da sua utilização. A nutrologia chinesa tem receitas terapêuticas diversas para revigorar Qi,quais podem ser constituídas só de alimentos ou de uma associação de alimentos com os componentes da farmacopéia chinesa, a maioria de origem vegetal. Essa modalidade de tratamento ainda é pouco conhecida no Brasil. A nutrologia chinesa terapêutica considera e classifica os alimentos aplicando os princípios da farmacoterapia. Portanto, o conhecimento da MTC é importante para poder indicar corretamentereceitas.

É desnecessário recomendar o bom senso no tratamento do AVC. Na sua fase aguda, a gravidade do quadro pode ameaçar a vida do paciente. Deve-se utilizar todasmedidas disponíveis para preservar a vida, reduzir os possíveis danos e posteriormente desenvolver um programa consistente de reabilitação parasequelas. O AVC é uma doença prevalente também na China. Há relatos de pesquisas utilizandomedicações chinesas ou a acupuntura, geralmente, em conjunto comcondutas de biomedicina para a fase aguda. O esforço corrobora com a tendência atual de medicina integrativa no tratamento de doenças.

Na fase de recuperação, ainda não há tratamento satisfatório para suas sequelas. As modalidades de medicina física e reabilitação desempenham um papel importante e são muito usadas na recuperação dos pacientes. A acupuntura tem sido usada também para essa finalidade. Na China, os serviços médicos de acupuntura atendem um volume grande de pacientes com sequelas do AVC. O uso da acupuntura também foi adotado fora da China. Vários serviços de reabilitação, inclusive no Brasil, aplicam a técnica tradicional ou alguma técnica de sistema no couro cabeludo, para estimular o restabelecimento de pacientes. As instituições acadêmicas também demonstraram interesse em avaliar os resultados clínicos obtidos com o uso da acupuntura. Até o presente momento, alguns estudos apresentam desfechos favoráveis com o uso de acupuntura, inclusive um desenvolvido no Brasil. Poucas metanálises foram realizadas também, mas não conseguiram demonstrar um efeito significativo ainda. O uso da acupuntura ainda está sob julgamento do modelo biomédico, e isso deve incentivar mais pesquisas clínicas futuras.

O papel mais importante em relação ao AVC é a promoção da saúde e a prevenção. A MTC, análoga ao modelo biopsicossocial, compreende e atua nas causas múltiplas da doença. Para os chineses, o termo preservação da saúde (Yang Sheng) é bem popular. A ideia de preservação da saúde englobamedidas para a melhoria da capacidade física e psíquica, regime alimentar apropriado e regularidade dos hábitos da vida.

Para uma melhor capacidade física, o exercício físico adequado para o indivíduo é praticado com objetivo de restaurar o fluxo normal das substâncias orgânicas, melhorar a respiração, manter o funcionamento correto dos órgãos internos para garantir a harmonia do organismo. Por isso,cenas bem conhecidas dos chineses praticando o tradicional Taiji Quan ou outras ginásticas como Lian Gong ou Xiang Gong nos parques. A melhor capacidade psíquica passa pela compreensão da atuação dos sentimentos e emoções no nosso ser, pois não há uma separação entre o corpo e a mente. Um equilíbrio emocional deve ser mantido para alcançar a saúde. Uma alimentação apropriada, sem nenhum desvio, é a base da vida. A sociedade chinesa aproveita os conceitos da nutrologia para manter uma dieta saudável e balanceada. A regularidade dos hábitos da vida, como a hora de despertar e de dormir, os horários de alimentação também são importantes. Essas noções simples, bem conhecidas, são frequentemente esquecidas na vida moderna. Cabe aos profissionais de saúde reforçá-las para preservar a saúde.

Além dos cuidados gerais citados anteriormente, existe uma medida tradicional conhecida, que é uso de moxabustão (queima de artemísia) em certos pontos específicos de acupuntura. A essa prática foi atribuída uma função preventiva do AVC. Um entendimento mais integrado entre os modelos médicos tradicional chinês e biomédico para prevenção, detecção e tratamento dessa condição clínica prevalente, certamente beneficiará a população.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Doenças causadas por estresse na infância

Uma observação atenta revela como são freqüentes os casos de doenças geradas por estresse na infância. Isso passa despercebido, porque existe o conceito generalizado de que os problemas emocionais só podem causar males físicos em situações especiais. As pesquisas atuais, entretanto, cada vez mais indicam que a verdade dos fatos não é essa e que um número inimaginável de distúrbios se instala por causas de fundo emocional ou psicológico.

A designação doenças psicossomáticas é, aliás, uma generalização sem cabimento. Primeiro, porque ninguém sabe ainda até que ponto tudo o que se passa nas pessoas nas esferas mental e emocional pode afetar o funcionamento das células; talvez seja muito mais do que a medicina alopática aceita que seja ou até pode ser que as doenças sejam a expressão final de um encadeamento de fatos ocorridos em níveis sutis.Como diz a Dra. Christine Page, autora do livro Anatomia da Cura: "Não existe uma causa única e todo caso tem que ser considerado singular (...) A doença é somente outra manifestação da vida representando uma época de mudança e oportunidades de crescimento da alma".

Em segundo lugar, porque as coisas dependem do momento de vida de cada um. Algo que pode ser patogênico para uma pessoa para outra é um fato comum. Os efeitos do que acontece dependem da interpretação individual e isso varia de pessoa para pessoa. Além disso, a maioria dos fatores de desequilíbrio está no nível inconsciente, que perfaz pelo menos 95% da nossa vida mental. Então, o que existe são ocorrências psicossomáticas em vez de doenças psicossomáticas caracterizadas.

A infância é o período da vida em que as pessoas sentem mais intensamente os agentes estressores por não possuírem ainda capacidade de fazerem opções para neutralizar as tensões e por serem inteiramente dependentes dos adultos que as cercam. Geralmente, esses adultos são poderosos agentes de tensões dos mais diversos tipos. A criança, porém, tem mecanismos inconscientes de adaptação muito poderosos, que garantem sua sobrevivência em meios familiares esquizofrenizantes.

As dificuldades materiais e interpessoais da família deixam sua marca no inconsciente da criança sob a forma de cargas emocionais negativas, que influirão por muitos anos ou por toda a vida e serão a causa-raiz de doenças futuras. Muitas vezes, esses fatos se manifestam em prazo muito curto e se apresentam como doenças na infância de origem misteriosa ou desconhecida.

Melatonina



A Melatonina é um neuro-hormônio produzido pelas glândula pineal e, acredita-se, apresenta como principal função regular o sono. Esse hormônio é produzido a partir do momento em que fechamos os olhos. Na presença de luz, entretanto, é enviada uma mensagem neuro-endócrina bloqueando a sua formação, portanto, a secreção dessa substância é quase exclusivamente determinada por estruturas fotossensíveis, principalmente a noite.

A Melatonina é uma substância classificada como indolamina e tem como precursora a serotonina, um importante neurotransmissor. Especula-se que a as estruturas fotoreceptivas, da retina e da glândula pineal, produzem a Melatonina, modificando a via de síntese da serotonina através de uma enzima, a serotonina-N-acetiltransferase. A Melatonina circulante atuaria nos diversos sistemas do organismo preparando e induzindo o sono. Este aparato de produção da Melatonina esta presente nos vertebrados em geral.

terça-feira, 16 de junho de 2009

"DNA" artificial dá pistas sobre surgimento da vida.

Pesquisadores nos EUA criaram uma molécula artificial que pode explicar como ocorreu a transição entre o mundo sem vida e o aparecimento do RNA (e depois do DNA), um dos maiores enigmas da ciência. O achado ajuda a criar hipóteses sobre como a vida emergiu na sopa química dos oceanos primordiais da Terra, há mais de 3 bilhões de anos.

Nos organismos existentes hoje, o código genético está escrito em DNA (ácido desoxirribonucleico), que carrega a receita para fazer proteínas (as moléculas que fazem tudo na célula). O DNA, no entanto, é complexo demais para ter sido o primeiro transmissor de informação genética.

Uma parte da fita do DNA, onde ficam as bases nitrogenadas, é responsável pelo pareamento (A-T e C-G) que permite a transmissão da informação. O resto do DNA é estrutura auxiliar: um esqueleto feito de fosfatos e açúcares onde as bases nitrogenadas se ligam.

A montagem da fita, entretanto, só pode ser feita com a ajuda de proteínas especiais que aceleram reações químicas, as enzimas.

Ao criar o tPNA (o ácido nucleico peptídico de tioéster), uma molécula que consegue agregar bases nitrogenadas sem precisar de enzimas, os cientistas mostraram que é possível que existissem moléculas mais simples do que o DNA transmitindo informação. O tPNA é mais simples até do que o RNA (ácido ribonucleico), que a maioria dos cientistas acha hoje que precedeu o DNA no papel de replicador.

Esqueleto novo

Os cientistas do Instituto de Pesquisas Scripps e do Instituto Salk, ambos na Califórnia, criaram um novo tipo de esqueleto, feito de aminoácidos, os "tijolos" que formam as proteínas. Os aminoácidos seguram as bases nitrogenadas com muito menos vigor do que os fosfatos e açúcares do DNA. Isso faz com que as bases possam se agregar ao tPNA mesmo sem a presença de enzimas.

Sabe-se que os oceanos da Terra primitiva eram repletos de aminoácidos. Com a prova agora de que bases nitrogenadas podem se fixar em uma estrutura de aminoácidos, existe uma pista sobre como as informações se transmitiam antes do surgimento do RNA.

O estudo foi publicado na última edição da revista "Science". Um de seus autores foi o químico britânico Leslie Orgel, morto em 2007. Orgel foi o pai da teoria do "mundo de RNA", que estabelecia o RNA como predecessor do DNA.

O RNA hoje auxilia o DNA no organismo humano, além de carregar o genoma de certos vírus. Orgel propôs que ele tenha reinado como único replicador antes do surgimento do DNA.

"Apesar de a hipótese consensual para a molécula que originou a vida ser o RNA, este é considerado por alguns muito complexo para ter sido a primeira molécula capaz de se autorreplicar. Logo, especula-se que polímeros mais simples teriam antecedido o RNA e depois sido substituídos por ele", diz o biólogo goiano Paulo Amaral, da Universidade de Queensland, na Austrália.

"Por outro lado, também é consenso que esses sistemas ainda são muito artificiais. Não temos ideia do que realmente estava lá há cerca de 4 bilhões de anos", afirma.

Falta agora mostrar se o tPNA pode se replicar indefinidamente. "Eles não mostraram isso", diz Amaral. "Nem que o sistema evolui (no sentido de evolução darwinista). Mas o primeiro passo foi dado."

fonte: Folha de São Paulo

Um robô que anda como um humano



Este é o próximo passo na criação de um robô que possa se passar por um humano. A Boston Dynamics, o grupo que nos trouxe o assustador robô BigDog, está trabalhando junto com as forças armadas dos EUA para construir o PetMan, que anda exatamente como um humano. E este não é o único traço humano do PetMan.

O seu trabalho será testar roupas de proteção bioquímica para o Exército dos EUA . . . diferentemente dos robôs anteriores de testes de vestimentas que precisavam de suporte externo, o PetMan ficará de pé – e andará – sobre seus dois próprios pés. “O PetMan se equilibrará sozinho e movimentará livremente; andará, rastejará e fará diversos exercícios físicos de testes de trajes durante exposição a agentes bioquímicos bélicos”, promete a empresa. “O PetMan também simulará a fisiologia humana dentro do traje protetor ao controlar a temperatura, umidade e suor quando necessário, tudo para proporcionar as condições realísticas de testes”.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Pesquisadores criam ferramenta de diagnóstico à la 'Jornada nas estrelas'!

Trabalho é da Universidade Loughborough, no Reino Unido.

Feixe de luz passa por paciente e analisa sistema cardiovascular.

Um paciente é colocado na maca e para que seja diagnosticado seu problema, uma barra luminosa passa por cima de seu corpo sem tocá-lo. Essa cena é familiar aos fãs de "Jornada nas estrelas", série de ficcção cientifica para a TV desenvolvida nos anos 1960 que recentemente ganhou novo episódio nos cinemas.

Pesquisadores da Universidade Loughborough, na Inglaterra, estão desenvolvendo um dispositivo muito semelhante, que se propõe a avaliar a função do coração e vasos sanguíneos através de uma técnica chamada fotopletismografia.

A fotopletismografia utiliza a emissão de ondas luminosas sobre a pele dos pacientes, analisando o comprimento de onda da luz refletida e suas variações nos diferentes tecidos do corpo, estimando assim o fluxo sanguíneo.

A fotopletismografia já é utilizada em aparelhos que medem o fluxo do sangue em partes do corpo. A diferença é que na nova técnica proposta não existe contato dos aparelhos com a pele dos pacientes, o que é necessário nos aparelhos de hoje em dia.

Por enquanto a limitação da técnica é a pequena distância entre a pele e o aparelho para que a luz emitida possa ser recebida de volta a analisada.

Mais uma vez a ficção científica se antecipou em décadas a uma aplicação na vida real.

fonte: G1

Amor Patológico

O que é o amor? Essa é uma pergunta que vem intrigando a humanidade há séculos e, apesar desse tempo todo, fazer amor continua sendo muito mais fácil que falar dele. Além de parecer impossível prender a idéia de amor dentro dos limites de um conceito, corre-se o risco de se exceder no cientificismo sobre um tema que todos conhecemos, desde sempre, em prosa e verso de forma muito mais sublime e agradável.

O amor aparece nas mais diversas áreas do pensamento humano, da poesia à imagem funcional cerebral, da mitologia à patologia, da razão para o prazer à motivação para o crime. Afirmações como “isso é amor”, ou seu contrário, “não, isso não pode ser amor” oscilam ao sabor das conveniências da situação. Mas cada um sabe exatamente como está sentindo seu amor, ou lamentando a falta dele, se regozijando ou sofrendo com ele, explicando que tipo de amor é o seu, reclamando reciprocidade, exigindo cumplicidade ou ocultando o amor proibido. Talvez a única certeza que podemos ter em relação ao amor é que sobre ele não temos nenhum controle.

Nietzsche, grande filósofo alemão do século XIX, escreveu que “a maior parte da filosofia foi inventada para acomodar nossos sentimentos às circunstâncias adversas, mas tanto as circunstâncias adversas como nossos pensamentos são efêmeros”, deduzindo, então, que os sentimentos não são. O amor é um desses sentimentos que devem ser tratados pela filosofia, principalmente porque ele parece transcender a realidade.

Acreditava, Nietzsche, que o amor chega quando se tenta desejar o bem em sua totalidade para algo. Dizia que quando amamos juntamos todas as melhores propriedades das coisas mais maravilhosas e perfeitas do mundo, e consideramos similares ao objeto amado. Com afirmações desse tipo, estapafúrdias, concluí-se que o sentimento do amor pode distorcer a representação da realidade, pode afastar a pessoa da realidade compartilhada pela maioria, tal como se tratasse de idéias supervalorizadas ou uma certa obsessão.

Sempre se distinguiram dois ou mais “tipos” de amor. Platão foi o primeiro a comentar sobre isso, em o "Banquete", definindo o “Amor Autêntico”, como aquele que liberta o indivíduo do sofrimento e conduz sua alma ao banquete divino, em distinção do "Amor Possessivo", o qual persegue o outro como um objeto a devorar, possuir e sufocar.

Muito tempo depois, esta conceituação foi retomada por Immanuel Kant. Para Kant, somente o "amor-ação" é o verdadeiro amor altruísta e aceitável, uma vez que se manifesta com preocupação verdadeira e desinteressada pelo bem estar do outro, da pessoa amada. Em contra-partida, falava no “amor-paixão”, egoísta e impossível de se controlar, voltado aos interesses próprios, manifestando o desatino e desprezo pelo outro. Na idéia de Kant, o amor paixão tende a satisfazer muito mais quem ama do que quem é amado (Clement, 1997).

Kant separava o “amor-afeto” e o “amor-paixão”, enaltecendo um pouco mais o primeiro, sugestivo de amor romântico, do que o segundo. Além desses amores dos amantes, para Kant existe ainda o “amor-virtude”. O amor-virtude seria mais ligado ao sentimento de fraternidade, ao preceito de “amar o próximo como a si mesmo”.

Alguns autores mais recentes acham que a atenção, carinho, zelo e cuidados em relação à pessoa amada devem ser esperados em qualquer relacionamento amoroso saudável e, por saudável, devemos entender o relacionamento que jamais proporcionará sofrimento, seja da pessoa que ama seja de quem é amado (Simon, 1982 e Fisher, 1990).

Alguns dizem que o amor é uma forte inclinação da alma para um objeto ou pessoa. Mas essa afirmação foge do critério científico, já que nesse campo nem se sabe com certeza se a alma existe.

Aliás, pode parecer redundante ou uma empáfia cultural, além de pouco útil, tentar definir esse sentimento universalmente experimentado pelos seres humanos ao longo de toda sua história. Também soa estranho acreditar que o amor, lindo, engrandecedor, poético, lírico e prazeroso, cantado em verso e prosa, não obstante, possa ser fonte de sofrimento. Mas, academicamente, há casos onde esse sentimento torna-se completamente obsessivo, tirano e opressivo, fanático e egocêntrico, produzindo sofrimento.

Quem sofre ou faz sofrer, contudo, não é o amor em si, mas a pessoa que enfoca no sentimento amoroso uma grave alteração psíquica, seja em sua personalidade, seja advinda de seus conflitos e complexos interiores. Não são raras as pessoas que, contrariando o bom senso e a crítica razoável, deixam tudo para viver um grande amor, aumentando perigosamente a possibilidade de serem infelizes, ainda que amando.

Aliás, parece ser tênue a separação entre a paixão e a perda da razão (desrazão), uma vez que a pessoa apaixonada costuma perder alguma porção de sua crítica e da capacidade em avaliar verdadeiramente a realidade. Mas, continuando com a necessidade acadêmica, quando no amor não há controle e se compromete a liberdade de conduta, de modo que esse sentimento passa a ser absoluto e em detrimento de outros interesses e atitudes antes valorizadas, podemos estar diante de um quadro chamado, atualmente, Amor Patológico (Norwood, 1985). Nessa patologia do amor a obsessão em pensar seguidamente na pessoa amada, faz sofrer muito, principalmente diante de tudo aquilo que dificulte, impeça ou atrapalhe a vivência de seu amor.

Embora o tema só esteja sendo mais bem estudado recentemente, existem hipóteses, teorias, observações e pesquisas que merecem ser consideradas. É bastante provável que esse quadro possa estar associado a outros transtornos psiquiátricos, tais como quadros depressivos e ansiosos (Wang, 1995). Pensa-se também que o Amor Patológico possa ocorrer isoladamente em personalidade mais propensas e vulneráveis (Gjerde, 2004), ou ainda em pessoas com extrema baixa auto-estima, (Bogerts, 2005). Em casos mais expressivos o Amor Patológico vem acompanhado de sentimentos invasivos de rejeição, de abandono e de raiva (Donnellan, 2005).

Em psiquiatria as alterações não são binárias, ou seja, não são certas ou erradas, feias ou bonitas, verdadeiras ou falsas. Aqui as situações comportam graduações entre extremos, de forma que podemos ter o amor com prazer, com menos prazer, com incômodo, com um pouco de sofrimento, com muito sofrimento e até o chamado Amor Patológico.

Sobre a possibilidade de o amor ser uma das mais claras manifestações de nosso egoísmo, ou egocentrismo, Nietsche dizia que todos acreditamos querer a pessoa amada e que ao acreditar que a queremos também acreditamos que esta é a solução para todas as nossas necessidades, ou para todas as necessidades de nossos sentimentos.

Essa hipótese pode ser mais bem exemplificada quando se diz que “te amo porque você é uma maravilha (e, evidentemente, quero regalar-me com essa maravilha)”. Obviamente, em seguida existe a colocação que “te necessito, eu te quero”. Ou, conforme podem dizer as pessoas mais apaixonadas; “não posso mais viver sem você”.

Em tudo isso, o ponto de referência continua sendo a pessoa que ama, seu bem estar emocional, sua satisfação em estar perto da pessoa amada, o conforto afetivo de se saber amada. É como se a pessoa amasse primeiro a si mesma e, para atender a esse auto-amor, necessitasse “ter” a pessoa amada para si.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Ataques de pânico são realmente inofensivos? O impacto cardiovascular do transtorno de pânico.

Objetivo: Estresse e depressão já são considerados fatores de risco para o desenvolvimento e o agravamento de doenças cardiovasculares. Os transtornos de ansiedade têm sido fortemente associados às cardiopatias nos últimos anos. O transtorno de pânico em cardiopatas representa um desafio em termos de diagnóstico e tratamento. Atualizar o leitor quanto ao status da associação entre transtornos de ansiedade, especialmente transtorno de pânico, e cardiopatias.

Método: Foi realizada uma busca nas bases de dados ISI e Medline, com as palavras-chave: "heart disease", "coronary disease", "anxiety", "panic disorder" e "autonomic function". Foram selecionados os artigos publicados a partir de 1998.

Discussão: O padrão autonômico encontrado em pacientes com transtorno de pânico, em particular a redução da variabilidade cardíaca, é apontado como o provável fator mediador do impacto cardiovascular do transtorno de pânico.

Conclusões: Apesar de a associação entre transtornos de ansiedade e doenças cardiovasculares estar atualmente bastante estabelecida, existe ainda diversas lacunas no estado atual do conhecimento. São recomendadas a terapia cognitivo-comportamental e a prática de exercícios físicos supervisionados como potenciais coadjuvantes na intervenção terapêutica.


Keywords: Doenças cardiovasculares; Ansiedade; Transtorno de pânico; Exercício; Terapia cognitiva.



Ataques de pânico são realmente inofensivos? O impacto cardiovascular do transtorno de pânico - Revista Brasileira de Psiquiatria [online]. 2009, vol.31, n.1, pp. 57-62

terça-feira, 9 de junho de 2009

Aspectos Psiquiátricos das Epilepsias

Os aspectos psiquiátricos das epilepsias sempre foram enfatizados com vigor pela psiquiatria, mais acostumada que a neurologia a lidar com os problemas emocionais dos epilépticos. Alguns autores afirmam que a epilepsia, por si, não predisporia a nenhuma alteração psiquiátrica e que estes, se existissem, seriam decorrentes das circunstâncias psicodinâmicas e existenciais impostas pela doença. Outros autores, entretanto, reconhecem que as alterações elétricas encontradas nos epilépticos justificariam alterações comportamentais e de personalidade. Existiria uma predisposição do epiléptico a apresentar alguns traços de personalidade. A discussão é infindável.

De qualquer forma, parece ser consensual a idéia de que, pelo menos algumas alterações emocionais – neuropsiquiátricas - são comuns em alguns tipos de epilepsia, sejam essas alterações decorrentes das crises epiléticas propriamente ditas, sejam elas conseqüências das auras da epilepsia, sejam elas resultados da deterioração mental de certos tipos mais graves de epilepsia.

Vamos primeiro falar sobre o que se conhece por Ataque Epiléptico. Esse tal Ataque Epiléptico, entretanto, é objeto de estudo mais da neurologia que da psiquiatria e tem inúmeras definições. De fato, a neurologia se ocupa magistralmente da epilepsia e a psiquiatria, por sua vez, dosa epilépticos.

Vallejo-Nágera considera que o Ataque Epiléptico seja um fenômeno em forma de acesso, com sintomas variados e início brusco, decorrente de uma descarga de atividade elétrica proveniente de uma certa quantidade de neurônios em qualquer território cerebral. Por epilepsia entendia uma doença caracterizada pela presença de crises epilépticas repetidas com maior ou menor freqüência. De acordo com o território de onde parte a primeira descarga elétrica e que iniciava a crise epiléptica, estariam presentes traços clínicos e elétricos específicos para cada caso. Vemos aí, então, uma conceituação eminentemente neurológica, sem menção de alterações psico-emocionais.

Walz e colaboradores, para quem Epilepsia também é uma condição neurológica crônica “caracterizada por ataques epilépticos recorrentes”, usam o termo no plural, ou seja, epilepsias. Isso porque existem diferentes tipos de distúrbios epilépticos e definem ataque epiléptico ou crise epiléptica como sendo “a manifestação clínica (sinais e sintomas) resultante da atividade neuronal excessiva, hipersincrônica e anormal dos neurônios localizados predominantemente no córtex cerebral”. Por esse conceito a pessoa pode sofrer um ataque epiléptico isolado ou circunstancial, sem ser considerado, necessariamente, portador de epilepsia (falta a questão dos ataques recorrentes).

No Tratado de Neurologia de Merritt, a crise epiléptica é definida como a conseqüência de uma disfunção fisiológica temporária do cérebro, causada por uma descarga elétrica hipersincrônica, anormal e autolimitada, de neurônios corticais. Dessa forma, Epilepsia seria um grupo de distúrbios crônicos, em que a característica indispensável é a recorrência de convulsões.

Felizmente a maioria dos pacientes portadores de epilepsia apresenta pouco ou nenhum transtorno mental, entretanto, aqueles que apresentam alterações psíquicas costumam ser casos difíceis e complicados.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Vinhoterapia

Tudo se iniciou na França, que lançou a termogênese - técnica que consiste em aplicar em todo o corpo, vinho quente misturado a outras substâncias. Uma fonte térmica externa obriga o organismo a aquecer internamente para se harmonizar com o exterior e dizem que esse processo acaba queimandogordurinhas e reduzindo medidas.

A polpa da uva fresca de Sauvignon e Merlot é utilizada em massagens de relaxamento. Já a massagem com vinho Cabernet remove da pelecélulas mortas e a aplicação de um vinho gran reserva dá vitalidade à pele. Também são feitas máscaras com casca de uvas tintas e óleo de semente de uva para reduzirrugas e a hidromassagem com extrato de uvas e algas marinhas para estimular a circulação.

A vinhoterapia se baseia nos benefícios dos polifenóis, substâncias presentes na casca da uva e que são 10 mil vezes mais eficazes que a vitamina E, podendo reduzir em até 85% os famosos radicais livres causadores de rugas. Os polifenóis são antioxidantes que também hidratam e revitalizam a pele, removem células mortas, deslocam placas de gordura e aceleram o emagrecimento.

Vão de cremes à base de uvas malbec a perfumes elaborados com champagne. A vinhoterapia previne o envelhecimento das células, hidrata a pele e tonifica os músculos.

Outro tratamento que usa a vinhoterapia como base são massagens com cremes à base de uvas, que combatem e previnem o envelhecimento e dão mais firmeza a pele.

Cada uva contém vitaminas A,C e várias do complexo B, que retarda o envelhecimento, elimina toxinas e ajuda na regeneração do fígado -, ferro - que serve para evitar a anemia - tartaratos e sulfato de potássio, que faz bem para os rins.

Alguns especialistas vão mais longe e afirmam que propriedades da uva ajudam a estabilizarfibras sobreartérias e reduzem o risco de câncer.

Alterações da Afetividade

A afetividade compreende o estado de ânimo ou humor, os sentimentos, as emoções e as paixões e reflete sempre a capacidade de experimentar o mundo subjetivamente. A afetividade é quem determina a atitude geral da pessoa diante de qualquer experiência vivencial, promove os impulsos motivadores e inibidores, percebe os fatos de maneira agradável ou sofrível, confere uma disposição indiferente ou entusiasmada e determina sentimentos que oscilam entre dois pólos e transitam por infinitos tons entre esses dois pólos, a depressão e a euforia.

Desta forma, a afetividade é quem confere o modo de relação do indivíduo à vida e será através da tonalidade desse estado de ânimo que a pessoa perceberá o mundo e a realidade. Direta ou indiretamente a afetividade exerce profunda influência sobre o pensamento e sobre toda a conduta do indivíduo.

Trata-se de uma qualidade vivencial do indivíduo em relação ao objeto, do tipo de estado em que ele está na vivência atual desse objeto. O objeto pode ser uma coisa, pessoa, acontecimento externo, perspectivas futuras ou algo relativo ao estado de seu corpo - o que chamamos de vivências externas. (o “corpo” aqui, está fora do psíquico, por isso vivência externa). Existem também as vivências internas, representadas pelos conteúdos ou acontecimentos mentais. Entretanto, seja qual for a natureza da vivência, externa ou interna, ela só participa da consciência se acoplada a um afeto. Às vezes temos a impressão que a consciência só reconhece vivências quando grudadas nos afetos, e aquelas sem estes, não têm significado existencial.

Assim sendo, os afetos são inerentes às vivências, e não existe vivência sem afeto. Isso faz a diferença entre a vida e a biografia de uma pessoa; a vida é uma sucessão de vivências e a biografia, uma seqüência de fatos. Ao viver uma vivência, a pessoa experimenta um estado afetivo intrinsecamente ligado a essa vivência, que é a valoração emocional daquela vivência. Esse é, então, o afeto integrado à vivência. O afeto é, portanto, uma qualidade vivencial e é, conseqüentemente, o significado emocional daquilo que a pessoa está vivendo naquele momento.

O estado psíquico global com que a pessoa se apresenta e vive reflete a sua afetividade. Tal como as lentes dos óculos, os filtros da afetividade fazem com que o sol seja percebido com maior ou menor brilho, que a vida tenha perspectivas otimistas ou pessimistas, que o passado seja revivido como um fardo pesado ou, simplesmente, lembrado com suavidade. A afetividade interfere qualitativamente na realidade percebida por cada um de nós, mais precisamente, na representação que cada pessoa tem do mundo, de seu mundo. O estado afetivo tende a impregnar as vivências de significado sentimental.

Podemos pensar na afetividade como o tônus energético capaz de impulsionar o indivíduo para a vida, como uma energia psíquica dirigida ao relacionamento do ser com sua vida, como o humor necessário para valoração das vivências. A afetividade colore com matizes variáveis todo relacionamento do sujeito com o objeto, faz com que os fatos sejam percebidos desta ou daquela maneira, e que estimulem este ou aquele sentimento.

Afetos são os atributos da pessoa que qualificam os objetos do mundo interno e externo. Em relação à unidade-sujeito, em relação ao EU, os afetos nos permitem dizer: eu estou triste, eu estou alegre, estou interessado, amando, com raiva. É sempre um estado em que eu estou. Deste modo, afetos são estados do EU.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Aposentadoria tardia posterga o início de demência.

Em estudo realizado pelo Instituto de Psiquiatria do King's College em Londres e publicado no International Journal of Geriatric Psychiatry, foram analisados dados de pacientes com Alzheimer para ver se o grau de escolaridade, o emprego e a idade de aposentadoria tinham efeito na idade do início dos sintomas desta doença. Neste grupo estudado, não foram observados efeitos da escolaridade ou do emprego, mas para os 382 homens que se aposentaram com idade mais avançada, os sintomas da doença também apareceram mais tarde. Um ano a mais trabalhado posterga a idade do início dos sintomas em cerca de 6 semanas.

Já foi demonstrado que aqueles com maior nível educacional geralmente desenvolvem sintomas de demência mais tarde, devido ao fato de aumentar as conexões neuronais e torná-las mais fortes com o exercício cerebral. Isto é conhecido como "reserva cognitiva".

Mais pesquisas precisam ser realizadas para saber os motivos que explicam as conclusões deste estudo. Pode ser que o estímulo intelectual que as pessoas mais velhas ganham no ambiente de trabalho ajude a evitar a doença.