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terça-feira, 8 de maio de 2018

Demências: um dos tipos delas


Em medicina, a palavra demência é empregada para definir quadros que se caracterizam por deficiência cognitiva persistente e progressiva. Essa deficiência acaba por interferir nas atividades rotineiras do indivíduo, embora ele demore ou não chegue a perder inteiramente a consciência do mundo que o cerca. Ela se caracteriza por um declínio progressivo da capacidade intelectual do indivíduo e perda da capacidade de memorizar e resolver os problemas do dia a dia, o que interfere em seus relacionamentos e atividades sociais e profissionais.

A demência frontotemporal é o nome dado ao tipo de demência que ocorre em razão da degeneração de um ou de ambos os lobos frontais e temporais do cérebro.

Cerca de metade das pessoas cometidas pela demência frontotemporal tem história familiar da doença. Aqueles que a herdam parecem ter uma mutação em um gene do cromossoma 17.

Os lobos frontais (esquerdo e direito) regulam o humor, o comportamento, o julgamento e o autocontrole. A existência de lesões nestes lobos leva a alterações da personalidade e comportamento, modificação da forma como a pessoa se sente e expressa as emoções e, também, à perda da capacidade de julgamento.

Os lobos temporais (esquerdo e direito) estão envolvidos na organização dos inputs sensoriais como, por exemplo, aquilo que se ouve ou vê. A existência de lesões nestes lobos pode levar à dificuldade de encontrar correspondência entre palavras e imagens.

As pessoas com demência frontotemporal podem perder toda crítica e se tornarem exageradamente desinibidas, deixando de lado todo o acanhamento e se tornando aéticas. Os sintomas iniciais podem afetar o comportamento e, algumas vezes, a linguagem, tornando as pessoas “diferentes” do que sempre foram. Elas podem manifestar alterações inusitadas do seu caráter e comportamento demonstrando, por exemplo, insensibilidade e/ou comportamentos obsessivos.

No início da doença, frequentemente ocorrem problemas de linguagem e podem variar de um linguajar depravado à total perda da linguagem. Outros sintomas comuns da demência frontotemporal são repetir as mesmas frases inúmeras vezes, ecoar aquilo que os outros dizem e não conseguir encontrar a palavra certa para nomear um objeto.

O médico baseia o diagnóstico nos sintomas, nos resultados do exame neurológico e utiliza exames de sangue para identificar a lesão cerebral. A demência frontotemporal pode ser diagnosticada também por imagiologia cerebral, eletroencefalograma e testes neuropsicológicos. Estes testes podem ajudar a determinar se a demência é de tipo frontotemporal ou se é de outro tipo. O diagnóstico só pode ser confirmado após a morte, pelo exame histológico do tecido cerebral.

Ainda não existe cura ou tratamento disponível para a demência frontotemporal. No entanto, os sintomas secundários, como a depressão, por exemplo, podem ser aliviados pela medicação. Em vez de tentar modificar o comportamento da pessoa afetada por este tipo de demência, os cuidadores devem encarar as atitudes da pessoa como sendo consequências de uma patologia e procurar desenvolver as suas próprias estratégias para lidar com a pessoa doente, tal como evitar a confrontação e arranjar formas de contornar as obsessões.

A demência frontotemporal provoca uma deterioração mental progressiva e inevitável. A expectativa de vida a partir do início da doença é, em média, de 6 a 12 anos. A morte ocorre, normalmente, devido a uma infecção.

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