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quarta-feira, 4 de abril de 2018

Úlceras genitais



Uma úlcera é definida como uma descontinuação da pele ou mucosa. A pele ou mucosa é perdida, expondo assim o tecido por baixo dela. Úlceras genitais são úlceras localizadas nas regiões genitais masculina ou feminina. A síndrome pode ainda ser classificada como ulceração peniana e ulceração vulvar, para homens e mulheres, respectivamente, embora elas possam se localizar também fora do pênis ou da vulva.

As úlceras genitais geralmente são causadas por uma doença sexualmente transmissível (DST), como herpes, sífilis, cancro ou Chlamydia trachomatis, mas as úlceras genitais não são estritamente um sinal de uma DST e podem ocorrer em pacientes com síndrome de Behçet, lúpus e algumas formas de artrite reumatoide, todas doenças não transmissíveis. A tuberculose genital, muitas vezes causada pelo contato genital direto com escarro infectado, também pode apresentar-se como úlcera genital.

Alguns outros sinais, além das ulcerações da mucosa, incluem aumento dos gânglios linfáticos na região da virilha e/ou lesões vesiculares (bolhas ou pequenas feridas elevadas) nessas regiões. As úlceras genitais podem ocorrer tanto em homens quanto em mulheres.

•Úlceras genitais femininas: as úlceras genitais femininas são lesões dentro ou ao redor da vagina. Algumas podem não causar sintomas e outras podem ser dolorosas, macias ou produzir alguma secreção. Feridas ou úlceras nos genitais femininos às vezes acontecem sem motivos aparentes e são autorresolutivas. Frequentemente, elas são sintomas de uma DST, mas algumas podem ser devidas a distúrbios da pele, de outra natureza. As feridas genitais podem aparecer como bolhas pequenas, vermelhas, cor de carne ou se tornarem maiores e mais grosseiras. Elas podem ou não estar acompanhadas de outros sintomas, como coceiras, dores locais ou pélvicas, sensação de queimação, sangramento e desconforto ao urinar. Elas estão também associadas a relações sexuais dolorosas e aumento da secreção vaginal com mau cheiro. As feridas e úlceras dos genitais femininos podem dever-se a vulvovaginite, inflamação da vulva ou vagina, dermatite de contato, sensibilidade a produtos químicos, dermatite atópica, alergia, cisto, cabelo encravado, câncer, etc.

•Úlceras genitais masculinas: também as feridas e úlceras genitais em homens nem sempre são devidas a uma DST. Elas podem ser causadas por vírus, sífilis, cancro, linfogranuloma venéreo, granuloma inguinal, infecções bacterianas secundárias e fungos. Fatores não infecciosos também podem causar úlceras, como um cisto infectado ou um cabelo encravado, por exemplo. Há algumas outras condições crônicas da pele que também podem causar feridas, úlceras e sintomas. As úlceras genitais em homens podem envolver a pele do pênis, escroto, períneo ou ânus. As úlceras genitais masculinas geralmente surgem a partir de uma área dolorida, incluindo bolhas. A maioria das úlceras genitais masculinas são de fácil tratamento. No entanto, em alguns casos, não há cura, mas a condição pode ser controlada.

Os recursos que podem ser utilizados no diagnóstico da causa de úlceras genitais incluem uma avaliação completa da história médica e um exame físico completo da pessoa. O exame físico da úlcera também deve ser feito, a fim de estabelecer um diagnóstico. Os procedimentos de diagnóstico de úlceras genitais podem incluir testes comuns para DST e é importante realizar exames em ambos os parceiros sexuais.

Simultaneamente, podem ser realizados exames de sangue para herpes genital, sífilis e HIV. Normalmente não é necessária uma biópsia, se a úlcera for extinta após o tratamento inicial. Se, no entanto, for necessária, o médico removerá uma amostra da úlcera a ser enviada a um laboratório para exame histopatológico e diagnóstico definitivo.

O tratamento da úlcera dependerá de reconhecer a sua causa. Se ela for causada por uma DST, deve ser realizado também o tratamento do parceiro sexual recente, para evitar a reinfecção. Conforme o caso, podem ser utilizados antivirais, antibióticos, fungicidas e/ou cremes de aplicação local. As úlceras associadas a uma doença sistêmica subjacente tendem a melhorar com o tratamento dessa doença. Úlceras da doença de Crohn podem responder à pasta de óxido de zinco ou ao metronidazol.

O prognóstico das úlceras genitais costuma ser bom, no entanto, depende do fator causal e elas podem, inclusive, não ter cura, mas apenas controle. Muitas vezes, as pessoas não procuram tratamento para as DSTs porque têm medo ou vergonha, embora essas doenças possam afetar quaisquer pessoas e causar um enorme impacto na saúde pública. Os homens e mulheres jovens estão especialmente em risco de contraírem DSTs e desenvolver complicações de saúde no longo prazo como resultado de infecções não tratadas.

Não há como se precaver de todas as formas de úlceras genitais. O principal meio de se prevenir muitas delas é usar camisinha nas relações sexuais. Adicionalmente, deve-se restringir os parceiros sexuais, evitando parceiros desconhecidos.

As complicações associadas às úlceras genitais incluem estresse emocional, problemas uretrais, progressão para estágios mais graves da doença (como na sífilis, por exemplo), complicações funcionais de órgãos adjacentes, inflamações ou inchaços crônicos dos órgãos genitais e desenvolvimento de tumores malignos. A cicatrização delas pode resultar na doença de Beçhet.

Além dessas complicações, quando a causa da úlcera genital é uma DST, isso pode aumentar o risco de contrair outras doenças sexualmente transmissíveis como, por exemplo, a AIDS.

Toda úlcera deve ser examinada por um médico clínico geral, urologista, ginecologista ou infectologista. O tratamento deve ser seguido corretamente até o final do que foi proposto pelo médico, mesmo que os sintomas melhorem antes deste prazo.

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