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terça-feira, 13 de março de 2018

Epífora


A epífora é um sinal clínico ou condição dada pelo excesso de produção de lágrimas ou uma drenagem insuficiente delas, o que faz com que elas escorram por um ou ambos os lados do rosto, ao invés de pelo sistema nasolacrimal, como normalmente acontece. A epífora pode ocorrer de modo contínuo ou intermitente.

As causas da epífora são todas aquelas que levam a uma superprodução de lágrimas ou a uma diminuição da drenagem das lágrimas. Isso pode ser devido a uma irritação e/ou inflamação que obstrua o canal lacrimal (canal que comunica a superfície ocular à cavidade nasal), o que pode acontecer como consequência de uma rinite e, em neonatos e lactentes, devido a um processo em que o ducto nasolacrimal não se torne permeável. Os recém-nascidos geralmente têm olhos lacrimejantes que evoluem em algumas semanas para o normal, à medida que os ductos lacrimais se desenvolvem.

Outra causa pode ser uma reconstrução defeituosa do duto nasolacrimal após um traumatismo (fraturas faciais, traumas do nariz ou pálpebra). Muitas vezes, esse trato é obstruído devido a um processo involutivo; no envelhecimento, por exemplo. A produção excessiva de lágrimas ocorre quando os olhos são irritados por alguma causa, irritação essa que pode ocorrer, por exemplo, por fumaça, cebola, conjuntivite alérgica ou infecciosa, lesão ou cisco no olho, triquíase (pestanas crescidas para dentro), entrópio ou ectrópio (pálpebra inferior virada para dentro ou para fora, respectivamente).

Existem ainda muitas outras causas que fazem aumentar a produção de lágrimas. Entre elas estão a infecção e a úlcera da córnea, caroços que podem crescer na borda da pálpebra, problema com glândulas de Meibomian (glândulas nas pálpebras) e uso de certos medicamentos.

Vejamos que caminhos percorrem normalmente as lágrimas. Elas são produzidas pelas glândulas lacrimais, que ficam no ângulo externo superior dos olhos e escoadas para os olhos, para cumprir suas finalidades. Depois de ter realizado sua função, elas precisam ser escoadas para algum local. Normalmente, elas fazem isso pelos canais lacrimais, um pertuito que liga os espaços oculares às fossas nasais. Quando essa via está obstruída, as lágrimas transbordam as pálpebras e rolam pelo rosto. Isso é a epífora.

A epífora pode desenvolver-se em qualquer idade, mas é mais comum nos bebês com menos de 12 meses ou nos idosos com mais de 60 anos. Ela pode afetar um ou ambos os olhos ao mesmo tempo. As lágrimas estagnadas no espaço ocular aumentam o risco de infecções e o olho então produzirá um líquido pegajoso, tornando o problema ainda pior. A infecção também pode levar à inflamação no lado correspondente do nariz.

O diagnóstico de epífora é eminentemente clínico e se baseia na história médica do paciente e na observação das pálpebras. O corante de fluoresceína pode ser usado para detectar o refluxo de lágrimas pressionando o canalículo de escoamento.

Como regra geral, o problema pode ser tratado de forma eficaz. Se a epífora é causada por ectrópio ou entrópio, deve ser feito o reparo cirúrgico da pálpebra. Também é necessário fazer irrigação e lavagem do ducto lacrimal. Em lactentes, quando há defeitos do ducto nasolacrimal, pode ser utilizada uma sonda temporária ou permanente. Há ainda a possibilidade de um procedimento cirúrgico (dacriocistorrinostomia) para ligar o saco lacrimal à mucosa nasal para, assim, restaurar a drenagem lacrimal.

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