Para avaliar as evidências existentes sobre as associações entre o consumo de café e os múltiplos resultados de saúde, foi realizada uma revisão de meta-análises de estudos observacionais e de intervenção.
As fontes de dados utilizadas foram PubMed, Embase, CINAHL, Cochrane Database of Systematic Reviews e rastreio de referências.
Os critérios de elegibilidade para a seleção das meta-análises de estudos observacionais e de estudos de intervenção que examinaram as associações entre o consumo de café e qualquer resultado em saúde, em qualquer população adulta, incluíram todos os países e todos os parâmetros.
A revisão identificou 201 estudos de pesquisa observacional com 67 resultados únicos de saúde e 17 estudos de pesquisa intervencionista com nove resultados únicos.
O consumo de café foi mais frequentemente associado a benefícios do que a prejuízos em saúde, incluindo o consumo elevado versus baixo ou o consumo de qualquer vs nenhuma quantidade e também do consumo de uma xícara a mais ao dia.
Houve evidência de uma associação não linear entre o consumo e alguns resultados, com estimativas resumidas que indicam a maior redução do risco relativo à ingestão de três a quatro xícaras por dia versus nenhuma xícara ao dia, incluindo mortalidade por todas as causas, mortalidade cardiovascular e doenças cardiovasculares.
O consumo alto versus baixo foi associado a um risco 18% menor de câncer incidente.
O consumo também foi associado a um menor risco de vários tipos específicos de câncer e condições neurológicas, metabólicas e hepáticas.
As associações prejudiciais foram largamente anuladas por ajustes adequados para o tabagismo, exceto na gravidez, onde o consumo alto versus baixo/nenhum consumo foi associado ao baixo peso ao nascer, nascimento prematuro e perda gestacional.
Havia também uma associação entre o consumo de café e o risco de fraturas em mulheres, mas não em homens.
Concluiu-se nesta revisão que o consumo de café parece geralmente seguro dentro dos níveis habituais de ingestão, com estimativas resumidas que indicam a maior redução de risco para o consumo de três a quatro xícaras de café por dia para vários resultados de saúde, e que o consumo é mais propenso a levar a benefícios à saúde do que a prejuízos.
São necessários ensaios controlados aleatórios robustos para entender se as associações observadas são causais.
É importante notar que, fora da gravidez, as evidências existentes sugerem que o café pode ser testado como uma intervenção sem risco significativo de causar danos.
Mulheres com risco aumentado de fratura devem ser excluídas.
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