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sexta-feira, 26 de maio de 2017

Anafilaxia - Reação anafilática


A anafilaxia é uma reação alérgica generalizada, abrupta e severa a uma determinada substância, nesse caso chamada de “alergeno”, para a qual o organismo esteja previamente sensibilizado. O tipo mais grave de anafilaxia, o choque anafiláctico, termina geralmente em morte, caso não seja imediatamente tratado. Nesses casos, diferentes tecidos do corpo liberam histamina e outras substâncias que causam uma verdadeira “tempestade” fisiológica que desorganiza todo o funcionamento orgânico, gerando vários sintomas.

Certas substâncias, quando introduzidas no organismo, podem provocar uma reação semelhante que, quando a sua base imunológica não pode ser comprovada, é dita anafilactoide. Nesses casos não se comprova a participação de anticorpos e, sendo assim, não se trata de uma reação alérgica.

A reação anafilática pode ser provocada por quantidades minúsculas de substâncias alergênicas. As mais comuns são certos alimentos, alguns medicamentos, picadas de insetos, exercícios físicos, transfusões de sangue ou derivados. A reação anafilática se desencadeia rapidamente quando o alergeno alcança a corrente sanguínea, reagindo com seu respectivo anticorpo.

Os sintomas da anafilaxia costumam ocorrer em poucos minutos após a exposição a um alergeno. Eles podem incluir graves dificuldades respiratórias e asfixia, hipotensão, devido à dilatação dos vasos sanguíneos, síncope, coma, urticária e angioedema devidos à saída de líquido através das paredes dos vasos, coceiras, edema de faringe e/ou laringe, espasmos uterinos, náuseas, vômitos, diarreia, entre outros. As crises mais fortes são caracterizadas pela diminuição da pressão arterial, taquicardia, distúrbios da circulação sanguínea, acompanhada ou não de edema de glote. Pode haver uma desregulação do funcionamento do coração e o indivíduo pode entrar em estado de choque. Alguns medicamentos, como a morfina, contrastes de radiografias e aspirina, entre outras substâncias químicas, podem causar uma reação semelhante, mas não igual, à anafilaxia, chamada reação anafilactoide, entretanto, os sintomas, o risco de complicações e o tratamento são iguais em ambos os tipos de reações.

O diagnóstico tem de ser feito prontamente, de maneira clínica, baseando-se na história clínica do paciente, para que o tratamento possa iniciar-se com rapidez. Deve-se procurar pela história de exposição às substâncias capazes de produzir anafilaxia, que, contudo, pode não ser clara, e associá-la com as manifestações clínicas pertinentes. Posteriormente, os exames de laboratório mostrarão: aumento dos leucócitos e do hematócrito, hemoconcentração, eosinofilia, alterações do eletrocardiograma com arritmias cardíacas, aumento sérico das enzimas cardíacas, alterações pulmonares.

É um diagnóstico delicado, devido à necessidade de decisões rápidas, e o quadro poder ser confundido com crise de ansiedade, asma brônquica, broncoespasmos ou edema de glote de outras etiologias, choque cardiogênico, corpo estranho nas vias aéreas superiores, hipovolemia, embolia pulmonar e reflexo vasovagal.

Os primeiros socorros no choque anafilático consistem em manter permeáveis as vias aéreas, o que pode demandar cuidados médicos avançados e ventilação assistida, se a vítima parar de respirar. O tratamento médico deve ser feito com injeção intramuscular, subcutânea ou intravenosa de epinefrina (adrenalina), anti-histamínicos, corticosteroides e, se necessário, administração de oxigênio ou intubação traqueal (procedimento pelo qual o médico introduz um tubo rígido na traqueia, mantendo-a permeável para a inalação), sempre sob estrita vigilância médica. Se o angioedema for tão profuso que impeça a intubação, uma traqueotomia de emergência pode ser requerida. Como em casos de hipotensão severa pode ser difícil acessar uma veia, a epinefrina pode ser administrada por instilação endotraqueal. O tratamento deve visar também a reação de hipersensibilidade, além dos sintomas.

Pacientes propensos à anafilaxia ou que já tenham sofrido um episódio anterior devem portar um recipiente com adrenalina, para ser administrada de emergência por um leigo ou por eles mesmos, enquanto aguardam socorro médico.

A anafilaxia pode evoluir rapidamente, dentro de um a dois minutos, e resultar em colapso, convulsões, incontinência urinária, perda de consciência ou um súbito ataque cerebral.

A anafilaxia pode ser fatal se não for realizado rapidamente o tratamento adequado. Quando ele é feito, geralmente a resposta é boa e a recuperação é completa.

Se o agente causador de uma crise puder ser identificado, o paciente deve ser orientado para evitar outras reações posteriores.

A anafilaxia pode gerar complicações potencialmente mortais: bloqueio do fluxo de ar, parada cardíaca e/ou respiratória e choque.

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