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sábado, 24 de dezembro de 2016

Lesões da medula espinhal


Lesões da medula espinhal são danos causados à medula espinhal que implicam em alterações da sua função, de modo temporário ou permanente. Estas alterações interrompem total ou parcialmente o trânsito de impulsos nervosos e se traduzem em perda da função motora muscular, das sensações ou da função autonômica em partes do corpo abaixo do nível da lesão.

As lesões podem ocorrer em qualquer nível da medula (cervical, torácica, lombar e sacra) e podem ser classificadas como lesão completa (perda total da sensação e da função muscular) ou incompleta (alguns sinais nervosos ainda são capazes de atravessar a área lesionada). As lesões incompletas da medula espinal, por sua vez, podem gerar: (a) síndrome do cordão central, (b) síndrome do cordão anterior e (c) síndrome de Brown-Séquard.

Há, basicamente, três tipos de causas de lesões medulares:

1.Forças mecânicas (traumáticas e não traumáticas).
2.Tóxicas.
3.Isquêmicas (por falta de fluxo sanguíneo).

Na maioria dos casos, os danos à coluna resultam de traumas físicos, tais como acidentes de carro, tiro, quedas ou lesões esportivas, mas também pode resultar de causas não-traumáticas, como infecção, fluxo sanguíneo insuficiente e tumores.

As lesões da medula podem interromper total ou parcialmente o fluxo de estímulos nervosos. Nesse último caso, (1) a síndrome gerada pela interrupção do cordão central quase sempre resulta de lesão da medula cervical; (2) a síndrome devida a danos na porção frontal pode ser causada por fraturas ou luxações de vértebras ou hérnia de discos e (3) a síndrome de Brown-Séquard ocorre quando a medula espinhal é lesada em um dos lados muito mais do que o outro.

Dependendo da localização e gravidade dos danos à medula, os sintomas podem variar amplamente, desde dor ou dormência até paralisia muscular e incontinência esfincteriana. Se a lesão espinhal for completa, todas as funções abaixo da área lesada são perdidas; se for incompleta, a função motora ou sensorial abaixo do nível de lesão podem ficar preservadas em parte.

Na síndrome do cordão anterior, abaixo do nível de lesão, a sensação de dor e de temperatura são perdidas, enquanto senso de toque e propriocepção continuam intactos.

Na síndrome de Brown-Séquard é raro que a medula espinhal seja verdadeiramente hemisseccionada (inteiramente seccionada em um lado), mas lesões parciais são comuns. No lado da lesão, o corpo perde a função motora, a propriocepção e os sentidos de vibração e toque. No lado oposto da lesão, há uma perda de sensações de dor e de temperatura.

A síndrome do cordão posterior é observada em casos de mielopatia crônica ou em infarto da artéria espinhal posterior e causa a perda de propriocepção e sensação de vibração abaixo do nível de lesão, enquanto a função motora e a sensação de dor, temperatura e toque permanecem intactas.

Os danos à coluna vertebral podem ser diagnosticados por radiografias, tomografia computadorizada ou ressonância magnética que pode também determinar onde eles estão localizados. A tomografia computadorizada ou ressonância magnética podem fornecer mais detalhes que as radiografias, permitindo um diagnóstico mais preciso.

Uma avaliação neurológica pode ajudar a determinar o grau e o nível de comprometimento da medula. Outros exames de laboratório podem ajudar a determinar a natureza da lesão.

O tratamento das lesões da medula espinhal deve começar com a estabilização da coluna vertebral e controle da inflamação, se houver, para evitar maiores danos. Outras intervenções podem variar do repouso à cirurgia. Em alguns casos, é necessária uma terapia física e ocupacional de longo prazo, especialmente se interferirem com atividades da vida diária. A reabilitação funcional pode envolver profissionais de várias áreas e tomar um longo tempo.

A evolução varia desde a recuperação completa, em raros casos, até a tetraplegia permanente em lesões no nível do pescoço.

Esforços para prevenir as lesões de medula incluem medidas individuais, tais como o uso de equipamentos de segurança, medidas de proteção e utilização de regulamentos de segurança no esporte e no trânsito.

As complicações que podem ocorrer após a lesão incluem atrofia muscular, feridas de pressão, infecções e problemas respiratórios, como edema pulmonar e deficiência respiratória, além de atrofias musculares e paralisias.

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