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sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Dores de crescimento
As dores do crescimento são sensações dolorosas recorrentes, sem uma causa específica, que recebem esse nome por se manifestarem especialmente entre 3 e 8 anos de idade, uma fase crucial do desenvolvimento físico. Apesar desse nome, não há evidência de que estejam relacionadas com surtos de crescimento. Estima-se que de 5% a 15% das crianças, ou ainda mais, enfrentam esse problema pelo menos uma vez na vida. Pesquisas realizadas em universidades estrangeiras chegam a apontar prevalências de 40%.
As causas exatas das dores do crescimento não são conhecidas. No entanto, há várias teorias que procuram explicar o problema. Entre elas, (1) a de que os ossos cresceriam mais rápido do que os músculos e tendões, sobrecarregando-os; (2) a de que haveria uma fadiga muscular, provocada pelo excesso de atividade física e de brincadeiras ao longo do dia, agravadas pelo estresse e (3) a de que há um fator hereditário envolvido, já que a maioria dos pais de crianças com o problema também o enfrentaram na infância.
As dores do crescimento variam de uma criança para outra, mas, em geral, acontecem mais ou menos uma vez por semana, ao longo de cerca de um ano. Elas manifestam-se principalmente nos membros inferiores, localizadas nas panturrilhas, atrás dos joelhos e nas coxas. Em alguns casos, podem afetar simultaneamente também os braços. Um grande número de crianças apresenta, associadamente, dor de cabeça.
Tipicamente as dores do crescimento aparecem no final da tarde ou começo da noite, quando a musculatura relaxa e esfria, após um dia de atividades, embora possam se manifestar mais tarde e algumas crianças chegam mesmo a acordar chorando. As dores do crescimento não desencadeiam outros sintomas, além da dor. Se a acriança apresentar febre, inchaço, vermelhidão, perda do apetite, apatia, cansaço ou mancar, possivelmente apresenta alguma outra doença.
Normalmente, o exame clínico é suficiente para o diagnóstico, levando em conta a história médica e a faixa etária da criança, com a exclusão de quaisquer outras causas. Durante a consulta, o médico deve examinar o corpo a criança em busca de indícios como inchaço, manchas e aumento da temperatura local, que estão por trás de outras doenças, como as patologias inflamatórias. Se ele julgar necessário, solicitará exames complementares de sangue ou de imagem, cujos resultados negativos confirmarão ainda mais o diagnóstico, por exclusão de outras motivações para as dores.
As doenças que mais facilmente podem ser confundidas com as dores do crescimento são a fibromialgia e a síndrome da hipermobilidade articular, que surge em crianças com maior frouxidão dos ligamentos, após atividades como balé, ginástica olímpica ou outras, que distendam excessivamente as articulações.
Como existe chance da dor de crescimento ser confundida com os sintomas de alguns tumores ósseos, o pediatra ou o ortopedista deve ser sempre consultado, para descartar esta possibilidade.
Em muitos casos basta conversar com a criança e tranquilizá-la. Fazer massagens com álcool gel ou aplicar uma bolsa de água morna na região dolorida também ajuda. Se esses recursos não funcionarem, deve-se recorrer aos exercícios de alongamento, preferencialmente orientados por um fisioterapeuta ou à natação. Em situações raras, analgésicos podem ser prescritos.
Quase sempre os sintomas ocorrem em surtos e regridem espontaneamente. O frio, o estresse agudo e os exercícios físicos intensos impedem a musculatura de relaxar e, por isso, intensificam a sensação dolorosa.
Não há uma maneira definida de prevenir as dores do crescimento, no entanto, pensa-se que evitar situações estressantes para a criança e estimular a prática de atividades físicas de baixo impacto, que fortaleça a musculatura, possam minimizar essas dores.
Normalmente, as dores do crescimento não comprometem as atividades cotidianas da criança, mas se isso acontecer, o médico deve ser consultado para descartar outras condições.
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