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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Nutrição Enteral


Nutrição enteral é a administração de alimentos feita através de uma sonda posicionada no estômago, no duodeno ou no jejuno, quando a alimentação pela boca é insuficiente ou impossível. Os alimentos devem estar sob a forma líquida e conter o mesmo valor nutricional que uma alimentação normal e equilibrada. A nutrição enteral ajuda a manter um estado nutricional adequado, evitando assim a perda de peso e uma maior vulnerabilidade às infecções. A nutrição enteral pode ser feita em ambiente hospitalar, domiciliar ou ambulatorial, objetivando a produção ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas do organismo.

A nutrição enteral deve ser feita em todas as condições em que a pessoa não consiga tomar normalmente os alimentos por via oral, por alguma condição mecânica ou psíquica anormal da deglutição. Isso pode acontecer em situações como estado de coma, sequela de um acidente vascular cerebral, uma doença desmielinizante, anorexia mental, atresias ou tumores esofágicos, debilidade acentuada, estados depressivos graves, politraumatismos, algumas doenças intestinais, fístulas digestivas, queimaduras graves que exigem maior aporte nutricional que o normal, broncoaspiração, náuseas e vômitos em pacientes com gastroparesia e desordens que requerem administrações especiais. Em crianças pequenas pode ainda haver outras indicações.

A nutrição enteral não deve ser praticada em casos de obstrução intestinal, íleo paralítico, instabilidade hemodinâmica, sangramentos do trato gastrointestinal, vômitos ou diarreias frequentes, fístulas intestinais, pancreatite grave e inflamações do trato gastrointestinal.

A nutrição enteral é feita por meio de uma sonda que deve ser introduzida no organismo do paciente e fixada corretamente. O ponto de inserção da sonda deve ser mantido limpo e seco. A eleição da via de acesso da sonda para a nutrição enteral depende da duração prevista para esse tipo de alimentação, do grau de risco de aspiração ou deslocamento da sonda e da presença ou ausência de digestão e absorção normais. Além disso, deve-se levar em conta se uma intervenção cirúrgica está ou não planejada, bem como questões ligadas às condições do alimento a ser administrado.

Na colocação nasogástrica, a sonda é passada desde o nariz até atingir o estômago; a sonda nasoentérica vai até o intestino delgado; na gastrostomia ou jejunostomia um pertuito é feito na pele, na altura desses órgãos, pelo qual a sonda é passada.

O alimento pode ser administrado em bolo, por meio de injeção com seringa. Também pode ser administrado de forma intermitente, usando a força da gravidade para gotejamento ou de uma maneira contínua, utilizando uma bomba de infusão. Periodicamente, deve ser administrada certa quantidade de água potável, de acordo com as necessidades do paciente.

Na nutrição enteral a flora intestinal se mantém íntegra, o processamento intestinal dos nutrientes estimula fatores hormonais tróficos e reduz os crescimentos bacterianos. A alimentação intragástrica é preferível em relação à intraduodenal ou intrajejunal, sempre que possível, porque o estômago tolera melhor a alimentação que o intestino delgado, aceita maiores sobrecargas alimentares que o intestino delgado e recebe mais facilmente as refeições intermitentes. As sondas nasogástricas também são mais fáceis de posicionar que as nasoduodenais.

A nutrição enteral é preferível à nutrição parenteral e deve ter prioridade absoluta sobre ela, sempre que possível. Ela é uma metodologia mais próxima da alimentação fisiológica normal.

A nutrição enteral pode ser complicada por obstrução da sonda, deslocamento acidental da sonda, erosão e outros danos nasais, sinusite, rouquidão, otite, esofagite, ulceração, estenose esofágica, ruptura de varizes de esôfago, fístula traqueoesofágica, complicações pulmonares como pneumonia, pneumotórax, etc.

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