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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Hepatite B


A hepatite B é uma doença infecciosa crônica que ataca o fígado, causada por um vírus transmitido principalmente pelo contato sexual ou por agulhas infectadas e que pode progredir para cirrose hepática ou câncer do fígado.

A hepatite B é causada pelo vírus da hepatite B ou HBV, que desencadeia um processo inflamatório crônico. O vírus pode ser transmitido de doentes ou de portadores assintomáticos para outras pessoas através do sangue, saliva, sémen, secreções vaginais e do leite materno. O contágio pode ocorrer por meio de contato sexual (por isso a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível); de agulhas contaminadas; diretamente da mãe para o feto, durante o parto; através de pequenos ferimentos na pele ou nas mucosas e por transfusões de sangue.

A transmissão do vírus HBV é muito mais fácil que a do HIV (vírus causador da AIDS), já que ele persiste por mais tempo fora do corpo e é capaz de sobreviver no ambiente por até uma semana. No entanto, pode ser facilmente destruído por uma lavagem cuidadosa ou através de esterilização pelo calor.

Em 25% dos casos, depois de um período de incubação de 30 a 180 dias, e de infecção de 2 a 12 meses, surge uma hepatite aguda caracterizada por:

•Icterícia
•Febre
•Falta de apetite
•Mal-estar
•Urina cor de vinho ou de coca-cola
•Náuseas
•Comichão
•Urticária
•Rash cutâneo

Estes sintomas podem durar de 2 a 12 semanas e depois disso, na dependência da resposta do sistema imunitário, o doente pode curar-se. Essa forma aguda pode passar despercebida, pela suavidade dos sintomas ou porque a doença permanece assintomática. Por outro lado, se a resposta for muito agressiva, pode ocorrer uma forma fulminante de hepatite B, que culmina na morte. Se a resposta for insuficiente, o indivíduo pode tornar-se portador crônico e ser assintomático durante muitos anos (75% dos casos). Na maioria das vezes, quando esses pacientes procuram o médico já há sinais de insuficiência hepática crônica, como icterícia, aumento do baço, ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal) e encefalopatia hepática. Dentre esses pacientes, alguns se tornam permanentemente portadores sem sintomas, outros têm uma hepatite não progressiva e apenas em alguns se desenvolve um curso gradualmente evolutivo da enfermidade.

O diagnóstico da hepatite B se faz através da detecção de anticorpos contra a doença. Contudo, deve-se procurar diferenciar aqueles que já tiveram a doença aguda e estão curados daqueles que ainda têm uma hepatite crônica ativa. Para isso, são usadas técnicas elaboradas de detecção de diferentes antígenos e anticorpos que surgem em diferentes estágios da doença. Também deve proceder-se a exames de sangue para determinar o valor das transaminases hepáticas. Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma biópsia de fígado, para fechar o diagnóstico.

Não há tratamento eficaz para a hepatite B. A única medida eficaz contra ela é a prevenção pela vacina.

Na maioria dos casos, o tratamento tem o objetivo de aliviar os sintomas e procura evitar possíveis complicações. Não há consenso sobre a indicação de medicamentos antivirais na fase aguda. Os portadores da forma crônica, por seu lado, nem sempre demandam tratamento imediato, mas quando ele se faz necessário, existem remédios que inibem a replicação do vírus e atuam no controle da resposta inflamatória.

Inicialmente os hepatócitos (células do fígado) atingidos conseguem se regenerar, mas se os danos são repetidos a produção de tecido conjuntivo fibroso leva à cirrose e à insuficiência hepática. A replicação aumentada dos hepatócitos aumenta a probabilidade de ocorrer um carcinoma hepatocelular (câncer de fígado), já que a maioria das mutações genéticas que resultam no câncer ocorre durante a multiplicação celular. A evolução dessa forma da doença depende de fatores como a proliferação do vírus, a resposta imunológica, o consumo de álcool e a eventual infecção por outros vírus.

Uma das maneiras de prevenir a hepatite B é a vacina. Ela é constituída pelos antígenos HBs, sem nenhuma partícula viral. Em virtude de ser muito amplo o espectro de pessoas susceptíveis, a vacina deve ser tomada por todo mundo, em três doses: a segunda dose deve ser dada 30 dias após a primeira e a terceira dose seis meses depois da primeira. Prioritariamente, ela deve ser aplicada a recém-nascidos e crianças que não foram vacinadas ao nascer, a adultos com vida sexual ativa, a pessoas que convivem com pacientes com a enfermidade, a pessoas que necessitam transfusões de sangue frequentes ou que tenham que se submeter à hemodiálise, aos usuários de drogas injetáveis, aos profissionais de saúde, aos doadores de órgãos, aos policiais, manicures e podólogos, aos portadores de HIV e de imunodeficiências e às vítimas de abuso sexual. Em doentes, a única prevenção é a abstinência de comportamentos de risco (sexo promíscuo e uso de seringas partilhadas) e o uso sistemático de camisinhas nas relações sexuais.

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