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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Hepatite A


A hepatite A é uma infecção virótica aguda do fígado que evolui para uma cura espontânea em mais de 90% dos casos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) são registrados 1,4 milhão de novos casos da doença no mundo, todos os anos. No Brasil, entre 2000 e 2011, foram diagnosticados mais de 138 mil casos de hepatite A. Sua incidência é maior nos locais com saneamento básico precário, por isso a região nordeste do Brasil concentra o maior número de casos de hepatite A, seguida pela região norte.

A hepatite A é causada pela ingestão de água ou alimentos contaminados com matéria fecal contendo o vírus da hepatite A (VHA). Esse vírus pode sobreviver fora do corpo por até quatro horas e resiste a temperaturas de até 20 C negativos. Outra forma de transmissão do vírus decorre do fato de alguém infectado com o vírus manipular alimentos sem lavar as mãos após usar o banheiro e entre crianças que levam os brinquedos e as mãos à boca, podendo, dessa forma, ingerir o vírus.

O período de incubação do vírus da hepatite A é de duas a quatro semanas. As pessoas com hepatite A podem ser sintomáticas ou assintomáticas. Os sintomas podem ainda ser tão leves que passam despercebidos ou são confundidos com os de outras viroses. Os principais sinais e sintomas notáveis da hepatite A são: fadiga, náuseas e vômitos, dor abdominal, perda de apetite, febre baixa, urina escura, dores musculares e icterícia (pele e olhos amarelados). No entanto, apenas uma minoria de pacientes apresenta esses sintomas.

A suspeita diagnóstica de hepatite A deve partir dos sinais e sintomas e a confirmação do diagnóstico deve ser feita por meio da detecção de anticorpos contra o vírus no sangue ou pela presença de seus fragmentos nas fezes.

Não existe um tratamento específico para a hepatite A, mas o manejo adequado dos sintomas, por meio de medicamentos e de outros recursos, pode acelerar a recuperação. O paciente deve fazer repouso relativo, comer pequenas quantidades de alimentos leves, várias vezes por dia, que aliviem o fígado de um trabalho pesado. O eventual consumo de álcool deve ser totalmente abolido, pelo menos até três meses após a doença.

Existe uma vacina contra hepatite A que protege contra a infecção do vírus. As pessoas que residem na mesma casa que o paciente infectado devem ser vacinadas. O paciente que saiba ser portador da hepatite A deve evitar transmiti-la a outras pessoas, evitando contatos sexuais, higienizando bem as mãos e evitando cozinhar. A pessoa que tenha sido infectada desenvolve imunidade contra a doença por toda a vida.

Quase sempre a doença dura dois meses ou menos, mas em casos mais raros pode persistir por até seis meses. Mais raramente ainda a hepatite A pode apresentar uma forma grave, fulminante, que pode levar ao óbito. No entanto, a maioria dos casos cura-se espontaneamente, sem deixar sequelas.

Os sintomas da hepatite podem reaparecer depois de terem desaparecido. Em raros casos a hepatite A pode causar insuficiência hepática aguda. Embora em geral seja de curso benigno, a hepatite A é potencialmente grave. Uma das formas que pode assumir é a de uma hepatite fulminante.

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