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quarta-feira, 20 de julho de 2016

Doping no esporte: um desafio em competições de alto nível


O doping, na maior parte das vezes, vale-se de substâncias estimulantes da força, agilidade ou coordenação. O uso de substâncias estimulantes ou entorpecentes para uso tanto na vida diária, nos rituais religiosos e nas competições se confunde com a história da humanidade. Mas estritamente falando, chama-se “doping” ao uso de drogas para melhorar artificialmente o desempenho do atleta em esportes competitivos.

O uso dessas drogas é considerado antiético e proibido pela maioria das organizações desportivas internacionais, incluindo o Comitê Olímpico Internacional (COI). Entretanto, só na década de 1920 o doping nos esportes passou a ser uma preocupação dessas entidades. Os primeiros atletas a serem punidos por doping o foram pela Associação Internacional de Federações de Atletismo, em 1928, mas só 1968 o exame antidoping passou a ser obrigatório nos Jogos Olímpicos.

Quanto à origem do termo doping há várias teorias. Pode ser que ele seja derivado de “dop”, bebida alcoólica estimulante usada no século XVIII, na África do Sul, ou que venha da palavra “doop”, da gíria americana que descreve ladrões dopados por substâncias que causam sedação, alucinações e confusão. Em 1889, a palavra "dope" foi usada para uma preparação de ópio para fumar e durante a década seguinte foi estendida a qualquer entorpecente e posteriormente definida como preparação destinada a influenciar o desempenho dos cavalos de corrida.

As razões para a proibição do uso de certas substâncias pelos atletas são várias: elas fraudam a igualdade de oportunidades para os atletas e maculam o efeito exemplar do desporto para o público, além de representarem riscos à saúde dos atletas. Os efeitos colaterais de algumas delas (os esteroides anabolizantes, por exemplo) incluem alterações desfavoráveis nos níveis de colesterol e podem causar acne, aumento da pressão arterial e dano hepático. Em 1966, os órgãos que regulam o ciclismo e os responsáveis pelo futebol foram os primeiros a introduzir testes de doping em seus respectivos campeonatos mundiais.

Algumas substâncias e métodos considerados dopantes são também usados com finalidades médicas ou estéticas. A fronteira entre o uso medicinal ou dopante de uma substância nem sempre é fácil de ser estabelecida. Muitos atletas flagrados em exames antidoping de urina ou de sangue afirmam não saberem dos efeitos dopantes de certas substâncias e de tê-las usado por razões médicas.

As principais substâncias consideradas dopantes e proibidas pela Agência Mundial Antidoping podem ser agrupadas nas seguintes categorias:

1.estimulantes, que reduzem a fadiga e aumentam a adrenalina;
2.analgésicos e narcóticos, que diminuem a sensação de dor;
3.esteroides anabólicos, que aumentam a força muscular;
4.diuréticos, usados para controlar o peso e também para mascarar o doping por outras substâncias;
5.betabloqueadores, que diminuem a pressão arterial do atleta e são usados em competições de tiro e arco e flecha para manter estáveis as mãos do atleta;
6.hormônios peptídeos e análogos, que aumentam o volume e a potência dos músculos;
7.corticosteroides que mascaram diversas lesões orgânicas, sobretudo de natureza inflamatória.

Novas substâncias e métodos vêm sendo incluídas como dopantes, a cada ano. Uma forma especial de doping consiste em o atleta fazer-se transfundir com o próprio sangue, anteriormente retirado dele, o que aumenta a oxigenação de seu sangue. Alguns cientistas apontam para a possibilidade de que, através de alteração genética, se pode, por exemplo, aumentar a produção de hormônios.

O controle do doping é feito através do exame de uma amostra de urina e/ou de sangue do atleta, imediatamente após o fim de uma competição, o que é chamado de exame antidoping. Também podem ser realizados exames de surpresa nos atletas. Muitos atletas e instituições esportivas têm tido suas conquistas ou medalhas canceladas em virtude da constatação de doping posterior às suas conquistas.

Um método introduzido para auxiliar a detecção do doping por transfusões é o chamado “passaporte biológico”. Ele é um documento eletrônico sobre o atleta que contém certos dados marcadores de toda a sua carreira. Se estes dados mudarem dramaticamente, eles alertarão para a possibilidade de que o atleta possa estar usando doping.

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