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terça-feira, 19 de julho de 2016

Dez fatores de risco potencialmente modificáveis associados a cerca de 90% dos AVCs


O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de morte e incapacidade, especialmente nos países de rendas baixa e média.

No estudo "INTERSTROKE", com publicação online pelo periódico The Lancet, buscou-se quantificar a importância dos fatores de risco potencialmente modificáveis para o AVC em diferentes regiões do mundo, em populações-chave, e os principais subtipos patológicos de acidente vascular cerebral.

Pesquisadores canadenses concluíram um estudo de caso-controle, internacional, em 32 países na Ásia, América, Europa, Austrália, Oriente Médio e África.

Os casos foram pacientes com primeiro AVC agudo (dentro de cinco dias do início dos sintomas e 72 horas de internação). Os controles foram baseados em indivíduos da comunidade ou no hospital, sem história de acidente vascular cerebral e que foram pareados aos casos, recrutados na proporção de 1:1, por idade e sexo. Todos os participantes completaram uma avaliação clínica e forneceram amostras de sangue e urina. O odds ratio (OR) e os riscos atribuíveis à população (PARs) foram calculados, com intervalos de confiança de 99%.

Entre 11 de janeiro de 2007 e 08 de agosto de 2015, 26.919 participantes foram recrutados em 32 países [13.447 casos (10.388 com acidente vascular cerebral isquêmico, 3.059 com hemorragia intracerebral) e 13.472 controles].

História prévia de hipertensão ou pressão arterial igual ou superior a 140/90 mmHg, atividade física regular, relação entre apolipoproteína (apo) B/ApoA1, dieta saudável, relação cintura-quadril, fatores psicossociais, tabagismo atual, doenças cardíacas, consumo de álcool e diabetes mellitus foram associados com todos os acidentes vasculares cerebrais.

Em conjunto, esses fatores de risco foram responsáveis por 90,7% dos riscos atribuíveis à população para todos os AVCs em todo o mundo (91,5% para acidente vascular cerebral isquêmico e 87,1% para hemorragia intracerebral) e foram consistentes em todas as regiões (variando de 82,7% na África a 97,4% no sudeste da Ásia), sexo (90,6% nos homens e nas mulheres) e faixas etárias (92,2% em pacientes com idade ≤55 anos e 90,0% em pacientes com idade >55 anos).

A hipertensão foi mais associada à hemorragia intracerebral do que aos acidentes vasculares cerebrais isquêmicos, enquanto tabagismo, diabetes, apolipoproteínas e doenças cardíacas foram mais associadas aos acidentes vasculares cerebrais isquêmicos (p<0,0001). Concluiu-se que dez fatores de risco potencialmente modificáveis são coletivamente associados com cerca de 90% dos AVCs em cada grande região do mundo, entre os grupos étnicos, em homens e mulheres e em todas as idades. No entanto, encontrou-se variações regionais importantes para a maioria dos fatores de risco individuais para acidente vascular cerebral, o que poderia contribuir para variações em todo o mundo em frequência e mix de casos de AVCs.




Fonte: The Lancet, publicação online de 15 de julho de 2016

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