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segunda-feira, 9 de maio de 2016

Alveolite pulmonar


A alveolite pulmonar, pneumonite de hipersensibilidade ou alveolite alérgica extrínseca é uma reação inflamatória imune que acomete o interstício pulmonar, bronquíolos e alvéolos pulmonares de indivíduos susceptíveis em virtude de uma hipersensibilidade dos pulmões a substâncias irritantes do ar. A expressão “alveolite alérgica extrínseca” é a que melhor descreve a doença, porque “alveolite” se refere à inflamação dos alvéolos, “alérgica” fala da reação de hipersensibilidade e “extrínseca” indica uma causa externa. O tipo mais comum da doença é conhecido como “pulmão de fazendeiro”, causado pela inalação do mofo do feno.

A alveolite pulmonar é causada, em pacientes susceptíveis, por uma grande variedade de precipitantes orgânicos inalados como finas partículas de aerossol. Entre estes precipitantes encontram-se bactérias, fungos, proteínas animais, proteínas de inseto, amebas e agentes químicos de baixo peso molecular. Ela é mais frequentemente associada a alergenos ocupacionais e por isso é mais comum em homens na faixa dos 30 aos 50 anos, em plena atividade laborativa.

O pulmão acha-se exposto a uma grande variedade de agressores ambientais e responde por meio de um número limitado de mecanismos fisiopatológicos. As pequenas partículas inaladas (entre 1 e 5 mm de diâmetro), se depositam nos espaços aéreos distais e produzem uma resposta inflamatória imunomediada em indivíduos sensibilizados, causando a alveolite. A alveolite reduz a elasticidade dos pulmões, na inspiração e na expiração, e diminui a eficiência do transporte de gás entre os pulmões e os vasos sanguíneos, levando a problemas respiratórios como dispneia e tosse seca. Com a exposição crônica aos antígenos causais, a resposta imune e a inflamação são as causas das mudanças no tecido do pulmão e da ocorrência dos sintomas. Essas doenças apresentam um acentuado comprometimento monocítico–macrofágico e com frequência são acompanhadas pela formação de granulomas.

A alveolite pulmonar pode ser aguda, subaguda ou crônica. A apresentação aguda consiste em sintomas semelhantes a uma infecção respiratória aguda: febre, calafrios, tosse, dor torácica, fadiga e mal-estar. Pode haver dispneia com sibilos, simulando um quadro de hiperreatividade brônquica, cefaleia frontal, dores musculares e dores nas juntas. A forma subaguda pode produzir tosse e falta de ar. Na forma crônica, a pessoa pode formar cicatrizes difusas nos pulmões e até desenvolver fibrose pulmonar. Com a passagem do tempo, agrava-se a dispneia durante exercício físico, a tosse com expectoração, o cansaço e a perda de peso. No entanto, só um número reduzido de pessoas que inalam os pós tóxicos ou contaminados desenvolvem reações alérgicas e só uma pequena parte destas sofrem deteriorações irreversíveis nos pulmões.

Além do histórico médico do paciente, o diagnóstico da alveolite pulmonar pode se valer de uma radiografia do tórax. Um dado diagnóstico importante é a ocupação do paciente e a história de sua exposição aos alergenos. Podem também contribuir para o esclarecimento do quadro as provas de função respiratória, que medem a capacidade pulmonar de retenção de ar; as capacidades inspiratória e expiratória e o exame de sangue para detectar a presença e o tipo de anticorpos. Em casos mais extremos, pode-se efetuar uma biópsia, que pode ser feita durante uma broncoscopia, uma toracoscopia ou uma toracotomia. É importante diferenciar a alveolite de outras condições das vias respiratórias, tais como, infecções, doença pulmonar intersticial, asma, sarcoidose e histoplasmose.

Os casos agudos de alveolite pulmonar, com aflição respiratória, podem exigir a atenção médica de emergência, inclusive com a administração de oxigênio. Em alguns casos, os pacientes respondem bem ao tratamento com corticosteroides. Os casos crônicos frequentemente podem ser controlados por um afastamento do alérgeno suspeitado. Se houver inflamação ou infecção associada, ela deve ser tratada pelos meios próprios. Esses casos respondem de maneira pior aos corticosteroides.

A alveolite pulmonar pode evoluir para insuficiência respiratória.

A maneira mais eficaz de se prevenir contra a alveolite pulmonar é evitar os alergenos que podem causá-la. Nas situações em que isso for impossível, o uso de máscaras protetoras pode contribuir para prevenir a doença ou uma recidiva dela.

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