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segunda-feira, 11 de abril de 2016

Dificuldades escolares: pode ser dislexia?


A dislexia ou alexia adquirida é um transtorno de leitura caracterizado por problemas não relacionados à inteligência geral. A dislexia é a dificuldade de aprendizagem mais comum, afetando 3 a 7% da população, mas estima-se que até 20% das pessoas podem ter algum grau de dislexia não percebida. Os problemas podem incluir dificuldades de soletrar palavras, leituras rápidas e desatentas, dificuldades de escrever palavras ou de pronunciar palavras durante a leitura e dificuldades de compreender o que se lê.

A "Dyslexia Association", da Inglaterra, descreve a dislexia como uma dificuldade de aprendizagem que afeta principalmente as habilidades envolvidas na leitura de palavras precisas e é caracterizada por dificuldades de consciência fonológica, memória verbal e velocidade de processamento verbal. A condição foi identificada pela primeira vez em 1881.

Muitas vezes, essas dificuldades são notadas na escola ou quando alguém que anteriormente podia ler sem problemas perde essa capacidade. As pessoas são afetadas em diferentes graus. As dificuldades são involuntárias e as pessoas com este transtorno têm um autêntico desejo de se corrigir.

A dislexia é considerada um distúrbio cognitivo e não um problema de inteligência. Acredita-se que a causa da dislexia tanto se deva a fatores genéticos quanto ambientais. Muitos casos apresentam uma incidência familiar; outros ocorrem em pessoas com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e são associados a dificuldades similares com números. Alguns casos podem começar na idade adulta, como resultado de lesão traumática do cérebro, acidente vascular cerebral ou demência.

Os mecanismos subjacentes à dislexia são problemas dentro do processamento de linguagem do cérebro. Alguns investigadores têm tentado associar os obstáculos comuns entre os disléxicos ao desenvolvimento anormal de suas células nervosas visuais. Técnicas modernas têm mostrado diferenças funcionais e estruturais nos cérebros de crianças com dificuldades de leitura. Um papel interativo do cerebelo e córtex cerebral, bem como outras estruturas cerebrais, tem sido apontado. No entanto, a teoria do cerebelo não é inteiramente apoiada por estudos de investigações controladas. Investigações sobre as causas genéticas da dislexia têm sido feitas em autópsias post-mortem.

A dislexia é mais frequentemente diagnosticada em homens, mas tem sido sugerido que ela afeta igualmente homens e mulheres. Na infância, ela se expressa por demora em iniciar a fala, dificuldade de distinguir entre esquerda e direita, dificuldades com a direção e distração fácil por ruídos de fundo. A inversão de letras ou palavras e a escrita em espelho por vezes são observadas em pessoas com dislexia, mas não são considerados como características da desordem.

Os transtornos da dislexia e do déficit de atenção e hiperatividade comumente ocorrem em conjunto. As crianças disléxicas podem ter dificuldade em identificar ou gerar palavras que rimam ou contar o número de sílabas numa palavra. Elas também podem apresentar dificuldades na segmentação das palavras em sons individuais ou podem misturar sons ao produzir palavras, indicando reduzida consciência fonêmica.

Dificuldades de nomear as coisas também podem estar associadas com a dislexia. Os disléxicos têm dificuldades de soletrar, um problema chamado às vezes de disortografia ou disgrafia. A dislexia pode persistir na adolescência e idade adulta e acompanhar dificuldades como resumir histórias, memorização, leitura em voz alta ou aprendizagem de línguas estrangeiras. Os disléxicos adultos muitas vezes podem ler com boa compreensão, embora tendam a ler mais lentamente do que as demais pessoas e a ter um desempenho pior em testes de ortografia ou ao ler palavras sem sentido. A dislexia é frequentemente acompanhada por disgrafia (dificuldades com a escrita ou de digitação), transtorno de hiperatividade do déficit de atenção, distúrbio do processamento auditivo e dispraxia (dificuldade na realização de tarefas rotineiras).

A dislexia geralmente é diagnosticada pelo psicopedagogo através de uma série de testes de memória, ortografia, visão e leitura. Ela deve ser distinguida das dificuldades de leitura causadas por um ensino insuficiente e de problemas de audição ou de visão.

O tratamento da dislexia envolve a adaptação dos métodos de ensino para atender às necessidades da pessoa atingida. Se houver problemas subjacentes eles devem ser tratados para diminuir o grau dos sintomas. Através da utilização de terapia e apoio educacional, os disléxicos podem aprender a ler e escrever. Existem técnicas que ajudam a gerenciar os sintomas da doença. A remoção do estresse e da ansiedade só por vezes melhora a compreensão da escrita. A intervenção deve ser o mais precoce possível, enquanto as áreas de linguagem do cérebro ainda estão em desenvolvimento.

As crianças disléxicas requerem instrução especial desde tenra idade. No entanto, existem técnicas que podem ajudar os disléxicos a entender melhor a escrita. O prognóstico, em geral, é positivo para as pessoas identificadas na infância.

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