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quinta-feira, 24 de março de 2016
Exoftalmia?
A exoftalmia, também chamada de exoftalmo, proptose ou exorbitismo (do grego: ex=fora + ophthalmos=olho) é uma condição médica em que o paciente apresenta uma protrusão de um ou dos dois olhos para fora da órbita. A exoftalmia exibe uma proporção maior do que normal da parte branca dos olhos, fazendo os olhos parecerem “arregalados”.
A exoftalmia pode ser uni ou bilateral e cada uma dessas condições têm implicações clínicas diferentes. É bilateral, por exemplo, em casos de doença de Graves e unilateral nos casos de um tumor orbital, por exemplo. A exoftalmia não é uma doença em si, mas sim um sinal de uma doença.
Em geral, a exoftalmia ocorre quando alguma massa tumoral empurra os olhos para frente. A causa mais comum é a doença de Graves, uma doença autoimune que leva ao hipertireoidismo (hiperatividade da glândula tireoide), mas pode ser devida a outros motivos, como outras causas de hipertireoidismo, celulite orbitária, tumores, infecções, sangramento nos olhos, leucemia, hemangioma e desordens vasculares. O glaucoma congênito pode causar a sensação de que os olhos são maiores e, com isso, causar a sensação de que são protuberantes e de que há exoftalmia.
Como a órbita é fechada posterior, medial e lateralmente, qualquer aumento das estruturas localizadas no seu interior fará com que o olho se desloque para frente. Assim, por exemplo, o inchaço ou agrandamento das glândulas lacrimais provoca deslocamento anterior do olho. Nos casos de exoftalmia devida à doença de Graves, o deslocamento do olho é pela deposição de tecido conjuntivo anormal na órbita e músculos extraoculares.
A exoftalmia torna-se mais preocupante quando vem acompanhada de sinais ou sintomas como perda parcial ou total de visão, visão dupla, dor e/ou vermelhidão nos olhos e dores de cabeça. A exoftalmia da doença de Graves provoca uma extrusão bilateral dos olhos. A celulite orbital, por seu turno, normalmente provoca uma proptose unilateral, vermelhidão severa e dor de intensidade moderada a grave, sinusite e uma contagem elevada de glóbulos brancos.
Um tumor intraorbital apresenta uma exoftalmia unilateral com dor severa. A insuficiência aórtica pode ocasionar uma exoftalmia pulsátil. A hemorragia retrobulbar quase sempre é consequente a um trauma da órbita e pode levar à cegueira, se não for tratada rapidamente. De um modo geral, a exoftalmia causa dor, olhos secos, irritação nos olhos, sensibilidade à luz, secreções oculares e derramamento de lágrimas, visão dupla, cegueira progressiva e dificuldade para mover os olhos.
A existência da exoftalmia pode ser reconhecida pela simples inspeção, mas o mais importante é diagnosticar o aparecimento de outros sintomas além das protrusões dos olhos e entender como eles se relacionam com a exoftalmia. Depois do exame físico dos olhos, o médico poderá pedir exames de laboratório para entender melhor a causa da exoftalmia, tais como exame na lâmpada de fenda, testes sanguíneos, dosagem dos hormônios da tireoide e exames de imagens, como tomografia computadorizada e ressonância magnética.
O tratamento da exoftalmia varia segundo as suas causas. Além disso, corticoesteroides podem ser receitados para ajudar no controle da inflamação, se houver. As exoftalmias provocadas por infecções devem ser tratadas com antibióticos. Casos de exoftalmia pela presença de tumores podem necessitar de tratamentos mais invasivos, como por meio de cirurgia ou radioterapia, por exemplo.
Quando a exoftalmia é precocemente detectada, o prognóstico é positivo. No entanto, casos graves e/ou prolongados podem motivar vários danos decorrentes.
Se não for tratada, a exoftalmia pode fazer com que as pálpebras deixem de fechar completamente, o que leva à secura do globo ocular e a danos da córnea. Outra possível complicação é uma vermelhidão ou irritação na área acima da córnea que pode tornar-se inflamada, como resultado do aumento do atrito quando a pessoa pisca. Alguns pacientes com exoftalmia podem sofrer compressão do nervo óptico ou da artéria oftálmica, o que pode, eventualmente, afetar a acuidade visual do paciente, conduzindo à cegueira. Pessoas com exoftalmia ou proptose são mais suscetíveis a desenvolver conjuntivite.
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