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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Zika vírus


O zika vírus foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015. A infecção pelo vírus causa uma febre aguda e sintomas assemelhados à dengue e à febre Chikungunya, embora mais brandos. O zika vírus é transmitido principalmente por mosquitos do gênero Aedes, tais como Aedes aegypti, que também transmite a dengue e a febre Chikungunya.

A doença transmitida pelo zika vírus é caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, dores articulares (artralgias), mialgia e dor de cabeça. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após três a sete dias.

Apesar da doença costumar evoluir de forma benigna, com febre, coceira e dores musculares, ela preocupa pela possibilidade da associação do vírus com outras doenças. Uma epidemia incomum de microcefalia no Nordeste Brasileiro fez suspeitar da relação entre o zika vírus e a enfermidade, embora essa relação nunca tenha sido apontada antes.

A microcefalia é uma condição em que a cabeça e o cérebro das crianças são menores que o normal esperado para o seu estágio de desenvolvimento. Geralmente, ocorre quando a cabeça do bebê recém-nascido a termo é menor que 33 centímetros, em seu perímetro. Isto ocorre porque os ossos da cabeça se unem muito cedo, impedindo que o cérebro cresça normalmente.

A microcefalia é uma doença grave, que não tem cura e que pode levar a problemas significativos do desenvolvimento psicomotor, com atraso mental, déficit intelectual, paralisias, convulsões, autismo e rigidez dos músculos. Até aqui se conhecia várias causas de microcefalia, mas elas não incluíam a infecção materna pelo zika vírus.

O Ministério da Saúde já confirmou a relação do zika com a microcefalia, depois da constatação de um número muito elevado de casos na região Nordeste do Brasil e investiga também uma possível relação da enfermidade com a síndrome de Guillain-Barré.

Como a constatação do vírus é muito recente, ainda não se sabe como o vírus atua no organismo humano, quais mecanismos levam à microcefalia e qual o período de maior vulnerabilidade para a gestante. Por isso, o Ministério da Saúde tem orientado as mulheres grávidas ou com possibilidade de engravidar a procurar evitar as picadas de insetos, evitando horários e lugares com presença de mosquitos, a usar roupas que protejam a maior parte do corpo, usar repelentes e permanecer em locais com barreiras para entrada de insetos como telas de proteção ou mosquiteiros. O que se conhece sobre a relação entre o vírus zika e a microcefalia é insuficiente para determinar se há risco de engravidar logo depois de se curar de uma infecção pelo vírus.

Ainda não há vacina nem tratamento específico para a doença. A doença deve ser tratada sintomaticamente, para controle da febre e da dor. O uso de ácido acetilsalicílico (aspirina) deve ser evitado por causa do risco aumentado de hemorragias. A principal prevenção da febre do zika vírus consiste em evitar a picada pelo mosquito transmissor.

A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença autoimune que ocorre quando o sistema imunológico do corpo ataca por engano partes do próprio sistema nervoso. Isso leva à inflamação dos nervos e provoca formigamentos, fraquezas musculares e até mesmo paralisias de braços, pernas, face e musculatura respiratória. Na maioria dos casos (85%) esses sintomas são transitórios.

Ela pode afetar pessoas de qualquer idade, mas é mais comum entre adultos mais velhos. Geralmente, a doença aparece alguns dias ou semanas após uma infecção do trato respiratório ou digestivo e, raramente, após cirurgia. A relação da enfermidade com alguns tipos de vírus já era conhecida, mas não com o zika vírus. Não existe cura para a síndrome de Guillain-Barré, mas há muitos tratamentos disponíveis para ajudar a reduzir os sintomas, tratar as possíveis complicações e acelerar a recuperação do paciente.

Alguns estados do Nordeste do Brasil que enfrentam infecções pelo vírus zika têm observado um aumento incomum, embora pequeno, dos casos da síndrome de Guillain-Barré. Contudo, a correlação entre o zika vírus e a síndrome de Guillain-Barré ainda não se acha completamente confirmada, embora seja muito provável.

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