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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Estrógenos: algumas considerações


Enquanto a história dos hormônios vai se complexando, cada vez é mais importante conhecê-la. As últimas décadas tornaram-se tão perigosas para nosso delicado sistema endócrino de tal forma que muitos médicos ainda não conseguem perceber. Novas substâncias químicas que geram disfunções hormonais presentes em nosso alimento, no baú de remédios e ao ambiente representam uma ameaça devastadora tanto para os seres humanos como para a vida selvagem. Barradas pela desinformação, pelas lendas e pela propaganda, não é de se admirar que a maioria de nós estejamos completamente confusas sobre nossa saúde pessoal e de nosso ambiente. No entanto como cidadãs informadas, podemos assumir cada vez maiores responsabilidades por nossa saúde e de nossas comunidades.

Este trabalho enfocará o hormônio feminino estrogênio ou estrógeno cujo papel central nesta discussão está relacionado a sua função no organismo e como nós podemos fazer muito mais pelo nosso próprio bem ou prejuízo. Milhares de medicamentos e produtos químicos sintéticos, de largo uso, são estrogênicos por natureza ou em seus efeitos.

São disruptores hormonais e podem afetar seriamente nossa saúde e, muito mais, a de nossos descendentes. Estão conectados com os dramáticos crescimentos de efeitos como a infertilidade, das deformações genitais e dos cânceres de origem hormonal como os de mama e de próstata, bem como com a queda do número de espermatozóides, a hiperatividade e outros distúrbios neurológicos. Observou-se que “os produtos sintetizados pelo homem imiscuem-se em toda a sorte de mensagens hormonais” atingindo duramente as glândulas supra-renais e da tiróide, de acordo com Linda Birnbaum do US Environmental Protection Agency/EPA (Agência norte-americana de proteção ambiental). Níveis deprimidos de hormônios da tiróide foram conectados ao câncer de mama tanto como foi o aumento de estrogênio. [19]

A extensa exposição ao estrogênio, no decorrer da vida (especialmente nas formas sintéticas) é o maior fator de risco à saúde. Em alguns casos, existem escolhas mais seguras, efetivas e naturais de se fazer o balanceamento estrogênico no organismo. Químicos disruptores hormonais no ambiente são uma história bem mais complexa. Almeja-se que te tornes mais habilitada e utilizes estas informações para colocares sérios questionamentos àqueles que lidam com a saúde, a indústria e a administração pública para que investiguem métodos alternativos realmente seguros.

TIPOS DE ESTROGÊNIOS:

Existem quatro tipos de estrogênios:

>> os que ocorrem naturalmente no organismo;
>> os que são sintetizados para serem ingeridos como medicamento;
>> os “xenoestrogênios” ou externos, gerados pelas modernas indústrias químicas e presentes em produtos de uso doméstico;
>> os fitoestrogênios presentes em plantas alimentícias, muitos dos quais promovem importantes benefícios à saúde.

ESTROGÊNIOS NATURAIS.

Algumas das cinqüenta moléculas hormonais conhecidas carregam instruções de mais do que uma dúzia de tecidos e glândulas endócrinas para células distribuídas em todo o corpo para controlarem muitas funções orgânicas, incluindo a reprodução, o desenvolvimento sexual, o crescimento, a manutenção do metabolismo e respostas aos estímulos externos.

Os estrogênios naturais fazem parte de um grupo de vários hormônios esteróides lipossolúveis produzidos, primariamente nos ovários femininos e nos testículos masculinos (mas também em outros centros do organismo) em humanos e outros vertebrados, originários do colesterol ou acetil coenzima-A. Conhecidos como hormônios femininos (presentes mais plenamente nas mulheres), eles não só externalizam as características femininas e controlam os ciclos reprodutivos como geralmente também exercem influência sobre o crescimento, o desenvolvimento e o comportamento. Atuam também nos sistemas imunológico e cardiovascular além de influir na pele, nos ossos, no fígado e mesmo no cérebro, assegurando a normalidade nos sistemas orgânicos. Os estrogênios estimulam o crescimento dos tecidos ao promover a proliferação celular nos órgãos sexuais femininos (seios e útero), aumentando o tamanho das células (como durante a puberdade com o seio feminino e os músculos masculinos), e pela elaboração de proteínas específicas. Nos machos, desempenha um papel secundário em relação aos androgênios, destacadamente o hormônio testosterona que define as características masculinas (muito estrogênio pode feminilizar os machos). O tempo de exposição, no ciclo da vida, aos estrogênios naturais também varia de acordo com a dieta e os exercícios. A partir do estoque de estrogênios na gordura (especialmente abdominal), aumenta a exposição pela obesidade.

Somente três estrogênios estão naturalmente presentes em quantidades significativas: estradiol, estrona e estriol. O estradiol é o hormônio estrogênico mais abundante e potente. É doze vezes mais forte que o estrona e oitenta do que o estriol, um derivativo do estrona. Existem as “boas” e as “más” formas de estrogênios (as “más” podem desencadear o câncer). [5] O organismo busca manter ótimos níveis no sangue através das respostas das glândulas hipotálamo e pituitária aos níveis baixos, estimulando tanto os ovários femininos para secretarem estradiol e progesterona como os testículos masculinos a secretarem testosterona (em excesso transforma-se em estrogênios) até que um certo nível sangüíneo seja alcançado. Este elo de auto-alimentação é influenciado pelo fígado quando metaboliza do sistema, em algum tempo, alguns hormônios naturais desnecessários.

Antes do nascimento, ambos os hormônios, placental e fetal, atuam sobre o desenvolvimento do bebê. Para os machos, após a determinação cromossômica sexual lá pela sétima semana, a masculinização depende do correto suprimento de estímulos hormonais originários dos testículos. Nas fêmeas, os ovários desenvolvem-se do terceiro para o quarto mês quando sintetizarão estrogênios. No entanto quantidades mínimas de substâncias estrogênicas estranhas, em estágios críticos pré-natais, podem interferir nos desenvolvimentos sexual, reprodutivo, comportamental e neurológico. O livro “Our Stolen Future” de Theo Colborn e outros (nt.: publicado no Brasil pela L&PM Editores com o título “O Futuro Roubado”, em 1997), destaca: “ao mesmo tempo em que os hormônios estão conduzindo, pelo menos, alguns aspectos do desenvolvimento sexual, também orquestram o crescimento dos sistemas nervoso e imunológico dos nenês , programando órgãos e tecidos tais como fígado, sangue, rins e músculos com funções diferentes em homens e mulheres ..... Para todos estes sistemas, o desenvolvimento normal depende de haver a correta mensagem hormonal, na quantidade exata, no local adequado e no tempo certo .... Se alguma coisa gera disfunções neste fornecimento durante um período crítico do desenvolvimento, podem ocorrer conseqüências muito sérias para a prole.” Estrogênios e compostos que enganem os receptores estrogênicos são elementos chave em certos estágios, como nos primeiros anos de vida e novamente na puberdade quando uma crítica divisão celular ocorre.

Nas fêmeas, a puberdade, o ciclo menstrual, a gravidez e a menopausa são eventos importantes relacionados aos estrógenos. Em torno dos dez anos, o hipotálamo estimula os ovários a produzirem estrogênio e progesterona que ativam mudanças físicas tais como a formação dos seios, o crescimento dos pelos pubianos, aumentando a altura e o peso além de alterações na pele. Normalmente, a menstruação principia aos doze anos. Hormônios são liberados, em drásticos diferentes níveis, durante o ciclo menstrual de vinte e oito dias. Para os primeiros oito dias indo até o décimo primeiro, os ovários produzem grandes quantidades de estrogênio, declinando no décimo terceiro dia quando a progesterona começa a aumentar e a ovulação acontece (a progesterona causa a libido ovular). Depois de dez ou doze dias se a fertilização não ocorre, a progesterona ovariana cai dramaticamente, desencadeando a menstruação e o ciclo se renova. No entanto, se ocorre a fertilização, um bloqueio do estrogênio precede uma gestação rica em progesterona que mantém a gravidez e matura, permanentemente, as células do seio (a dividir-se mais lentamente). Por vários meses depois do parto, o fluido dos seios tem baixos níveis de estrogênio. A gravidez, antes dos trinta anos, parece proteger as células das mamas das mudanças anormais que podem ser causadas pelos excedentes de estrogênios e dos disruptores hormonais. A progesterona se opõe à ação do estrogênio de estimulador do crescimento no organismo.

Entre quarenta e cinqüenta anos, a interação entre os hormônios se altera, propiciando o aparecimento da menopausa. Como menos folículos ovulares são estimulados, a quantidade de estrogênio e progesterona produzidos pelos ovários declina. A menstruação torna-se falha e errática, eventualmente cessando. Entretanto, em outras áreas do corpo, como as glândulas supra-renais, a pele, os músculos, o cérebro, a glândula pineal, os folículos capilares e gordura corporal, são capazes de produzir nossos hormônios, possibilitando ao organismo feminino fazer ajustes saudáveis no balanço hormonal após a menopausa. Isto ocorrerá com as mulheres que cuidaram de si durante o período pré-menopausa com um estilo de vida sensato, dieta alimentar, e atenção às saúdes mental e emocional. Entre outros fatores, a obesidade e a vida sedentária promovem uma puberdade precoce e uma menopausa tardia, aumentando enormemente tanto a exposição ao “mau” estrogênio como aos riscos correspondentes.

No próximo post, mais informações sobre os estrógenos!

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