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quinta-feira, 27 de agosto de 2015
Prebióticos e Probióticos
Os probióticos (do grego: pró = a favor; βιωτικός adjetivo decorrente de βίος = "vida") são bactérias vivas que habitam normalmente o corpo ou podem ser artificialmente introduzidas nele e que são benéficas para a saúde, especialmente para o sistema digestivo. Atualmente costuma-se chamar de probióticos os alimentos e suplementos que contenham essas bactérias. A Organização Mundial da Saúde define os probióticos como “microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde do hospedeiro".
Em geral, pensa-se nas bactérias como algo nocivo, que causa doenças. Mas há também as bactérias boas e até necessárias ao bom funcionamento orgânico. Assim, se há bactérias que causam doenças, há também as doenças causadas pela falta de algumas delas. No corpo, sempre convivem os dois tipos: as bactérias com potencial para causar doenças não devem ultrapassar certo nível e as úteis ao organismo não devem ter seu nível muito diminuído.
Habitualmente, os probióticos são classificados como alimentos e não como medicamentos, sendo considerados seguros. Eles podem ser encontrados sob a forma de pó ou em cápsulas a serem adicionados à água, ao leite ou a sucos. Alguns efeitos colaterais leves podem surgir nos primeiros dois dias depois de iniciá-los e incluem dores de estômago, diarreia, gases, inchaço ou reações alérgicas.
As medidas sanitárias atuais mais rigorosas e os modernos produtos de higienização tanto eliminam as bactérias nocivas quanto as “boas” bactérias. Daí que o uso dos probióticos seja cada vez mais necessário. Provavelmente, os primeiros probióticos de um indivíduo são obtidos pelo bebê de forma natural ao atravessar o canal do parto. Durante o seu crescimento, o indivíduo se depara com muitas ameaças para as bactérias benéficas em seu intestino, a partir da água potável clorada, dos alimentos excessivamente processados, etc., as bactérias "boas" só podem sobreviver no trato gastrointestinal se for mantido um equilíbrio adequado de diferentes tipos de bactérias. Isso é muito importante para o sistema imunológico da pessoa, porque 80% dele vive em seu intestino. Os principais benefícios dos probióticos são ajudar o indivíduo na digestão dos alimentos, melhorar a síntese de vitaminas do complexo B e a absorção de cálcio, ajudar a manter um equilíbrio saudável da flora intestinal, promover a saúde vaginal nas mulheres e apoiar o sistema imunitário.
Grande parte dos iogurtes comerciais, por exemplo, não é uma boa fonte de probióticos, porque a pasteurização reduz a maioria das bactérias benéficas, isso acontece mesmo com os iogurtes ditos orgânicos. Alguns iogurtes (particularmente os congelados) não contêm mesmo quaisquer bactérias vivas. Muitas vezes as bactérias úteis, que normalmente habitam o organismo, são eliminadas ou muito diminuídas por efeito secundário de certos procedimentos industriais, mas devem ser repostas para manter o indivíduo saudável. É o que acontece, por exemplo, depois de tomar antibióticos em altas doses ou por longo tempo, os quais podem eliminar as bactérias “más", mas também eliminam as “boas”. Os probióticos, então, ajudam a manter o equilíbrio entre os microrganismos “bons” e “maus” e a manter o corpo funcionando como deveria.
Existem muitos tipos diferentes de bactérias que podem ser classificadas como probióticos, mas as principais pertencem a dois grupos. Os Lactobacillus, o mais comum deles, são encontrados no iogurte e em outros alimentos fermentados e ajudam na diarreia e na digestão da lactose. Os Bifidobacterium também são encontrados em alguns produtos lácteos e podem ajudar nos sintomas da síndrome do intestino irritável.
Os probióticos são usados principalmente em moléstias intestinais como a síndrome do intestino irritável, a doença inflamatória intestinal, a diarreia infecciosa e a diarreia relacionada ao uso de antibiótico. Também atuam em sintomas como os de doenças da pele, no eczema, na saúde bucal, urinária e vaginal e para prevenir alergias e resfriados. Sempre que viajar para países ou regiões que tenham hábitos alimentares diferentes daqueles a que o indivíduo está acostumado, ele deve levar consigo algum prebiótico, porque os alimentos a que não esteja acostumado podem alterar sua flora intestinal.
Os probióticos são diferentes dos prebióticos, pois os probióticos são microrganismos vivos e os prebióticos são fibras que ajudam a alimentar essas bactérias, além de ajudar a regular o intestino e criar um ambiente em que essas bactérias se multipliquem. Os prebióticos são não-digeríveis e funcionam como alimento para as bactérias intestinais benéficas. Os prebióticos não devem, pois, serem absorvidos durante a passagem pelo trato digestivo superior, devem servir como substrato a uma ou mais bactérias intestinais benéficas, alterando a microflora de maneira favorável e devem produzir efeitos benéficos sistêmicos ou na luz do intestino.
Os representantes mais conhecidos dos prebióticos estão concentrados em alimentos de origem vegetal, como cebola, alho, tomate, banana, cevada, aveia, trigo, mel, cerveja, etc. Eles também diminuem o colesterol, ao diminuir a absorção de gorduras, ajudam o sistema imune e a absorção de cálcio e de magnésio pelo organismo. Os benefícios dos alimentos ricos em prebióticos só são notados quando estes são consumidos diariamente, por um longo período. Contudo, o consumo de fibras deve ser feito com moderação porque, em excesso, pode resultar em diarreia ou flatulência.
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